domingo, junho 28, 2009

A fábula do aquecimento global (4)

(Continuação da entrevista da La Nouvelle Revue d’Histoire)

La Nouvelle Revue d’Histoire – Qual é a base para o que qualifica como «mito do aquecimento global» planetário?

Marcel Leroux – Em 1988, os Estados Unidos da América viviam dramaticamente num período de uma seca acompanhada de ventos e poeiras. Esta situação recordava os anos 1930 do Dust-Bowl. John Steinbeck ilustrou-a n’ «As Vinhas da Ira».

Em Junho de 1988, James E. Hansen (cientista da NASA) (*) apresentou-se no Congresso dos EUA com uma curva das temperaturas médias anuais de anos anteriores às quais acrescentou as temperaturas médias determinadas para os cinco últimos meses.

O ardil de misturar temperaturas anuais com mensais fez escalar artificialmente a curva das temperaturas médias anuais dos EUA. Este procedimento desonesto disparou o «pânico climático» já preparado desde longa data pelos movimentos ambientalistas. Foi assim que se criou o IPCC.

A partir desta data, o número de pretensos climatologistas, a mais das vezes auto-proclamados ou designados pelos governos, aumentou de uma maneira vertiginosa. O clima tornou-se o assunto das organizações ambientalistas, dos jornalistas ditos científicos, dos media e dos políticos.

Ao mesmo tempo, tudo foi hipersimplificado pelos delegados designados pelos governos e denominados «experts» (portanto, políticos ou cientistas politizados). Os «experts» decidiram, como em Paris em Fevereiro de 2007, a redacção do «Resumo para Decisores» (Summary for Policyma­kers). [Ver A politização da ciência]

Durante as cimeiras do IPCC são orquestrados, com fortes simplificações e regateios entre os tais «experts», e até com mentiras descaradas, os «golpes» mediáticos destinados a impressionar a opinião pública e dos decisores políticos.

Deste modo, em 1995, foi introduzida, fora do debate científico, a afirmação nunca demonstrada da «responsabilidade do Homem no aquecimento global». Com estes procedimentos, fica-se cada vez mais longe da climatologia!

Mas é desta maneira que os políticos e os media sobem a parada do catastrofismo do aquecimento global … com a mesma garantia e o mesmo vigor com que nos anos 1970 anunciavam a entrada numa «nova idade do gelo»!

(Continua)
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(*) James E. Hansen foi recentemente preso numa manifestação carbo-fóbica de desobediência civil. Hansen afasta-se cada vez mais da ciência.