sexta-feira, agosto 29, 2008

Em jeito de conclusões

Charles Muller (*)

Uma revisão da literatura científica recente permite tirar algumas conclusões provisórias:

Não existe consenso científico sobre a grandeza do aquecimento recente no Árctico.

Vários estudos mostram que foi mais fraco do que o aquecimento médio no Globo durante o século XX. Outros recordam que as amplitudes térmicas no Pólo Norte são a regra pelo menos desde há 50 mil anos e que o fenómeno está particularmente documentado tanto no decurso do último milénio como no decurso do último século.

Não existe consenso científico sobre a amplitude da fusão recente dos gelos no Árctico.

O valor de 40 % de perdas em 40 anos foi vivamente contestado. Vários estudos com base nos satélites mostram que os modelos climáticos em vigor falham na precisão da espessura real dos gelos (50 % de subavaliação da variabilidade real).

Certas zonas do Árctico (como o inlandsis gronelandês) conhecem uma progressão dos gelos e não uma regressão. Outras zonas, como os mares marginais da Sibéria, não mostram qualquer evolução significativa durante o século XX.

Não existe consenso científico sobre as causas da evolução climática recente no Árctico.

O aquecimento global é o culpado ideal mas não existe evidência alguma da sua responsabilidade.

Além disso, as variações do clima árctico contradizem a tese “simplista” de aquecimento pelos gases com efeito de estufa: como explicar o período quente 1920-1940 e o período frio de 1950-1970 quando as emissões de gases com efeito de estufa cresceram de maneira contínua ao longo de todo o século XX?

Com efeito, os investigadores inclinam-se mais para os mecanismos da Oscilação do Atlântico Norte (NAO) e da Oscilação do Árctico (AO) – e dos anticiclones móveis polares que os subentendem (Leroux, 2004) (19) – para explicar a evolução do clima do Árctico e do Hemisfério Norte.
____________

(*) Charles Muller é o autor do blogue Climat Sceptique.

(19) - Leroux M., La dynamique du temps et du climat, Dunod, Paris, 2004.

quinta-feira, agosto 28, 2008

O gelo não desaparece radicalmente (2)

Charles Muller (*)

Igor Poliakov e a sua equipa estudaram também a espessura do gelo (entre 1936-2000) e a sua extensão (entre 1900-2000), nos mares de Kara, Laptev, Sibéria oriental e Chukchi, todos eles do Oceano Árctico e ribeirinhos do norte da Sibéria (Poliakov, 2003) (13).

Para este estudo, estes cientistas beneficiaram do fim da confidencialidade da base de dados dos russos [que os mantiveram secretos, durante a designada guerra fria] permitindo, deste modo, uma avaliação de longo prazo.

Relativamente à espessura do gelo, os autores verificaram a existência de tendências positivas nos mares de Kara e Chukchi, negativas nos mares da Sibéria oriental e de Laptev. Em todo o caso, as alterações foram pequenas (cerca de 1 cm por década).

Conclusão destes autores: “O exame dos dados (…) indica que as tendências de longo prazo são fracas e geralmente insignificantes de um ponto de vista estatístico e que as tendências de curto prazo não são representativas.

Na revista Nature, Seymour Laxon e os seus colegas (Laxon, 2004) (14) acentuaram recentemente a “variabilidade interanual forte” da espessura do gelo do Árctico, com base em oito anos de dados dos satélites [de altimetria] ERS1 e ERS2.

No Inverno, a espessura média da banquisa situava-se, segundo eles, em 2,73 m – ou seja, uma grandeza uma vez e meia superior aos resultados dos modelos climáticos – com um desvio anual standard de 24,5 cm [9 % da média].

Por outro lado, considerando que o risco de emagrecimento do mar gelado pode ser real, Seymour e colegas notam nomeadamente: “Como os modelos não reproduzem correctamente a variabilidade da espessura do gelo do mar, frequente e termodinamicamente regulada, as alterações na cobertura de gelo do Árctico permanecem uma questão em aberto.

Além disso, a comparação da extensão anual da banquisa e da curva das temperaturas mostra um fenómeno de diferenciação interessante [Ver figura abaixo das áreas “Northen Hemisphere Sea Ice Extente”, da Universidade de Illinois na parte superior, e das anomalias das temperaturas e das pressões, de Igor Poliakov, na inferior.]

O primeiro gráfico provém da base de dados sobre as banquisas árcticas, da Universidade de Illinois. Mostra um declínio progressivo após 1950 [ainda antes do aparecimento dos satélites] da extensão primaveril, estival e outonal (mas não invernal!).

