domingo, abril 29, 2007

Academia das Ciências

No dia 5 de Março de 2007 realizou-se na Académie des Sciences, Paris, o Séminaire de Travail : Evolution du Climat. Um dos convidados a apresentar comunicações foi o Prof. Marcel Leroux.

A sua encontra-se disponível na Internet. Para quem prefere o francês tem a oportunidade de obter a comunicação “Les echanges meridiens commandent les changements climatiques”.

Leroux começa por citar uma afirmação de Hervé Le Treux «L’augmentation des températures est … difficilement explicable par des mécanismes autres que les gaz à effet de serre.» (H. Le Treut, 2007). [Effet de serre = efeito de estufa]

Hervé Le Treux é membro da Academia das Ciências e um dos redactores do Summary for Policymakers, SPM, 2007, do IPCC, que foi apresentado em Fevereiro de 2007.

Aquela frase resume o ponto de vista do IPCC, tal como é reafirmado no recente Summary (SPM, 2007). Segundo Leroux, a frase “sublinha ao mesmo tempo as falsas certezas sobre as quais se fundamenta o mito do aquecimento global”.

Segundo ele, a expressão «difficilement explicable», significa que o efeito de estufa antropogénico é a explicação «evidente», …afim de evitar colocar a questão de se saber se existe outro mecanismo explicativo.

A partir desta frase, que denuncia desconhecimento da realidade, Marcel Leroux parte para uma sintética exposição da sua teoria que faz um corte em relação à climatologia clássica.

A comunicação de Marcel Leroux recai em temas já conhecidos dos leitores do MC. Em Estocolmo alargou mesmo a exposição relativamente à de Paris. Fez na Academia, mais uma vez, a prova da refutação da pseudo-teoria do efeito de estufa antropogénico.

Embora a maior parte da sua comunicação não seja novidade, existe porém algo de novo. Pela primeira vez, a Academia das Ciências tomou conhecimento da dúvida acerca das concentrações de dióxido de carbono retiradas dos cilindros de gelo.

É o que se apresenta na página 3, da comunicação de Leroux, no gráfico das concentrações de dióxido de carbono no Hemisfério Norte, entre 1812 e 2004. De avaliações através de metodologias diferentes resultam curvas diferentes.

Uma metodologia utilizando processos químicos conduz a valores do passado muito mais elevados do que os da tradicional. Voltaremos a este assunto de modo a apresentá-lo com mais pormenor.

Por ora interessa reter que a Academia das Ciências, de Paris, tomou conhecimento da seguinte conclusão:

«Les changements climatiques ne sont pas résumés par une simple courbe dite «globale» de la température. Ces changements ne sont pas «expliqués» par l’effet de serre. Rappelons brièvement les traits majeurs de l’évolution climatique observée:

• L’Arctique ne se réchauffe pas, pas plus d’ailleurs que l’Antarctique, ou que le globe dans son ensemble, des régions se refroidissant et d’autres se réchauffant.
• La pression de surface s’élève dans les AA
[aglutinações anticiclónicas] subtropicales, formées et renforcées par des AMP [anticiclones móveis polares] plus puissants, hausse de pression antinomique d’un prétendu « scénario chaud ».
• Sur les continents, les AA non permanentes mais plus fréquentes, en hiver comme en été, provoquent de longues séquences de stabilité (froide ou chaude), sans précipitations.
• Le temps est plus violent et plus irrégulier, avec tempêtes et vents forts, temps provoqué par des AMP renforcés qui dévient vers les pôles davantage de chaleur sensible et latente tropicale, selon des trajectoires imposées par le relief.

Les changements climatiques sont physiquement orchestrés par la dynamique des échanges méridiens d’air et d’énergie, plus intenses depuis les années 1970. L’hyper-simplification du GIEC
[IPCC] reliant température et CO2, évite de poser la question de savoir s’il existe d’autres causes.

L’observation des faits réels n’est pas la préoccupation majeure des théoriciens et des modélisateurs, qui ne cherchent pas à connaître l’évolution climatique réelle, ni ses mécanismes, qui n’en tiennent aucun compte dans leurs prévisions, alors que l’évolution réelle n’est pas celle qu’ils prédisent.

Cette focalisation, par défaut, sur l’effet de serre, est révélatrice de l’état de la discipline climatologique. En dépit de progrès considérables dans l’observation (par le satellite notamment) et dans le traitement (informatique), la discipline est dans une impasse conceptuelle depuis une cinquantaine d’années. Les modèles, en particulier, ne rendent pas compte des mécanismes véritables de la circulation générale, pourtant responsable de la transmission des changements climatiques.»


Correcção: Pequenas alterações da redacção do segundo parágrafo (eliminação das palavras "comunicação" e "sua").

sexta-feira, abril 20, 2007

Energia acumulada dos ciclones tropicais

Nem de propósito. A época dos ciclones tropicais do espaço Atlântico Norte - Mar das Caraíbas - Golfo do México começa no próximo mês de Maio. Começam a aparecer estudos com explicações sobre este fenómeno.

