terça-feira, junho 30, 2009

A fábula do aquecimento global (5)

(Continuação da entrevista da La Nouvelle Revue d’Histoire)

La Nouvelle Revue d’Histoire – Avancemos, se não se importa, para o efeito de estufa. Devemos acreditar nos «experts» e nos media quando afirmam que o CO2 é o «único» factor das alterações climáticas e de todos os fenómenos meteorológicos?

Marcel Leroux – O vapor de água contribui com 95 % para o efeito de estufa. O dióxido de carbono, ou CO2, representa apenas 3,62 % desse efeito de estufa, ou seja 26 vezes menos do que o vapor de água.

O vapor de água é quase 100 % de origem natural, como a maior parte dos outros gases existentes na atmosfera (CO2 ou CH4). O efeito de estufa é pois essencialmente um fenómeno natural.

Apenas uma pequena proporção (efeito de estufa dito antropogénico) pode ser atribuída às actividades humanas: um valor global de 0,28 % do efeito de estufa total, do qual um valor parcial de 0,12 % do CO2, isto é, uma proporção insignificante, desprezável.

É insensato pretender que os teores actuais na atmosfera nunca tenham sido tão elevados desde há … 650 mil anos, segundo a última efabulação. Tanto mais que os estudos paleoclimáticos revelam não existir relação entre o CO2 e a temperatura!

Em resumo, nenhuma relação causal, fisicamente fundamentada, provada e quantificada, foi estabelecida entre a evolução da temperatura (aumento, mas também diminuição) e a variação do efeito de estufa pelo CO2.

A fortiori, nunca foi demonstrada qualquer relação entre as actividades humanas e o clima: o Homem não é de modo algum responsável pelas alterações climáticas.

La Nouvelle Revue d’Histoire – Perdoe-nos esta questão brutal: a Terra aquece, sim ou não?

Marcel Leroux – A temperatura média dita «global» aumentou 0,74 ºC no decurso do período 1906-2006 (IPCC, 2007). Mas, sobretudo, os dados de observação mostram que houve regiões que aqueceram, enquanto que outras arrefeceram.

Certas regiões arrefeceram como o Árctico ocidental e a Gronelândia, enquanto que outras aqueceram como o Mar da Noruega e os seus limites, da ordem ± 1 ºC à escala anual e da ordem de ± 2 ºC no Inverno, no decurso do período de 1954-2003. [Os valores positivos referem-se às regiões que aqueceram e os negativos às que arrefeceram.]

O espaço do Pacífico Norte conheceu uma evolução comparável com um arrefecimento do lado da Sibéria Oriental, particularmente no Inverno, e um forte aquecimento do Alasca e do Estreito de Bering.

É pois absolutamente inexacto pretender que o planeta tenha aquecido. As «alterações climáticas» não são sinónimo de «aquecimento global» por que não existe clima global.

Além disso, como acabo de vos dizer, a evolução do clima não depende de qualquer maneira do CO2. O Homem não é em qualquer caso responsável pelo clima, salvo no caso limite das cidades.

(Continua)

domingo, junho 28, 2009

A fábula do aquecimento global (4)

(Continuação da entrevista da La Nouvelle Revue d’Histoire)

La Nouvelle Revue d’Histoire – Qual é a base para o que qualifica como «mito do aquecimento global» planetário?

Marcel Leroux – Em 1988, os Estados Unidos da América viviam dramaticamente num período de uma seca acompanhada de ventos e poeiras. Esta situação recordava os anos 1930 do Dust-Bowl. John Steinbeck ilustrou-a n’ «As Vinhas da Ira».

Em Junho de 1988, James E. Hansen (cientista da NASA) (*) apresentou-se no Congresso dos EUA com uma curva das temperaturas médias anuais de anos anteriores às quais acrescentou as temperaturas médias determinadas para os cinco últimos meses.

O ardil de misturar temperaturas anuais com mensais fez escalar artificialmente a curva das temperaturas médias anuais dos EUA. Este procedimento desonesto disparou o «pânico climático» já preparado desde longa data pelos movimentos ambientalistas. Foi assim que se criou o IPCC.

A partir desta data, o número de pretensos climatologistas, a mais das vezes auto-proclamados ou designados pelos governos, aumentou de uma maneira vertiginosa. O clima tornou-se o assunto das organizações ambientalistas, dos jornalistas ditos científicos, dos media e dos políticos.

Ao mesmo tempo, tudo foi hipersimplificado pelos delegados designados pelos governos e denominados «experts» (portanto, políticos ou cientistas politizados). Os «experts» decidiram, como em Paris em Fevereiro de 2007, a redacção do «Resumo para Decisores» (Summary for Policyma­kers). [Ver A politização da ciência]

Durante as cimeiras do IPCC são orquestrados, com fortes simplificações e regateios entre os tais «experts», e até com mentiras descaradas, os «golpes» mediáticos destinados a impressionar a opinião pública e dos decisores políticos.

Deste modo, em 1995, foi introduzida, fora do debate científico, a afirmação nunca demonstrada da «responsabilidade do Homem no aquecimento global». Com estes procedimentos, fica-se cada vez mais longe da climatologia!

Mas é desta maneira que os políticos e os media sobem a parada do catastrofismo do aquecimento global … com a mesma garantia e o mesmo vigor com que nos anos 1970 anunciavam a entrada numa «nova idade do gelo»!