O segundo gráfico é uma reconstrução de [anomalias das] temperaturas (em cima) e das pressões [atmosféricas] à superfície (em baixo) da zona árctica realizada pela equipa de Igor Poliakov (Poliakov, 2003) (15). [É útil ler estoutro artigo (Poliakov, 2004) [16] .]

O comportamento da banquisa não segue aparente e directamente o das temperaturas. Se olharmos para a figura das temperaturas, relativa à zona 62 ºN – Pólo, verificamos um arrefecimento entre 1950-1972 e um aumento nítido depois de 1972.

Ora, as banquisas não aumentaram verdadeiramente durante o arrefecimento. Notamos também temperaturas mais elevadas nos anos 1920-1940 do que nos anos 1980-2000, mas faltou [adicionar] uma estimativa [da espessura] das banquisas nestas épocas para estabelecer uma comparação.

E o que se passa na Gronelândia? Em 2005, Ola Johannessen (Universidade de Bergen, Noruega) e colegas publicaram (Johannessen, 2005) (17) uma análise dos dados do islandsis gronelandês, em ocorrência de valores altimétricos das leituras dos satélites ERS1 e ERS2 coligidos entre 1993 e 2003 (ou seja, durante o máximo aquecimento [global] recente).

Foi encontrado um aumento [da cobertura de gelo] de 6,4 cm por ano em grandes áreas situadas ao longo do interior acima de 1500 m de altitude”, revelaram os investigadores. Abaixo dos 1500 metros, a cobertura de gelo teria perdido 2 cm por ano. Mas o saldo global permanece positivo para a Gronelândia com um ganho de 55 cm em 11 anos.

Recordemos de passagem que Greenland significa “terra verde” e que este nome foi dado pelos Vikings próximo do Ano Mil. Não há dúvidas de que nesse momento, não tão distante como isso, a fusão dos gelos no litoral gronelandês deveria ser bem mais pronunciada do que é actualmente…

No mesmo ano 2005, Richard Alley (Universidade da Pensilvânia, EUA) e colegas passaram em revista os estudos recentes sobre a fusão dos gelos polares e as consequentes elevações do nível do mar.

Concluíram que “ (Os modelos climáticos) não são capazes de avaliar as alterações em curso que representam pequenas perturbações em vias de estabilização ou alterações importantes que poderiam afectar significativamente o nível dos oceanos.” (Alley, 2005) (18).
____________
(*) Charles Muller é o autor do blogue Climat Sceptique.

(13) - Polyakov I. et al. (2003), Long-term ice variability in Arctic marginal seas, Journal of Climate, 16, 2078-2085.

(14) - Laxon S. et al. (2004), High interannual variability of sea ice thickness in the Arctic region, Nature, 425, 947-950.

(15) - Polyakov I. et al. (2003), Variability and trends of air temperature and pressure in the maritime Arctic, 1875-2000, Journal of Climate, 16, 12, 2067-2077.

[16] – Polyakov I. et al. (2004), Variability of the Intermediate Atlantic Water of the Arctic Ocean over the Last 100 Years, Journal of Climate, Vol. 17, Nº. 23, 4485-4497.

(17) - Johannessen O.M. et al. (2005), Recent ice-sheet growth in the interior of Greenland, Science, 310, 1013 -1016.

(18) - Alley R. et al. (2005), Ice-sheet and sea-level changes, Science, 310, 456-460.

Mar gelado do Árctico

Posted by Picasa

quarta-feira, agosto 27, 2008

O gelo não desaparece radicalmente (1)

Charles Muller (*)

Deve-se ter sempre em consideração o longo prazo: o que se disse para as temperaturas também é válido para o gelo do Árctico.

As espectaculares imagens dos satélites, amplamente reproduzidas depois da permissão das autoridades americanas, mostram uma inexorável redução da banquisa do Oceano Árctico nos meses de Setembro [quando se atinge o mínimo anual].

Mas estas imagens apenas começaram [a ser colhidas] em 1978/79 [data do início das observações dos satélites]. No entanto, como já se viu, o clima do Árctico distingue-se por oscilações multidecenais lentas.

Ao aquecimento do período de 1920 a 1940 seguiu-se um arrefecimento entre 1940 e 1970 e, de novo, um aquecimento acentuado a partir dos anos 1980. As imagens dos satélites para a extensão do gelo do Oceano Árctico tiveram pois início no fim de um período “frio” e no início de um período “quente”.

Não surpreende pois que nestas condições as imagens mostrem um decréscimo contínuo da massa de gelo [no fim da estiagem]. Apesar disso, transparece insistentemente um resultado [controverso]: em quatro décadas, o gelo do Oceano Árctico perdeu 40 % do seu volume (espessura).

