terça-feira, abril 29, 2008

Cosmoclimatologia (4)

(Versão parcelar do artigo “CO2: The Greatest Scientific Scandal of Our Time”, de Zbigniew Jaworowski)

Na Fig. ZJ7 traçou-se a evolução da temperatura superficial média de cinco regiões do Antárctico e a evolução da concentração do CO2 atmosférico do Hemisfério Norte, segundo Beck. A temperatura segue muito de perto a concentração.

A temperatura foi reconstruída a partir de registos locais dos isótopos estáveis do núcleo de gelo entre 1800 e 1999. A concentração foi medida, directamente, na atmosfera a partir de 1812, de acordo com a base de dados de Beck.

De acordo com o IPCC, conforme “dizem unanimemente” os modelos climáticos, o efeito do aumento da temperatura provocado pelos gases com efeito de estufa seria máximo no Antárctico e no Árctico.

Daí a procura impaciente da prova da profecia dos modelos por parte da NASA e da NOAA que gastam fortunas inúteis. Porém, a Natureza contraria essa esperança como se vê na Fig. ZJ7. Os autores desta figura (Schneider et al., 2006) * dizem mesmo que ela é representativa do Hemisfério Sul.

Nos anos 1990 a temperatura do Antárctico apresentou-se como das mais baixas de várias décadas dos últimos duzentos anos. E foi mesmo muito mais baixa do que a média entre 1961 e 1990, dada pela linha horizontal de anomalia zero (Fig. JZ7).

Fixemo-nos na parte norte do planeta e nas temperaturas indicadas pelos cilindros de gelo retirados em Summit e Daye, na Gronelândia (Fig. ZJ8). Nos últimos 8000 anos a temperatura na região do Árctico evoluiu de modo idêntico à da temperatura média global apresentada pelo IPCC no relatório de avaliação de 1990 (Fig. ZJ5). No final do século XX a temperatura da região do Árctico era mais baixa do que no Período Quente Medieval e no Período Quente do Holoceno.

Estes dois períodos quentes foram igualmente revelados nos proxies de temperatura da península Taimyr, Rússia (latitude acima de
70 ºN), nos últimos 2500 anos. Também se concluiu terem sido mais quentes do que o Período Quente Contemporâneo do século XX. Neste, o pico de temperatura situou-se em 1940 (Naurzbayev et al., 2002) *.

A medição termométrica da temperatura superficial da região do Árctico teve início em 1874 na Gronelândia. Seguiram-se nas ilhas norueguesas de Spitsbergen, no Arquipélago Canadiano e na Rússia Siberiana.

Desde essa altura, até aproximadamente ao ano 2000, a temperatura mais elevada registada em 37 estações do Árctico e seis do sub Árctico foi observada nos anos 1930. Era aproximadamente 2 ºC a 5 ºC mais elevada do que antes dos anos 1920.

Mesmo nos anos 1950 a temperatura na região do Árctico apresentou-se mais elevada do que nos anos 1990. Na Gronelândia, a temperatura nos anos 1980 e nos anos 1990 foi semelhante à observada no século XIX (Przybylak, 2000) *.

Existem registos históricos de medidas com termómetros de algumas regiões do Árctico cobrindo os últimos 100 anos (Chylek et al., 2004) *. Na Gronelândia a temperatura mais elevada ocorreu nos anos 1920.

Em 1930, naquela região, a temperatura aumentou
2 ºC a 4 ºC, nalgumas estações, e 6 ºC, noutras. Nessa época, as emissões antropogénicas de CO2 eram nove vezes inferiores às actuais (Marland et al., 2006) *.

Na zona de nascimento dos anticiclones móveis polares gronelandeses, a norte do pico de Summit, a temperatura média de verão diminuiu a uma taxa média de 2,2 ºC por década, desde o começo das medidas em 1987. Resultados semelhantes foram registados entre 1875 e 2000 em várias regiões do Árctico (Polyakov et al., 2003) *.

A divergência verificada nas calotes polares entre as medidas, evoluções e tendências detectadas com termómetros, balões e satélites e as predições dos modelos climáticos tem sido alvo de vasta discussão. De facto, a divergência entre resultados e predições representa o maior falhanço da utilização dos modelos.