(Continua)
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(*) James E. Hansen foi recentemente preso numa manifestação carbo-fóbica de desobediência civil. Hansen afasta-se cada vez mais da ciência.

sexta-feira, junho 26, 2009

A fábula do aquecimento global (3)

(Continuação da entrevista da La Nouvelle Revue d’Histoire)

La Nouvelle Revue d’Histoire – Argumenta que o «avanço» do deserto do Sara para Sul não se deve às razões habitualmente invocadas. Mas se vier a verificar-se um aquecimento global sustentável não seria de recear os acontecimentos em África como são as previstas catástrofes aterradoras devidas à elevação das temperaturas?

Marcel Leroux – A história do clima mostra-nos que, em África, os períodos «quentes» foram, simultaneamente, chuvosos. Particularmente, isso aconteceu na Idade Média permitindo a prosperidade (entre 1200 e 1500) de grandes impérios saheliano-sudaneses.

O actual declínio das chuvas a sul do Sara é oposto a um cenário de «aquecimento». Trata-se de uma flagrante objecção ao diagnóstico feito pelo IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climática).

Convém salientar que nos Trópicos as precipitações acontecem maioritariamente nas estações quentes. Se viesse a verificar-se um aquecimento, este traduzir-se-ia por uma melhoria da pluviometria. Mas não é esse o caso actual.

O deslizamento actual para Sul da zona saheliana, donde da do Sara, é da ordem de 200 km a 300 km. Este fenómeno que começou nos anos 1970, inscreve-se nos mesmos fenómenos do DMG (Dernier Maximum Glaciaire), entre 18 mil e 15 mil anos antes dos nossos dias.

Durante o DMG o Sara deslocou-se 1000 km para Sul. Este deslocamento resultou, não num contexto de aquecimento dos Pólos, mas, pelo contrário, de uma situação de acentuado arrefecimento dos Pólos [tal como sucede actualmente].

Este facto contradiz, mais uma vez, o infundado cenário de aquecimento global do IPCC, sustentado pelos ambientalistas e pelos media.

(Continua)

quarta-feira, junho 24, 2009

A fábula do aquecimento global (2)

(Continuação da entrevista da La Nouvelle Revue d’Histoire)

La Nouvelle Revue d’Histoire – Depois de termos perdido a memória paleoclimática, será que também perdemos a memória de curto prazo em matéria climática?

Marcel Leroux – Nos tempos actuais, a memória climática tende a ser muito selectiva.

Não se ouve falar das temperaturas outonais do surpreendente mês de Agosto de 2006. Esquecemo-nos depressa do Inverno de 2006-2007 em que se bateram recordes de frio e de queda de neve. [Já pouco se fala do festival de neve deste Inverno de 2008-2009.]

Esquecemo-nos, ainda, do Inverno do ano 2000 quando a Sibéria registou as suas temperaturas mais baixas e quando a Mongólia teve de recorrer à ajuda internacional para enfrentar um Inverno rigorosíssimo.

Sem falar da omissão relativamente a África que beneficiou de uma pluviometria superior à normal no decurso dos anos 1960. Uma tal quantidade de chuva fez expandir a região do Sahel para Norte, com o recuo do deserto sariano.

Na mesma época, a floresta boreal e a exploração agrícola na Eurásia do Norte e no Canadá ganharam terreno em direcção ao Norte.

Depois, a partir de 1972, reverteu-se a tendência benéfica das precipitações em África. A pluviometria decresceu dramaticamente e o Sahel deslizou progressivamente para Sul.

La Nouvelle Revue d’Histoire – O Homem deve ter medo do aquecimento anunciado por certos «experts»?

Marcel Leroux – Historicamente, pode-se averiguar que os períodos quentes foram sempre tempos fastos. Por exemplo, foi o que aconteceu no início da nossa era durante os anos triunfantes da República e do Império romano.

Na época da epopeia dos vikings, que se estabeleceram na Gronelândia e no Norte da América, entre 1150 e 1300, vigorou um óptimo climático na Europa Central e Ocidental.

As culturas, em particular a vitivinicultura, deslocaram-se de 4 a 5 graus de latitude em direcção ao Norte durante esse óptimo climático. [Na Inglaterra produzia-se vinho até quase à fronteira com a Escócia.]

O «doce século doze» (gentle twelfth century) representou para a tradição escocesa uma «idade de ouro» com Invernos doces e Verões secos. Posteriormente, após uma queda nas temperaturas, produziu-se um retorno para um período «quente».

Este período quente, também conhecido pelos especialistas sob o nome de Óptimo Climático Medieval (OCM), favoreceu as grandes viagens que originaram as descobertas.

Por oposição, os episódios frios foram considerados como «períodos sombrios» (dark ages), como aquele que, depois de 1410, cortou as ligações com a Gronelândia. Ou como aquele da Pequena Idade do Gelo, entre 1600 e 1850.

A Pequena Idade do Gelo atingiu um maior rigor cerca de 1708-1709. Este curto período foi denominado por Réaumur (1683-1757) como «o ano do grande Inverno».

Os glaciares alpinos expandiram-se na Pequena Idade do Gelo. Os camponeses de Chamonix testemunharam essa expansão ao registarem, em 1789, as suas reclamações pelos estragos causados nos prados invadidos pelo gelo.

É, portanto, ridículo da parte dos media pretender que o calor seja sinónimo de calamidade. Em particular, durante o Inverno, a generalidade das pessoas pensa no Verão. Sonha com férias em Espanha ou em Marrocos. Isto é, sonha com o Sol!