A NASA publicou um sobre o resultado de uma investigação local (incluindo o arquipélago de Cabo Verde) acerca da influência das poeiras provenientes do deserto do Sara.

O leitor C.M., docente de uma Universidade portuguesa, elaborou um estudo muito interessante sobre os ciclones tropicais desse espaço. Analisou a evolução, durante 50 anos, da energia acumulada dos ciclones tropicais. Conclui que não existe qualquer tendência relacionada com o «global warming».

Publicamos o estudo na íntegra.

«Um dos mitos do aquecimento climático: Furacões cada vez mais poderosos.

Esta minha modesta contribuição para a discussão deste tema tem a ver com um dos mais utilizados argumentos pelos defensores do aquecimento global, e ao qual o famoso documentário de Al Gore dedica um espaço enorme: o de que o aumento de temperatura que se tem verificado já está a provocar (e provocará ainda mais no futuro, segundo eles..) fenómenos meteorológicos cada vez mais violentos e frequentes. Como é óbvio, segundo estes profetas da desgraça há um exemplo que apontam como prova irrefutável: Katrina.

Chega-se ao ponto de ver políticos a culpar o não cumprimento do protocolo de Quioto cada vez que há uma inundação ou um furacão. Isto revela uma ignorância atroz: sempre houve e sempre haverá furacões e não é um aumento (real ou não) de temperatura, mesmo da ordem da que é prevista pelos modelos do IPCC.

Isto é facilmente demonstrável observando os dados da NOAA (National Oceanic & Atmosphere Administration) sobre a intensidade dos furacões da bacia atlântica nos últimos 50 anos. Vou admitir que a curva de Smith e Reynolds sobre a temperatura média terrestre é válida (e ela é contestável) mas para não ser acusado de facciosismo e de não equacionar os diferentes argumentos para a questão, vou admitir como válida esta medição, que é aceite pelos adeptos do “global warming” e demonstrar que mesmo aceitando a premissas desses adeptos, as suas conclusões são erradas.

Começo por descrever, sucintamente, o tipo de análise efectuada. A intensidade dos furacões mede-se segundo a escala Saffir-Simpon (de 1 a 5) que descreve a pressão atmosférica no centro e a intensidade máxima do vento. De ano para ano ocorrem em média (na bacia Atlântica) oito furacões, sendo raro algum atingir o nível máximo. A contagem do nº de furacões está no entanto longe de ser um método preciso pois, por exemplo, um furacão pode atingir uma intensidade muito elevada e enfraquecer rapidamente (caso do Ivan, em 2004) ou permanecer mais tempo como intenso (como o Wilma, em 2005).

Por sua vez, é ainda mais incorrecto analisar a actividade ciclónica medindo os estragos, pois estes dependem como é natural da zona atingida (densidade populacional, vulnerabilidade, etc.). O método mais correcto é o cálculo da ACE (Accumulated Cyclone Energy, ou seja Energia Acumulada) que é calculada utilizando um modelo no qual a área central de um furacão é subdividida em pequenos quadrados (área da ordem de 1 hectare) sendo para cada uma dessas áreas estimada a velocidade do vento.

O integral (somatório de um nº grande de pequenas unidades) é calculado a cada período de seis horas. A ACE mede-se em kt2, e é o índice mais fiável para determinar a intensidade de um ciclone. Por exemplo o furacão Katrina (o ai-Jesus dos “warmers”) teve uma ACE de 20 (x104) kt2, enquanto o furacão San Ciriaco, em 1899, muito antes de se falar em aquecimento climático teve um ACE record de 73 (quase o quádruplo). Mais uma vez, a bota não bate com a perdigota…

Mas há mais. O primeiro gráfico [Fig. 85] que se apresenta mostra que o valor de ACE anual não variou, em média, nos últimos 50 anos. Com efeito, desde 1950 houve muitas variações interanuais de ACE, sendo que o pior ano foi o de 2005 e que houve alguns valores muito altos nos últimos anos, o que os “warmers”, claro, aproveitaram para tentar valer as suas teorias. No entanto, o gráfico é claro como a água. A variação estatística dos resultados de ACE mostra uma recta (regressão linear) TOTALMENTE HORIZONTAL. O que significa que não houve um aumento da intensidade dos furacões nos últimos 50 anos, contradizendo totalmente as teorias do aquecimento global.

Ainda se pode ir mais longe nesta análise estudando a variação da intensidade (ACE) com a temperatura da água do mar no Hemisfério Norte (que inclui a zona Atlântica). Esta análise é (como disse há pouco) baseada na famosa média de temperaturas de Smith-Reynolds, que os “warmers” defendem. Portanto, estou a usar argumentos deles para contradizer teorias deles. Segundo este critério, a média de temperaturas de água no Hemisfério Norte aumentou de facto nos últimos 50 anos, mas apenas menos de meio grau Celsius. Analisando o ACE dos últimos 50 anos, em função das temperaturas médias da água, pode concluir-se que não há uma variação estatística significativa [Fig. 86].

