sexta-feira, novembro 30, 2007

Vídeos do Brasil

Como santos de casa não fazem milagres, é no Brasil que Mitos Climáticos está a ter grande difusão.

Assim, o professor Marcelo de Oliveira Souza da Universidade Estadual do Norte Fluminense, no estado do Rio de Janeiro, acaba de produzir uma série de vídeos onde Mitos Climáticos é extensamente citado.

Os vídeos destinam-se a um programa semanal de TV produzido por este professor. Para assistir aos mesmos clique nos links abaixo:

- Aquecimento Global. Parte 1 – Um Passeio pelo Céu

- Aquecimento Global. Parte 2 – Um Passeio pelo Céu

quarta-feira, novembro 28, 2007

BD do Brasil

A propósito da BD publicada no dia 25 de Novembro de 2007, o leitor brasileiro Rómulo Lima evocou o facto de muito antes ter enviado para o MC duas caricaturas que, até hoje, não mereceram publicação.

A dificuldade de publicação situava-se na qualidade da imagem que se conseguia reproduzir com os meios técnicos disponíveis. Finalmente, chegámos a acordo quanto à publicação da Fig. RL1.

Este leitor escreveu um artigo para o curso de doutorado (designação brasileira) sobre alterações climáticas. O orientador da tese é um colaborador do IPCC. O Rómulo considera o seu orientador bastante acessível e equilibrado.

«Ainda não defendi minha tese de Doutorado em planejamento energético. Será no final de 2008. Passei no exame de qualificação. No dia 6 de Dezembro de 2007 vou defender o projeto de tese.» – escreveu Rómulo Lima.

Acrescentou: «Não falarei sobre efeito estufa, espero!» Estudou muito e acabou por ser aprovado no exame de qualificação. Participou seguidamente no "1º Congresso do Meio Ambiente do Abastecimento".

Nesse Congresso apresentou um poster intitulado «Pode o homem interferir nas Mudanças Climáticas? – A importância do CO2 neste processo». No poster estavam duas caricaturas (Fig. RL1) em que se vê o minúsculo CO2 antropogénico a ser acusado. Ao lado dele aparecem efectivos culpados.

O poster, durante o Congresso, despertou a atenção dos participantes que pela primeira vez tomaram conhecimento que o CO2 antropogénico é, realmente, um infinitamente pequeno neste processo, tal como concluiu o Rómulo durante a investigação.

Correcção: Acrescentou-se a palavra "antropogénico" a seguir ao "CO2".

Fig: RL1 - BD de Rómulo Lima. Fonte:RL.

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Climate Audit vs RealClimate

O leitor João Henrique Pereira manifesta uma opinião divergente da que se encontra no post anterior. Escreve o leitor: «onde diz "O RealClimate nasceu para se contrapor ao Climate Audit de Steve McIntyre" penso que se passou precisamente o contrário.»

Continua João H. Pereira: «Mann & companhia criaram o RC para contraporem ao artigo de McIntyre e McKitrick (MM2003) e como nele [RC] não permitiram qualquer expressão ou intervenção de McIntyre, este criou o CA para se defender dos ataques dos primeiros.»

Para sustentar a sua opinião, H. Pereira remete para o comentário de Steve McIntyre de 23 de Março de 2006. Neste comentário, Steve conta algumas das peripécias por que passou para tolerar os responsáveis do RC.

Mas, de facto, em Outubro de 2004 encontra-se registado o primeiro post do Climate Audit. Apenas no mês seguinte, em Novembro de 2004, aparece o correspondente do RealClimate.

João H. Pereira aproveita para indicar duas notícias do blogue IceCap (referido anteriormente no MC). Uma sobre os delírios de Hansen. Outra sobre as vantagens materiais que Al Gore poderá tirar da histeria do «global warming».

terça-feira, novembro 27, 2007

Adenda Bob Carter (2)

O canadiano Steve McIntyre é um investigador incansável. Tem produzido resultados notáveis como a descoberta da fraude científica praticada por Michael Mann e outros co-autores do tristemente célebre «hockey stick».

O principal autor do «hockey stick» está refugiado no blogue RealClimate. A sua presença não aumenta a reputação deste blogue dirigido por Gavin Schmidt. Gavin é o braço direito de James Earl Hansen.