Esta estimativa está especificada no TAR [Third Assessment Report] do IPCC e, desde então, é apresentada emblematicamente [para assustar a opinião pública, em geral, e pressionar os decisores políticos, em particular]. E o que é que ela representa?

Uma tal estimativa de diminuição de 40 % da cobertura do gelo árctico nos finais do Verão provém, no essencial, de um estudo publicado em 1999 por D. A. Rothrock et al. (Rothrock,1999) (8).

Neste artigo, os autores [da University of Washington, Seattle, Washington] mostraram que a espessura média do mar gelado do Árctico passou de 3,1 metros, no período de 1958-1976 [ainda não existia satélites], para 1,8 metros, no período 1993-1997 [já com satélites].

O cálculo é fácil de fazer e os autores não hesitaram em realizar operações bem simples: determinaram um “emagrecimento de 40 %” [(3,1-1,8) / 3,1] em 40 anos [1997-1958]. Esta estimativa foi confirmada no ano seguinte por outro estudo (Wadhams, 2000) (9).

Estes estudos deram rapidamente a volta ao mundo. [Pudera! Alarmar é preciso.] Mas isso não aconteceu com os artigos que criticaram a publicação destes resultados [feita sem uma análise adequada a acompanhá-los]. É o que veremos a seguir com alguns exemplos.

Peter Winsor utilizou os dados obtidos por seis submarinos que navegaram sob o Pólo Norte, no Mar de Beaufort, entre os anos 1991 e 1997. As análises das séries de dados mostram um ligeiro espessamento do gelo num primeiro caso e uma diminuição também ligeira num segundo caso.

Winsor fez a seguinte observação: “Ao combinar estes resultados com os daquele estudo precedente, concluo que a espessura média do gelo do mar se manteve sensivelmente constante no Pólo Norte entre 1986 e 1997” (Winsor, 2001) (10).

No mesmo ano [2001], Walter Tucker e a sua equipa confirma uma redução da espessura do gelo do Árctico ocidental, ao largo do Alasca, entre os anos 1980 e 1990. Mas não encontra o mesmo resultado no [restante] Pólo Norte. As diferenças encontradas são atribuídas aos efeitos dinâmicos locais do gelo e não ao aquecimento (Tucker, 2001) (11).

Em 2002, Greg Holloway e Tessa Sou (Greg, 2002) (12) sublinharam um problema de amostragem do estudo de Rothrock. Os dados provêm de expedições submarinas que são de natureza limitada (29 pontos) e local.

Estes dados não reflectem necessariamente o estado do mar gelado no seu conjunto. Sobretudo, o gelo que recobre o Oceano Árctico é móvel e depende estreitamente da força dos ventos que não foi tida em conta no estudo de Rothrock et al.

Os ventos dominantes sopram ao longo do Árctico e as correntes oceânicas ajudam a escoar gelo com ganhos e perdas do centro para a periferia. Utilizando um modelo próprio, Holloway e Sou determinaram uma redução de gelo de apenas 12 % a 16 % para o conjunto de toda a zona do Árctico [contra os 40 % de Rothrock].
_________

(*) Charles Muller é o autor do blogue Climat Sceptique.

(8) – Rothrock D. A. et al. (1999), Thinning of the Arctic sea-ice cover, Geophysical Research Letters, 26, 3469-3472.

(9) - Wadhams P. et al. (2000), Further evidence of ice thinning in the Artic Ocean, Geophysical Research Letters, 28, 1039-1041.

(10) - Winsor, P. (2001), Arctic sea ice thickness remained constant during the 1990s, Geophysical Research Letters, 28, 1039-1041.

(11) - Tucker W.B. et al. (2001), Evidence for rapid thinning of sea ice in the western Arctic Ocean at the end of the 1980s, Geophysical Research Letters, 28, 2851-2854.

(12) - Holloway, G., Sou, T. (2002), Has Arctic Sea Ice Rapidly Thinned?, Journal of Climate, 15, 1691-1701.

segunda-feira, agosto 25, 2008

Século XX: início mais quente do que o fim

Charles Muller (*)

O clima do Árctico tem de ser apreciado no longo prazo como todos os outros climas. Antes de caracterizar uma subida ou uma descida da temperatura como “dramática”, “catastrófica” ou “sem precedentes” convém naturalmente reflectir sobre as amplitudes do passado. Acontece que o clima do Árctico se caracteriza por uma grande variabilidade. Vejamos algumas observações da investigação recente neste domínio.

