segunda-feira, outubro 30, 2006

Nuvens

(continuação da palestra de Fred Goldberg)

O climatologista Hans Neuberger estudou as nuvens através de quadros espalhados por 41 museus dos Estados Unidos da América e da Europa. Consultou cerca de 6500 (outras fontes dizem que foram 12 000) quadros datados entre 1400 e 1967.

A sua análise estatística revelou um aumento lento do número de nuvens entre o início e meados do século XV. A partir de meados do século XV verificou-se um salto brusco da nebulosidade.

Outros registos mostram que as nuvens das camadas baixas continuaram a aumentar rapidamente até 1550. Do mesmo modo, existem provas de que a quantidade de nuvens decresceu depois de 1850.

É interessante saber que este estudo de Neuberger sobre as nuvens permitiu determinar a marca da já conhecida Pequena Idade do Gelo.

Antes de 1550 o céu dos quadros era muito mais azul. Durante a Pequena Idade do Gelo encontrou uma tendência para o céu se apresentar mais nebuloso e escuro. Esta tendência manifestou-se até 1850.
(continua)

sábado, outubro 28, 2006

Glaciares alpinos

(continuação da palestra de Fred Goldberg)

Os glaciares alpinos começaram a avançar com o início da Pequena Idade do Gelo. Desceram rapidamente pelos vales abaixo. O ataque das vilas da Suíça pelos glaciares ocorreu a uma velocidade de 20 metros por ano.

O avanço constante dos glaciares destruiu habitações e campos cultivados. Naquela época este avanço dos glaciares foi uma autêntica calamidade pública.

Actualmente a retracção de alguns glaciares, que começou há mais de 150 anos, é considerada um desastre. A retracção ainda não causou a mais pequena beliscadura.

Em 1589, o glaciar de Allalin, o rei dos Alpes, perto de Visp, desceu tão abaixo que obstruiu o Vale de Saas. Formou um verdadeiro lago.

Em 1595, o glaciar de Gietroz, nos Alpes apeninos, chegou a pressionar o leito do rio Dranse. Morreram 70 pessoas quando as cheias submergiram a cidade de Martigny, na Suiça.

Em 1926 encontrou-se uma inscrição numa casa próximo de Bagnes que dizia: «Maurice Ollier viveu nesta casa até Bagnes ter sido submersa pelo glaciar Gietroz, em 1595 ».

Em 1599-1600, os glaciares alpinos arrastaram e destruíram vilas inteiras e terras agricultadas na região de Chamonix, igualmente na Suiça.
(continua)

quinta-feira, outubro 26, 2006

Little Ice Age

(continuação da palestra de Fred Goldberg)

Os habitantes da Europa central foram invadidos pelo gelo e pelos glaciares. Durante o século XVI a pequena era do gelo estendeu-se à Europa. Os rios, os canais e parte dos mares congelavam nos Invernos.

As terras cultiváveis suportavam inundações. Até os Verões eram frios. Falhavam as colheitas e escasseavam os alimentos. A fome alastrou-se. A Europa experimentou sérias crises alimentares entre 1315-1319. Morreram dezenas de milhares de europeus.

A erupção, em 1815, do Monte Tambora, na Indonésia, fez desaparecer o Verão do calendário. Esta cena repetiu-se em 1816, ano que ficou historicamente designado por “O Ano sem Verão”. Morreram mais de 70 mil pessoas. Acredita-se que foi a mais espectacular erupção vulcânica durante os últimos 15 mil anos.

Muitos dos Invernos extremos foram iniciados provavelmente por actividades vulcânicas. A propagação das cinzas na atmosfera superior reflectiu parte da radiação solar. Formou uma camada protectora contra essas radiações.

O pintor Peter Breughels, o Velho, fixou na tela os “Caçadores na Neve” (Fig. 60). Vêem-se camponeses a patinar na superfície gelada de um canal. Claro, aparecem alguns homens a partir para uma caçada. Este quadro serviu de símbolo do simpósio de Estocolmo.

“Caçadores na Neve” foi pintado em 1565. Representa, talvez, o primeiro rigoroso Inverno da Pequena Idade do Gelo (LIA em inglês). Os londrinos não se esqueceram da época em que o Tamisa gelava nos Invernos. Permitia-se realizar feiras sobre o gelo do Tamisa.