O RealClimate nasceu para se contrapor ao Climate Audit de Steve McIntyre. A reputação do blogue de Gavin decaiu ainda mais quando pretendeu fazer a defesa das patranhas algorianas do inimaginável «Un inconvenient truth».

Não são apenas 9 os erros de Al Gore. São quase 100. Está para ser publicado brevemente um livro que, além de constituir um excelente manual de climatologia clássica, analisa "Uma Verdade Inconveniente" de fio a pavio, identificando cerca de uma centena de afirmações erradas ou distorcidas de Al Gore.

Steve McIntyre, há pouco tempo, conseguiu a publicação do Código de Hansen relativo à reconstrução das temperaturas médias globais que se tornaram no cavalo de batalha do alarmismo e do catastrofismo climático.

Aproveita-se para responder a uma leitora do Brasil que perguntou em que estado estava o dossier do Código de Hansen. Steve McIntyre tem produzido muitas notas sobre o assunto no seu blogue ClimateAudit.

As suas explicações vão no sentido de detectar defeitos sobre defeitos nos métodos utilizados por Hansen para corrigir leituras dos termómetros até chegar ao valor reconstruído e publicado das temperaturas que oferecem cada vez menor consideração.

Steve analisa pormenores técnicos muito específicos. A troca de opiniões entre Steve e Hansen tem conduzido a alguns aperfeiçoamentos da metodologia usada por este. Mas a conclusão importante foi a que corrigiu o ranking dos anos mais quentes dos EUA.

Mas, por outro lado, Steve ainda não conseguiu desvendar os segredos da base de dados CRU-Climate Research Unit da Universidade de East Anglia, Norwich, Reino Unido. São valores que merecem mais confiança ao IPCC nas suas publicações.

O responsável da base de dados CRU é Phil Jones. Jones respondeu negativamente a McIntyre quando foi solicitado para enviar o algoritmo utilizado na produção de elementos estatísticos. Steve pretendia replicar os valores anunciados publicamente.

Inicialmente, este pedido foi recusado à semelhança de muitos outros feitos por Steve. Depois de reclamar, McIntyre acabou por receber uma carta do Departamento de Informação da Universidade de East Anglia anunciando que o pedido iria ser satisfeito.

As investigações de Steve McIntyre, desde o infeliz caso «hockey stick» até à recente das temperaturas CRU (ainda por divulgar), são do maior interesse para o apuramento da verdade. O trabalho de Steve permanece escondido da opinião pública portuguesa.

domingo, novembro 25, 2007

Com a verdade me enganas tu

O poder de síntese da BD consegue bater qualquer texto por mais palavras que este possua. O caricaturista Luís Afonso, que colabora com o Público, conseguiu em quatro desenhos sintetizar a grande fraude do “aquecimento global”.

Está bem caricaturado o objectivo de milhares de reuniões do IPCC, da Comissão Europeia, dos governos, dos ministros do Ambiente. E até do autor da farsa «Un inconvenient truth».

Parabéns ao Luis Afonso. Ele, sim, com os desenhos da Fig. 90, merecia um Nobel da BD.

Fig. 90 - Com a verdade me enganas tu. Fonte: Luis Afonso, Público, 2007-11-25.

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sábado, novembro 24, 2007

Adenda Bob Carter (1)

O Prof. Bob Carter acrescentou duas Adendas. A primeira para manifestar a surpresa de uma decisão do Supremo Tribunal dos EUA. Este considerou o dióxido de carbono como um poluente. A decisão foi tomada pela maioria de 5 contra 4.

A questão tinha sido levantada pelo Estado de Massachusetts (quem diria!) para o Environmental Protection Agengy (EPA) considerar o dióxido de carbono na lista dos poluentes a par de outros gases com efeito de estufa (GEE).

O Supremo proferiu a sentença: «Como os GEE cumprem a definição do Clean Air Act, consideramos que a EPA tem autoridade para regulamentar as emissões desses gases nos novos motores de automóveis.»

Acrescentou ainda: «São conhecidos os danos importantes causados pelas alterações climáticas» e «a EPA não apresentou razões suficientes para se recusar a considerar que os GEE contribuem para, ou provocam mesmo, as alterações climáticas».