Dahl-Jensen et al. (1998) (8) analisaram duas séries de dados retirados de cilindros de gelo das calotes gronelandesas que permitiram reconstruir temperaturas: de 50 mil anos (a partir de uma série da perfuração em altitude, designada GRIP) e outra de sete mil anos (da outra série da perfuração designada Dye3, situada 865 km mais a sul).

Eles concluíram que a Pequena Idade do Gelo foi mais fria do que actualmente, em média, 0,5 ºC a 0,7 ºC. Quanto às temperaturas recentes, “atingiram um máximo cerca dos anos 1990 e desceram nas últimas décadas.”

Wagner et Melles (2001) (9) estudaram um bloco de sedimentos de 3,5 m retirado de um lago perto da costa oriental da Gronelândia afim de identificar os traços orgânicos deixados pelas aves marinhas nos últimos 10 mil anos.

Os traços revelaram um máximo de actividade durante o período que vai do século IX ao século XIII (Período Quente Medieval) seguido de um declínio acentuado ou mesmo de uma ausência total de vestígios no meio da Pequena Idade do Gelo.

Os autores consideram a Pequena Idade do Gelo como pertencendo ao período mais frio do Holoceno. O século passado mostra um retorno das aves marinhas mas os sinais [dos ciclos] biogeoquímicos não atingiram os níveis do Período Quente Medieval.

Moore et al. (2001) (10) realizaram também uma análise de sedimentos lacustres (Lago Donard, Ilha de Baffin, Canadá) para o período de 750-1990 de modo a avaliar a temperatura média dos Verões desta região.

Foi detectado um período quente entre 1200 e 1375. O período mais frio começa a partir do ano 1375 que marca o início da Pequena Idade do Gelo, nesta região, que durou até 1800.

O período 1800-1900 traduziu-se por um aquecimento bastante rápido. Seguiu-se um arrefecimento que trouxe temperaturas novamente frias cerca de 1950. Os últimos quarenta anos ficaram assinalados por um alternância entre arrefecimento e aquecimento.

Kasper et Allard (2001) (11) estudaram as fendas de gelo do Norte de Quebeque (Salluit). As fendas de gelo são redes de polígonos regulares que se formam naturalmente no permafrost devido às amplitudes térmicas entre as estações e aos movimentos consequentes do gelo. [As televisões veneram as fendas com água a escorrer, que até parecem ser originadas pelo «global warming», mostrando-as com a presença de pseudo-cientistas a perorar contra o dióxido de carbono.]

Estes autores concluíram que, durante 4000 anos, o aquecimento foi mínimo até à Pequena Idade do Gelo. Depois desta, aconteceu um período de aquecimento até 1946, conforme está registado [nas fendas]. Após esta data, seguiu-se um arrefecimento no decurso da segunda metade do século XX.

Kaufman et al. (2004) (12) efectuaram uma meta-análise de vários índices (anéis das árvores, sedimentos lacustres, cilindros de gelo, etc.) de 140 sítios a norte da latitude 60 ºN na parte ocidental do Árctico (1 ºW-180 ºW).

Em cerca de 120 desses sítios encontraram provas evidentes de temperaturas do passado mais elevadas que as actuais (em termos médios do século XX). [A zona ocidental do Árctico apresenta tendência para arrefecer.]

A partir de 16 [daqueles] sítios, onde foi possível realizar estimativas, [Kaufman e colegas] concluíram que o máximo térmico do Holoceno foi mais quente (1,6 ºC ± 0,8 ºC) do que actualmente.
____________

(*) Charles Muller é o autor do blogue Climat Sceptique.

(8) - Dahl-Jensen D. et al. (1998), Past temperatures directly from the Greenland Ice Sheet, Science, 282, 268-271.

(9) - Wagner, B. and Melles, M (2001), A Holocene seabird record from Raffles So sediments, East Greenland, in response to climatic and oceanic changes, Boreas, 30, 228-239.

(10) - Moore J.J. et al. (2001), Little Ice Age recorded in summer temperature reconstruction from vared sediments of Donard Lake, Baffin Island, Canada, Journal of Paleolimnology, 25, 503-517.

(11) - Kasper J.N., M. Allard (2001), Late-Holocene climatic changes as detected by he growth and decay of ice wedges on the southern shore of Hudson Strait, Northern Quebec, Canada, The Holocene, 11, 563-577.