Desta maneira, é incompreensível como «a inverosímil doçura» do mês de Dezembro de 2006, com uma factura energética atenuada pela menor necessidade de aquecimento, foi apresentada pelos media como uma catástrofe!

(Continua)

segunda-feira, junho 22, 2009

A fábula do aquecimento global (1)

O aquecimento global é uma singularidade? O aquecimento é global como dizem os alarmistas? O nosso futuro está ameaçado?

Estas são algumas das questões, além de outras, que foram levantadas pela La Nouvelle Revue d’Histoire, em 17 de Julho de 2007, numa entrevista. As respostas pertenceram a um cientista de alto nível (classificação da própria revista).

O MC publicará a extensa entrevista em vários posts. Antes da primeira pergunta, La Nouvelle Revue d’Histoire escreve o seguinte intróito:

L’exploitation excessive de la Na­ture ou encore les nuisances provoquées par la société in­dustrielle et l'économie de gaspillage sont des réalités évidentes. Certains de leurs effets sont visibles, d'autres moins.

En marge de ces réalités préoccupantes naissent cependant des modes ou des phobies qui s'apparentent à des mystifications. L'une d'entre elles est la question du «réchauffement global» de la planète, tarte à la crème d'habiles charlatans qui rappor­tent gros, misant sur la crédulité et la peur du public.

Pour en savoir plus, nous avons interrogé Marcel Leroux, professeur émérite de climatologie, ancien directeur du LCRE (Laboratoire de climatologie, risques, envi­ronnement) du CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique), membre de l'Ameri­can Meteorological Society et de la Société Météorologique de France.

Apresenta-se seguidamente a entrevista.
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La Nouvelle Revue d’Histoire – Um atributo do clima é a sua variação. Ora, surgiu um discurso em que se pretende apontar as variações actuais com um sentido inelutável de aquecimento do planeta. O estudo do passado permite corroborar esta interpretação?

Marcel Leroux – Não, visto que, à escala paleoclimática, as variações foram bastante mais importantes do que as que se anunciam.

Assim, em África, durante o DMG (Dernier Maximum Glaciaire), isto é entre 18 mil e 15 mil anos em relação aos nossos dias, as temperaturas médias eram inferiores às que conhecemos actualmente em 5 ºC e o deserto estendia-se consideravelmente para o Sul, enquanto que a floresta havia quase desaparecido.

Pelo contrário, durante o OCH (Óptimo Climático do Holoceno), entre 9000 e 6000 anos relativamente aos nossos dias, as temperaturas eram superiores às actuais em 2 ºC e a floresta ultrapassava largamente a extensão actual.

Quanto ao Sara, no OCH recolhia chuvas relativamente abundantes de origens, ao mesmo tempo, mediterrânicas e tropicais. Coberto de lagos e de pântanos, o Sara era percorrido por criadores de gado, como atestam numerosas gravuras rupestres.

(Continua)

sexta-feira, junho 19, 2009

Estabilidade anticiclónica

O satélite NOAA17 captou no dia 17/06/09, entre as 10:37:02 e as 12:27:22, a estabilidade anticiclónica formada sobre a Península Ibérica que se estendia até à Escandinávia, passando pela França e Benelux. Ver Fig. 168.

Esta enorme área da Europa Ocidental encontrava-se despejada de nuvens e sujeita a uma massa de ar anticiclónico trazida da região do Árctico por anticiclones móveis polares (AMP) gerados em dias antecedentes.

A calma, com ausência de vento, e a transparência eram preponderantes em toda esta área europeia. A radiação solar encontrava caminho fácil até chegar ao solo. A contra radiação terrestre aquecia fácil e rapidamente as baixas camadas de ar.

Imediatamente atrás vinha um AMP de dimensões colossais que iria contribuir para aumentar a estabilidade com mais ar denso e frio.

A subsidência (pressão de cima para baixo) do ar frio impedia a subida do ar quente formado junto ao solo. A camada de inversão tinha cerca de um quilómetro de altura.

O corredor depressionário (esbranquiçado) deste AMP, visível na Fig. 168, com uma espessura considerável, como se vê sobre a Grã-Bretanha, dava conta da elevada potência do AMP. Esta potência era mais saliente nas latitudes mais elevadas.

É interessante comparar a Fig. 168 com a Fig. 151. No caso da Fig. 151, a trajectória do AMP era mais baixa como acontece mais frequentemente nos meses fora do Inverno.

No caso da Fig. 168, com uma trajectória alta, mostra-se, mais uma vez, como o modo dos actuais AMP se aproxima ainda do rápido que é típico dos Invernos.

Ou seja, a actual dinâmica do tempo aproxima-se nitidamente de um cenário de arrefecimento e não de aquecimento. As aglutinações anticiclónicas são típicas do modo rápido e não do lento. O calor, tal como a Lua, engana…

Fig. 168 - Estabilidade anticiclónica na Europa Ocidental. Fonte: METEO-FRANCE.

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quarta-feira, junho 17, 2009

Calor na Europa, frio nos EUA, a mesma causa

Nos EUA batem-se recordes de frio.

DAILY NEWS WRITERS
Tuesday, June 16th 2009, 4:00 AM

What is this, Seattle?

New York is wading through one of the wettest, coldest Junes ever - one that's bound for the record books.