Pelo que se pode concluir que o argumento “Katrina” não passa de mais um mito utilizado para lavar o cérebro às pessoas.»

Fig. 86 - ACE em função da temperatura. Fonte: C.M.

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Fig. 85 - ACE em função do tempo. Fonte: C.M.

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quarta-feira, abril 18, 2007

Fig. 84 - Taco de Hóquei. Fonte: Nature.

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Taco de hóquei

No blogue “De Rerum Natura”, o Prof. Jorge Buescu publicou a nota Uma tacada forte em mentiras convenientes sobre o caso do “Hockey stick”. Explicita com referências justas o processo que começou a ser referido no Mitos Climáticos em Setembro de 2005.

O Prof. Jorge Buescu é um distinto colaborador da revista Ingenium, publicação da Ordem dos Engenheiros. Os seus artigos são elogiados pela generalidade dos membros. É licenciado em Física (FCL), doutorado em Matemática (Universidade de Warwick) e professor de Matemática (IST e FCL).

Com o conhecimento do autor, reproduzimos na íntegra a sua nota. Impressiona a sua coragem alicerçada em fundamentos sólidos, como poucas vezes se vê em Portugal, criticando o alarmismo climático generalizado.

«O gráfico acima [Fig. 84] é o famoso “Hockey Stick”, a que me referirei por “Taco de Hóquei”. Trata-se do gráfico das temperaturas globais da Terra nos últimos mil anos (mais ou menos uns). Foi publicado na Nature, em 1998, no artigo Global-scale temperature patterns and climate forcing over the past six centuries, da autoria de uma equipa da Universidade da Virgínia liderada por Michael Mann. E é dramático: mostra que a temperatura global da Terra teria sido estável durante 900 anos, subindo assustadoramente nos últimos 100 anos. O gráfico ficou conhecido como “Hockey Stick” porque parece um taco de hóquei deitado: um longo cabo horizontal e uma lâmina quase vertical.

O Taco de Hóquei ficou famoso, figurando em lugar de destaque no 3.º relatório do IPCC em 2001, e tornou-se no ícone do alarmismo sobre o aquecimento global. Não houve revista ou jornal que não o reproduzisse, com avisos apocalípticos de que o Fim está próximo. Al Gore utilizou-o (convenientemente despido das barras de erro) na sua campanha presidencial de 2000, e continua a utilizá-lo de acordo com a verdade que lhe é conveniente, e que talvez o conduza à Casa Branca em 2008. É difícil exagerar a importância mediática do Taco de Hóquei.

Mas o Taco de Hóquei tem um problema científico fundamental. Está errado.

Para começar, o Taco de Hóquei nega factos climatológicos há muito estabelecidos: o Período Quente Medieval (c.1000 – c. 1400) e a Pequena Idade do Gelo (c.1500 - c. 1850), que o próprio IPCC afirmava existirem no seu relatório anterior (1995). O Taco de Hóquei nega estas alterações climáticas globais: o cabo é horizontal. Aceitar o Taco de Hóquei implica realizar um revisionismo completo sobre a história climatológica do planeta Terra! Seria razão para pôr um pé atrás, ou mesmo os dois.

Muitas pessoas acharam o assunto estranho. Dois canadianos, o matemático Steven McIntyre e o professor de Economia Ross McKitrick (conhecidos em conjunto por M&M) fizeram mais: decidiram investigar. E pediram os dados a Mann para fazerem as contas. O grupo de Mann começou por não dar acesso aos dados (contrariando a praxis científica da confirmação independente!). Mas M&M não desistiram. Eis as suas conclusões, depois de muitos obstáculos e vários anos de trabalho:

“A Nature nunca verificou se os dados originais estavam correctamente listados: sucede que não estavam. A Nature nunca verificou se eram seguidas regras de arquivamento de dados: não eram. A Nature nunca verificou se os métodos estavam correctamente descritos; não estavam. A Nature nunca verificou que os métodos indicados davam os resultados indicados: não davam. A Nature levou a cabo apenas correcções mínimas ao seu registo de publicações após ser notificada destes factos, e permitiu que os autores reclamassem, falsamente, que as suas omissões não afectavam os resultados publicados. A utilização do Taco de Hóquei pelo IPCC não foi incidental: ele figura em destaque no relatório de 2001. No entanto, nunca o IPCC o submeteu a verificação independente.”

Provavelmente, para este último acontecimento pode ter ajudado o facto de Mann ser o principal responsável científico pelo relatório do IPCC de 2001. Mas as conclusões de M&M, apresentadas em vários artigos científicos (o mais conhecido é Hockey sticks, principal components and spurious significance, em Geophysical Research Letters), foram radicais. A técnica matemática utilizada (análise de componentes principais) conduzia ao seguinte resultado: a primeira componente principal (aquela que é visível nos gráficos sem barras de erro) tem sempre a forma de taco de hóquei quaisquer que sejam os dados de entrada. Ou seja, quaisquer que fossem as temperaturas na base de dados de Mann à entrada, ele veria sempre um Taco de Hóquei à saída. Em resumo, o Taco de Hóquei era um artefacto dos métodos errados de análise, e não uma realidade. Estava no domínio do dogma religioso, não da realidade científica.