(12) - Kaufman D.S. et al. (2004), Holocene thermal maximum in the Western Arctic (0-180°W), Quarternry Science Reviews, 23, 529-560.

sexta-feira, agosto 22, 2008

Aquecimento inferior ao previsto

Charles Muller (*)

O climatologista polaco Rajmund Przybylak [da Universidade Nicolaus Copernicus, Torun, Polónia] publicou uma dezena de estudos sobre os climas nórdicos e árcticos, bem como um recente livro de referência sobre a questão (Przybylak, 2003) (2). As suas conclusões provisórias são contrárias às do IPCC e do IASC.

Anteriormente, em 2002, R. Przybylak publicara uma análise detalhada das temperaturas árcticas a partir de dez estações meteorológicas representativas do conjunto dos sub-climas da região.

O climatologista analisou a temperatura média, máxima e mínima assim como a amplitude diária, entre 1951 e 1990, para determinar a evolução das tendências intra-sasonais e inter-anuais durante quatro décadas.

A maioria dos dados assim recolhidos revela-se com tendência “não significativa”, isto é, sem tendência clara para o aquecimento ou para o arrefecimento. As variações intra-sasonais são bastante positivas para o Árctico norueguês e para o este da Gronelândia, mas negativas nas zonas árcticas russa e canadiana.

O árctico russo [e o canadiano] tende a arrefecer, enquanto que se observa uma tendência inversa noutros lugares. [Esta conclusão, para a região árctica, confirma que, resumidamente, no este arrefece e no leste aquece, neste caso, por motivo da acção das depressões atmosféricas que para aí conduzem ar quente no processo da circulação geral da atmosfera.]

Conclusão do investigador: “A não observação de uma alteração significativa na variabilidade intra-sasonal e inter-anual da temperatura média, da temperatura máxima e da temperatura mínima, bem como da amplitude diária, é uma prova suplementar (ao lado da temperatura média) de que não se pode identificar no Árctico, no período 1951-1990, a manifestação tangível do efeito de estufa (Przybylak, 2002) (3).

Dois anos antes, R. Przybylak fez sensação ao pôr em causa a fiabilidade dos métodos utilizados pelo IPCC, pelo menos no que respeita ao clima árctico. Num período mais limitado (1991-1995), o climatologista analisou a evolução das temperaturas das 37 zonas árcticas e das 7 zonas sub-árcticas.

Estas regiões estão representadas por 30 ‘caixas’ [paralelepípedos que sobressaem da superfície terrestre] nos modelos informáticos actuais. Estas ‘caixas’ representam uma malha tridimensional [da troposfera] terrestre onde se introduz o máximo de dados pertinentes (temperatura, radiação solar, precipitação, pressão, vento, etc.) para se determinar de seguida os balanços e as tendências.

Os modelos meteorológicos e climáticos utilizam malhas comparáveis (de dez a cem quilómetros entre nós segundo as zonas e os modelos), que são entretanto parametrizadas de maneira diferente segundo se estuda as previsões de curto, de médio e de longo prazo.

Este estudo de Przybylak tirou várias conclusões:

- O aquecimento dos anos 1990 foi tanto mais marcado quanto mais nos afastamos dos climas polares e nos aproximamos dos climas temperados o que contraria as previsões actuais (de aquecimento mais marcado no Pólo) dos modelos [informáticos] do clima.

O aquecimento global do período 1991-1995 no Árctico foi de 0,1 º C/década, enquanto que o aquecimento, no mesmo período, foi de 0,3 ºC/década no Hemisfério Norte, 0,2 ºC/década no Hemisfério Sul e de 0,26 ºC/década para a média do Globo; [Acentuou-se o gradiente de temperatura entre o Pólo Norte e a zona inter-tropical pelo que se acentuaram as trocas meridionais de energia e de massas de ar.]

- A correlação entre as temperaturas das estações [meteorológicas] e as da grelha [de paralelepípedos] dos modelos é apenas de 0,56 o que significa que 70 % das temperaturas tomadas em consideração pelos modelos não se revêem nas temperaturas realmente observadas no solo;

- As temperaturas mais elevadas do século XX no Árctico foram observadas no decurso dos anos 1930, apesar de as emissões dos gases com efeito de estufa de origem humana terem sido [nessa altura] nitidamente mais insignificantes do que [são] hoje em dia (Przybylak, 2000) (4).

[Muito recentemente, Rajmund Przybylak publicou um artigo (Przybylak, 2007) (5) em que analisa opiniões de vários cientistas e afirma: “Most researchers suggest that the key factors are the atmospheric and ocean circulations, which in recent years have been transporting significantly more warmth from the lower latitudes to the Arctic (see, e.g., Zhang and others, 2004).