Aliás, uma pintura de Abraham Hondius (1630-1695), existente no Museu de Londres, mostra o rio Tamisa no centro de Londres. O gelo parece ter uma espessura de 2 metros!

Em 1658 o sul do Báltico estava coberto de gelo. O rei Carl X Gustav, da Suécia, aproveitou esta circunstância para alargar os seus domínios à custa dos dinamarqueses. Mandou as suas tropas marchar sobre o gelo e atacar os dinamarqueses pelo lado sul.

Os suecos alcançaram uma rápida vitória. O tratado de paz, assinado em Roskilde, obrigou os dinamarqueses a entregarem à Suécia os distritos de Halland, Blekinge e Scania. Hoje fazem parte do sul da Suécia que deve à Pequena Era do Gelo a expansão dos seus territórios.
(continua)
Fig. 60 - Caçadores na Neve. Fonte: Peter Breughels, o Velho. 1565. Posted by Picasa

terça-feira, outubro 24, 2006

Aproxima-se o frio

(continuação da palestra de Fred Goldberg)

O primeiro sinal da aproximação de um novo período frio aconteceu quando um bloco de gelo desceu do Norte em direcção à Islândia transportando ursos polares. Este acontecimento verificou-se em 1203.

Durante esta primeira fase da chegada de uma era de frio, sucederam-se tempestades e cheias que abrangeram o Mar do Norte e as costas atlânticas da Europa. Estas tempestades fizeram muitos pescadores e marinheiros perder a vida.

Nuvens de areia transportadas pelas tempestades provocaram o aparecimento de enormes dunas. O florescente porto de Kenfig, próximo de Port Talbot, no sul do País de Gales, teve de ser abandonado após uma tempestade que o cobriu de areia.

Muitas vilas experimentaram grandes problemas com estas tempestades. Algumas ficaram enterradas. Tal como florestas próximo das costas. No dia 19 de Agosto de 1413 a pequena cidade de Forvie, próximo de Aberdeen, ficou soterrada sob 30 metros de areia.

No século XIII sucederam-se muitas tempestades e cheias. Calcula-se que durante as tempestades de 1200, 1212-1219, 1237 e 1362 tenham morrido cerca de 100 mil pessoas ao longo da costa alemã e da holandesa, no Mar do Norte.

No norte dos Países Baixos, o Zuider Zee transbordou e submergiu as explorações agrícolas. A última tempestade foi designada “Grote Mandrake” que significa “grande afogamento”.

As cheias coincidiram muitas vezes com a preia-mar. Em 1240 e 1362, o mar engoliu 60 comunidades ao longo das costas da Alemanha e dos Países Baixos, no Mar do Norte. A água salgada destruiu bastantes explorações agrícolas.

Durante o MWP, a ilha alemã de Helgoland, no Mar do Norte, tinha um diâmetro de 60 quilómetros. Metade da ilha desapareceu com as tempestades de 1300. Igrejas e vilas inteiras deixaram de existir com a redução da ilha para um raio de 25 quilómetros.

Em 1315 a Flandres esteve mais ou menos debaixo de água. Essa situação prejudicou a campanha militar de Luis X. Os cavalos afundavam-se até à cintura. As carruagens atolavam-se na lama. A infantaria atolava-se nos campos pantanosos.

Como as rações rareavam o rei Luis X teve de dar ordens para recuarem imediatamente. Os naturais da Flandres, agradecidos, consideraram as cheias como um milagre ou uma dádiva divina. Para eles, o clima passou a ter um toque religioso.

De facto, 1315 foi um ano mau, com frio e chuvas torrenciais. Milhares de hectares de cereais não amadureceram e o feno não se aproveitou. O ano seguinte foi também um ano terrível com chuva, frio e inundações na Europa central.

As tempestades de 1421, 1446 e 1570 causaram mais de 400 mil mortes. As margens ribeirinhas foram das que mais sofreram. A cidade de Colónia esteve um ano debaixo de cheias. Era possível andar de barco dentro da cidade.

Mas no ano seguinte, o Reno secou de tal forma que se podia atravessá-lo a pé. Os europeus sofreram severas tempestades, cheias, secas e frios intensos nos Invernos.

