quarta-feira, julho 30, 2008

A grande seca do Sahel

Nas latitudes médias, o processo que conduz às secas de longo prazo envolve a formação de aglutinações anticiclónicas (AA) produzidas por anticiclones móveis polares (AMP).

Nos trópicos, as condições da pluviogenesis podem sofrer perturbações que dificultam a precipitação. As condições do transporte de vapor de água de longa distância e a ascendência podem ser especialmente perturbadas.

As perturbações advêm, fundamentalmente, de fenómenos de interferência dos alísios, que sopram dos continentes para os oceanos, e do equador meteorológico. Tanto uns como o outro podem dificultar a precipitação.

A definição clássica de equador meteorológico pode ser encontrada na internet, por exemplo, nos seguintes links: (1), (2), (3), (4). Em relação à definição moderna só em livros é possível encontrá-la como no referido no fim deste post.

O equador meteorológico (EM) forma-se na zona de confluência dos AMP boreais e austrais junto ao equador geográfico (EG). Em termos gerais, no Inverno do Hemisfério Norte, o EM é empurrado para Sul.

Nas fases frias, como aconteceu na Pequena Idade do Gelo, o EM situa-se a sul do EG sobre o continente Africano. Em fases quentes, como sucedeu no Óptimo Climático do Holoceno, o EM situa-se a norte do EG por cima do continente Africano.

Consequentemente, a posição do EM sobre o continente Africano é definidora da fase ou do cenário quente ou frio que se vive, pelo menos, em África. E na fase actual situa-se, manifestamente, a sul do EG, desde os anos 1970. Isto é, após o shift de 1975/76.

A trágica e alarmante falta de chuvas de Verão ao sul do Sara que se verifica desde os anos 1970 continua a subsistir nos dias de hoje com pequenas remissões locais. Essa tragédia faz-se sentir em lagos que estão a secar na região de Dakar e na República do Chade.

O caudal do rio Níger reduz-se a zero. As colheitas minguam. Verifica-se um êxodo forçado das populações rurais que sentem falta de alimentos para a sua subsistência. Daqui resultam muitos conflitos sociais.

Têm sido adiantadas hipóteses sem consistência para tentar explicar este fenómeno meteorológico local. Vão desde a interferência do Homem africano – que alteraria o albedo – até ao inevitável «global warming» devido aos malfadados gases antropogénicos do Homem planetário.

Mas a verdade é que grande seca do Sahel resulta da alteração da circulação geral da atmosfera que tem vindo a provocar aglutinações anticiclónicas não só sobre o Atlântico (Açores, Madeira, Canárias, Cabo Verde) mas também sobre o continente Africano (Mauritânia, Senegal, Mali, Níger, Chade, Sudão).

O aumento das pressões atmosféricas que se tem vindo a verificar na Europa também se estendeu para Sul. Especialmente, sobre o norte do continente Africano. A pressão tem subido da Mauritânia ao Djibuti, passando pelo Senegal, Sudão, etc.

A propósito, nenhum modelo informático do clima inclui quer a inversão dos alísios quer o equador meteorológico. Não existem equações matemáticas capazes de reproduzir estes fenómenos reais como muitos outros (representação das nuvens, p.e.).

O fantasista Al Gore, no livro/filme «Uma Verdade Inconveniente», culpa o aquecimento global pelo desaparecimento do Lago Chade o que, por sua vez, contribuiu para a fome e o genocídio. O seu émulo português Filipe Duarte Santos disse o mesmo no programa da RTP2 no dia 8 de Junho de 2008.

A falta de rigor das afirmações de ambos tem consequências deploráveis na desinformação da opinião pública. E tais intervenções, por estranho que pareça, são mais graves da parte de Filipe Duarte Santos porque, ao contrário de Al Gore, se apresenta como investigador universitário, mas denota uma grande falta de conhecimentos nesta matéria.

A grande seca do Sahel e demais fenómenos meteorológicos e climáticos do continente Africano são descritos por Marcel Leroux no livro The Meteorological and Climate of Tropical África, Springer & Praxis, 2001, 548 páginas, ISBN 3-540-42636-1.

Esta obra resultou do estudo encomendado pela Organização Meteorológica Mundial ao climatologista que mais percebe do clima de África e não só. O livro inclui 225 figuras e um CD com 350 mapas que relatam os vários factores da meteorologia e climatologia e os seus efeitos no continente Africano.

Foi durante a execução deste estudo que Marcel Leroux encontrou inconsistências na teoria clássica relativamente às explicações da estrutura troposférica da África tropical. Pôs em dúvida o esquema tricelular clássico da circulação geral da atmosfera que é o pilar básico da climatologia clássica.

Marcel Leroux procurou então um outro esquema que se ajustasse à realidade observável. Estando em Cabo Verde, imaginou que a circulação tinha origem nos Pólos. As imagens enviadas pelos satélites meteorológicos vieram confirmar esta hipótese. A dinâmica dos anticiclones móveis polares era manifestamente visível.

segunda-feira, julho 28, 2008

Secas e ondas de calor nos EUA

O drama das secas meteorológicas sempre preocupou os norte-americanos. Tanto no Inverno como no Verão. São frequentes as ondas de calor e as secas no Midwest e nas Grandes Planícies (a leste das Montanhas Rochosas). Nesta região as aglutinações anticiclónicas são endémicas.

As Montanhas Rochosas dividem os EUA em duas partes pertencentes a dois espaços aerológicos com dinâmicas distintas. No de leste descem os anticiclones móveis polares (AMP) a caminho do Golfo do México.

Como o berço dos AMP está relativamente perto da América do Norte, os AMP aparecem do lado do Atlântico com potência e frequência elevadas. Formam-se facilmente aglutinações anticiclónicas fortes a leste das Montanhas Rochosas.

Na década de 1930, especialmente nos anos 1934-1936, verificou-se talvez a pior seca da história dos EUA. A situação dramática ficou conhecida como Dust Bowl que já foi referida várias vezes no MC.

O drama do Dust Bowl também está ligado ao da Grande Depressão dos anos 1930 nos EUA. Daí que o tema da seca seja uma preocupação constante das autoridades norte-americanas quaisquer que elas sejam.

Chicago sofreu, em 1995, uma onda de calor entre 11 e 17 de Julho, que registou a morte de cerca de 600 pessoas. A temperatura chegou a atingir o máximo de 41 ºC no dia 13 de Julho. A cidade foi martirizada pelo efeito das ilhas de calor.

Mas Chicago já sofreu várias ondas de calor com referem Kenneth E. Kunkel e outros autores no estudo mais geral “Temporal Fluctuations in Weather and Climate Extremes That Cause Economic and Human Health Impacts: A Review”. O número de vítimas registadas em ondas de calor foi:

“(…) 1) 1936 with 297 deaths, 2) 1934 with 213 deaths, 3) 1995 with 525 deaths, 4) 1988 with 382 deaths, and 5) 1931 with 169 deaths.”

Por outro lado, Michale Palecki et al. mencionam outros episódios de secas norte-americanas. No Abstract pode-se ler:

The July 1999 heat wave in the Midwest was an event of relatively long duration punctuated by extreme conditions during its last 2 days. The intensity of the heat wave on July 29 and 30 rivalled that of the 1995 heat wave that killed more than 1000 people in the central United States. (…) In St. Louis, the 1999 heat wave was intense for a much longer duration than the 1995 heat wave, thus partially explaining the increase in heat-related deaths there from the 1995 event to the 1999 event (…).”

Todas estas fatalidades estiveram associadas a altas pressões atmosféricas. Os gases com efeito de estufa não foram tidos nem achados para o aparecimento destes fenómenos meteorológicos.

Os AMP quando passam na América do Norte ainda são robustos, uma vez que não estão longe de sua terra natal. Assim, este continente é particularmente susceptível de ser coberto por AA. Os AMP, às vezes, podem abranger toda a América do Norte.

Se os AMP muito potentes avançam lentamente, aumentam e mantêm a estabilidade anticiclónica resultante durante mais tempo. Consequentemente, elevam bastante o valor da pressão atmosférica. Resultam, deste modo, ‘dog days’ persistentes com agravamento nas grandes cidades.