Internal variability within the Arctic Climate System is also very often given as an explanation (e.g. Overland and Wang, 2005). The question is, however, whether these factors should still be treated as purely natural. It seems to me that they probably should not, but it is very plausible that the natural factors are still more powerful than the anthropogenic ones.
”]

A equipa de Igor Polyakov (International Arctic Research Center - IARC, University of Alaska, Fairbanks) [Charles Muller escolhe as melhores fontes possíveis para nos falar do Árctico] também chegou a conclusões diferentes das do IPCC e do IASC (Polyakov, 2003) (6).

Esta equipa não se contentou com os dados da segunda metade do século XX, mas recuou o clima do Árctico até 1875. Os dados da região não são [apenas os] novos. A maior parte das observações antigas começou na Finlândia, em 1737 e 1749, nas latitudes superiores a 65 ºN.

A primeira estação russa foi instalada em Arkhangelsk em 1813. A primeira estação terrestre no Alasca abriu em 1897, mas as observações tiveram início em 1828. A recolha dos dados marinhos teve início no final do século XIX.

Não existe pois qualquer razão para excluir estes dados, é mesmo necessário inclui-los no estudo [comparativo] do clima do Árctico do século XX, marcado por oscilações de baixa frequência de 50-80 anos.

Os dados recolhidos por Polyakov mostram um aquecimento médio de 0,09 ºC/década entre 1875 e 2000, mais marcado no Inverno e no início da Primavera (recorda-se que no Inverno o gelo não funde porque as temperaturas são sempre, nitidamente, negativas).

Ao longo de todo o século XX, o aquecimento verificado no Árctico foi de 0,05 ºC/década, ligeiramente inferior ao global (0,06 ºC/década). É novamente ao contrário das previsões dos modelos climáticos que anunciaram uma acentuação do aquecimento dos Pólos.

Os autores também estimam que o Árctico era mais quente nos anos 1920 e 1930 do que no final do século XX. “O aquecimento por si só não é suficiente para explicar a retracção dos gelos no início dos anos 1980 e 1990”, conclui a equipa de Polyakov.

A explicação mais provável reside, na sua perspectiva, na passagem das pressões atmosféricas [predominantes] de um regime anticiclónico para um regime ciclónico [com depressões que canalizam o fluxo de ar quente para o Árctico].

Petr Chylek (Los Alamos National Laboratory, EUA) e a sua equipa ocuparam-se da Gronelândia (Chylek, 2004) (7). Este enorme inlandsis de 1,8 milhões de metros quadrados, o único na região árctica, levanta regularmente receios de que a fusão dos gelos da sua calote glaciária resultaria numa subida considerável do nível dos mares e de prováveis perturbações climáticas à escala global.

Á escala do século XX verificou-se um ligeiro aquecimento global. Mas a análise detalhada dos dados deixa-nos perplexos. O aquecimento mais importante sucedeu nos anos 1920, quando se detectou um aumento das temperaturas de 2 ºC a 4 ºC no litoral gronelandês, podendo mesmo chegar aos 6 ºC nos Invernos em menos de uma década.

Não teve nada a ver com perturbações causadas pelo Homem, visto que as emissões de gases com efeito de estufa eram então irrisórias. Mais surpreendente ainda, a tendência média da Gronelândia depois dos anos 1940 foi de arrefecimento.

Este [arrefecimento] é mais pronunciado no pico da imensa calote glaciária [em Summit, com extensão ao quase triângulo no topo da Terra], com uma queda de 2,2 ºC por década desde o início de medidas rigorosas efectuadas nesse local (a partir de 1987). Não só a Gronelândia não derrete como até reforça os seus gelos!
____________

(*) Charles Muller é o autor do blogue Climat Sceptique.

(2) - Przbylak, R. (2003), The Climate of the Arctic, Springer, Kluwer Academic Publisher, Dordrecht, 288 p.

(3) - Przbylak, R. (2002), Changes in seasonal and annual high frequency air temperature variability in the Arctic from 1951 and 1990, International Journal of Climatology, 22, 9, 1017-1032.

(4) - Przbylak, R. (2000), Temporal and spatial variation of surface air temperature over the period of instrumental observations in the Arctic, International Journal of Climatology, 20, 6, 587-614.

(5) - Przbylak, R. (2007), Recent air-temperature changes in the Arctic, Annals of Glaciology, 46, 316-324.

(6) - Polyakov et al. (2003), Long-term ice variability in Arctic marginal seas, Journal of Climate, 16, 2078-2085.