Em 1588, a Armada Britânica lutava com a Armada Espanhola na costa ocidental da Irlanda. De repente sucedeu uma violenta tempestade. A Armada Espanhola perdeu mais barcos devido à tempestade do que na luta contra a Armada Britânica.
(continua)

domingo, outubro 22, 2006

Catedrais e pontes

(continuação da palestra de Fred Goldberg)

O clima quente dos séculos XII e XIII foi propício para boas safras, as quais permitiram o abandono dos campos. A produtividade das terras permitia alimentar não só os camponeses como os citadinos. Tanto no Verão como no Inverno.

A libertação de mão-de-obra dos campos foi um dos factores que contribuiu para a construção de grandes catedrais. Foi um tempo de eldorado para os arquitectos. A Notre Dame, de Paris, foi encomendada pelo Bispo Maurice de Sully em 1159.

Em Inglaterra, a Catedral de Cantuária começou a ser construída em 1170. A de Lincoln, poucas vezes mencionada, em 1192. A construção em série de catedrais góticas foi executada pelo excesso de mão-de-obra e financiada pela riqueza acumulada.

Durante o Período Quente Medieval houve também uma construção febril de pontes. Nesse período verificaram-se precipitações mais elevadas do que actualmente em determinadas regiões.

Esse aumento de caudais levou à construção de pontes em lugares que hoje estão a seco. Exemplo desta anomalia encontra-se em Palermo, na Sicília. Foi construída a Ponte dell’Ammivaglio sobre o Rio Oreto, em 1113. O leito do rio está agora seco.

Um outro bom exemplo é o da famosa Pont d’Avignon no baixo Rhone. Construída entre 1177 e 1185 quando o rio transbordava, é uma ponte sobre um rio domesticado.

Em resumo, a colonização da Islândia e da Gronelândia, a chegada dos escandinavos à América, a construção de catedrais e de pontes medievais na Europa são sinais de um fenómeno climático – o Medieval Warm Period – que deixou marcas indeléveis.

Uma outra curiosidade foi a reabertura das minas de cobre dos Alpes, durante o MWP, que floresceram até ao novo avanço do gelo. Haviam sido seladas em tempos pré-históricos, no início de uma glaciação.
(continua)

sexta-feira, outubro 20, 2006

A bênção do MWP

(continuação da palestra de Fred Goldberg)

O Período Quente Medieval foi uma bênção para os camponeses pobres do norte da Europa. Aumentaram substancialmente as suas colheitas de cereais. Melhoraram as condições para a pesca e para a caça.

Existem muitas pinturas medievais que mostram a riqueza dos campos dessa época. Nessa altura as colheitas agrícolas e a produção de cerais eram florescentes nos planaltos da Escócia.

A abadia de Kelso, no sul da Escócia, possuía uma exploração agrícola com mais de cem hectares situada a 300 metros acima do nível do mar. Ainda se conseguem encontrar vestígios deste tipo de explorações na fronteira entre a Escócia e a Inglaterra.

O frio também fazia das suas apesar de se viver no Período Quente Medieval. Os preços do mercado de cereais flutuavam ao sabor das temperaturas. Desciam quando a temperatura subia.

Um outro sinal importante do clima ameno do Período Quente Medieval foi o facto de a Inglaterra se ter tornado num país produtor de vinho. Entre 1100 e 1300, os vinhedos espalhavam-se pelo sul e pelo centro da Inglaterra.

O limite vinhateiro mais a norte de Inglaterra situava-se em Hereford. Esta exploração vitícola durou até ao início do século XX. Na altura deste período quente, a França tentou negociar acordos comerciais com exclusão dos vinhos britânicos.

É possível acompanhar a variação do clima, ano após ano, através dos registos das vinhas inglesas. Os arquivos registaram os meses em que as uvas estavam prontas para se iniciarem as respectivas vindimas.

No entanto, com a aproximação do ano 1300, as geadas nocturnas começaram a aparecer cada vez mais cedo e deram cabo das vinhas inglesas.
(continua)

quarta-feira, outubro 18, 2006

Colonização da Gronelândia

(Continuação da palestra de Fred Goldberg)

Em 980, foi possível navegar até ao sul da Gronelândia. Erik, o Vermelho, que fora banido da Islândia, conseguiu salvar a vida escapando para a Gronelândia. Após cinco anos regressou à Islândia para realizar a primeira acção de marketing da história.