Por vezes, também se encontra a explicação ilógica da elevação da temperatura do mar como causa das ondas de calor (ver “Explicações oficiais confusas”). Mas são os próprios proponentes desta hipótese que lançam a dúvida.

De facto, McCabe e colegas, num artigo publicado nos Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), procuraram correlacionar dois índices, o PDOPacific Decal Oscillation e o AMOAtlantic Decadal Oscillation, com as secas nos EUA.

Os cientistas americanos, ao realizaram este interessante estudo, concluem honestamente que ‘the mechanisms are not well understood and cannot yet be used to help predict the likelihood of droughts’.

Chama-se a atenção para a importante “Fig. 4 - Time series of the annual PDO and AMO. Shaded areas indicate combinations of positive (+) and negative (-) PDO and AMO periods” do artigo de McCabe et al. (pág. 4140).

Na parte superior desta Fig. 4 está registado o shift climático 1976 com a passagem da fase negativa para a positiva do PDO. É uma prova material da inocência do Homem quanto à causa do «global warming» verificado a partir de então.

Este shift de 1976 foi estudado, juntamente com outro registado em 1989, pelos americanos Steven R. Hare e Nathan J. Mantuab, fundamentalmente, do ponto de vista oceanográfico.

Neste tipo de análises também é possível encontrar a dicotomia entre as teorias clássica e moderna: - Qual foi a causa da variação brusca do PDO em 1976? A climatologia clássica não tem resposta. Refere apenas valores estatísticos sem ir ao cerne da questão.

A moderna assevera que foi o arrefecimento do Árctico (e do Antárctico, também). Desde então, alterou-se o padrão da circulação geral da atmosfera, especialmente nos Invernos. Os AMP robusteceram-se nos Invernos e fizeram inverter o PDO.

O índice AMO poderia, neste estudo, ter sido substituído pelo índice NAONorth Atlantic Oscillation, talvez como mais significativo para a situação do Oceano Atlântico durante as ondas de calor.

quinta-feira, julho 24, 2008

Inverno: aglutinações continentais

No Inverno, na Europa ocidental têm acontecido frequentes e extensas aglutinações anticiclónicas (AA) de duração variável com períodos mais ou menos longos, com um máximo de 49 dias seguidos, em 1988-89. Entre 1988 e 1993 sucederam as seguintes AA:

- Em 1988-89, durante 77 dias, em três períodos, dos quais o mais longo foi de 49 dias;
- Em 1989-90, durante 86 dias, em quatro períodos, dos quais o mais longo foi de 39 dias;
-Em 1990-91, durante 52 dias, em quatro períodos, dos quais o mais longo foi de 26 dias;
- Em 1991-92, durante 111 dias, em cinco períodos, dos quais o mais longo foi de 30 dias;
- Em 1992-93, durante 105 dias, em cinco períodos, dos quais o mais longo foi de 39 dias.

Fonte: Leroux, M. (2005). Global Warming: Myth or Reality – The Erring Ways of Climatology, Springer-Praxis, p. 290.

Nos Invernos com menos neve, como em 2001-2002, o número e a potência dos anticiclones móveis polares (AMP) é maior originando aglutinações anticiclónicas mais frequentes. A situação inverte-se quando a neve é mais abundante, como em 2002-2003.

A abundância ou a escassez de neve nas estâncias de inverno não tem rigorosamente nada a ver com o efeito de estufa. Depende exclusivamente da gestação e das trajectórias dos AMP.

Estas situações não se devem ao cenário de aquecimento global. Antes pelo contrário. É um cenário de aumento da potência e da frequência dos anticiclones móveis polares nascidos nos Invernos a partir de 1975/76, que marca o modo rápido dos períodos frios.

Estas e outras aglutinações semelhantes contribuíram para a retracção de glaciares, por exemplo, no Hemisfério Sul . Tanto mais que, durante os dias da sua permanência, o tempo se apresenta limpo com insolação elevada.

A prova desta gestação de aglutinações encontra-se na evolução da pressão atmosférica. Já se apresentaram estas provas no MC. Recorde-se a Fig.1 (pressões em Lisboa e em Constança, Roménia) e a Fig. 59 (pressão entre Lisboa e Porto).

A meio caminho de Lisboa e Constança, na Bavária, Alemanha, a pressão atmosférica subiu 2 hPa (hectopascal) entre 1970-1980. A evolução crescente da pressão atmosférica não pode ser atribuída ao aquecimento global. Volta-se a sublinhar que um cenário de aquecimento conduziria a uma evolução decrescente da pressão atmosférica sobre os continentes.

O excesso ou a escassez de neve nas montanhas não depende seguramente do efeito de estufa. E o crescimento das pressões atmosféricas sobre os continentes não depende certamente do cenário de aquecimento global.

A causa de toda esta situação, no Hemisfério Norte, é o acentuado arrefecimento do Árctico, nomeadamente na região situada entre o Pólo Norte Magnético e o norte da Gronelândia. Contrariamente à ideia generalizada é esta a verdade: a região boreal, na sua constituição fundamental, arrefeceu a partir de meados dos anos 1970.

terça-feira, julho 22, 2008

Inverno: seca e neve tardia

A seca meteorológica não está necessariamente associada ao calor. As aglutinações anticiclónicas explicam a falta de precipitação e a demora de queda de neve no Inverno que são erradamente imputadas ao aquecimento global.

Actualmente, as AA são mais frequentes no Inverno devido à maior frequência dos anticiclones móveis polares (AMP). Por isso, as ausências de precipitação e de queda de neve são também mais frequentes nesta estação do ano.

Daí que aconteçam curtos períodos com quedas de neve tardias em relação ao normal. Este facto é explorado sensacionalmente pelos alarmistas como prova do «global warming». Saliente-se ainda que as AA não se repetem em iguais períodos de anos sucessivos.

Recentemente tivemos conhecimento das tardias quedas de neve na Serra da Estrela, em Portugal, e da Serra Nevada, em Espanha, bem como de outras estâncias de turismo de Inverno na Europa. Foi enorme a exploração sensacionalista deste facto.

Justificou-se então a necessidade da neve artificial como uma nova área de negócios … para o turismo de Inverno. Nos EUA uma ONG ameaçou levar a tribunal as empresas petrolíferas pela neve tardia nas estâncias de esqui.

A irregularidade das quedas de neve não é uma manifestação do «global warming» mas sim da irregularidade com que se formam as AA de Inverno. Acontecem no início mas também podem acontecer no meio do Inverno.

Os nevões aparecem quando um ou mais AMP suficientemente potentes rompem a aglutinação anticiclónica impeditiva da precipitação ou da queda de neve.

Do mesmo modo no Verão uma onda de calor termina quando um ou mais AMP rasgam a AA e assim se permite a entrada de ar fresco.

No mês de Julho de 2008, Portugal tem estado debaixo de aglutinações anticiclónicas não muito profundas. As pressões atmosféricas não se têm elevado o suficiente para provocar ondas de calor muito pronunciadas.

Mas quem sofre são as eólicas que estão paradas durante horas seguidas. Principalmente as instaladas no interior já que as junto à costa vão recebendo umas brisas suficientes para mover lentamente as suas pás.

segunda-feira, julho 21, 2008

Dramática confissão. E em Portugal?

[O assunto é demasiado sensível para arriscar confusões com uma tradução]
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No smoking hot spot

David Evans July 18, 2008

I DEVOTED six years to carbon accounting, building models for the Australian Greenhouse Office. I am the rocket scientist who wrote the carbon accounting model (FullCAM) that measures Australia's compliance with the Kyoto Protocol, in the land use change and forestry sector.

FullCAM models carbon flows in plants, mulch, debris, soils and agricultural products, using inputs such as climate data, plant physiology and satellite data. I've been following the global warming debate closely for years.

When I started that job in 1999 the evidence that carbon emissions caused global warming seemed pretty good: CO2 is a greenhouse gas, the old ice core data, no other suspects.

The evidence was not conclusive, but why wait until we were certain when it appeared we needed to act quickly? Soon government and the scientific community were working together and lots of science research jobs were created. We scientists had political support, the ear of government, big budgets, and we felt fairly important and useful (well, I did anyway). It was great. We were working to save the planet.