Os trabalhos de M&M levaram a um relatório independente da Academia Nacional das Ciências (NAS) norte-americana de 2006, que de forma muito diplomática afirma que o Taco de Hóquei está errado: "The reconstruction produced by Dr. Mann and his colleagues was just one step in a longer process of research, and it is not (as sometimes presented) a clinching argument for anthropogenic global warming, but rather one of many independent lines of research on global climate change". Este relatório de uma Comissão ad-hoc é de confiança e também esclarecedor.

Numa última ironia do destino, não só a Nature (que sai muito mal na fotografia) não reconhece ainda o erro, como Mann publicou uma letter to Nature em 2006 afirmando que "more widespread high-resolution data are needed before more confident conclusions can be reached and that the uncertainties were the point of the article". Vindo do principal responsável científico do 3.º relatório do IPCC, que elevou o Taco de Hóquei ao estatuto de dogma, são afirmações no mínimo curiosas.

Dois comentários. O primeiro é que, ao contrário do que a agenda dos media e de alguns políticos pretende fazer crer, é falso que exista consenso científico sobre o aquecimento global, tal como ele é vendido no jornal sensacionalista mais próximo de si. É um facto que a Terra está, em média, a aquecer desde meados do século XIX. Afinal, foi quando saiu da Pequena Idade do Gelo, e portanto está (inevitavelmente!) em moderado aquecimento global desde então. Isto é tão surpreendente como afirmar que, se retirarmos gelo do congelador, ele aquece. Mas este aquecimento nem sequer é constante: entre 1940 e 1975 houve uma marcada diminuição de temperaturas globais – de tal modo que nos anos 70 uma das grandes preocupações climáticas era com uma possível “Idade do Gelo” – com o arrefecimento global, não com o aquecimento. Quem tem mais de 40 anos talvez se lembre.

O segundo é que não existe consenso científico sobre uma relação de causalidade entre libertação de gases com efeito de estufa e o aquecimento global. Há anualmente centenas de artigos publicados em ambos os sentidos. O que se sabe é que existe correlação: quando a Terra aquece, aumenta o CO2. Isso aconteceu, por exemplo, no Período Quente Medieval (como se sabe por análise dos anéis das árvores), e aí não foi por intervenção humana. Um mecanismo conhecido é a expansão térmica da água dos oceanos, que provoca a libertação de CO2 dissolvido. O aquecimento global provoca assim a libertação não-antropogénica de CO2. O que se pode afirmar é que existe correlação, mas não necessariamente causalidade, entre os dois acontecimentos. E está muito longe de existir consenso científico. Pelo contrário: as dúvidas hoje, em 2007, são muito maiores do que há 10 anos, quando se assinou Kyoto.

Eu acho muito suspeito quando o meu barbeiro (pessoa de resto muito estimável) acha que compreende melhor do que eu um problema científico. A certeza incrustada na mente popular que nos é distribuída com o jornal gratuito, servida no noticiário, ou vendida no filme-catástrofe mais recente, é que a “Ciência provou” que o CO2 provoca o aquecimento global.

Isto não é verdade. Não é sequer verdade que haja consenso entre os cientistas. Mas pelos vistos um Taco de Hóquei não chega. Existirão tacos de hóquei nos relatórios do IPCC de 2007? Veremos.»

De facto, o IPCC não o publicou no Summary for Policymakers, de Fevereiro de 2007.

terça-feira, abril 17, 2007

Mínimo relativo do Antárctico

Tal como o mar gelado do Árctico passou, recentemente, pelo máximo relativo, de 2007, os bancos de gelo do Antárctico acabam de passar pelo mínimo relativo, deste ano.

A nota do CO2 (ver figura respectiva) aponta que não houve diminuição da área total em relação ao ano anterior.

Pelo contrário, houve uma melhoria tal como acontecera com o máximo do Pólo Norte. O mínimo de 2007 para o Antárctico situou-se ao nível do ano 1980.

Já o máximo dos bancos de gelo austral, em 2006, se situara um milhão de quilómetros quadrados acima do valor de 1979 que foi dos mais baixos registados ultimamente.

Estes valores encontram-se disponíveis no espaço web Cryosphere da Universidade de Illinois. Estas melhorias ajudam a perceber as recentes tempestades de neve tanto no Hemisfério Norte (EUA) como no Sul (Argentina e Austrália).