Convenceu os seus amigos da Islândia sobrepovoada que se lhes oferecia melhores condições de sobrevivência numa verdejante terra que apelidou de Greenland (terra verde).

No ano 985, Erik, o Vermelho, partiu da Islândia acompanhado de 25 grandes barcos cheios de escandinavos para colonizar a Gronelândia. Esta esquadra foi apanhada por um violento temporal já próximo do sul da Gronelândia.

Em consequência, nove dos 25 barcos afundaram-se. Levaram consigo, para o fundo do mar, todos os seus passageiros. Os escandinavos sobreviventes da tempestade iniciaram os estabelecimentos coloniais do oriente e do ocidente da Gronelândia.

Estes pioneiros da colonização gronelandesa trouxeram o cristianismo com eles. Erik, o Vermelho, e a sua esposa Tjodhild construíram uma igreja que ficou sob a protecção do arcebispo de Nidaros (Trondheim). Ainda existem as ruínas da igreja de Herolfsnes.

Cem anos mais tarde, com o regresso do gelo, era impossível estabelecer contacto com os estabelecimentos coloniais da Gronelândia. Quando estes sítios foram visitados no século XVII, encontraram-se ruínas, nomeadamente dos templos religiosos, e sepulturas.

Mas não se encontraram vestígios dos mortos que pereceram pela fome que assolou a ilha com o regresso do frio. É muito provável que os velhos colonos os tenham embalado juntamente com os haveres que embarcaram a caminho da Nova Inglaterra.

Os gronelandeses pereceram porque se recusaram a adaptar-se à variação climática, ou seja, adoptar o modo de vida dos esquimós que já viviam naquela região e que continuam a sobreviver até hoje. Preferiram morrer como cristãos a viver como esquimós.

A era dos vikings correspondeu ao período mais quente dos últimos mil anos. Os cilindros de gelo retirados dos mantos da Gronelândia demonstram este facto.
(continua)

segunda-feira, outubro 16, 2006

Colonização da Islândia

Fred Goldberg, secretário-geral do simpósio internacional realizado em Estocolmo, em 11 e 12 de Setembro passado, foi o apresentador de uma das mais interessantes palestras introdutórias. Falou sobre “Some selected climate events from historical records”.

Fred escolheu especialmente alguns acontecimentos históricos para mostrar como o homem sempre soube adaptar-se às circunstâncias da eterna variabilidade do clima.

Os seres humanos sempre estiveram à mercê de variações rápidas do clima. Resistiram a 7 ou 8 períodos de gelo durante os últimos milhões de anos. Os nossos antepassados souberam adaptar-se aos ciclos irregulares de frio e de calor.

Adaptaram-se às inundações e às secas desde a última era do gelo de há 10 mil anos. Desenvolveram estratégias para sobreviver às secas, aos dilúvios ou aos longos períodos de frio com colheitas desfeitas.

Durante os séculos IX e X o Atlântico Norte foi afectado por um período quente. Os escandinavos que sobrepovoavam a costa da Noruega aproveitaram essa situação para colonizar a Islândia.

Existem registos históricos que permitem afirmar que em 874 os vikings aproveitaram as condições favoráveis do degelo para colonizar a Islândia em permanência. Antes a grande ilha estava abarrotada de gelo. Daí o nome de Iceland (terra de gelo).

Durante alguns séculos, a colonização de escandinavos prosperou com um estável clima suave. A sobrevivência foi possível pela fertilidade dos solos. Os solos permitiram colheitas de cereais para a alimentação humana.

Foi igualmente possível a pastorícia pela obtenção de alimentos para o gado caprino. Salienta-se que actualmente isto não é possível. O solo arável ficou prejudicado não só pelos mantos de gelo.

Se dúvidas houvesse, isto prova que o Período Quente Medieval existiu com temperaturas superiores às actuais.

Nos primórdios do século XIII apareceram os primeiros sinais de uma variação climática. O gelo começou a cercar a Islândia. As viagens entre a ilha e o continente tornaram-se mais difíceis e até perigosas.