But since 1999 new evidence has seriously weakened the case that carbon emissions are the main cause of global warming, and by 2007 the evidence was pretty conclusive that carbon played only a minor role and was not the main cause of the recent global warming. As Lord Keynes famously said, "When the facts change, I change my mind. What do you do, sir?"

There has not been a public debate about the causes of global warming and most of the public and our decision makers are not aware of the most basic salient facts:

1. The greenhouse signature is missing. We have been looking and measuring for years, and cannot find it.

Each possible cause of global warming has a different pattern of where in the planet the warming occurs first and the most. The signature of an increased greenhouse effect is a hot spot about 10 km up in the atmosphere over the tropics. We have been measuring the atmosphere for decades using radiosondes: weather balloons with thermometers that radio back the temperature as the balloon ascends through the atmosphere. They show no hot spot. Whatsoever.

If there is no hot spot then an increased greenhouse effect is not the cause of global warming. So we know for sure that carbon emissions are not a significant cause of the global warming. If we had found the greenhouse signature then I would be an alarmist again.

When the signature was found to be missing in 2007 (after the latest IPCC report), alarmists objected that maybe the readings of the radiosonde thermometers might not be accurate and maybe the hot spot was there but had gone undetected. Yet hundreds of radiosondes have given the same answer, so statistically it is not possible that they missed the hot spot.

Recently the alarmists have suggested we ignore the radiosonde thermometers, but instead take the radiosonde wind measurements, apply a theory about wind shear, and run the results through their computers to estimate the temperatures. They then say that the results show that we cannot rule out the presence of a hot spot. If you believe that you'd believe anything.

2. There is no evidence to support the idea that carbon emissions cause significant global warming. None. There is plenty of evidence that global warming has occurred, and theory suggests that carbon emissions should raise temperatures (though by how much is hotly disputed) but there are no observations by anyone that implicate carbon emissions as a significant cause of the recent global warming.

3. The satellites that measure the world's temperature all say that the warming trend ended in 2001, and that the temperature has dropped about 0.6 ºC in the past year (to the temperature of 1980). Land-based temperature readings are corrupted by the "urban heat island" effect: urban areas encroaching on thermometer stations warm the micro-climate around the thermometer, due to vegetation changes, concrete, cars, houses. Satellite data is the only temperature data we can trust, but it only goes back to 1979. NASA reports only land-based data, and reports a modest warming trend and recent cooling. The other three global temperature records use a mix of satellite and land measurements, or satellite only, and they all show no warming since 2001 and a recent cooling.

4. The new ice cores show that in the past six global warmings over the past half a million years, the temperature rises occurred on average 800 years before the accompanying rise in atmospheric carbon. Which says something important about which was cause and which was effect.

None of these points are controversial. The alarmist scientists agree with them, though they would dispute their relevance.

The last point was known and past dispute by 2003, yet Al Gore made his movie in 2005 and presented the ice cores as the sole reason for believing that carbon emissions cause global warming. In any other political context our cynical and experienced press corps would surely have called this dishonest and widely questioned the politician's assertion.

Until now the global warming debate has merely been an academic matter of little interest. Now that it matters, we should debate the causes of global warming.

So far that debate has just consisted of a simple sleight of hand: show evidence of global warming, and while the audience is stunned at the implications, simply assert that it is due to carbon emissions.

In the minds of the audience, the evidence that global warming has occurred becomes conflated with the alleged cause, and the audience hasn't noticed that the cause was merely asserted, not proved.

If there really was any evidence that carbon emissions caused global warming, don't you think we would have heard all about it ad nauseam by now?

The world has spent $50 billion on global warming since 1990, and we have not found any actual evidence that carbon emissions cause global warming. Evidence consists of observations made by someone at some time that supports the idea that carbon emissions cause global warming. Computer models and theoretical calculations are not evidence, they are just theory.

What is going to happen over the next decade as global temperatures continue not to rise? The Labor Government is about to deliberately wreck the economy in order to reduce carbon emissions. If the reasons later turn out to be bogus, the electorate is not going to re-elect a Labor government for a long time. When it comes to light that the carbon scare was known to be bogus in 2008, the ALP is going to be regarded as criminally negligent or ideologically stupid for not having seen through it. And if the Liberals support the general thrust of their actions, they will be seen likewise.

The onus should be on those who want to change things to provide evidence for why the changes are necessary. The Australian public is eventually going to have to be told the evidence anyway, so it might as well be told before wrecking the economy.

Dr David Evans was a consultant to the Australian Greenhouse Office from 1999 to 2005.
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E em Portugal, quem se confessa que tem andado a prejudicar todos os portugueses?

Fonte: http://www.theaustralian.news.com.au/story/0,25197,24036736-7583,00.html

domingo, julho 20, 2008

Explicações oficiais confusas

Nenhum modelo operacional poderia prever com três meses de antecedência a chegada desta última onda de calor do verão de 2003’. Esta conclusão sobre a incapacidade de previsão sazonal dos modelos é aceite pela generalidade dos organismos oficiais. Dentre eles, pode-se citar o Centre Européen de Recherche et de Formation Avancée en Calcul Scientifique (CERFACS), o Météo-France e a Académie des Sciences, de Paris.

A conclusão acima foi reiterada no nº 172 (Maio/2004) do Journal du Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS). Esta importante publicação científica acrescentou ainda as palavras que são elucidativas da desorientação oficial:

Os climatologistas admitem que a anomalia das temperaturas superficiais da água do mar do Atlântico Norte detectada nos meses de Abril a Julho de 2003 … pode ser considerada como um dos precursores desta onda de calor”.

Mesmo que os modelos houvessem sido alimentados com os valores exactos daquela anomalia não teriam sido capazes de prever o acontecimento de Agosto de 2003”.

Conclusão: A causa da onda de calor não pode ser reduzida à simples anomalia … estiveram provavelmente presentes fenómenos complexos, envolvendo interacções entre o oceano e a atmosfera, até agora incompreendidos pelos climatologistas e dificilmente explicados pelos modelos”.

O uso de expressões tais como ‘fenómenos complexos’, ‘incompreendidos pelos climatologistas’, ‘dificilmente explicados pelos modelos’, ‘estiveram provavelmente presentes’ é uma manifestação da desorientação dos que se baseiam em modelos.

Esta onda de calor veio pôr a descoberto o insuficiente estado de conhecimentos das autoridades internacionais e dos meios de comunicação social quanto ao estado do tempo e do clima. Tudo por se terem embrenhado no caminho equívoco dos modelos.

Responsáveis governamentais afirmaram, sem temer o facto de estarem a violar leis científicas, que uma onda de calor se conforma com as previsões dos modelos. Mas eles não fazem a mínima ideia de como se processa um fenómeno meteorológico deste tipo.

Mas, mais grave ainda, cientistas com grandes responsabilidades públicas também afirmaram sem vacilar que a onda de calor se ficou a dever às alterações climáticas ou ao aquecimento global.

Eles não são capazes sequer de descrever com exactidão os mecanismos relevantes que conduzem a uma onda de calor. Como seria possível que os gases com efeito de estufa elevassem abruptamente a pressão atmosférica, formassem aglutinações anticiclónicas e as mantivessem durante tanto tempo?

Só falta acusar os gases antropogénicos de serem causadores das “deslocações” do anticiclone dos Açores – que não é mais do que uma aglutinação anticiclónica natural. O mais alto responsável da Météo-France respondeu numa entrevista:

Estes fenómenos meteorológicos excepcionais que observamos cada vez mais frequentemente são manifestações avançadas das alterações climáticas … As ondas de calor podem acontecer daqui para a frente com uma frequência cinco vezes superior à actualmente existente.

“Manifestações avançadas das alterações climáticas” … Francamente! Seria o caso de lhe perguntar: - Porquê a quintuplicação das ondas de calor? Tem a Météo-France condições de fornecer publicamente uma explicação coerente para o que acaba de dizer? Ou trata-se mais de uma convicção do que uma certeza? A ciência baseia-se em convicções ou em provas com explicações racionais?

Phil Jones, director do Climatic Research Unit (CRU), foi ainda mais afirmativo ao dizer ao jornal The Independent:

Esta vaga de calor de 2003 pode ser directamente atribuída, não à variabilidade natural, mas ao aquecimento global causado pelas actividades humanas”, sem arriscar qualquer explicação para tão infundada afirmação.