"We've really only had three days of normal temperatures this month, and 14 of the 15 June days have had rain," said meteorologist Ricky Castro of the National Weather Service.

"If we keep on this track, we have a chance to set the dubious record of the wettest and coldest June of all time," he said. Things are even worse in New Jersey, where residents say it looked like the middle of winter yesterday after a powerful thunderstorm dumped more than 3 inches of hail on Bergen County, covering cars and lawns in blankets of white.

In the city, the numbers will make you shiver:

- The average temperature this month is 65.3 - but historically, it's been around 70. New York's coldest June of all time was in 1903, when the average temperature was 64.2.
- It's already rained 5 inches this month, but a typical June brings just 2 inches. The wettest June ever was in 2003 with 10.2 inches.
- There were four 90-plus degree days last June. This year, it hasn't even broken 80.

(continuar a ler em Daily News)

Em antítese, parte da Europa, nomeadamente a Península Ibérica, sofre com calor. A Fig. 167 representa a carta sinóptica da Europa Ocidental, abrangendo parte do Atlântico e do Mediterrâneo, do dia 16 de Junho de 2009, às 12 h UTC. Foi traçada pela Universidade de Colónia.

Destacam-se três aglutinações anticiclónicas (AA, designadas por H, de high, na carta sinóptica). Duas das AA encontram-se sobre o continente. A situação representada nesta carta é semelhante à verificada no início da onda de calor de Agosto de 2003 com três AA (ver Fig. 115, do lado direito).

Os leitores podem observar no sítio web RIU - Renhish Institute for Environmental Research a evolução, à escala sinóptica, das aglutinações anticiclónicas quer no dia de hoje quer na previsão para os dois dias seguintes.

No caso europeu há também a assinalar que a componente horizontal do vento, junto ao solo, tende para zero. Consequentemente, a produção de electricidade de origem eólica reduz-se substancialmente (ver REN, dias 16 e 17 de Junho).

O que é importante reter é que esta situação de estabilidade anticiclónica na Europa, tal como a situação referida para os EUA, é consequência do estado actual do Árctico Central e da Gronelândia Norte.

O Árctico Central e a Gronelândia Norte continuam bastante frios, mesmo nesta época do ano. Têm contribuído para uma sucessão imparável de fortes anticiclones móveis polares (AMP) que se aglutinaram na Europa e arrefeceram algumas regiões dos EUA.

Na Europa o calor terminará quando um AMP suficientemente potente conseguir rasgar as AA que estão formadas sobre o continente. Até lá, as AA podem evoluir para altas pressões ainda mais elevadas.

Consultar também:

1 – Verão quente de 2003
2 – Génese das ondas de calor
3 – Dinâmica da canícula de 2003
4 – A culpa é das altas pressões
5 – Explicações oficiais confusas

Fig. 167 - Carta sinóptica. 16 de Junho de 2009. Fonte: Universidade de Colónia.

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terça-feira, junho 16, 2009

É a temperatura que comanda a concentração de CO2, não o inverso

Os cilindros retirados dos mantos de gelo demonstram, sem grande margem para dúvida, que é a concentração de dióxido de carbono na atmosfera que segue as variações da temperatura da superfície terrestre e não o inverso, como defendem os adeptos da hipótese do global warming.

É a Natureza que marca esta relação de causa-efeito. A concentração de CO2 cresce e decresce com um atraso de várias centenas de anos em relação às variações homólogas da temperatura. A variação da temperatura é a causa e a variação da concentração de CO2 é o efeito.

Têm-se retirado vários cilindros de gelo nos mantos da Gronelândia e do Antárctico por serem os mais espessos. A maior espessura permite estudar o clima da Terra a partir de idades mais longínquas.

Em 1985 os cilindros de gelo extraídos da Gronelândia permitiram estabelecer curvas de evolução da temperatura e da concentração de CO2 desde há 150 mil anos. Mas não era clara a relação causa-efeito entre a temperatura e a concentração.

Já no manto de gelo do Antárctico central foi possível analisar dados desde há cerca de 420 mil anos, conforme o estudo publicado em 1999 por Jean Robert Petit e colaboradores. Também aqui não ficou completamente esclarecido o enigma da relação causa-efeito.

Tiraram-se conclusões imprudentes ao ser dito que a causa era a concentração de CO2 e o efeito era a temperatura. Estas conclusões precipitadas foram determinantes para a propaganda do IPCC: o efeito de estufa estaria identificado… como causador do aquecimento global.

No entanto, a partir das bases de dados (1 e 2) de estudos anteriores de Jouzel et al., Petit et al., Barkov, Kotlyakov , etc. , a australiana Joanne Nova traçou as evoluções da temperatura e da concentração de CO2 com grande detalhe.

No blogue de Joanne encontram-se oito curvas detalhadas englobando um período de há 420 mil anos até há 2500 anos. Além destas, Joanne acrescenta as curvas conjuntas de há 420 mil anos até aos dias de hoje sem apresentarem o detalhe daquelas.

Com o devido conhecimento de Joanne Nova, reproduz-se na Fig. 166 as curvas do período 150 mil anos – 100 mil anos. É nesta figura que se detecta com melhor detalhe o desfasamento da ordem dos 800 ± 200 anos entre o crescimento (ou o decrescimento) da temperatura e da concentração. As anomalias das temperaturas foram calculadas em relação aos valores presentes.