Mas não é só nas calotes polares que os modelos falham. Também na zona intertropical o desacerto é flagrante. S. Fred Singer escreveu uma carta, em 13 de Fevereiro de 2007, rejeitada pela Nature, que dizia resumidamente:

«1 – A comparação entre as predições dos modelos e as observações reais contradizem a principal conclusão do IPCC de que a causa do aquecimento é “muito provavelmente” de origem antropogénica.
2 – Os modelos concluem que nos trópicos as tendências [temporais] de aquecimento crescem fortemente com a altitude atingindo o pico a cerca de 10 quilómetros da superfície.
3 – No entanto, as observações reais – balões e satélites – mostram o oposto, pois com a altitude as tendências [temporais] de aquecimento decrescem fortemente.
4 – Esta conclusão permite-nos duvidar da validade dos modelos e considerar que o efeito de estufa antropogénico é extremamente pequeno comparado com os efeitos naturais do clima que são dominantes.»

(continua)
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*A bibliografia pode ser consultada no original de Zbigniew Jaworowski.

Fig. ZJ8 - Temperatura da Gronelândia - 8 mil anos. Fonte: Dahl-Jensen et al., 1998.


Representam-se medidas em cilindros retirados dos mantos de gelo da Gronelândia. O gelo é mau condutor de calor e a sua temperatura mantem-se durante milhares de anos. Nota-se o aquecimento do Holoceno (há 3500-7000 anos), o aquecimento da Idade Média (há 900-1100 anos) e o arrefecimento da Pequena Idade do Gelo (1350-1850). A temperatura há 1000 anos era 1 ºC mais elevada do que actualmente.
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Fig. ZJ7 - Temperatura média do Antárctico. 1800-1999. Fonte: Z. Jaworowski.


A curva superior representa a temperatura média superficial, entre 1800 e 1999, de cinco regiões do Antárctico. Foi reconstruída pelas medições de isótopos estáveis dos cilindros de gelo. A curva inferior representa a medição directa da concentração de CO2 da atmosfera do Hemisfério Norte. Na parte final desta curva a traço interrompido estão marcados valores medidos em Mauna Loa, Havai.
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quinta-feira, abril 24, 2008

Cosmoclimatologia (3)

(Versão parcelar do artigo “CO2: The Greatest Scientific Scandal of Our Time”, de Zbigniew Jaworowski)

Mais do que o próprio volume, a taxa de variação do volume global de gelo da criosfera, nos últimos 750 mil anos, alterou-se em concordância com a insolação. Esta foi marcada pelos parâmetros astronómicos – variações orbitais da Terra –, de acordo com os ciclos de Milutin Milankovitch (Roe, G., 2006, “In defense of Milankovitch”) *.

O estudo de Gerard Roe demonstra que as variações da concentração atmosférica do CO2 estão desfasadas em atraso relativamente às variações do volume global de gelo do planeta. Este facto implica que o papel do CO2 é secundário, como noutras situações, quanto à variação do volume global de gelo.

Neste estudo provou-se, igualmente, que a fusão do gelo precede as variações da concentração do CO2 atmosférico. Comparativamente à influência solar, as variações do CO2 jogam um papel secundário nas transformações no volume global do gelo.

Os parâmetros orbitais são, de facto, determinantes na variação do volume global de gelo, para mais e para menos. Provocam alterações da insolação que promovem variações da massa de gelo. É mais uma prova do papel infinitamente pequeno do CO2 na dinâmica do tempo e do clima.

Em tempos ainda mais longínquos as modificações do sistema solar devem ter tido consequências dramáticas durante o caso conhecido por “Snowball Earth” [Bola de Neve], há 2300 milhões a 700 milhões de anos.

O clima tem-se alterado de forma regular na história geológica da Terra. Em três mil milhões de anos a Terra conheceu vários períodos, mais ou menos longos, de fases frias com várias glaciações (Chumakov, 2004) * e de fases quentes.

Métodos geológicos permitem distinguir cinco categorias de variações climáticas: 1) Super-longas (aproximadamente 150 milhões de anos; 2) Longas (15 milhões de anos); 3) Médias (um milhão a dez milhões de anos); 4) Curtas (dez milhares a centenas de milhares de anos); 5) Ultra-curtas (milénios, séculos ou mais curtos).