Recorda-se que o CRU é o organismo oficial do Reino Unido que fornece as cada vez mais contestadas temperaturas dos termómetros que o IPCC publica sem hesitar nos seus relatórios anunciadores das catástrofes que se avizinham.

Estas respostas pavlovianas correspondem aos interesses dos que automaticamente as querem ouvir e passam a reproduzir aos quatro ventos. Não têm qualquer fundamento científico nem correspondem a um saber provado e comprovado.

É tudo apenas convicção baseada no que os modelos ‘dizem’. Servem para manter a ilusão do «global warming» e a fonte de financiamento inesgotável que os decisores políticos disponibilizam à custa dos contribuintes.

Percebe-se que o debate científico não seja do interesse dos media pois a preocupação principal destes é o tratamento dos acontecimentos meteorológicos como notícias sensacionalistas que entretêm a audiência em vez de a esclarecer correctamente.

Mas os cientistas sérios deveriam estar preocupados em debater explicações a fim de encontrar aquelas de nível superior. Mas também não é isso que acontece. O IPCC, no livro Climate Change 2007-The Physical Science Basis, 996 pp., do Working Group I, afirma, na pág. 40:

Spring drying of the land surface over Europe was an important factor in the occurrence of the extreme 2003 temperatures [heat waves].

Ou seja, o IPCC não fala explicitamente em gases com efeito de estufa, citando apenas a Primavera seca, embora nas quase mil páginas dê sempre a entender, página após página, implicitamente que são os gases com efeito de estufa os culpados de tudo quanto acontece de mal no planeta.

Para concluir, a citação abaixo destina-se àqueles – alguns intitulando-se cientistas ou investigadores – que se referem ao som das caixas registadoras a tilintar com a entrada de dinheiro pago pelas petrolíferas e que estão a esquecer-se muito convenientemente do dinheiro que, à custa dos contribuintes, recebem de políticos ignorantes.

Global Warming defenders always follow three methods: a) Never discuss scientific facts, every time these are not in their favour; b) Ignore or marginalize opposition; c) If that does not work attack opponents in persona and try to smear them with everything you've got – ad hominem attacks.

sexta-feira, julho 18, 2008

A culpa é das altas pressões

O que é necessário para se formar uma aglutinação anticiclónica? O movimento dos AMP pode ser amortecido, ou até estancado – dependendo da densidade do ar e da velocidade de deslocação –, pela presença de relevos fixos (geográficos) ou relevos móveis (AMP denso de gestação anterior) – Fig. 115.

- Normalmente, no Verão, os AMP da trajectória americano-atlântica conseguem mover-se livremente até à Europa (a menos que algum relevo o impeça). Em França, por exemplo, a orla norte dos Alpes marca o limite desta translação. Os AMP entram na Europa central pelo norte. Pelo sul são bloqueados pelos edifícios montanhosos dos Alpes e dos Montes Cantábricos. A Península Ibérica e o sul da França são frequentados pelas extensas AA com o núcleo central de altas pressões situado no oceano Atlântico e que se estendem ao Mediterrâneo.

- No Inverno, a Europa, em especial a sua parte central, encontra-se frequentemente debaixo de uma aglutinação robusta que avança em crista para leste, até à Ásia.

O extraordinário foi que no verão de 2003 aconteceu uma situação tipicamente de Inverno com uma elevada frequência de AMP da trajectória escandinava (com ar mais denso e veloz). Na realidade, contrariamente ao que aconteceu em 2003, nos Verões estes AMP baixam a sua trajectória devido à menor densidade de ar frio e menor velocidade (modo lento).

A pressão atmosférica média no centro de França, no Verão, tem aumentado sucessivamente desde os anos 1970. Esse aumento foi da ordem de + 2 hPa (hectopascal) na escala de valores médios anuais.

Uma tal evolução ascendente é verificada em quase toda a Europa desde o shift climático, ou variação brusca da dinâmica do tempo, de 1975/76. Em Berna, Suíça, registou-se mesmo um aumento mais destacado de + 4 hPa na escala da média anual.

Nas pretensas explicações do verão de 2003 não se encontra uma única palavra relacionada com o parâmetro essencial das ondas de calor – as altas pressões atmosféricas. Invocam-se, sem justificação, as anomalias da temperatura como devidas às concentrações de gases com efeito de estufa.

Saliente-se que as altas pressões nada têm a ver com o «global warming». Pelo contrário, o aumento das temperaturas tem a ver com uma mais intensa troca meridional de energia entre pólos e trópicos levada a efeito por AMP mais fortes.

Em conclusão, as ondas de calor não podem ser associadas ao efeito de estufa antropogénico. A causa das ondas de calor e da seca consequente é de origem aerológica.

Caso particular é o das zonas urbanas devido à configuração sufocante das grandes cidades que agrava a poluição e o efeito de gases antropogénicos (ozono, p.e.). Este factor local só pode agravar-se pela contínua expansão das cidades.

quarta-feira, julho 16, 2008

Fig. 118 - Evolução dos AMP. Fonte: Marcel Leroux.

Evolução à superfície dos AMP entre 1 e 17 de Agosto de 2003. As letras A, B, C, … representam a face anterior dos AMP (em terminologia clássica são superfícies frontais).
(a) Entre 1 e 5 de Agosto. (b) Entre 5 e 9 de Agosto. (c) Entre 9 e 12 de Agosto. (d) Entre 12 e 17 de Agosto.
Posted by Picasa

Fig. 117 - Sete AMP. Fonte: Marcel Leroux, NOAA.

Posted by PicasaSete dos doze AMP que se movimentaram entre 1 e 17 de Agosto de 2003. O encontro sobre a Europa entre AMP de trajectórias americano-atlântica e escandinava provocou pressões atmosféricas elevadíssimas ao nível do mar e desencadeou os “dog days” das duas primeiras semanas de Agosto de 2003.

Fig. 116 - Escala sinóptica. Rhenish Institute. Universidade de Colónia.

Posted by Picasa Escala sinóptica (12 horas UTC, do dia 7 de Agosto de 2003), ao nível do mar, com as pressões atmosféricas, as temperaturas e a componente horizontal da velocidade do vento.

Fig. 115 - Dinâmica do tempo. Fonte: Marcel Leroux.

Posted by PicasaDinâmica do tempo na Europa, no nordeste do Atlântico e no Mediterrâneo. (a) – Do lado esquerdo. Situação normal com uma aglutinação anticiclónica situada sobre os Açores. (b) – Do lado direito. Situação com três AA (acontece no Inverno e/ou Verão).
As manchas escuras da figura representam edifícios geográficos (Montes Cantábricos, Pirenéus, etc.) que são obstáculos fixos que contribuem para a imobilização do ar das AA.

Dinâmica da canícula de 2003

O que aconteceu realmente durante o verão de 2003, ou, para ser mais preciso, durante as primeiras duas semanas de Agosto? Para se encontrar a resposta a esta pergunta tem de se analisar as imagens dos satélites e as cartas sinópticas.

Dois anticiclones móveis polares (AMP) aproximaram-se da Europa ocidental ao longo de duas trajectórias distintas (representadas como 1 e 2 na Fig. 115(a)): um deles vindo do Árctico, via América e Atlântico, e o outro vindo da Gronelândia, directamente, ao longo da trajectória escandinava.

Estes dois AMP reuniram-se e acabaram por se fundir. O relevo geográfico obrigou esta aglutinação anticiclónica (AA) a retardar o seu movimento. Quando uma AA se forma sobre o oceano Atlântico toma uma posição média anual que é designada por anticiclone dos Açores.

O anticiclone dos Açores pode-se estender em crista sobre o continente europeu e lateralmente sobre o Mediterrâneo, como muito bem diz Anthimio de Azevedo (O Anticiclone dos Açores, 2006, p. 19, ISBN 972-9001-90-1).

Neste caso, de Agosto de 2003, a AA teve uma longa e incomum duração (17 dias!) com altas pressões numa área extensa que foi sendo sucessivamente preenchida com ar anticiclónico trazido por novos AMP navegando nas camadas mais baixas. O núcleo central chegou mesmo a deslocar-se para norte, fixando-se sobre o continente europeu.