(7) – Chylek P. et al. (2004), Global warming and the Greenland ice sheet, Climate Change, 63, 201-221.

quarta-feira, agosto 20, 2008

No Norte da Terra

Charles Muller (*)

O Árctico é a região setentrional da Terra, centrada em torno do Pólo Norte. Os limites do Árctico variam um pouco conforme as definições. O limite astronómico é fixado pelo Círculo Polar Árctico, paralelo situado acima da latitude 66 º 32 ’N.

A norte deste círculo o Sol não se põe nunca entre os equinócios da Primavera e do Outono devido à inclinação do eixo da Terra em relação ao plano da sua órbita em torno do Sol. O fenómeno inverso acontece, bem entendido, no Pólo Sul, para lá do Círculo Polar Antárctico.

Do ponto de vista climático, o limite do Árctico não é assim tão nítido. A fronteira mais comummente escolhida é a de uma isotérmica de 10 ºC do mês de Julho que é o mais quente. A zona assim definida é então mais irregular [do que um círculo] roçando as latitudes 90 ºN na Europa mas descendo por exemplo até à latitude 60 ºN, para além do estreito de Bering (limite vermelho indicado no Mapa do Árctico) [Retirado do World Map].

No centro do Árctico encontra-se um oceano recoberto de uma banquisa [palavra originária da Escandinávia designando um campo de gelo; chama-se, igualmente, mar gelado] permanente pouco espessa (dois a três metros).

Esta banquisa é variável: a dimensão e a configuração variam de acordo com as estações do ano (e diversos elementos meteorológicos como o vento, p.e.) [O vento, indicado pelo autor, relaciona-se com a dinâmica dos anticiclones móveis polares]. À volta deste oceano, a zona árctica estende-se até ao norte dos Estados Unidos, do Canadá, da Europa e da Ásia. Esta zona inclui a maior ilha do Mundo, a Gronelândia.

Se o Árctico parece uma vasta extensão fria, os climatologistas dividem-no em cinco sub-climas (Vigneau, 2005) (1). Estes variam segundo a temperatura média, a amplitude da temperatura anual, a temperatura do mês mais quente e mais frio e a pluviogenesis.

O clima mais frio (PNa) é por exemplo aquele que se situa no centro do inlandsis [palavra de origem dinamarquesa que significa glace de l'intérieur du pays, glace de l'arrière pays ou glaciar continental] gronelandês onde as temperaturas nunca sobem acima de – 11 ºC (média anual de – 30 ºC).

As temperaturas [fora do Círculo Polar Árctico] podem ir acima dos 0 ºC (PNb) [clima menos frio] numa área marcada por grandes amplitudes anuais (até 43 ºC) [PNa, mais frio, e PNb, menos frio, são nomes convencionais dados a diferentes climas locais do Pólo Norte em climatologia descritiva].

Contrariamente ao propósito dos jornalistas do Le Monde referidos no início deste artigo, semelhante ao da maior parte dos seus colegas, não existe actualmente consenso científico sobre a extensão do aquecimento climático do Árctico, sobre a amplitude da fusão estival dos seus gelos nem sobre as principais causas destes fenómenos. Escusado seria dizer que o consenso [também] não existe quanto às projecções dos dados actuais sobre o século XXI.
____________

(*) Charles Muller é o autor do blogue Climat Sceptique.

(1) - Vigneau, Jean-Pierre, Climatologie, Armand Colin, Paris, 2005.

Mapa do Árctico

Posted by Picasa

segunda-feira, agosto 18, 2008

O fantasma da fusão dos gelos

Charles Muller (*)

As regiões polares estão a aquecer mais rapidamente do que o resto do planeta, o gelo derrete a velocidade vertiginosa, o mar gelado desloca-se, o nível do mar sobe inexoravelmente, os ursos polares vão desaparecer, os esquimós estão ameaçados … e o responsável por todas estas catástrofes em cadeia é o aquecimento global por culpa do homem, ou seja, devido à emissão dos gases com efeito de estufa.

Quem ainda não conhece esta ladainha dos media? No entanto, um exame cuidadoso da literatura científica revela uma história completamente diferente: os Pólos estão sujeitos a oscilações naturais importantes, os anos 1930 e 1940 foram tão quentes como os anos finais do século XX, o resto do planeta parece ter aquecido mais depressa que os seus Pólos, alguns glaciares avançam enquanto outros recuam, não há nenhuma certeza que nos permita recriminar os gases com efeito de estufa.