No éon Fanerozóico (450 milhões de anos atrás) a Terra atravessou quatro ciclos climáticos super-longos provavelmente relacionados com as mudanças do fluxo dos raios cósmicos causadas pela passagem do Sistema Solar pela Via Láctea (Shaviv e Veizer, 2003) *.

A evolução da temperatura no Fanerozóico seguiu o fluxo dos raios cósmicos e não revela qualquer relacionamento com a concentração atmosférica do CO2. Neste período ocorreram duas glaciações extensas, há 300 milhões de anos, com mínimos de CO2 que foram interpretados com causadores das variações climáticas de então (Berner, 1998) *.

Porém, há 353 a 444 milhões de anos, quando o teor de CO2 na atmosfera era sete a dezassete vezes superior ao actual, também se verificaram glaciações extensas e longas que contradizem aquela interpretação (Chumakov, 2004) *.

Os estudos da paleoclimatologia forneceram dados proxies dos gradientes climáticos globais do Fanerozóico (Berner, 1997) * que não apresentaram qualquer relacionamento com a concentração atmosférica do CO2 estimada (Boucot et al., 2004) *.

A cosmoclimatologia não aceita que a concentração do CO2 atmosférico seja o motor das variações climáticas verificadas há muito longo prazo. Antes pelo contrário, admite que os principais responsáveis sejam os parâmetros orbitais.

(continua)
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*A bibliografia pode ser consultada no original de Zbigniew Jaworowski.

segunda-feira, abril 21, 2008

Cosmoclimatologia (2)

(Versão parcelar do artigo “CO2: The Greatest Scientific Scandal of Our Time”, de Zbigniew Jaworowski)

De acordo com Khilyuk e Chilingar (2006) *, todas as emissões antropogénicas de CO2 durante o tempo histórico do ser humano constituem menos que
0,000 22 % do total de CO2 emitido naturalmente pelo manto terrestre durante toda a história geológica.

Nas alterações climáticas, é desprezável a influência das emissões do CO2 antropogénico provenientes dos processos de transformação de matérias-primas energéticas nas várias formas de energia utilizadas pelo Homem.

As forças da Natureza que guiam o clima (radiação e actividade solar, parâmetros orbitais, emissões naturais, circulação geral da atmosfera, etc.) têm uma ordem de grandeza 4 a 5 vezes superior ao impacto dos gases antropogénicos com efeito de estufa, mesmo sem contar com os raios cósmicos.

Quanto muito, os seres humanos são responsáveis por menos de 0,01 ºC do aumento da temperatura verificado no século passado. A hipótese de ser antropogénica a origem do Período Quente Contemporâneo é, de facto, um mito.

Os factores cosmo climáticos marcaram as variações do clima às escalas decenais, centenárias e milenárias. Durante a Pequena Idade do Gelo (1350 a 1850) o campo magnético solar apresentou-se excepcionalmente fraco.

Essa debilidade foi o reflexo de um extremamente baixo número de manchas solares verificado durante o Mínimo de Maunder (1645 a 1715) que coincidiu com a fase mais fria da Pequena Idade do Gelo. Outro mínimo de manchas solares, o Mínimo de Dalton, que aconteceu no início do século XIX, esteve associado a outra fase fria.

Por outro lado, o Período Quente Medieval e o Período Quente Contemporâneo (aprox. 1930-1960) apresentam baixas intensidades de raios cósmicos produzidos pelos ciclos solares. As evoluções das temperaturas dos seis a dez mil anos passados estiveram associadas a perturbações solares.

As temperaturas do Holoceno foram determinadas pela actividade solar relacionada com os fluxos dos raios cósmicos (Bashkirtsev et Mashnich, 2003; Dergachev et Rasporov, 2000; Friis-Christensen et Lassen, 1991; Marsh et Svensmark, 2000; Svensmark et Friis-Christensen, 1997; Xu et al. 2005; Xu et al., 2006; Bago et Buttler, 2000; Soon et al., 2000) *.