Entre 1 e 17 de Agosto, foram 12 os AMP que contribuíram para o enchimento de altas pressões da AA que atingiram valores entre 1020 hPa e 1025 hPa [significando hPa o múltiplo de 100 (h, de hecto) – da unidade de pressão atmosférica Pa que é o símbolo do nome “pascal”].

Na Fig. 116 estão representadas à escala sinóptica (12 horas UTC, do dia 7 de Agosto de 2003) as pressões ao nível do mar, as temperaturas e a componente horizontal da velocidade do vento. A Península Ibérica, a França, a Benelux, a Alemanha e parte da Suíça situaram-se na zona mais tórrida.

Na Fig. 117 aparecem 7 dos 12 AMP que participaram neste acontecimento da canícula de Agosto de 2003.

Na Fig. 118, os 12 AMP estão indicados pelas letras A a L (os índices de cada letra representam os dias de Agosto relativos às posições que cada um dos AMP ocupava). Sete deles seguiram a trajectória americano-atlântica e cinco a trajectória escandinava. Nota-se que a distinção entre estas duas trajectórias fundamentais nem sempre é muito precisa.

De facto, o ar anticiclónico de origem americano-atlântica pode vir a ser reforçado, durante a sua viagem, por ar frio saído da Gronelândia a caminho da Escandinávia. Foi o exemplo, em 4 de Agosto, do AMP-D gronelandês (D4 na Fig. 118(a)).

Os AMP escandinavos apresentam ar mais frio visto que a Escandinávia sofre actualmente temperaturas mais baixas do que o resto da Europa. Estes AMP formaram por isso um obstáculo à passagem dos AMP que vêm do oeste.

Por exemplo, o enorme AMP-B bloqueou o caminho a leste ao AMP-A, que nasceu a 1 de Agosto. Outro exemplo foi o do AMP-H que impediu a progressão ao AMP-F, entre 9 e 10 de Agosto. O AMP-H fundiu-se com o AMP-E no dia 8 de Agosto (Fig. 118(c)).

Os AMP de várias origens juntaram-se sobre a Europa ocidental especialmente numa zona de encontro das duas trajectórias atrás especificadas e elevaram a pressão atmosférica tanto sobre o solo como sobre o mar.

A aglutinação tornou-se particularmente homogénea entre 3 e 12 de Agosto que foi quando se atingiram as temperaturas mais elevadas que se verificaram durante esta excepcional estabilidade anticiclónica sobre a Europa.

O AMP-I, que bordejou o sul da Gronelândia no dia 9 de Agosto, foi consideravelmente reforçado no percurso da sua trajectória e atingiu a Grã-Bretanha no dia 13 de Agosto acabando por cobrir o Norte da Europa, da França à Dinamarca, no dia 14 de Agosto.

Este colossal AMP (extensão máxima de 3000 km) começou a mover-se para leste no dia 15 de Agosto. No dia 17 de Agosto a sua extensão ia dos Pirenéus até ao Mar Negro (Fig. 118(d)).

A partir daí, a temperatura começou a baixar e a aliviar os europeus. Houve uma queda de 10 ºC e começou a chover. A onda de calor atingiu o seu final e foi substituída por tempo relativamente fresco, anunciando um Outono suave.

Consequente e indiscutivelmente, se olharmos para as imagens dos satélites em vez de utilizarmos as receitas mágicas do «global warming», podemos concluir que:

- A causa desta onda de calor foi a presença de uma fortíssima aglutinação anticiclónica;
- Nada teve a ver com massas de ar quente vindas do Sul ou de leste nas alturas ou nas baixuras;
- A onda de calor foi causada pela concentração e pelo rápido aquecimento de ar anticiclónico vindo do Norte (Pólo Norte e Gronelândia) através das camadas baixas veiculado pelos 12 anticiclones móveis polares;
- Os gases antropogénicos e, até, os naturais não tiveram a mínima participação neste fenómeno. Se tivessem tido, a pressão teria baixado e o ar quente teria sido substituído por ar fresco.

No fundo, o que esta situação apresentou de excepcional foi o longo período de 17 dias. De facto, ocorrem situações semelhantes, sistematicamente, nas médias latitudes (30 ºN a 40 ºN) sobre o Atlântico oriental e sobre o Mediterrâneo nesta época do ano com períodos mais curtos.

A AA do Atlântico oriental é o resultado deste fenómeno de fusão de AMP. Acontece o mesmo com outras AA nos lados orientais dos oceanos. A peculiaridade desta onda de calor, como se disse, foi a extensão incomum no espaço e no tempo.

Situações com pressões atmosféricas e temperaturas semelhantes à do verão de 2003 não são, actualmente, raras. Os verões de 1900, 1901, 1921 e 1947, foram igualmente quentes, ou mesmo mais quentes, com períodos distintos, do ponto de vista local e não global.

Mas, em 2003, bateram-se muitos recordes locais de temperatura. Apesar de tudo, mantiveram-se alguns valores máximos anteriores. Por exemplo, em França o recorde nacional de Toulouse, de 8 de Agosto de 1923, manteve-se nos 44 ºC. Isto é, na segunda década do século passado registaram-se ‘dog days’ tão ou mais importantes do que os da primeira década do presente século.

A Grã-Bretanha também manteve os recordes de 1976 e de 1995. Mas no ano fatídico de 2003, registaram-se novos recordes nacionais em Portugal, na Alemanha e na Suíça.

segunda-feira, julho 14, 2008

Génese das ondas de calor

Em 2003, desde o mês de Junho, o Verão foi dominado por um vasto campo de pressões atmosféricas elevadas. Esse campo cobriu a parte oriental do oceano Atlântico, grande parte da Europa e do Mediterrâneo.

Uma extensa estabilidade anticiclónica – com ar bonançoso, brisas ligeiras e ausência de ascendências – foi um incentivo para o aquecimento do ar das camadas mais baixas, nomeadamente rente ao solo.

A ausência de ascendências impede a precipitação. A pluviogenesis implica a existência de três condições draconianas (basta falhar uma para haver ausência de precipitação):

1) - Existência local de um potencial precipitável; 2) - Desencadeamento de uma ascendência; 3) - Reabastecimento do potencial precipitável, vindo de longa distância, transportado por meio de anticiclones móveis polares (nos corredores depressionários periféricos).

Os modelos climáticos não incorporam este mecanismo real da pluviogenesis. Utilizam-se, de facto, raciocínios elaborados mas que se circunscrevem depois a relações matemáticas que não correspondem à realidade.

A condução do calor e a absorção infravermelha, na onda de calor, aumentaram com a elevação da pressão atmosférica exercida sobre o ar rente ao solo impedido de subir – pela subsidência do anticiclone, ou seja, pela pressão vertical de cima para baixo.

O ar começou por aquecer na proximidade do solo para a mesma radiação solar recebida em dias limpos e soalheiros como são os das estabilidades anticiclónicas. A contra-radiação terrestre de raios infravermelhos sobreaqueceu fácil e rapidamente o ar que foi chegando da região boreal.

O aquecimento das camadas baixas do ar originou uma diminuição considerável da humidade, isto é, tornou-o extremamente seco. Esta secagem do ar acentuou-se pela impossibilidade da entrada de vapor de água, quer originário do Atlântico quer do Mediterrâneo, no interior da massa de ar da estabilidade anticiclónica.

Ou seja, o próprio efeito de estufa natural, associado ao principal gás com efeito de estufa, que é o vapor de água, ficou consideravelmente reduzido. Na realidade, o aquecimento deu-se pela contra-radiação terrestre e não pela contra-radiação celeste.

Estamos perante uma prova observável que refuta o hipotético efeito de estufa antropogénico como causa do aumento da temperatura. A ser verdadeiro este efeito, a pressão atmosférica teria diminuído pela contra-radiação celeste. Ou seja, a hipótese do efeito antropogénico não resistiu a este ensaio no mundo real.

Assim que o índice de humidade ficou muito reduzido, ocorreu uma insolação máxima e o efeito da acumulação de calor atingiu rapidamente as proporções de uma onda de calor. As zonas urbanas, menos ‘ventiladas’ devido ao sufoco da urbanização, tornaram-se ainda mais quentes, mais secas e mais poluídas.

O designado efeito de ilhas de calor urbano, ou bolhas de calor urbano, foi acentuado nas grandes cidades que continuam a crescer desordenadamente sem consideração pela necessidade de ‘ventilação’.