A EPA representa a direcção-geral ou o instituto do ambiente dos EUA. O Clean Air Act refere-se à importantíssima legislação americana para poluição atmosférica. Por aqui se vê a confusão habitual, deliberada ou procedente da ignorância, que se faz entre poluição e clima.

Como era de esperar, a decisão foi aceite com agrado pelos ambientalistas. Mas foi rejeitada por quem questiona se o poder judicial tem competência para tomar decisões do foro científico, misturando gases poluentes com não-poluentes.

O presidente John Robert declarou que o Supremo não tinha poder constitucional para julgar uma questão posta por um Estado (ou por grupos ambientalistas) que implique legislação da EPA. Acrescentou que «a maioria transgrediu o papel adequado do Supremo numa sociedade democrática».

O juiz Antonin Scalia, igualmente vencido, afirmou que «o Supremo não tinha competência para se substituir a um agência responsável como a EPA».

O mais caricato no meio disto tudo foi a consideração do dióxido de carbono como um poluente. Não admira, pois, que se ouça e se leia nos media que, além de poluente, o CO2 até é um gás tóxico.

quinta-feira, novembro 22, 2007

Links propostos por Bob Carter

As seguintes URL dedicam-se ao tema do "aquecimento global". Bob Carter apresenta uma lista de links para cada um explorar, concordando-se ou não com opiniões que se encontram aí registadas. Alguns já foram referidos no MC.

- Biografia do autor
- Tom Nelson
- Roger Pielke
- James Inhofe
- John McLean
- Francis Massen
- Steve McIntyre
- NZ Climate Science Coalition
- CO2 and climate
- Sherwood e Idso
- GlobalWarming.org
- Peter Glover
- IceCap
- John Daly (falecido, mas reactivado por colegas)
- The Lavoisier Group
- National Resources Stewardship Project
- Pages
- Ross McKitrick
- Warwick Hughes
- Doug Hoyt
- Pat Michaels
- Bob Carter

terça-feira, novembro 20, 2007

Conclusões de Bob Carter (2)

(fim das Conclusões)

As políticas nacionais relacionadas com o clima deveriam abandonar os pontos de vista alarmistas do IPCC. Incluindo o objectivo ilusório da mitigação das emissões. Mitigar, sim, a falta de conhecimentos do IPCC seria um objectivo prioritário.

Os planos nacionais deveriam identificar claramente os fenómenos climáticos eminentes ou em fase de iniciação. Como o caso da seca por desvio do potencial precipitável para paragens longínquas dos subespaços aerológicos em causa.

Os fundos de investigação deveriam ser transferidos. Parar com despesas inúteis em estudos do pseudo-efeito de estufa antropogénico seria salutar. Acabar com gastos absurdos em modelos desajustados da realidade seria uma medida inteligente.

Os fundos de investigação deveriam ser recolocados em estudos de fenómenos reais. Interessaria estudar tanto ondas de calor como de frio. É fundamental dominar os mecanismos reais que a hipotética influência antropogénica não explica.

Prever, com antecedência suficiente, o aparecimento de ondas de calor ou de frio seria óptimo para defesa da saúde dos cidadãos. Tal seria possível através da interpretação correcta das imagens dos satélites meteorológicos e das cartas sinópticas.

Do mesmo modo, seria possível prever, com certa margem de segurança, a trajectória dos ciclones tropicais. Isso não acontece com modelos que se afastam da realidade. Nem com as persistentes falsidades do efeito de estufa antropogénico.

Das duas possibilidades futuras sobre a evolução do clima, é manifestamente mais grave o “arrefecimento global” do que o “aquecimento global”. Não há tendência para aquecimento desde 1998. Já o arrefecimento apresenta sintomas a considerar.

Esta observação desqualifica a hipótese causa-efeito entre concentrações antropogénicas e temperaturas. Aquelas não param de aumentar apesar de toda a propaganda oficial. A concentração do CO2 crescerá mesmo após as temperaturas iniciarem a descida.

O histerismo do «global warming» é especialmente perigoso porque leva os governos a tomar medidas que não atendem à variabilidade natural do clima. Também provoca danos profundos no estatuto da ciência que deveria ser imparcial.