Este desfasamento é já aceite pela comunidade internacional de climatologistas como um facto real e indesmentível. Mesmo os especialistas de modelos informáticos, como os do blogue Real Climate, aceitam esta evidência. Veja-se por exemplo as tradicionais explicações atabalhoadas do RC.

Só que os modeladores que vivem no planeta virtual descrito pelas equações matemáticas dos modelos informáticos do clima acrescentam que existe um feedback positivo que desenvolve um fenómeno de causa–efeito contrário ao da realidade.

De acordo com esse feedback virtual seria a concentração a causa e o aumento da temperatura o efeito. Ou seja, o aumento da temperatura dos oceanos promoveria o aumento da evaporação que formaria nuvens baixas com acréscimo de vapor de água.

Como se sabe, o inocente vapor de água é o principal gás com efeito de estufa, com uma contribuição que pode ir até aos 95 %, conforme a região. Como é que se prova a existência real deste feedback positivo que existe no pensamento dos modeladores?

A prova seria dada pela verificação do aumento da formação das nuvens e da precipitação a nível global (desde o princípio da revolução industrial!). Ora esta prova nunca foi apresentada por mais fortunas que se tenham gasto na sua procura, com modelos e mais modelos.

Pois é este feedback apenas existente no pensamento dos modeladores que está plasmado nos modelos informáticos do clima. Ele causaria hipotéticas subidas de temperatura até 2100 como se observa nas folhas de cálculo das saídas de computadores caríssimos.

Se o CO2 fosse uma causa maior, então as temperaturas deveriam disparar. Mas um tal feedback nunca se detectou durante as últimas centenas de milhares de anos.

Donde, ou existe um misterioso factor que bloqueia o efeito do feedback imaginado pelos modeladores ou o CO2 joga um papel infimo. Dito de outro modo, ou o CO2 antropogénico é desprezável ou os modelos informáticos ignoram a causa principal.

A amplificação do aquecimento pelo CO2 antropogénico permanece pois no campo especulativo. Isto é, trata-se de uma hipótese que não é confirmada pela realidade.

Conclusões:

1 . A explicação racional é a de que quando as temperaturas aumentam mais dióxido de carbono natural é emitido para a atmosfera (p.e., ao subir a temperatura da água dos oceanos estes emitem mais CO2 que fora aprisionado quando as temperaturas eram mais baixas).
2. O CO2 antropogénico tem um efeito muito reduzido e desprezável. Será necessário procurar algures a causa do aquecimento, em certas regiões do globo (já que outras arrefecem), que não seja a antropogénica. Dizer que o CO2 provoca aquecimento global é uma originalidade sem fundamento.

Dois Invernos muito frios, e agora um Verão frio em muitas regiões do Hemisfério Norte, estão a fazer com que as pessoas comecem realmente a magicar sobre a veracidade do argumento do feedback.

Além disso, em vários países, a perspectiva do “cap and trade” (no fundo, uma tributação inventiva sobre o uso de combustíveis fósseis) começa a colocar problemas económico-financeiros a uma vasta gama de indústrias. O desemprego é um dos sacrifícios exigidos pelos deuses do clima que querem “salvar o planeta”…

Computadores caríssimos, resultados paupérrimos

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Fig. 166 - Cilindro de Vostok. 150 mil - 100 mil anos. Fonte: Joanne Nova.

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sexta-feira, junho 12, 2009

A politização da ciência

Os meios de comunicação social consideram o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC – na sigla anglo-saxónica) como a autoridade suprema em matéria de climatologia.

Há a presunção de que o IPCC reúne os melhores conhecimentos científicos existentes sobre a Terra. Tanto mais que recebeu o Prémio Nobel da Paz de 2007. As suas declarações são consideradas como se descessem do Monte Olimpo ou do Monte Sinai.

No entanto, um olhar mais atento permite concluir que estas deferências são imerecidas. [Tivemos oportunidade de verificar que o chairman do IPCC, Rajendra Pachauri, é um podão que faz afirmações que lhe ocorrem sem qualquer significado científico (1, 2, 3)].

No relatório do IPCC de Fevereiro de 2007 lê-se: “É muito provável que as actividades humanas estejam a causar o aquecimento global”. Não se esqueça que esta afirmação foi adoptada por votação com braços no ar.

Dois meses mais tarde, o vice-presidente do IPCC, Yuri Izrael, afirmou que “o pânico do aquecimento global é injustificado”. Acrescentou “não existir uma ameaça séria para o clima” e que “a humanidade é mais seriamente ameaçada pelo frio do que pelo calor”.

Os comunicados de imprensa do IPCC alertam para o aumento das concentrações atmosféricas do CO2. Mas o dr. Vicent Gray, membro do painel de revisores do IPCC, diz que “não existe relação entre aquecimento e concentração”.

O relatório do IPCC de 2001 explorou 245 cenários. Os media escolheram o pior deles para alarmar a opinião pública. O autor principal do relatório, o climatologista John Christy, admoestou o sensacionalismo dos media dizendo que “o Mundo será muito melhor do que o pior dos cenários … pois ele não vai acontecer”.

Vê-se, claramente, que o IPCC não fala a uma só voz. Os principais dirigentes e autores principais contradizem as afirmações que se lêem nos Sumários e nos comunicados de imprensa. A resposta para este aparente enigma está na estrutura do próprio IPCC.

O que os media publicam está nos «Sumários para Decisores Políticos». Os Sumários afastam-se bastante da opinião dos cientistas que prepararam os Relatórios ditos científicos. Os Sumários são redigidos por um comité não-científico nomeado pelos governos (51, em 2001).