Ao mesmo tempo, a estabilidade anticiclónica, que se acentuou nas camadas inferiores da troposfera, promoveu a ausência de movimentos horizontais de ar – as eólicas pararam! –, assim como de movimentos verticais ascendentes pelo que se acentuou a poluição atmosférica junto ao solo.

Esta poluição, afortunadamente, é menos severa no Verão devido ao abrandamento das actividades económicas nesta época do ano. A camada de inversão de ar quente (poluído) / ar frio situou-se a cerca de um quilómetro de altitude. A partir desta altitude já não há ‘dog days’.

Salienta-se ainda que o incremento da insolação acelerou a foto-dissociação com a produção de ozono troposférico que contribuiu mais ainda para o aumento da temperatura nas camadas baixas já que também é um gás com efeito de estufa.

Resumindo: calor, seca e poluição são consequências das altas pressões. E não o contrário. Recorde-se que o hipotético aquecimento pelo efeito de estufa antropogénico, cuja causa, segundo se diz erradamente, seria a poluição, provocaria uma situação oposta.

Isto é, o efeito antropogénico provocaria um abaixamento da pressão atmosférica visto que o ar quente poderia subir. O ar quente só não sobe pela presença de uma situação anticiclónica. Esta situação de altas pressões é, realmente, a chave dos ‘dog days’.

Concluindo, as altas pressões explicam as ondas de calor. Não são, seguramente, as ideias do ar quente que vem de leste ou do Sul que devem ser evocadas para o diagnóstico de uma onda de calor. E muito menos a poluição…

Nestas circunstâncias, a situação real difere das concepções apresentadas pelos modeladores e os resultados da experiência da própria Natureza são contrários aos alcançados nos exercícios académicos realizados com as equações matemáticas dos modelos climáticos.

sexta-feira, julho 11, 2008

Não morreu da doença, morreu da cura

William Kininmonth é um climatologista brilhante e respeitado em todo o Mundo. Como membro da delegação australiana participou activamente nos trabalhos de constituição do IPCC – Intergovernmental Panel on Climate Change.

Foi um dos principais responsáveis pela elaboração do Segundo Relatório de Avaliação do IPCC, de 1995. Este trabalho representou para William Kininmonth uma amarga experiência pela maneira incorrectíssima como se comportaram os principais dirigentes do IPCC.

A partir de então afastou-se de colaborar activamente com o IPCC a menos solicitações pontuais deste numa ou noutra ocasião da preparação do Terceiro Relatório de Avaliação. Passou a ser um crítico dos métodos de trabalho do IPCC.

Tem uma vastíssima obra científica publicada. Resumiu a sua opinião sobre a metodologia errada do IPCC no livro «Climate Change: A Natural Hazard», Multi-Science Publishing, 2004, 207 pág.

Demonstra nesse livro que o modelo do sistema climático representado nos trabalhos do IPCC é inadequado como fundamentação da tomada de decisões para o futuro que afectam toda a humanidade.

Recentemente escreveu um pequeníssimo texto que pode resumir o seu pensamento. Ei-lo, mantendo a origem linguística para não retirar autenticidade:

A person went to a doctor who diagnosed a potentially fatal disease.
The doctor prescribed a course of treatment that was claimed to halt the disease and restore good health.
Unfortunately the treatment was too much for the person, who died a slow and excruciating death.
Many years later a post-mortem was carried out on the patient.
It was discovered that there was no evidence of the potentially fatal disease.
In fact, the disease was non-existent and the person was very healthy.
It was the course of treatment that killed him!

(Sound familiar? Just substitute modern economies for person; climate scientist for doctor; anthropogenic global warming for the disease; and eliminate CO2 emissions for treatment)


Pedindo desculpa aos leitores, MC prontifica-se a enviar uma tradução a quem o solicitar.

Verão quente de 2003

Os ‘dog days’ (em terminologia norte-americana) ou a onda de calor (mais vulgarmente dito) do verão de 2003 foi um trágico registo histórico para a Europa ocidental com a morte acidental pelo calor de muitos cidadãos.

Os media exploraram, sem rigor nem recusa ao sensacionalismo, aquele tempo abrasador e as suas consequências dramáticas – com algumas semelhanças à tragédia do Dust Bowl dos anos 1930, nos EUA.

Embora o fenómeno tenha sido limitado a uma área muito restrita, não faltaram declarações públicas de responsáveis – políticos mais frenéticos – sobre o escaldante futuro ‘global’ do planeta.

Os adeptos do «global warming» atribuíram imediatamente a onda de calor, a seca e os incêndios florestais ao efeito de estufa antropogénico (de origem humana). É uma explicação fácil para tudo o que acontece de mau em qualquer zona do planeta.

Segundo esses mesmos adeptos, as cheias na Alemanha, em Agosto do ano anterior, no verão fresco de 2002, teriam sido a confirmação das previsões dos modelos do IPCC! É um jogo de palavras que utilizam sem qualquer arrependimento.

Que mecanismos estariam na origem desta onda de calor? Oficialmente, acusou-se o anticiclone dos Açores estendido em crista sobre a Europa ocidental. Mas também, e acima de tudo, acusou-se uma massa de ar extremamente quente vinda do Sul.

Invocar o anticiclone dos Açores é ir directo ao cidadão comum e aos órgãos de comunicação social que ouvem falar dele constantemente. Lá diz Anthimio de Azevedo: ‘…é como falar de uma pessoa conhecida…’ (‘O Anticiclone dos Açores’, 2006, p.7).

O anticiclone tem a forma de discóide. O relevo geográfico ou o obstáculo de uma aglutinação estão associados ao seu posicionamento. O dos Açores é temporário e representa uma situação média anual, dita normal.

Mas invoca-se o anticiclone dos Açores sem se conceber a sua génese nem como se formam ou se esvaziam as suas pressões atmosféricas. Por isso, os modeladores não sabem contemplá-lo nas equações matemáticas dos seus modelos climáticos.

O mistério adensa-se quando se conhece que um anticiclone é formado por ar frio e mais pesado e pretende-se explicar uma onda de calor com ar quente e leve! Não se percebe como nas explicações oficiais entra o ar quente vindo do Sul.

Em Portugal, também se fala de ar quente vindo de leste, ou seja de Espanha. Até nas explicações dos incêndios florestais aparece esta ideia. Atravessaria a fronteira, pelas alturas, e desceria para atingir o solo nacional não se sabe bem como.

Mas é inexplicável como é que uma massa de ar quente penetra num anticiclone de ar frio e consegue descer até ao solo aí permanecendo dias e dias seguidos. Sabe-se que o ar quente vindo de algures teria dificuldade de alcançar a superfície.

Essa dificuldade manifesta-se por causa da inversão (ar quente/ar frio numa situação de ‘dog day’) localizada nas camadas baixas do anticiclone. E, mais importante, é o ar quente da onda de calor que está junto à superfície.

Além do mais, nos ‘dog days’ a componente horizontal do vento reduz-se praticamente a zero como testemunha a paragem das eólicas. Não há pois transporte de ar quente de onde quer que seja.

Explicações insólitas em Física são inadmissíveis. Mas continuam a ouvir-se em declarações de responsáveis quando menos se espera. Mas compreende-se a “climate confusion” na ausência de conhecimentos correctos para os ‘dog days’.

Quando se colocam estas dúvidas, a resposta oficial é a seguinte: ‘Não existe nenhuma explicação fácil pois permanecem muitos mistérios (Météo France, p.e.)’. A invocação dos mistérios é uma confissão disfarçada das insuficiências especulativas.

Acusações que se fazem aos serviços meteorológicos – por parte dos media, normalmente – de serem incapazes de prever todas as perturbações (cheias, p.e.) não são admissíveis. De facto, não se dispondo de um esquema explicativo lógico não é possível prever uma determinada situação.

quinta-feira, julho 10, 2008

Índia põe em causa receios acerca do aquecimento global

Dito sem cerimónias, a Índia não vai na conversa de Al Gore e dos seus seguidores.

É claro que não passa pela cabeça dos cépticos utilizar esta atitude do governo indiano para "demonstrar" a sua razão. Aliás, é sempre possível dizer que, por ser parte interessada, convém à Índia desvalorizar a argumentação dos adeptos do aquecimento global.