Recorda-se que estes bancos de gelo do Antárctico estão situados em bacias bem localizadas do continente. Uma imagem actualizada do Antárctico acha-se no espaço da Universidade de Bremen.

sexta-feira, abril 13, 2007

Probabilidades à la carte

A versão oficial em língua inglesa do Summary for Policymakers, do Grupo de Trabalho I, relativo ao Fourth Assessment Report do IPCC, de 5 de Fevereiro de 2007, publicitada nesse mês, em Paris, afirma:

«The understanding of antropogenic warming and cooling influences on climate has improved since the Third Assessment Report (TAR), leading to very high confidence that the globally average net effect of human activities since 1750 has been one of warming, with a radiative forcing of + 1,6 [+0,6 to 2,4] Wm-2.» - pág.5.

Não se traduz para não haver acusação de desvirtuamento do original. Por exemplo, a versão francesa mantém a designação inglesa dos termos aparentemente probabilísticos.

Termos como very high confidence (o destaque é do próprio IPCC) grassam por todo o Sumário. Foram rapidamente captados pelos media e lançados à opinião pública como se fossem cálculos probabilísticos sobre a influência do Homem.

Observemos como surgem estas conclusões. O IPCC começa por definir os seguintes intervalos de probabilidades com os respectivos nomes:

Virtually certain > 99 % de probabilidade de ocorrência, Extremely likely > 95 %, Very likely > 90 %, Likely > 66 %, More likely than not > 50 %, Unlekely menos de 33 %, Very unlekely menos de 10 %, Extremely unlekely menos de 5 %.

Nas célebres reuniões de «milhares de cientistas», recorrendo ao "expert judgement" (palpite dos especialistas e representantes políticos dos governos), vota-se qual é, no entender de cada um, a probabilidade a atribuir aos acontecimentos imaginados por esta elite mundial.

Em relação ao confidence, admitem-se palpites entre duas designações: Very high confidence de pelo menos 9 em 10 chances de ser correcto e High confidence de cerca de 8 em 10 chances de ser correcto.

Esta metodologia é pouco consistente num tema de transcendente importância para os decisores políticos. Ora observemos um exemplo interessantíssimo sobre os palpites dos apreciados especialistas e políticos governamentais.

Para o fenómeno definido como “Increased incidence of extreme high sea level (excludes tsunamis) ” os palpites tiveram maioritariamente as seguintes votações:

- Probabilidade da ocorrência no século XX (tipicamente depois de 1960): Likely,

- Probabilidade da contribuição humana para a tendência observada: More likely than not,

- Probabilidade da tendência futura baseada nas projecções para o século XXI com os cenários utilizados: Likely.

Mas estes palpites fazem algum sentido? Qual seria a votação se estivesse presente um dos maiores especialistas na matéria como é Nils-Axel Mörner? Ou outros do mesmo nível de conhecimentos em vez dos que lá estiveram?

Falta acrescentar que agora estes palpites, feitos durante a aprovação dos Sumários, vão ser inscritos nos Relatórios propriamente ditos! Primeiro vota-se politicamente os Sumários, depois os cientistas sujeitam-se a incluir os palpites nos seus Relatórios de índole científica! Amazing

Um desenrolar deste tipo de reuniões deprimentes – para a ciência, em geral, e para a climatologia, em particular – pode-se ler no sítio da web Earth Negotiation Bulletin, de indiscutível credibilidade. É uma reunião do Grupo de Trabalho II, realizada entre 2-6 de Abril de 2007.

Na preparação desta nota, consultámos ex-colaboradores do IPCC para nos certificarmos desta metodologia e a resposta que obtivemos de Richard S. Courtney foi bem curiosa: "Não existe nenhum critério sério. É tudo propaganda."

quarta-feira, abril 11, 2007

Páscoa gelada

Não falamos da situação na Serra da Estrela que propiciou férias da Páscoa de 2007 na neve, em Portugal, no mês de Abril… Chama-se antes a atenção para a Páscoa gelada, ou Páscoa Branca, que ocorreu nos Estados Unidos da América.

Quando iniciávamos o rascunho desta nota recebemos a mensagem de um leitor que transmitiu a notícia do sítio da web METSUL, de Portalegre, Brasil. As descrições, que transcrevemos a seguir, são acompanhadas de fotografias curiosas.

Começa o METSUL: «Se o Natal de 2006 foi marcado por uma espantosa ocorrência de neve na Austrália em pleno verão (saiba mais), a Páscoa de 2007 transcorreu sob outro evento espantoso do ponto de vista meteorológico.»

Continua este sítio: «Os meteorologistas dos Estados Unidos ainda discutem se foi a Páscoa mais fria que o país já enfrentou com recordes de temperatura mínima e neve em locais onde muito raramente neva no começo da primavera boreal.»

Refere-se a uma notícia com mais de um século: «Em 21 de Abril de 1884, o jornal New York Times publicava uma reportagem sobre o tempo no estado do Texas no dia anterior: "Despachos do News [Galveston News] de todas as partes do estado dão conta de forte chuva e grandes perdas para as lavouras com informações de gelo e neve em diversas localidades".»

Já quanto ao século anterior o METSUL afirma: «No século XX, nevaria apenas duas vezes em Abril no Texas: 1928 e 1938.»