Muito resumidamente:

1 – A hipótese do efeito de estufa antropogénico (EEA) é sistematicamente falsificada pela Natureza. Todos os dias, todas as horas, todos os instantes.
2 – As observações das retracções dos mantos de gelo, dos efeitos dos ciclones tropicais, etc., etc., são absolutamente circunstanciais. Não há provas contra o EEA.
3 – As pressagiadas provas apresentadas com recurso aos modelos GCM quanto a um futuro quente (com o cenário do apocalipse: extinção de espécies, doenças, etc., etc.) não passam de pura especulação.
4 – A prova do «hockey stick» está completamente desacreditada. A utilização desta fraude foi uma demonstração da chicana científica praticada pelo IPCC.

Esta conferência de Bob Carter começou com a citação alarmista proferida pelo primeiro-ministro Tony Blair. Parece apropriado terminar com um aviso sério do presidente checo Vaclav Klaus proferido no Congresso dos EUA (em Março de 2007):

«Tendo vivido a maior parte da minha vida sob um regime comunista, sinto-me na obrigação de dizer que, no início do Sec. XXI, a maior ameaça à liberdade, à democracia, à economia de mercado e à prosperidade não é o comunismo ou as suas variantes mais atenuadas. O comunismo foi substituído pela ameaça do ambientalismo militante...

Os ambientalistas apresentam as suas ideias e argumentos como verdades indiscutíveis, usam métodos sofisticados de manipulação da comunicação social e recorrem a campanhas de relações públicas para exercer pressão sobre os decisores políticos a fim de alcançarem os seus objectivos.

Para reforçarem a sua argumentação procuram incutir o medo e o pânico, afirmando que o futuro do mundo está seriamente ameaçado. É sob uma tal atmosfera que pressionam os decisores políticos no sentido de os levarem a adoptar medidas restritivas, impor limites arbitrários, regulamentações, proibições e restrições nas mais vulgares actividades humanas, sujeitando as populações a omnipotentes decisões burocráticas...

As invocadas alterações climáticas de origem antropogénica tornaram-se num dos mais perigosos argumentos destinados a subverter o esforço humano e as políticas públicas em todo o mundo.»

Correcção: - Alterou-se "primeiro-ministro" para "presidente" checo.

domingo, novembro 18, 2007

Conclusões de Bob Carter (1)

Os media nem sempre cumprem o papel de defensores da opinião pública. No alarmismo climático contemporâneo tornaram-se parte interessada na campanha de desinformação (disponível em Carter, "Public misperceptions of human-caused climate change: The role of the media..." e "Human caused global warming. McCarthyism, intimidation, press bias, censorship, policy-advice, corruption and propaganda...").

Os líderes políticos, como o ex-primeiro ministro britânico Tony Blair, são mal aconselhados. Tanto pelo alarido dos media como pela propaganda difundida pelo IPCC e seus seguidores acerca do falacioso «global warming».

O descrédito traduzido pela fraude científica do «hockey stick» (McIntyre e McKitrick; Wegam, Scott e Said) – ex- icon do IPCC – limitou a defesa do «global warming» aos identicamente desacreditados modelos (IPCC).

O britânico Prof. Mike Hulme, director do Tyndall Center, escreveu recentemente no The Guardian (14 de Março de 2007) [tradução livre]:

«As alterações climáticas sendo um fenómeno natural incluem temas variados. Necessitam, portanto, de ser analisadas como fenómeno da Natureza. Isto é, devem ser monitorizadas e solucionadas como qualquer outro risco natural. Para tal, os cientistas – e os políticos – devem falar verdade. Se os cientistas desejam ser ouvidos, de modo a exercer influência política correcta, devem reconhecer os limites dos seus conhecimentos ao transmitir opiniões com consequências tanto para a sociedade como para a sua própria actividade científica.»

Um exemplo meritório é o da rede de monitorização de fenómenos naturais na Nova Zelândia, designada por GeoNet. Inclui autoridades da defesa civil do território e populações afectadas.

A GeoNet ocupa-se de riscos como sismos, erupções vulcânicas, tsunamis e inundações. Embora as alterações climáticas não estejam previstas, a GeoNet cuida igualmente de fenómenos meteorológicos extremos.