Todavia, é imperioso reconhecer que a posição agora revelada pelo governo indiano no seu National Action Plan on Climate Change, editado em Junho de 2008, declarando que a Índia prefere salvar a sua população da pobreza do que salvá-la do aquecimento global - razão pela qual não tenciona reduzir o crescimento das suas emissões de gases com efeito de estufa - constitui um sério revés para os adeptos do aquecimento global, sobretudo para os fanáticos que têm por hábito insultar e ameaçar todos quantos revelam posições contrárias às suas teses.

Já agora, vejamos se alguém tem o discernimento de pôr termo ao fantasioso comércio de direitos de emissão de carbono, a partir de agora visivelmente uma perfeita inutilidade. Trata-se de um mecanismo que pode representar uma fonte de comissões muito conveniente para intermediários financeiros, mas que apenas serve para prejudicar as economias dos países, principalmente através das actividades ligadas à produção de energia eléctrica.

Verão seco de 2003

Em meteorologia, o termo seca significa ausência de precipitação. Para hidrologistas e agrónomos pode ter outro significado. Ocupar-nos-emos da seca do verão de 2003 apenas com o significado meteorológico.

Na mente de responsáveis do IPCC existe a relação ‘T → A’. Ou seja, para eles, se T (temperatura, sempre e só) aumenta então A (um acontecimento qualquer como o derretimento das calotes polares) aumenta. Maior simplismo do que este não existe.

Deste modo, aquela equação básica ‘diz’ que há mais chuva ‘C’ (neste caso o A = C) quando a temperatura ‘T’ aumenta. Porém, o calor pode causar aumento de evaporação mas pode originar seca, o que contraria aquela equação.

Esquece-se, frequentemente, que é possível o registo de baixos valores de precipitação em áreas quentes tropicais onde, em épocas pouco distintas, também cai chuva com valores elevados de precipitação.

O calor, só por si, não pode ser considerado um factor de chuva ou de falta dela. Existem outros factores, para além da temperatura, a ter em consideração. Uma (ou mais) das condições necessárias para a pluviogenesis pode estar ou não presente numa situação de seca.

Alguns autores estabelecem falsas relações entre calor e aridez. Esses mesmos autores não conseguem explicar as ondas de calor ou as causas das secas. Avançam com inconcebíveis simplificações que não explicam o que realmente acontece.

Ainda hoje se diz a título oficial (Organização Mundial da Saúde, p.e.) que a seca (ausência de precipitação) na Europa ocidental no verão de 2003 foi uma consequência do ‘global warming’.

Este ano comemora-se cinco anos daquele trágico acontecimento que nada teve a ver com o hipotético ‘efeito de estufa antropogénico’. Nem sequer com o efeito de estufa natural quanto mais com o antropogénico.

MC vai analisar, em várias notas, o que realmente aconteceu em 2003. De passagem toma-se conhecimento das desorientações oficiais. Verificar-se-á igualmente como a hipótese do efeito de estufa antropogénico não resistiu a uma experiência real.

Os ensinamentos clássicos não conseguem encontrar explicações para as ondas de calor. Esses conhecimentos apresentam fragilidades teóricas em relação às explicações que as imagens dos satélites permitem desenvolver.

As previsões do IPCC baseiam-se em modelos informáticos que não representam a realidade. Os modelos podem produzir as respostas que quisermos. Não explicam o que acontece na actualidade e não podem prever o que acontecerá daqui a cem anos.

Estas notas, sobre os acontecimentos de 2003, foram inspiradas nos ensinamentos do Prof. Marcel Leroux que se encontram publicados no livro «Global Warming: Mith or Reality – The Erring Ways of Climatology», 2005, ISBN: 3-540-23909.X.

quarta-feira, julho 09, 2008

Glaciar Perito Moreno

A notícia do Público, que acompanha um vídeo mostrando o desprendimento de grandes massas de gelo do glaciar Perito Moreno, diz o seguinte :

"Apesar de pouco comum, os cientistas dizem que este acontecimento tem mais a ver com o alinhamento do glaciar em relação ao Lago Argentino do que com o aquecimento global."

Relativamente ao Perito Moreno, Marlo Lewis, no seu livro “A Ficção Científica de Al Gore”, não só afirma (vide pág. 33 da versão portuguesa) que o glaciar não está em retracção, como diz que se encontra num estado de equilíbrio dinâmico, avançando continuamente para o Lago Argentino, onde destaca enormes massas de gelo, de forma imprevisível e espectacular.

Todavia, mais à frente (páginas 36 e 37 da versão portuguesa de “A Ficção Científica de Al Gore”) Marlo Lewis afirma o seguinte :

«(…) dos 63 grandes glaciares da Patagónia, somente o Pio XI e o Perito Moreno não estão em retracção. E apenas o Pio XI está em crescimento. O padrão geral é a retracção e a diminuição de espessura destes glaciares. Apesar de outros factores, como a diminuição da precipitação contribuirem para esta situação, a influência predominante é a do aquecimento global. Neste caso, Gore está correcto.»

Conforme se verifica, a informação recolhida por Marlo Lewis junto dos especialistas de que se socorreu aponta para a existência de uma retracção generalizada dos grandes glaciares da Patagónia, admitindo que tal se deva principalmente ao aquecimento global. E Marlo Lewis tem a sinceridade de reconhecer que, neste caso, Al Gore está correcto.

O que Marlo Lewis de seguida contesta é que «todo o aquecimento, ou pelo menos a maior parte do aquecimento, se deva ao aumento dos teores de CO2» recordando que «vários dados proxy indicam que os glaciares da Patagónia cresceram e diminuiram durante milénios, acompanhando as oscilações naturais do clima da Terra.»

Mais à frente, Marlo cita outra afirmação de Gore :
Ao longo dos Alpes estamos a testemunhar uma história similar [de glaciares a desaparecer].”

E Marlo reconhece que a afirmação corresponde à verdade, isto é admite que «os glaciares alpinos têm vindo a retrair, num processo acelerado, desde que o mundo começou a sair da Pequena Idade do Gelo.»

E continua desta maneira :

«(…) a perda de gelo está a acelerar, não só porque as temperaturas no Hemisfério Norte têm vido a aumentar desde meados dos anos 1970, mas também pelo efeito de feedback positivo local, isto é, a menor área de um glaciar em retracção reflecte menos luz solar e expõe à incidência solar maiores áreas de terreno, menos reflectoras, assim aquecendo a sua vizinhança.

Vários pequenos glaciares alpinos avançaram durante os anos 1970 e 1980, por efeito de um arrefecimento global ou de uma atenuação da luminosidade global (por diminuição da radiação solar que chega à superfície da Terra) ou de ambos. De forma semelhante, muitos glaciares, na Europa e no mundo, avançaram durante a Pequena Idade do Gelo.

(…) Muitos dos maiores glaciares Alpinos alcançaram a sua extensão máxima durante a Pequena Idade do Gelo. Se este período frio se tivesse prolongado por mais 150 anos, até ao fim do séc. XX, aqueles glaciares teriam aumentado provavelmente para além das dimensões que atingiram em 1850.

[Al Gore] nunca encara a possibilidade de que a retracção dos glaciares possa ser o preço que temos de pagar para evitar condições muito piores, nomeadamente, um arrefecimento global. No mínimo, deveria reconhecer a dificuldade em avaliar as contribuições relativas do Homem e da Natureza para a situação actual de retracção dos glaciares Alpinos.

(…) durante o recente período conhecido por Óptimo Climático da Idade do Bronze, que ocorreu entre 1350 a 1250 AC e que foi um período de aquecimento excepcional, o glaciar Great Aletsch, o maior de todos os glaciares Alpinos, era aproximadamente 1000 metros mais reduzido do que é hoje. Este glaciar cresceu, quer em massa quer em comprimento, depois de um período intermédio de arrefecimento, sem designação especial, e depois alcançou a extensão actual, ou até mais reduzida do que a actual, durante o Iron/Roman Age Optimum, um período entre cerca de 200 AC e 50 DC também conhecido como Período Quente Romano.