No Período Quente do Holoceno as temperaturas não podem ser atribuídas a gases antropogénicos. A evolução das concentrações do CO2 (efeito) dessa época é que se seguiu à das temperaturas (causa). Não o contrário.

Já foi publicada no MC a figura dos investigadores dinamarqueses que levantou muita controvérsia (ver Fig. 16). Na altura o post “As variações da actividade solar (5)” apresentou sumariamente a explicação de Friis-Christensen e Knud Lassen que está sob escrutínio científico.

Em 3 Abril de 2008 foi publicado um estudo de dois cientistas ingleses T. Sloan e A.W. Wolfendale que demonstra o interesse crescente deste ramo de investigação. Como não podia deixar de acontecer, nas referências bibliográficas deste artigo aparecem muitos nomes citados nos recentes posts (Palle Bago, Butler, Marsh, Svensmark, Usoskin, etc.).

(continua)
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*A bibliografia pode ser consultada no original de Zbigniew Jaworowski.

quinta-feira, abril 17, 2008

Cosmoclimatologia (1)

(Versão parcelar do artigo “CO2: The Greatest Scientific Scandal of Our Time”, de Zbigniew Jaworowski)

Nos últimos 17 anos verificou-se um desenvolvimento rápido de um novo ramo científico: a cosmoclimatologia. Os pioneiros foram os cientistas dinamarqueses Eigil Friis-Christensen e Knud Lassen. Em Novembro de 1991 publicaram um artigo, com 12 páginas, na revista Science relacionando a actividade solar com a temperatura da superfície terrestre.

Em Fevereiro de 2007, outro cientista dinamarquês, Henrik Svensmark, sintetizou o progresso deste ramo num artigo com o título sugestivo “Cosmoclimatology: a new theory emerges” publicado na revista Astronomy & Geophysics.

Os estudos neste domínio pretendem demonstrar que o estado do tempo é influenciado pelos raios cósmicos que penetram na atmosfera terrestre. Segundo esses estudos, o fluxo dos raios cósmicos seria controlado pela variação do vento solar.

Os trabalhos de Svensmark e dos seus colegas, sobre a ligação entre raios cósmicos, nuvens e clima, foram ignorados durante mais de dez anos. Como esta ideia contrariava a hipótese do aquecimento global de origem antropogénica teve uma contestação severa por parte do conhecido lobby do clima.

Daí ter sido difícil obter linhas de financiamento, dentro da Dinamarca, para o prosseguimento da investigação. Para responder aos críticos, a equipa dinamarquesa teve de recorrer a apoios externos (ver abaixo o projecto CLOUD).

Por estranho que pareça, os meteorologistas e os climatologistas nunca souberam realmente explicar a formação das nuvens. Os livros teóricos dizem apenas que, quando o ar se torna bastante frio, a humidade pode condensar para produzir as nuvens.

Inicialmente, têm de existir pequenas partículas a flutuar no ar que são núcleos de condensação das nuvens e que podem dar forma às gotas de água. As partículas mais importantes são gotículas formadas por ácido sulfúrico e água.

É necessário que estejam demasiado disseminadas. Como elas aparecem é um mistério. Um avião de investigação voando sobre o Oceano Pacífico, em 1996, descobriu a formação das gotículas de alta velocidade contradizendo teorias da meteorologia.

Em laboratório as gotículas foram reproduzidas, em 2005, numa grande caixa-de-ar existente no Danish National Space Center, em Copenhaga, numa experiência designada por SKY.

Os raios cósmicos entravam através de uma janela do tecto do laboratório e libertavam electrões no ar que encorajavam a aglutinação das moléculas que produzia micro-gotículas capazes de se associarem em gotículas maiores para formação de nuvens. A velocidade e a eficácia dos electrões até à formação das nuvens causaram grande espanto aos investigadores.

Em 2006, iniciou-se uma investigação laboratorial mais avançada dos efeitos dos raios cósmicos na atmosfera. Uma equipa multinacional está desde então a executar o projecto CLOUD.

Este projecto de investigação beneficia da colaboração do laboratório europeu de física de partículas, CERN, localizado em Genebra, que apoiou os dinamarqueses. A primeira experiência realizada consistiu em reproduzir os resultados do projecto SKY, obtidos em Copenhaga.