O planeamento de prevenção dos riscos deveria prever soluções para acontecimentos de variações súbitas do clima com reflexos na saúde humana. Por exemplo, o ano sem Verão de 1816. (Ver o livro: Harington, C.R., 1992. The Year Without a Summer? World Climate in 1816, 576 p., Canadian Museum of Nature, Ottawa).

Os riscos de variações rápidas do clima deveriam ser incluídos no planeamento de prevenção de riscos. Um acontecimento deste tipo ficou conhecido por Dansgaard-Oeschger (acrónimo D/O) de 1470. (Ver Burns et al.).
(continua)

quinta-feira, novembro 15, 2007

O IPCC é político ou científico? (4)

(conclusão)

De acordo com o Prof. Bob Carter, a terceira linha de argumentos é a menos convincente de todas. Consiste no exercício de prever o futuro com auxílio de modelos climáticos. É um verdadeiro fiasco que levará muitos anos a corrigir.

Nem os modelos climáticos representam a realidade nem a base de dados que usam tem significado para além do aspecto especulativo. Para iniciar um exercício com modelos climáticos é necessário efectuar um outro com modelos económico-sociais.

Os resultados dos económico-sociais, por sua vez, dependem de hipóteses especulativas do desenvolvimento económico a nível mundial. Além do mais, estas pressupõem uma determinada taxa de conversão das moedas.

A conversão numa moeda única, normalmente o dólar americano, coloca a questão discutível da conversão a taxas de câmbio nominais ou a taxas de paridade do poder de compra. Esta questão não está resolvida.

Economistas da OCDE acusam o IPCC de usar uma metodologia económico-social de tal modo distorcida que certos países actualmente na cauda do desenvolvimento económico (caso do Zimbabué) se tornariam, em 2100, mais ricos do que os EUA.

Com esta metodologia provoca-se, artificialmente, o recurso de maior quantidade de energia para o desenvolvimento. Consequentemente, as emissões de CO2 que entram nos modelos climáticos fazem-no com manifesto exagero.

Não se contesta que os modelos constituem uma realização intelectual importante. Mas os modelos dependem da apreensão do fenómeno a explorar. Os modelos climáticos baseiam-se na circulação geral da atmosfera. Podem ainda acoplar a dos oceanos.

A sigla anglo-saxónica GCM (General Circulation Model) aponta claramente o princípio fundamental da escrita deste tipo de modelos. E qual é o esquema explicativo da circulação geral da atmosfera incorporado nos GCM?

É o esquema tricelular com as células polar, de Ferrel e de Hadley. Ainda há bem pouco tempo nevou em Bogotá, Colômbia. A neve veio do Árctico e/ou da Gronelândia (célula polar). Atravessou vários paralelos para além do 60 ºN que não era previsto ultrapassar.

Ou seja. O esquema tricelular não corresponde, nem de perto nem de longe, à realidade da circulação geral da atmosfera. No entanto, é ele que está incorporado em todos os GCM. Daí os erros desmedidos de previsão para além dos dois dias.

A heurística é salutar na investigação científica. Quando menos se espera encontram-se resultados surpreendentes. Os GCM, com todos os seus defeitos, são apenas úteis para explorar, laboratorialmente, o sistema climático.

Nunca um GCM foi validado no sentido de realizar testes de previsões quaisquer que sejam ou de confirmar valores históricos. Fazer previsões a distâncias de 50 ou 100 anos é um acto sem sentido e um desperdício de tempo e de dinheiro.

A aposta cega do IPCC na metodologia com GCM manifesta a ausência de provas empíricas que fundamentem a acusação da culpa das actividades humanas. As acusações sobre as emissões antropogénicas são, pois, demasiado fracas.

As observações dos satélites mostram que desde, pelo menos, 1998 as temperaturas se mantêm estacionárias. Mas as emissões antropogénicas mantiveram-se dentro das tendências de crescimento anteriormente verificadas.

Em Fevereiro deste ano o IPCC emitiu o seu quarto Sumário para os decisores políticos (SPM, acrónimo anglo-saxónico). Este Sumário não melhora a retórica do IPCC. Registou a prática lamentável de atribuir por votação probabilidades de acontecimentos.

No estado actual de conhecimentos, nenhum cientista sério pode atribuir uma probabilidade de 90 % a causas antropogénicas para metade da elevação, no século XX, da temperatura média global reconstruída.