Os Sumários são apresentados como provenientes de um “consenso” de 2500 cientistas que contribuíram para a feitura dos Relatórios científicos do IPCC. O dito “consenso” não significa que todos os cientistas apoiem os Sumários de natureza política.

De facto, muitos dos 2500 cientistas demitiram-se após a aprovação dos Sumários através de braços no ar. Outros cientistas, mantendo-se na estrutura do IPCC, afirmam publicamente o contrário do que se encontra nos Sumários.

Para melhor compreender o “consenso”, tal como é apresentado na divulgação dos Sumários, é importante conhecer a estrutura do IPCC. Os redactores dos Sumários estão habilitados a deturpar o que se afirma nos Relatórios científicos.

Na pág. 4 do Apêndice A dos Principles Governing IPCC Work diz-se: “Changes (other than grammatical or minor editorial changes) made after acceptance by the Working Group of the Panel shall be those necessary to ensure consistency with the Summary for Policymakers or the Overview Chapter.”

Por outras palavras, quando houver uma discrepância entre o que os cientistas dizem nos Relatórios científicos e o que os redactores dos Sumários (nomeados por confiança política governamental) querem dizer, prevalece o que os últimos pretendem que seja dito.

Eis um exemplo concreto. Num Sumário para Decisores Políticos omitiram-se várias conclusões inequívocas importantes inicialmente contidas no Relatório científico e que depois foram apagadas. Nomeadamente, a seguinte:

No study to date has positively attributed all or part [of observed climate change] to anthropogenic (i.e., man-made) causes,” and “None of the studies cited above has shown clear evidence that we can attribute the observed changes to the specific cause of increases in greenhouse gases.”

De acordo com responsáveis do IPCC, citados na revista Nature, estas omissões do Relatório final foram consideradas “para garantir que o Relatório científico estivesse de acordo com o Sumário.”

Algures, o Artigo 3 dos procedimentos do IPCC afirma: “Documents should involve both peer review by experts and review by governments.” Na prática, algumas vezes, o IPCC faz bypass à revisão científica pelos pares de modo que os Sumários reflictam os pontos de vista governamentais.

Tudo isto não deveria ser surpreendente. Afinal, o IPCC é uma entidade política, não é uma entidade científica. Realmente, o IPCC é um InterGOVERNMENTAL Panel on Climate Change. Não é um SCIENTIFIC Panel on Climate Change.

Do mesmo modo, o “consenso” é um conceito político. É um compromisso político. Não tem nada de científico. A verdade científica não está sujeita à obtenção de uma maioria política ou de outra natureza.

(Na verdade, 31 mil cientistas assinaram uma petição a protestar contra o "consenso" de que a actividade humana está perigosamente a alterar o clima da Terra. São mais do que os 2500 cientistas citados pelo IPCC - muitos dos quais refutaram publicamente o IPCC.)

Para seu crédito, o IPCC desmascara muitos dos exageros alarmistas do movimento ambientalista radical. Apesar disso, a sua autoridade científica está irreparavelmente manchada pelas adulterações de ordem política.

Quando um Departamento dos EUA escreve para o co-chairman do IPCC que “it is essential that ... chapter authors be prevailed upon to modify their text in an appropriate manner”, o carácter politico do IPCC fica a descoberto.

Os patrocinadores do IPCC, como as Nações Unidas e certos políticos americanos, partilham o objectivo de reduzir a produção de riqueza dos EUA pelo corte no consumo de energia. Vinculam este objectivo a um tratado internacional sobre alterações climáticas. Para tal, os patrocinadores do IPCC dispõem-se a recorrer à fraude científica.

Eis as palavras de um aliado de Al Gore, o ex-secretário de Estado Tim Wirth: - “Even if the theory of global warming is wrong, we will be doing the right thing by reducing Americans’ consumption of fossil fuels”.

Tenha-se sempre em mente que o IPCC é permanentemente invocado em apoio ao estabelecimento de um tal tratado climático. Pudera...

Fonte: Mark W. Hendrickson.

O verdadeiro "consenso"


Levante o braço quem pensa que os gases com efeito de estufa não têm qualquer efeito e que, portanto, precisamos de arranjar novo emprego. Ninguém?
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quarta-feira, junho 10, 2009

Neve e calor fora do vulgar

Neste mês de Junho nevou, no que respeita ao Hemisfério Norte, na Escócia, no Canadá, na Califórnia, no Dakota do Norte, na Finlândia e na Suécia.

Na Suécia, a temperatura atingiu – 7,5 ºC: "The second lowest Swedish June temperature during the last 100 years was recorded as -7.5 ºC in Tarfalla, norhernmost Sweden. The state TV surprisingly brought the message as a one liner."
[Informação do meteorologista sueco Hans Jelbring.]

No Hemisfério Sul, além do Brasil, também a Nova Zelândia conheceu dias de neve fora do vulgar. De tal modo que a época de ski começou com cinco semanas de antecedência em relação à normal.

As imagens de satélite mostraram, há poucos dias, dois colossais anticiclones móveis polares a sair do Pólo Norte e a invadir a Escandinávia. Parte de um deles desceu até à Península Ibérica e formou uma aglutinação anticiclónica importante que tem influenciado o estado do tempo recente.