No século actual, o cerne da notícia regista: «A primeira neve no Texas do século XXI começou a cair na noite da Sexta-Feira Santa ([dia] 06) e perdurou no sábado ([dia] 07), o que levou a imprensa local a definir o evento como "White Easter", ou Páscoa Branca, em alusão à famosa expressão White Christmas (Natal Branco). Os bonecos de neve, em muitas casas, observavam o formato de um coelho.»

Finaliza o METSUL: «Os jornais do estado do Texas deram amplo espaço à neve ocorrida tanto sexta como no sábado, comentando com os seus leitores que o clima era mais típico do período de Natal do que da Páscoa. "A natureza trabalha com o seu próprio calendário e não o nosso", disse o meteorologista Andrew Lafavers da emissora KTXS-TV a um jornal local.»

O Árctico e a Gronelândia andam a pregar partidas… Será uma resposta às tontarias que se ouviram, em Paris e Bruxelas, por parte do IPCC, em Fevereiro e Março de 2007? Quando começamos a entender a situação real que a Natureza nos anuncia?

Termina-se por agradecer ao leitor Carlos Miguel que veio facilitar o nosso trabalho e proporcionar o conhecimento de notícias que são eclipsadas pelos media de Portugal.

segunda-feira, abril 09, 2007

Deturpação de estudos científicos

Miguel B. Araújo, do Ambio, teve a amabilidade de nos chamar a atenção para o seu post “Ciência, jornalismo, política e a construção de mitos”. Revela-se aí o incómodo pela forma como são deturpados os estudos anunciados pelo IPCC.

A deturpação que passa para a opinião pública tanto pode partir do próprio IPCC, nomeadamente nas conferências de imprensa, como dos jornalistas que distorcem os textos deste organismo.

O IPCC anda a publicitar os resumos para os decisores políticos de relatórios de avaliação com a data de 2007. Em Fevereiro anunciaram o do Grupo de Trabalho I. Agora fizeram-no para o do Grupo de Trabalho II.

Dizia o último resumo do IPCC que “Approximately 20-30% of plant and animal species assessed so far are likely to be at increased risk of extinction if increases in global average temperature exceed 1.5-2.5 ºC.” (página 11).”

No entanto, o jornal que Miguel B. Araújo critica dizia que “Uma versão preliminar do relatório obtida pelo Público diz, por exemplo, que nada menos do que 20 a 30 por cento de todas as espécies da Terra correm o risco de se extinguir, se a temperatura média global subir 1,5ºC a 2,5ºC, em relação a 1990.”

A pequena-grande diferença está em que o estudo fala em apenas 20 a 30 % das espécies estudadas enquanto o jornal fala em 20% a 30 % de todas as espécies existentes.

Sendo o autor da Ambio co-autor de um dos capítulos do relatório do IPCC, é bom que fique sensibilizado e que não hesite na denúncia desta e de outras deturpações que se observam na mensagem que se passa para a opinião pública.

Essas distorções existem quer por simples ignorância, quer por influência de grupos de pressão interessados em alimentar a onda de alarmismo que foi criada em torno das alterações climáticas de origem putativamente antropogénica.

É bom que o autor do Ambio reconheça que "o tratamento ligeiro destes assuntos, pela comunicação social, tem efeitos perversos e mina a credibilidade da ciência climática" (sic).

E que "Infelizmente a comunicação social não está sozinha e mãos invisíveis encarregam-se de ajudar a falsificação de informação científica" (sic). Os cépticos do "global warming" já há muito que andam a dizer exactamente o mesmo.

Com as “mãos invisíveis”, Miguel B. Araújo ressalvava a hipótese de a manipulação ter início no próprio IPCC e que o jornal não cuidou de confirmar. De facto, no post seguinte, do Ambio, Miguel B. Araújo denuncia em título “Tudo indica que falsificação científica em resumo de IPCC foi deliberada”.

Ou seja, Miguel B. Araújo conclui que:

“1. Foram os Governos e não os "lead authors" que procuraram matizar as afirmações, obtendo-se assim uma frase que se refere explicitamente às espécies "assessed so far".
2. Reconheceu-se que os dados apresentados não se encontram justificados no relatório técnico.
3. A informação dada aos Governos pelos "lead authors" presentes é falsa pois não foram avaliadas metades das espécies do planeta. Em termos de risco de extinção foram avaliados 0.02% das espécies estimadas o que corresponde a aproximadamente a 0.1% das espécies conhecidas.
4. A frase cautelosa obtida por consenso e publicada no resumo do relatório foi desvirtuada na primeira ocasião possível, ou seja, na conferência de imprensa.” (sic)

sábado, abril 07, 2007

A bola azul

A fotografia da Terra, conhecida como “A bola azul”, foi obtida em 7 de Dezembro de 1972 a partir da nave espacial Apollo 17. Apresenta-se na Fig. 83 a imagem muito conhecida que os astronautas captaram a caminha da Lua.