Tão grave como aquela metodologia singular da escolha da probabilidade por votação foi o resultado ter sido depois transposto nos relatórios ditos científicos que foram publicados à posteriori (ver IPCC, 2007).

sexta-feira, novembro 09, 2007

O IPCC é político ou científico? (3)

(continuação)

O segundo argumento da propaganda do IPCC – continua o Prof. Bob Carter – afirma que a acção do homem no curto prazo (séculos XIX e XX) terá consequências graves no longo prazo (século XXI e mais além).

Envolvem-se muitos campos da ciência nos estudos que se processam de forma intensa e caríssima. Desta investigação emerge um facto implacável. É que em nenhum deles – anunciados quase semanalmente – se demonstra que a causa humana está associada.

Por exemplo, apesar das tentativas desesperadas de ligar o possível aumento do número de furacões e da sua intensidade ao aquecimento global, todas as provas vão no sentido contrário. Consultar Kossin et al., 2007.

É evidente o erro de associar furacões ao efeito de estufa (antropogénico ou mesmo natural). A falha de apenas uma das premissas draconianas da formação de um ciclone tropical deita a hipótese por terra.

Seria um prodígio da física associar a formação do equador meteorológico vertical (EMV) – na zona intertropical – ao efeito de estufa. E sem EMV não há furacões. Sugere-se uma recapitulação das notas sobre ciclones tropicais publicadas em Outubro de 2005.

Do mesmo modo, associar a seca ao efeito de estufa (mesmo natural) é um absurdo. A pluviogénese impõe três condições draconianas. Nenhuma ligada ao efeito de estufa (mesmo natural).

Basta falhar uma para não haver precipitação. É o que ocorre actualmente com o desvio do potencial precipitável (condição primordial da presença de vapor de água) que nada tem a ver com efeito de estufa. O desvio processa-se pela persistente estabilidade anticiclónica.

A ligação simplista e absurda “seca-dióxido de carbono” é semelhante à que diz serem massas de ar quente vindas do quadrante leste (de Espanha nem bom vento…) ou do Norte de África as responsáveis pelo calor em Portugal. O ar quente, levezinho, viria por aí fora, lá pelo alto, e – milagre – desceria das alturas quando chegasse a Portugal.

Do mesmo modo o espantalho do aumento dos níveis dos oceanos previstos pelo IPCC, desde 2001, por motivo da fusão dos mantos de gelo do Antárctico e da Gronelândia, vai sendo rasgado por estudos diversos. Consultar, por exemplo, Zwally et al., 2005.

Segundo estes autores a elevação do nível dos oceanos processar-se-ia a um ritmo de +0,05 mm ± 0,03 mm por ano. A manter-se, daqui a um milénio subiria uma palmo. Se, entretanto, não ocorrer uma glaciação.
(continua)

terça-feira, novembro 06, 2007

O IPCC é político ou científico? (2)

(continuação)

Quais os factos avançados pelo IPCC para alarmar a opinião pública mundial? São fundamentalmente três. Mas não demonstra que qualquer deles tenha origem na “perigosa” influência humana.

O primeiro é o do que a temperatura média global aumentou 0,74 ºC nos últimos cem anos. Mesmo que se aceitasse a bondade dos termómetros e da metodologia usada pelo IPCC não há prova para a hipotética culpabilidade humana (Vide Fig. BC3).

Existem registos históricos com muitas séries de dados geológicos que mostram períodos de aquecimento a seguir a períodos de arrefecimento. Aconteceu nos séculos XIV, XVII e XIX. Consultar “Lamb, H H, 1977. Climate: Present, Past and Future, vol. 2, 835 p (Methuen: London)”.

É o que está a acontecer após a Pequena Idade do Gelo (LIA, em inglês, de Little Ice Age). Alega-se, injustificadamente, que a recuperação das temperaturas, no século XX, depois da LIA ter terminado no final do XIX, é originada pelas emissões antropogénicas.

Entretanto, o sinal MSU de qualidade superior obtido com satélites – como indicado anteriormente – demonstra quão ténue é esta acusação (Vide Fig. BC8). Entre 1980 e 2006, retirando os picos extremos, é mais evidente a estabilização das temperaturas do que o crescimento desmesurado.