Em contrapartida, no Hemisfério Norte, verificaram-se algumas ondas de calor no passado mês de Maio. Aconteceram tanto na América do Norte como na Europa. Foram de curta duração e extensão.

É assim que o Instituto de Meteorologia afirma no seu relatório recente:

«Maio caracterizou-se como sendo um mês seco a muito seco, com quantidades de precipitação, em Portugal continental, bastante inferiores aos valores médios de 1971-2000, o que levou ao agravamento da situação de seca meteorológica em todo o País. No final do mês 66% do território continental encontrava-se em seca meteorológica severa e extrema, de acordo com as classes de PDSI.

Relativamente aos valores de temperatura, o mês de Maio apresentou uma anomalia de + 2,5ºC na temperatura máxima, uma anomalia de + 1,4ºC na temperatura média e uma anomalia de +0,1ºC na temperatura mínima, muito próxima da normal de 1971-2000.

Em Maio ocorreram ainda dois períodos muitos quentes, no início e final do mês, com ocorrência de onda de calor entre 2 e 8 de Maio em várias estações da rede do IM. O número de dias com temperatura máxima superior a 25ºC e 30ªC foi superior à normal de 1971-2000.»

Pena é que, em vez de se analisar apenas a temperatura, não se refira também o comportamento da pressão atmosférica. De facto, é esta a variável meteorológica explicativa da actual dinâmica do tempo, das pequenas ondas de calor e da seca meteorológica.

segunda-feira, junho 08, 2009

Debate nos Olivais

A Associação dos Amigos dos Olivais Sul, Lisboa, realizou, no dia 4 de Junho de 2009, uma Conferência-debate sobre o tema Alterações Climáticas - suas consequências.

A iniciativa teve lugar no edifício principal da Escola Secundária Fernando Pessoa, Olivais Sul, bairro de Lisboa.

A Conferência-debate foi moderada pelo Sr. Major General J. A. Ferreira Pinto. Foram convidados, para apresentarem comunicações, os oradores: Dr. Anthímio de Azevedo, Eng. Rui G. Moura e Prof. J. J. Delgado Domingos.

Estavam presentes, aproximadamente, 80 pessoas. A sessão começou cerca das 21 h 15 m e terminou perto das 23 h 15 m. O fim do debate foi mais imposto pelo horário de trabalho dos funcionários da escola do que pelo interesse dos presentes.

As comunicações seguiram a ordem atrás indicada dos oradores convidados. A comunicação do Dr. Anthímio de Azevedo (cientista reformado do Instituto de Meteorologia) seguiu a versão oficial da hipótese do aquecimento global de origem antropogénica. As dos outros dois oradores desmontaram a hipótese com argumentos diversificados.

Foram apresentados gráficos da evolução da temperatura média global, paleoclimática e recente, que tornaram mais esclarecedora a refutação da hipótese oficial da causa-efeito entre a concentração do CO2 e a temperatura.

O principal organizador desta iniciativa, Eng. Gilberto Fonseca Luz, informou que os sócios da Associação, presentes no debate, consideraram a iniciativa de elevado nível pelo esclarecimento que trouxe.

Nomeadamente, os sócios apreciaram bastante a parte contraditória da versão oficial do aquecimento global. Desconheciam a verdade dos factos que lhes são ocultados por uma comunicação social mais interessada na especulação informativa e no sensacionalismo.

sexta-feira, junho 05, 2009

A temperatura média global continua em queda

(Actualização em 6 de Junho com valores entretanto corrigidos da base de dados RSS)

A observação feita pelo radiómetro RSS MSU durante o mês de Maio de 2009 indicou uma anomalia média global de + 0,09 ºC. Em relação ao mês anterior (+ 0,202 ºC) verificou-se uma queda de - 0,112 ºC.

Já o radiómetro UAH MSU (monitorizado por Roy Spencer) registou uma anomalia média global menor para Maio de 2009, também próxima de zero: + 0.04 ºC. Relativamente a Abril de 2009 ( + 0,09 ºC) a queda foi de - 0,05 ºC.

As tendências mantêm-se nos ramos decrescentes, em ambos os registos dos radiómetros: RSS e UAH.

quinta-feira, junho 04, 2009

Neva no Brasil em Junho de 2009



Nevou pela primeira vez este ano no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. As precipitações foram fracas e breves, não chegando a acumular. A MetSul Meteorologia considera que a neve foi ‘medíocre’ diante dos vários precedentes históricos do fenômeno com acumulação em que a Serra cobriu-se de branco, mas relevante pelo número de eventos que relataram precipitação de inverno.

O primeiro registro de neve fraca foi feito ainda na noite de segunda-feira em Bom Jesus, nos Campos de Cima da Serra, onde a observadora do Instituto Nacional de Meteorologia identificou o fenômeno entre 22h20m e 22h27m. Em São Joaquim, a neve caiu fraca com parte da cidade sob a presença do sol.

Nesta segunda-feira, com a circulação de nuvens de maior desenvolvimento vertical (mais carregadas), foram registradas precipitações de inverno (neve e chuva congelada) em um maior número de localidades.

Na grande maioria dos pontos onde a neve caiu, ela teve a forma granular. Pequenos flocos, contudo, foram observados em cidades dos Campos de Cima da Serra e do Planalto Sul Catarinense. Na maioria dos locais houve a ocorrência de chuva congelada que não chega a configurar neve.