Eugene Parker – autor do Prefácio do livro “The Chilling Stars-A new theory of climate change” – descobriu o vento solar, há quase meio século. Parker apoia fortemente este ramo da investigação dinamarquesa e antevê que, a confirmar-se, a teoria dos raios cósmicos, nuvens e clima vai ter uma grande repercussão noutros domínios da ciência.

(continua)

segunda-feira, abril 14, 2008

Não existe aquecimento de origem antropogénica

(Versão parcelar do artigo “CO2: The Greatest Scientific Scandal of Our Time”, de Zbigniew Jaworowski)

A segunda mensagem mais significativa do “Sumário para Decisores Políticos” de 2007, confeccionado pelo IPCC, é a seguinte [citação]:

Most of the observed increase in globally averaged temperatures since the mid-20th century is very likely due to the observed increase in anthropogenic greenhouse concentrations.” – pág. 8.

Em português : A maior parte do aumento observado nas temperaturas médias globais desde meados do sec. XX é, muito provavelmente, devido ao aumento observado na concentração de gases com efeito de estufa de origem antropogénica.

Jaworowski acrescenta, com razão, que nem o Sumário de 2007 nem os três relatórios anteriores do IPCC suportam tal afirmação com qualquer prova científica convincente. Em nenhuma página dos milhares que já foram escritas pelo IPCC, desde 1990, se prova que o Homem é culpado.

A expressão very likely utilizada pelo IPCC significaria uma probabilidade superior a 90 % de responsabilidade das actividades humanas no aumento das temperaturas médias globais observadas desde meados do século XX.

Mas isso não é verdade. Foram os representantes governamentais e burocratas das Nações Unidas, reunidos em Paris, em Fevereiro de 2007, que votaram de braço no ar a expressão very likely. É um conceito muito estranho de probabilidade…

Aliás, os autores que escreveram aquela mensagem no Sumário, acrescentaram ainda, com astúcia, uma nota de pé-de-página: “12 Consideration of remaining uncertainty is based on current methodologies.”

A fraudulenta curva de temperaturas conhecida por “hockey stick” tornou-se no ícone do relatório do IPCC de 2001. Foi construída adoptando um algoritmo distorcido para confundir os decisores políticos. O IPCC havia comunicado, falsamente, que nos anos 1990 a temperatura fora invulgar e mais elevada do que nos mil anos passados.

O Período Quente Medieval (entre os anos 950 e 1300), que fora destacado no relatório anterior do IPCC, desapareceu com o “hockey stick”. Com esta curva, o IPCC fez desaparecer igualmente o Período Quente Romano (200 B.C. a 600 A.D.) e o Período Quente do Holoceno (8000 a 5000 anos Before the Present).

Apagar por apagar, o IPCC também apagou da curva a Pequena Idade do Gelo (1350 a 1850) não fosse alguém discorrer, correctamente, que afinal vivemos numa época posterior a um período de frio, o que pode justificar a retracção de glaciares.

Na Fig. ZJ5, publicada pelo IPCC em 1990, destacam-se perfeitamente os Períodos citados atrás. Distingue-se, ainda, que o nosso tempo decorre após o fim de um período frio (1850) e que as temperaturas actuais são inferiores às dos Períodos Quentes Medieval, Romano e Holoceno. Mas em 2001, o IPCC apagou a verdade histórica.

A fraudulência do “hockey stick” foi provada documentalmente por Legates (2002 e 2003), McIntyre & McKitrick (2003), Soon (2003), Soon & Baliunas (2003), e Soon et al. (2003) *.

Mas a crítica à curva do “hockey stick” do IPCC, de 2001, tornou-se um campo de minas: Os seis editores do jornal Climate Research, que ousou publicar o artigo crítico de Soon & Baliunas (2003), foram despedidos pelo director da revista.

No último “Sumário para Decisores Políticos”, de 2007, o IPCC tentou disfarçar o escândalo truncando o período original de 1000 anos do “hockey stick”. Assim, a partir de 2007, a curva do “hockey stick” passou a ter início apenas em 1850! Exactamente o ano em que a Terra começou a recuperar da Pequena Idade do Gelo. E de forma natural, pois nesse tempo as emissões antropogénicas de CO2 eram 135 vezes menores do que actualmente (Marland et al., 2006) *.