A segunda acusação, sem fundamento, resulta de atribuir às emissões antropogénicas o alarmismo da retracção das calotes polares. Foi dramatizada na pantomina de Al Gore “An Inconvenient Truth”.

Não se prova qual é ou foi o mecanismo físico que conduziu a essa situação. São apenas invocados resultados de modelos que se mostram incapazes de apreender a dinâmica das regiões polares.

O catastrofismo algoriano diz que essa retracção vai elevar os níveis oceânicos, aumentar as secas, as tempestades e todas as invenções possíveis, como a perda da biodiversidade e o aparecimento de doenças, que possam assustar os decisores políticos.

Todos os argumentos ignoram fenómenos físicos básicos. Não se preocupam sequer em admitir a hipótese de realizar uma experiência que demonstre ou refute as hipóteses. Só em 2100 é que se tirariam conclusões…

Não conseguem fazer previsões do tempo com grau de fiabilidade mínima para além de dois dias. As previsões a médio prazo de trinta dias falham redondamente. Mas as de muitíssimo longo prazo (cem anos!) é que vão dar certo.

E, contudo, todas as previsões se baseiam em modelos com os mesmos defeitos. Não existem diferenças de bases conceptuais para modelos de previsões de dois dias, trinta dias ou cem anos.

Cada argumento circunstancial ignora pelo menos dois factos básicos. O primeiro é que todos os fenómenos climáticos oscilam com as suas tendências, frequências e intensidades. O tempo funciona com a dinâmica própria do planeta.

O segundo será visto num próximo post.
(Continua)

quinta-feira, novembro 01, 2007

Universidade do Minho

A licenciatura em Biologia Aplicada (BA) da Universidade do Minho promove anualmente as Jornadas de BA. As IX Jornadas realizaram-se de 25 a 27 de Outubro de 2007, no campus de Gualtar, da Universidade do Minho, Braga.

A excepção foi a tertúlia “Alterações Climáticas: uma perspectiva (in) conveniente” que se realizou no dia 25, às 21 h 30 m, no Museu Nogueira Silva, propriedade da UM, no centro de Braga.

A Comissão Organizadora convidou a Dra. Fátima Espírito Santo, do Instituto de Meteorologia, o Prof. Doutor Henrique Lecour, do Instituto de Ciências da Saúde, e a mim próprio, como editor do Mitos Climáticos.

O debate foi moderado pelo Prof. Doutor Rui Tavares, do Departamento de Biologia da UM. Na assistência -- cerca de sessenta pessoas -- encontravam-se professores, alunos da UM, biólogos e representantes de órgãos da comunicação social.

Esta forma de debate permitiu a interacção entre oradores e audiência. A Dra. Fátima Espírito Santo, co-autora do projecto SIAM, é uma figura mediática das telas da TV. Apresentou o discurso oficial sobejamente conhecido de todos.

O Prof. Doutor Henrique Lecour, jubilado da Universidade Católica Portuguesa, falou da hipotética invasão dos dengues e consequências para a saúde. Aproveitou para se referir à onda de calor do verão de 2003 e as respectivas mortes humanas.

Depois destas intervenções, a assistência apresentava-se com cara de pânico. Uma onda de alarmismo e catastrofismo atravessou a sala. Tivemos então oportunidade de fazer a defesa contra a acusação infundada da culpabilidade do Homem.

Refutei a hipótese do efeito de estufa antropogénico com a explicação detalhada dos fenómenos físicos verificados no processo de uma onda de calor. Finalmente, afirmei que o Instituto de Meteorologia tem a prova material da inocência do Homem.

De facto, o IM regista de dez em dez minutos a pressão atmosférica à superfície. A sua evolução crescente desde o shift climático de 1975-1976 é antinómica da hipótese falaciosa do efeito de estufa (natural ou antropogénico).

Ainda houve uma tentativa ténue de rebater a existência de uma evolução crescente, mas foi apresentada à Mesa uma prova documental traçada com valores reais requisitados ao IM e que tive de pagar pessoalmente àquela instituição.

Assim terminou a tertúlia. Para os interessados acrescenta-se o link que dá indicações sobre as IX Jornadas de Biologia Aplicada: IX Jornadas.

Correcção: Substitui-se "e eu próprio" por "e a mim próprio".