Levantamento exclusivo da MetSul Meteorologia indicou a ocorrência de neve e/ou chuva congelada nos seguintes municípios: Santa Maria do Herval (RS); Gramado (RS); São Francisco de Paula (RS); Bom Jesus (RS); São José dos Ausentes (RS); Jaquirana (RS); Vacaria (RS); Soledade (RS); Ipê (RS); Caxias do Sul (RS); Cambará do Sul (RS); São Joaquim (SC); Bom Jardim da Serra (SC); Urupema (SC); e Painel (SC).

Houve relatos de precipitação de gelo, possivelmente chuva ou chuvisco congelado, ainda em cidades do Vale do Paranhana e na região de São Jerônimo.

A neve e a chuva congelada ocorreram no final da manhã e durante a tarde mais frios até agora em 2009 no Rio Grande do Sul. Às quatro da tarde, tradicionalmente o horário de maior temperatura do dia, os termômetros indicavam 1,9ºC em São Joaquim, 3,0ºC em São José dos Ausentes, 5,5ºC em Vacaria e 5,6ºC em Canela.

A sensação térmica trazida pelas rajadas de vento de até 78 km/h chegou a 14ºC negativos em São José dos Ausentes. A neve e a chuva congelada foram provocadas pela combinação de ar muito gelado e instabilidade associada a um cavado (zona de menor pressão atmosférica) que trouxe nuvens mais carregadas para o Leste gaúcho.

Estivesse a instabilidade associada a um ciclone extratropical e as precipitações de neve poderiam ter sido mais abrangentes e fortes. Ar muito seco cobrirá o Sul do Brasil nesta quarta-feira,garantindo um dia ensolarado e com frio muito intenso ao amanhecer. As máximas à tarde devem ser, inclusive, mais elevadas do que as de hoje.

As madrugadas desta quarta-feira e ainda de quinta devem ser as mais frias da semana no Sul do país com geada generalizada e que deve ser forte em muitos locais.

Geada severa com congelamento é esperada em alguns locais de maior altitude. Marcas negativas são projetadas para os três estados do Sul com valores que podem ficar entre -3ºC e -5ºC nos Aparados da Serra (RS) e de -5ºC a -7ºC no Planalto Sul Catarinense e Planalto de Palmas no Paraná.

Na Grande Porto Alegre pode fazer entre 0ºC e 2ºC nos pontos mais frios enquanto nos bairros mais gelados da Capital a temperatura pode ficar entre 1ºC e 3ºC, apesar das máximas de até 15ºC nesta quarta e de 18ºC na quinta na cidade.

Fonte: MetSul . Ver também Ecotretas .

Esta situação meteorológica é um reflexo das condições do Antárctico central que está a emitir anticiclones móveis polares com regularidade e violência.

segunda-feira, junho 01, 2009

Conferência–debate em Macedo de Cavaleiros

O Agrupamento de Escolas de Macedo de Cavaleiros promoveu, no dia 27 de Maio de 2009, a Conferência–debate “Aquecimento Global: Mito ou Realidade?”, a qual decorreu no Auditório do Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros.

O editor do MC foi convidado, como orador, para expor a sua posição acerca do tema escolhido pela organização. O Professor de Ciências Físico-Químicas Nuno Calisto encarregou-se da organização da iniciativa.

O Auditório encontrava-se cheio de Professores e Alunos, num total da ordem de 100 assistentes. Os Professores eram a maioria, com predominância das senhoras. A sessão contou com a presença do Director do Agrupamento de Escolas de Macedo de Cavaleiros, Professor Paulo Dias.

Os Professores presentes representavam uma larga gama de áreas, como Ciências Físico-Químicas, Ciências Naturais, Geografia, História, Português, Matemática, etc. A coordenação do debate foi feita pela Professora de Ciências Físico-Químicas, Professora Conceição Gomes.

A sessão teve início às 15 horas e terminou cerca das 18 horas. A apresentação da comunicação demorou duas horas. Seguiu-se um debate vivo que durou cerca de uma hora, a que não faltou algum contraditório.

Chegou a ser debatido o resultado do Projecto SIAM – de Filipe Duarte Santos – que projecta para 2100 a entrada do Nordeste Transmontano no inferno. Foi explicado que o dito estudo é mais do foro da astrologia do que da climatologia.

Apercebendo-se que o clima é confundido erradamente com a poluição, um dos presentes pretendeu conhecer quais foram os verdadeiros interesses que levaram a uma situação tão obscura como a actualmente existente.

Sendo o clima e a poluição domínios bem distintos, tanto um como o outro só vão ser bem tratados quando forem dissociados. O tema do “aquecimento global” serve igualmente de pretexto para se imporem restrições às actividades humanas.

Há uma conjugação de interesses entre vários gabinetes de estudos e organismos internacionais – governamentais e não-governamentais –, entre certos políticos e jornalistas que se afastaram da deontologia e ética profissionais.

Foi assim que apareceu e se impôs a noção errada de “aquecimento global”. Seguir cegamente as “recomendações” do IPCC faz com que se não tomem medidas de adaptação eficazes contra os verdadeiros fenómenos climáticos que observamos.

Um dos participantes na sessão, o Professor de Filosofia, Miguel Portugal, considerou-a um acontecimento intelectual raro: “porque é pouco comum a divulgação científica em Portugal, ainda menos no Nordeste Transmontano e, para mais, tratando-se de ciência dissonante com o paradigma dominante”.

O editor do MC fica satisfeito por verificar que a sua opinião é ouvida e apreciada.