Al Gore mostrou-a na sua apresentação política das inverdades convenientes. Apresentou “A bola azul” como uma prova da fragilidade da Terra. Quando frágeis são, sim, os seus fracos argumentos científicos.

Olhou para ela como “boi olha para palácio” sem perceber que estava perante uma prova que refuta as suas lengalengas sobre o aquecimento global e as alterações climáticas.

A fotografia foi obtida durante o Verão na passagem da Apollo 17 pelo Hemisfério Sul. Do ponto de vista da circulação geral da atmosfera é uma prova notável ao conseguir apanhar vários anticiclones móveis polares de origem austral.

Vêem-se alguns AMP na sua formação quase intacta. Três deles ocupam o terço inferior da fotografia. São os mais próximos do Antárctico.

Outros AMP encontram-se cindidos mais afastados do Antárctico. Vão todos a caminho da zona intertropical. Nesta registam-se várias formações granulosas de alísios.

Acontece com esta fotografia o mesmo que com outras observações da NASA e da NOAA. São provas excelentes mas que se tiram más conclusões por falta de conhecimentos da realidade.

Os diagnósticos não acompanharam a evolução tecnológica das observações. Manifesta-se o atraso semi-secular dos conceitos da meteorologia e climatologia clássica.

Correcção: A data errada de "7 de Setembro de 1972" foi acertada para "7 de Dezembro de 1972".

Fig. 83 - A bola azul. Fonte: NASA.

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quarta-feira, abril 04, 2007

Árctico recuperou

A área do mar gelado do Árctico acaba de passar pelo pico anual e começou a retracção cíclica até fins de Outubro próximo. É possível fazer uma avaliação da sua evolução, em termos relativos do valor máximo dos máximos.

A Fig. 82 (Universidade de Bremen) dá indicações de que o pico do Inverno de 2007 se aproximou do máximo da área do mar gelado do Árctico. Em relação ao ano anterior recuperou quase um milhão de quilómetros quadrados (Cryosphere Today).

A escala em percentagem da área do mar gelado, na bela Fig. 82, encontra-se no canto inferior direito. Da cor branca (100 %), à direita da escala, até à cor azul (0 %), à esquerda, existem várias tonalidades em função de uma média de vários anos.

Nessa figura prevalece a cor branca indicativa de uma boa situação no dia 2 de Abril de 2007, pouco tempo depois da passagem pelo pico que deve ter acontecido em meados de Março. Este Inverno apresentou uma situação curiosa.

Ao mesmo tempo verificou-se uma estabilidade anticiclónica vastíssima no espaço (do Atlântico à Rússia) e no tempo (Dezembro 2006 a Janeiro de 2007) e uma atenuação das depressões polares que conduziram ar quente (menos frio) para a região do Árctico.

Daquela estabilidade resultaram temperaturas acima da média e precipitações abaixo da média. Terminou no dia 28 de Janeiro quando a Espanha foi invadida por tempestades de neve que provocaram a queda de alguns flocos em Portugal.

Da atenuação simultânea resultou uma recuperação do mar gelado do Árctico como se pode ver na figura da Cryosphere Today.

Fig. 82 - Mar gelado do Árctico. Fonte: Universidade de Bremen.

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segunda-feira, abril 02, 2007

Subida do nível do mar

O mesmo leitor referido na Nota anterior, disse também: “Os que acreditam no aquecimento global e na importância decisiva da contribuição antropogénica, os que receiam os efeitos catastróficos do degelo polar e consequente subida do nível dos oceanos, os que garantem que já nem o Protocolo de Kyoto nem o investimento maciço em energias renováveis vai a tempo de evitar a catástrofe, deviam, em coerência, começar a exigir dos governos a apresentação de planos para a retirada das populações das orlas costeiras e a sua instalação em novas cidades a criar em cotas mais elevadas.”

Mas existiria outra solução que seria a de levantar muralhas como se lembrou o pai do «global warming» - James Hansen - para proteger a cidade de Nova Iorque. A imaginação fértil de Al Gore mostrou esta cidade a submergir.

Só Al Gore é que se lembrava de uma coisa daquelas. Também ninguém se lembraria de filmar um urso num zoo como se fosse no Árctico. Para épater la galerie vale tudo.

Mas existe razão para uma preocupação destas? Nem pouco mais ou menos. É uma das bandeiras do alarmismo que se rasga com facilidade. Mas é brandida pelos políticos como se fosse uma “virtually certain” (> 99 % de probabilidade de ocorrência), na terminologia propagandística do IPCC.

Um dos maiores especialistas mundiais na matéria, o Prof. Nils-Axel Mörner, da Universidade de Estocolmo, Suécia, escreveu o artigo «Estimating future sea levels changes from past records» em que encosta o IPCC às cordas da ignorância.

O Resumo desse artigo (1) afirma o seguinte.