As colheitas e a criação de gado foram fortemente afectadas. Os colonos que partiram da Noruega deixaram de poder cultivar vários cereais facilmente obtidos durante o período de clima ameno. Até hoje…
(continua)

sábado, outubro 14, 2006

Vídeos de Estocolmo

Disponibilizam-se dois vídeos do debate da mesa redonda do simpósio de Estocolmo. Pode-se descarregá-los através do link da página do anúncio do simpósio. Cada vídeo tem cerca de 45 minutos.

Na mesa do painel sentaram-se à esquerda, para quem está sentado no anfiteatro, Hans von Storch e Lennart Bengtsson (“warmers”) e à direita Fred Singer e Bob Carter (“sceptics”).

O moderador que faz as perguntas é o director do Real Instituto de Tecnologia, Anders Flodström. Pode-se verificar como é possível realizar um debate de elevado nível entre cientistas com pontos de vista diametralmente opostos.

Para se aceder aos vídeos é necessário possuir o programa Windows Media Player (vulgar de Lineu) e o programa DivX que está disponível num link existente na página do próprio anúncio do simpósio.

terça-feira, outubro 03, 2006

Variações climáticas no Holoceno

A primeira apresentação formal do simpósio de Estocolmo (de 11 a 12 de Setembro de 2006) foi feita por um sueco que se distingue, não só na Suécia mas também pelo mundo afora, pelo desmantelamento de afirmações falsas proclamadas pelo IPCC.

Wibjörn Karlén é um eminente paleoclimatologista que já publicou dezenas de artigos revistos por pares (peers) em revistas da especialidade. Apresentou uma comunicação especialmente dedicada à variabilidade do clima durante o Holoceno.

O Holoceno, que ainda decorre nos dias de hoje, representa o último período interglaciário do Quaternário. O Quaternário corresponde à era geológica que vai do aparecimento do homem até aos nossos dias. O Holoceno abrange um lapso de tempo de cerca dos últimos 10 mil anos.

A apresentação de Karlén começou com um diapositivo que continha afirmações defendidas pelo IPCC-Intergovernmental Panel on Climate Change:

- O aquecimento no século XX não tem precedentes;
- Somente durante este século é que houve alterações climáticas a nível global;
- As anteriores alterações climáticas foram locais ou regionais;
- Nunca houve uma taxa anual de aumento da temperatura como actualmente;
- O aumento da temperatura é particularmente elevado na região do Árctico;
- Não houve o MWP-Medieval Warm Period nem a LIA-Litle Ice Age a nível global.

Wibjörn Karlén desmontou uma a uma todas estas falsas afirmações, as quais não são suportadas pelos registos paleoclimáticos. O Holoceno tem sido marcado por frequentes variações climáticas.

Karlén começou por demonstrar que o MWP existiu globalmente e não local ou regionalmente. O IPCC afirma que foi apenas localizado no hemisfério Norte. No entanto, existem registos de acontecimentos do MWP nos dois hemisférios.

Neste período, situado entre os sec. X e XIV, encontraram-se registos do MWP tanto na Gronelândia, colonizada pelos vikings, como na Tasmânia ou no Peru.

Em África existem registos paleoclimáticos que atestam a existência global do MWP tanto a Norte como a Sul do Equador. O mesmo aconteceu com a LIA que deixou marcas em todos os continentes.

Demonstrou através dos estudos de Igor Poliakov, de Keith Briffa e outros, que as temperaturas actuais no Árctico são semelhantes às verificadas nos anos 40 do século XX. Antes, portanto, do suposto início do aquecimento entre 1976-2000.

Nos anos 40 verificaram-se taxas de crescimento anual da temperatura que ultrapassaram as actuais como atestam os próprios registos da Organização Meteorológica Mundial.

Karlén terminou a sua comunicação com o diapositivo inicial mas com a afirmação final:

Data do not support claims often repeated in the greenhouse debate

Ou seja, os dados paleoclimáticos não suportam as afirmações tantas vezes repetidas no debate da pseudo teoria do efeito de estufa antropogénico. Bert Bolin, o primeiro presidente do IPCC, presente no anfiteatro, abanou a cabeça em forma de reprovação.

Wibjörn Karlén, já fora da sua comunicação, afirmou que tem cada vez mais dúvidas sobre a validade das temperaturas médias globais apresentadas pelo Hadley Centre e adoptadas pelo IPCC.