É de sublinhar que os anglo-saxões designam pelo termo curioso de “spaghetti curves” o emaranhado de curvas coloridas de temperaturas, originárias de vários autores, que o IPCC publica em 2007.

Esta recuperação natural desde a Pequena Idade do Gelo é interpretada pelo IPCC como uma calamidade provocada pelo Homem; o IPCC considera os últimos 50 anos como os mais quentes dos 1300 anteriores devido à queima de combustíveis fósseis.

Esta obsessão do IPCC não tem em consideração a evidência dos parâmetros astronómicos dos últimos 50 anos, em que a actividade solar foi a mais elevada dos últimos milénios.

A Fig. ZJ6 mostra que nos últimos 8000 anos nunca se verificou uma actividade solar tão intensa como a dos tempos mais próximos. O Sol foi a causa dominante da elevação da temperatura média global das últimas três décadas (Solanki et al., 2004) *.

(continua)
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*A bibliografia pode ser consultada no original de Zbigniew Jaworowski.

Fig. ZJ6 - Actividade solar dos últimos 11 400 anos. Fonte: Solanki e Usoskin.


A actividade solar está representada pelo número de manchas solares reconstruídas a partir do carbono-14 dos últimos 11 mil anos "before the present" até 1610. A partir deste ano representaram-se as observações telescópicas das manchas solares. A actividade solar dos últimos 70 anos foi excepcionalmente elevada. Houve um número de manchas solares igualmente elevado há mais de oito mil anos, como se vê na figura.
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Fig. ZJ5 - Temperaturas globais dos últimos 10 mil anos. Fonte: IPCC, 1990.


A linha horizontal a traço interrompido representa a temperatura do início do século XX. Nos relatórios de 2001 e 2007 o IPCC ignorou o traçado mais antigo desta curva. Apresentou apenas o aquecimento recente.
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sexta-feira, abril 11, 2008

Inverno do Hemisfério Norte. 2007-2008

Satisfazendo um pedido antigo de alguns leitores, disponibiliza-se o relatório “Northern Hemisphere Snow and Ice Winter 2007/2008” da NOAA. Este relatório mostra a neve e o gelo do HN.

Neste inverno houve muita neve, não só nos EUA. O HN foi afectado por muita queda de neve. Numas regiões mais do que noutras.

Estão separados os relatos dos meses de Outubro de 2007 a Março de 2008. Também se encontra uma referência ao fenómeno La Niña (no relato de Março de 2008).

Em todo o relatório da NOAA é possível encontrar cerca de uma dezena de links que podem ser explorados para encontrar informação mais pormenorizada.

terça-feira, abril 08, 2008

Entrevista Rádio Europa

A Rádio Europa realizou uma entrevista com o autor do MC. O motivo principal foi o lançamento do livro «Ficção Científica de Al Gore» mas a entrevista extrapolou, em muito, o âmbito do livro. A entrevistadora, Mónica Peixoto, preparou a entrevista com grande rigor e profissionalismo.

Embora estivesse previsto uma entrevista de 40 minutos a conversa durou mais de uma hora. Mas, de facto, serão aproveitados apenas 40 minutos quando a entrevista for para o ar no programa “Entrevista Europa” com os seguintes horários:

4ªfeira, 09/04/08, às 19 h 05 m
Sábado, 12/04/08, às 18 h 05 m.

A Rádio Europa transmite em 90.4 FM.

P.S. A entrevista pode ser ouvida on-line. Basta ir ao sítio da Rádio Europa e ligar em "ouvir em directo" no canto superior esquerdo.

segunda-feira, abril 07, 2008

Medições directas do CO2 na atmosfera

(Cont. da tradução parcial do artigo “CO2: The Greatest Scientific Scandal of Our Time”, de Zbigniew Jaworowski)

De acordo com o anterior, somos forçados a concluir que toda a teoria do aquecimento global de origem antropogénica – com as respectivas repercussões na ciência e consequências graves na política e na economia global - se baseia em estudos de cilindros de gelo que proporcionaram um retrato falso dos teores atmosféricos de CO2.