“Nos últimos 5000 anos, o nível médio global do mar foi dominado pela redistribuição das massas de água pelo globo. Nos últimos 300 anos, o nível do mar oscilou à volta do valor actual com picos de variação no período 1890-1930. Entre 1930 e 1950, o nível desceu. O passado século XX não mostra qualquer sinal de aceleração. Os altímetros dos satélites não indicam variações virtuais na última década. Consequentemente, as predições, baseadas nas observações, do futuro do nível do mar no ano 2100 fornecem um valor de 10 ±10 cm (ou + 5 ±15 cm) pelo que são de rejeitar os resultados dos modelos do IPCC bem como de outros modelos. Isto implica que não existe nenhum receio de cheias futuras como são anunciadas pela maioria dos cenários do aquecimento global.”

O artigo contém na Fig. 3 a evolução observada entre 1700 e 2000 e a projectada até 2100. Os valores “prováveis” e “possíveis”, em 2100, obtidos com o modelo INQUA (Comission on Sea Level Changes and Coastal Evolution) encaixam-se nos actuais. Isto é, não indicam mais do que oscilações anuais milimétricas, entre descidas e subidas.

Já as indicações dos profissionais do alarmismo (IPCC) satisfazem as fantasias das inverdades convenientes de Al Gore com variações anuais centimétricas. É tudo uma questão de escala.

Vale a pena uma leitura atenta do artigo de Nils-Axel Mörner até pelas fontes de informação disponibilizadas.

(1) O artigo, citado por Harvard, pode ser obtido neste link.

domingo, abril 01, 2007

Vapor de água

Um leitor escreveu-nos: “Dizem vários climatologistas que o vapor de água contribui com cerca de 95 % para o efeito de estufa da Terra. Não se trata de uma afirmação ideológica ou política. Trata-se de uma asserção que pode ser confirmada ou refutada. Se confirmada, parece que não se justifica o alarido que tem vindo a ser feito acerca da contribuição antropogénica para os gases com efeito de estufa.»

É verdade o que diz o leitor. De facto, a acção do vapor de água é escondida pelo IPCC nos seus documentos ditos científicos. Mas não é apenas o vapor de água que é oculto pelos “milhares de cientistas” do IPCC. Também as nuvens e os vulcões, por exemplo, ficam no tinteiro.

O vapor de água é muito importante. Mas, nas designadas ondas de calor está manifestamente enfraquecido – devido à secagem da atmosfera – pelo que é desmentida a teoria do efeito de estufa antropogénico. Nem sequer o efeito de estufa natural é responsável pelas ondas de calor.

As ondas de calor não têm rigorosamente – repete-se, rigorosamente – nada a ver com gases com efeito de estufa, nem naturais nem antropogénicos. As elevadas temperaturas de Dezembro 2006 - Janeiro 2007 também não foram devidas aos gases com efeito de estufa de qualquer proveniência.

O vapor de água é, de longe, o principal gás com efeito de estufa, embora constitua apenas 0,3 % da composição atmosférica. A sua distribuição é extremamente desigual, tanto geograficamente como em altitude.

A vida na atmosfera do vapor de água é breve. Através dos mecanismos da evaporação e da precipitação, a renovação do potencial global de água demora menos do que duas semanas.

As moléculas do vapor de água têm uma configuração triangular com o átomo do oxigénio num dos vértices. Nas do dióxido de carbono o átomo de carbono situa-se no centro de uma configuração linear simétrica com os de oxigénio nos extremos.

A diferente configuração – triangular e linear –, dá origem a diferentes estados vibratórios, originados por fenómenos complexos, com vantagem para o vapor de água. Até neste aspecto o vapor de água leva vantagem.

O dióxido de carbono representa 0,037 % na composição da atmosfera. As emissões devidas às actividades humanas são apenas um vigésimo das emissões naturais. Três quartos daquelas são devidos à queima dos combustíveis fósseis. O outro quarto deve-se à desflorestação e às práticas agrícolas.

O forçamento radiativo antropogénico do CO2 desde o ano de 1750 é tão-somente 1,4 W/m2. A medição da constante solar varia entre 1360 W/m2 e 1373 W/m2. Isto é, o seu valor pode estar dentro de uma faixa de 13 W/m2. Este valor é quase o décuplo do forçamento radiativo antropogénico do CO2. A acção deste é indetectável.

Ou dito de outra forma, o forçamento é cerca de um milésimo da constante solar. Se quisermos compará-lo com os 342 W/m2 da radiação solar que penetra no topo da atmosfera, representa, aproximadamente, apenas 0,4 %.

Também se pode avaliar o efeito antropogénico do CO2 pela sua insignificância de 0,117 % do valor global do efeito de estufa. O vapor de água é, com efeito, muito mais abundante e mais apto a reter-e-emitir calor do que o dióxido de carbono.

O cientista Broecker disse, curiosamente, que o vapor de água é o único componente da atmosfera capaz da aquecer e arrefecer a Terra. Ver: “Carlowitz, M., (1996). Did water vapor drive climate cooling? EOS, vol. 77, nº 33, 321-322”.

Correcção: onde estava "... o átomo de oxigénio no vértice superior..." ficou "...o átomo de oxigénio num dos vértices...".