Do mesmo modo (…) por volta do ano 1000 AC, o glaciar Great Aletsch era ligeiramente mais reduzido do que em 2002. Estes resultados levantam questões óbvias. Se o glaciar Great Aletsch retrocedeu mais na Era de Aquiles e no Reino dos Césares do que em anos recentes, como se pode estar seguro de que as emissões de CO2 sejam a causa principal da retracção actual dos glaciares Alpinos? Existe alguma prova de que no passado as pessoas tenham sofrido alguma consequência com a retracção dos glaciares ou com o aquecimento que a produziu?»

Esta é a forma correcta de abordar a questão dos avanços e recuos dos glaciares. Concluir, apressadamente, que o recuo de um qualquer glaciar constitui prova de um aquecimento global de origem antropogénica, não constitui uma atitude científica. Não é mais do que pseudo ciência.

Obs.: Este post foi redigido por Jorge Pacheco de Oliveira.

terça-feira, julho 08, 2008

A lista completa dos males causados pelo aquecimento global

A pedido de um leitor, apresenta-se uma lista, tão exaustiva quanto possível, dos presumíveis males e prejuízos provocados pelo designado “aquecimento global”.

No nosso entender, esta lista não é mais do que o resultado expectável daquele que provavelmente será o exemplo mais acabado da alucinação de massas conduzida pelos meios de comunicação social de todo o mundo.

Mas não nos eximimos a divulgá-la. Por uma questão de isenção, para que os leitores possam apreciar e julgar por si próprios a verosimilhança das situações que são imputadas ao aquecimento global e assim poderem confirmar ou refutar os argumentos invocados.

Como já aqui dissemos, em Ciência o cepticismo e a dúvida não são pecados, são virtudes. Só os fanáticos não entendem esta verdade elementar. Ainda que alguns deles se intitulem cientistas ou investigadores.

Basta clicar em cada um dos endereços, ordenados por ordem alfabética, para entrar na página de internet respeitante a cada um dos males e prejuízos enunciados. Pode acontecer que um ou outro dos endereços já não se encontre acessível.

Africa devastated
African aid threatened
Agricultural land increase
air pressure changes
Alaska reshaped
allergies increase
Alps melting
Amazon a desert
American dream end
amphibians breeding earlier (or not)
ancient forests dramatically changed
Antarctic grass flourishes
anxiety
algal blooms
Arctic bogs melt
Asthma
atmospheric defiance
atmospheric circulation modified
avalanches reduced
avalanches increased
bananas destroyed
bananas grow
bet for $10,000
better beer
big melt faster
billion dollar research projects
billions of deaths
bird distributions change
birds return early
blackbirds stop singing
blizzards, blue mussels return
boredom
Britain Siberian
British gardens change
bubonic plague
budget increases
building season extension
cardiac arrest
caterpillar biomass shift
challenges and opportunities
Cholera
civil unrest
cloud increase
cloud stripping
cod go south
cold climate creatures survive
cold spells (Australia)
computer models
conferences
coral bleaching
coral reefs dying
coral reefs grow
coral reefs shrink
cold spells
cost of trillions
crumbling roads, buildings and sewage systems
cyclones (Australia)
damages equivalent to $200 billion
Dengue hemorrhagic fever
dermatitis
desert advance
desert life threatened
desert retreat
destruction of the environment
diarrhoea
disappearance of coastal cities
diseases move north
Dolomites collapse
drought
drowning people
ducks and geese decline
dust bowl in the corn belt
early spring
earlier pollen season
Earth biodiversity crisis
Earth dying
Earth even hotter
Earth light dimming
Earth lopsided
Earth melting
Earth morbid fever
Earth on fast track
Earth past point of no return
Earth slowing down
Earth spinning out of control
Earth to explode earth upside down
Earth wobbling
earthquakes
El Niño intensification
erosion
emerging infections
encephalitis
Europe simultaneously baking and freezing
evolution accelerating
expansion of university climate groups
extinctions (human, civilisation, logic, Inuit, smallest butterfly, cod, ladybirds, bats, pandas, pikas, polar bears, pigmy possums, gorillas, koalas, walrus, whales, frogs, toads, turtles, orang-utan, elephants, tigers, plants, salmon, trout, wild flowers, woodlice, penguins, a million species, half of all animal and plant species, less, not polar bears),
experts muzzled
extreme changes to California
famine
farmers go under
figurehead sacked
fish catches drop fish catches rise
fish stocks decline
five million illnesses
floods
Florida economic decline
food poisoning
food prices rise
food security threat (SA)
footpath erosion
forest decline
forest expansion
frosts
fungi invasion
Garden of Eden wilts
genetic diversity decline
gene pools slashed
glacial retreat
glacial growth
glacier wrapped
global cooling
global dimming
glowing clouds
Gore omnipresence
grandstanding
grasslands wetter
Great Barrier Reef 95% dead
Great Lakes drop
greening of the North
Gulf Stream failure
habitat loss
Hantavirus pulmonary syndrome
harvest increase
harvest shrinkage
hay fever epidemic
hazardous waste sites breached
heat waves
hibernation ends too soon
hibernation ends too late
high court debates
human fertility reduced
human health improvement
human health risk
hurricanes
hydropower problems
hyperthermia deaths
ice sheet growth
ice sheet shrinkage
inclement weather
infrastructure failure (Canada)
Inuit displacement
Inuit poisoned
Inuit suing
industry threatened
infectious diseases
insurance premium rises
invasion of midges
island disappears
islands sinking
itchier poison ivy
jellyfish explosion
Kew Gardens taxed
krill decline
lake and stream productivity decline
landslides
landslides of ice at 140 mph
lawsuits increase
lawsuit successful
lawyers’ income increased (surprise, surprise!)
lightning related insurance claims
little response in the atmosphere
Lyme disease
Malaria
malnutrition
Maple syrup shortage
marine diseases
marine food chain decimated
marine dead zone
Meaching (end of the world)
megacryometeors
Melanoma
methane emissions from plants
methane burps
melting permafrost
Middle Kingdom convulses
migration
migration difficult (birds)
microbes to decompose soil carbon more rapidly
more bad air days
more research needed
mountain (Everest) shrinking
mountains break up
mountains taller
mudslides
next ice age
Nile delta damaged
no effect in India
nuclear plants bloom
oaks move north
ocean acidification
outdoor hockey threatened
oyster diseases
ozone loss
ozone repair slowed
ozone rise
Pacific dead zone
personal carbon rationing
pest outbreaks
pests increase
phenology shifts
plankton blooms
plankton destabilised
plankton loss
plant viruses
plants march north
polar bears aggressive
polar bears cannibalistic
polar bears drowning
polar bears starve
polar tours scrapped
psychosocial disturbances
railroad tracks deformed
rainfall increase
rainfall reduction
refugees
reindeer larger
release of ancient frozen viruses
resorts disappear
rice yields crash
rift on Capitol Hill
rioting and nuclear war
rivers raised
rivers dry up
rockfalls
rocky peaks crack apart
roof of the world a desert
Ross river disease
salinity reduction
salinity increase
Salmonella
salmon stronger
sea level rise
sea level rise faster
sex change
sharks booming
shrinking ponds
ski resorts threatened
slow death
smog
snowfall increase
snowfall reduction
societal collapse
songbirds change eating habits
sour grapes
spiders invade Scotland
squid population explosion
squirrels reproduce earlier
spectacular orchids
stormwater drains stressed
taxes
tectonic plate movement
terrorism
ticks move northward (Sweden)
tides rise
tourism increase
trade winds weakened
tree beetle attacks
tree foliage increase (UK)
tree growth slowed
trees could return to Antarctic
trees less colourful
trees more colourful
tropics expansion
tropopause raised
tsunamis
turtles lay earlier
UK Katrina
Venice flooded
volcanic eruptions
walrus pups orphaned
war
wars over water
water bills double
water supply unreliability
water scarcity (20% of increase)
water stress
weather out of its mind
weather patterns awry
weeds
Western aid cancelled out
West Nile fever
whales move north
wheat yields crushed in Australia
white Christmas dream ends
wildfires
wind shift
wind reduced
wine - harm to Australian industry
wine industry damage (California)
wine industry disaster (US)
wine - more English
wine -German boon
wine - no more French
winters in Britain colder
wolves eat more moose
wolves eat less
workers laid off
World bankruptcy
World in crisis
Yellow fever