Entretanto, mais de 90 mil medições directas do CO2 realizadas na atmosfera, por processos químicos excelentes, foram desprezadas arbitrariamente. As medições realizaram-se, entre 1812 e 1961, nos EUA, na Ásia e na Europa, com uma exactidão superior a
3 %.

Estas medições estão publicadas em 175 documentos técnicos. Mas, nas últimas três décadas foram completamente ignoradas por alguns climatologistas. O cientista alemão Ernst-Georg Beck compilou-as recentemente (Beck, 2006a; Beck, 2006b; Beck,
2007) *.

Os climatologistas ignoram-nas não porque estejam erradas. As medições até foram realizadas por vários prémios Nobel. Utilizaram-se procedimentos técnicos padrão referidos em livros de química, bioquímica, botânica, higiene, medicina, nutrição e ecologia.

A única razão para a rejeição está no facto de os resultados não se ajustarem à hipótese do aquecimento global de origem antropogénica. Zbigniew Jaworowski considera tal razão o maior escândalo científico da actualidade.

As 90 mil medições constituem uma excelente base de dados. São um precioso tesouro científico (com valores variando até 550 ppmv). Dessa base de dados, os fundadores do aquecimento global antropogénico seleccionaram apenas uma parcela mínima. Aquela que lhes convinha.

Historicamente, seleccionou-se somente uma minúscula porção de valores com baixas concentrações. São muito badalados os estudos tendenciosos do inglês Guy Stewart Callendar e do americano Charles David Keeling.

Rejeitaram-se valores elevados para formar um conjunto falso de concentrações pré-industriais baixos à volta de 280 ppmv (Callendar,1949; Callendar, 1958; Keeling, 1986) *. Este processo permitiu a especulação climática que vem sendo adicionada por outros semelhantemente espúrios.

Esta manipulação tem sido denunciada diversas vezes desde os anos 1950 (Fonselius et al. 1956; Jaworowski et al. 1992b; Slocum, 1955) *. Recentemente, em 2007, Beck realizou um estudo detalhado desta denúncia.

Os resultados do estudo monumental de Ernst-Georg Beck sobre um conjunto denso de medidas atmosféricas directas do CO2 dos séculos XIX e XX, alisados com médias de cinco anos, encontram-se na Fig. ZJ4.

As medidas atmosféricas demonstram que a mais importante mensagem política do IPCC está errada: - Não é verdade que o teor atmosférico durante a era pré-industrial fosse cerca de 25 % mais baixo do que o actual e também não é verdade que as emissões antropogénicas tenham provocado o aquecimento benéfico que usufruímos.

As medidas atmosféricas directas indicam que entre 1812 e 1961 as concentrações de CO2 flutuaram entre cerca de 150 ppmv e valores muito mais altos do que os dos dias de hoje.

À excepção do ano 1885, todas estas medidas directas deram sempre resultados mais elevados do que os dos proxies dos cilindros de gelo. Durante os 149 anos, de 1812 a 1961, houve três períodos com concentrações muito mais elevadas do que os 379 ppmv do ano 2004 (IPCC, 2007) *.

Em torno do ano 1820 a concentração atmosférica era de aproximadamente 440 ppmv. À volta de 1885 era de 390 ppmv. E nas proximidades de 1940 mediram-se novamente 440 ppmv no CO2 atmosférico.

Os valiosos dados compilados por Beck (Beck, 2007) * sugerem também que as variações das concentrações atmosféricas de CO2 se verificaram depois das variações das temperaturas.

Todas estas conclusões invalidam a hipótese do «global warming» originado pelas emissões antropogénicas de CO2.

(continua)
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*A bibliografia pode ser consultada no original de Zbigniew Jaworowski.

Fig. ZJ4 - Concentração CO2 vs temperatura do HN. Fonte: Ernst-Georg Beck.

A reconstrução a vermelho, para o Hemisfério Norte (HN), foi baseada em 90 mil medições químicas directas de 43 estações entre 1812 e 1961. Na curva mais baixa, a preto, apresentam-se valores artificias retirados de cilindros de gelo do Antárctico. A curva a azul assinala a evolução da temperatura média do HN. As medições pré-industriais por métodos químicos são manifestamente mais elevadas do que as dos cilindros de gelo.
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