O Le Monde não tem a reputação de ser um jornal fantasista, explorando o sensacionalismo e o catastrofismo para aumentar as suas vendas. Eis o que se podia ler recentemente sobre o Árctico:

“O Árctico e o Antárctico são testemunhas privilegiadas das alterações climáticas, às quais os seus ecossistemas são vulneráveis. Durante o século XX, enquanto a temperatura média da superfície da Terra aumentou 0,6 ºC, os Pólos foram mais fortemente afectados do que as outras regiões” (Pierre Le Hir, Le Monde, 26 de Setembro de 2003).

“O Nunavut deverá brevemente mudar de emblema? O urso branco, nanuq em inuktitut [língua esquimó], que se apresenta no escudo, ‘terá desaparecido do Pólo Norte dentro de cinquenta a sessenta anos devido às alterações climáticas’, prevê Sheila Watt-Cloutier, presidente da Conferência Circumpolar Esquimó, representando 155 mil esquimós do Árctico.

Os peritos internacionais afirmam: ‘O Árctico será a região do Mundo mais afectada pelas alterações climáticas’. As observações multiplicam-se e as notícias não são boas: ‘O aumento das temperaturas (mais do dobro que anteriormente) fundem aceleradamente os glaciares, o permafrost e o mar gelado’” (Anne Pélouas, Le Monde, 16 de Junho de 2004).

“Nos anos 1980 o sinal era ambíguo. Nos anos 1990 a tendência tornou-se nítida. Nos anos 2000 torna-se clara: ‘O Árctico funde-se, diz Louis Fortier, da Universidade Laval, de Quebeque, a bordo do quebra-gelo de investigação Amundsen, onde percorre velozmente os corredores cheios de pequenos laboratórios. A sua afirmação resume o consenso científico a propósito do mar gelado do Oceano Árctico. Este reduz-se continuamente” (Hervé Kempf, Le Monde, 27 de Outubro de 2004).

Três autores, três datas, apenas uma conclusão: o Pólo Norte está muito mal. Este aquece com velocidade acelerada e o seu gelo sofre o retrocesso.

Os jornalistas não fazem mais do que repetir as conclusões do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC) e, também, no caso do Pólo Norte, as conclusões do Comité Científico Internacional do Árctico (IASCInternational Arctic Science Commitee). O IASC é uma organização não governamental que colabora com o Conselho do Árctico, fórum político que reúne representantes do Canadá, dos EUA, da Noruega, da Finlândia, da Suécia, da Dinamarca, da Islândia e da Rússia. Estas duas organizações publicaram em 2004 o relatório intitulado Arctic Climate Impact Assessment (ACIA) em que só a parte científica pesa mais do que mil páginas.

O móbil parece bem explícito: o estado climático lamentável da região árctica pertence a um dos famosos “consensos” da comunidade científica. Ora, isto não é nada assim, como iremos ver. Tal como não existe qualquer consenso sobre o aquecimento global do planeta e sobre as suas causas, menos ainda existe consenso no que diz respeito ao Árctico. Para o compreender, primeiramente tem de se apresentar a região e as condições específicas que regem o seu clima. [É o que se fará a seguir]
____________

(*) Charles Muller é o autor do blogue Climat Sceptique que está em hibernação. Intitula-se «Auteur et journaliste scientifique. Et ouvert à toutes les compétences». O MC tem autorização para a reprodução de textos do CS.

O cabeçalho do CS salienta: «Il n’existe aucun conflit d’intérêt dans les textes que vous allez lire. Ce site ne bénéficie pas des subsides des industries de l’énergie fossile. Ni des subventions de gouvernements soucieux de légitimer leurs choix politiques. Ni de dons d’organisations écologistes désireuses de faire progresser leur cause. Bref, nous sommes pauvres, mais libres

quarta-feira, agosto 13, 2008

A morte de um sábio



Dia 12 de Agosto de 2008, em Marselha, faleceu o Prof. Marcel Leroux.

Marcel Leroux foi um homem extraordinário, um homem que contribuiu para alterar a forma como pensamos o Mundo. Foi um cientista genial na sua especialidade, a meteorologia e climatologia. Como cientista, mostrava-se sempre insatisfeito e à procura das melhores explicações para os fenómenos que estudava.

O seu lugar na história da Climatologia já está assegurado. Ele foi o grande autor do corte epistemológico que fez avançar o conhecimento, marcando uma ruptura com os conceitos clássicos. Quando na Ciência se dá um salto destes isso significa que ou os conceitos antigos passam a ter uma explicação clara sem ambiguidades ou terão de ser pura e simplesmente abandonados. Todo o legado científico tem o seu lugar na História da Ciência.

Marcel Leroux nasceu em Cartago, na Tunísia, onde realizou os seus primeiros estudos. Filho de bretões, abarcou como que duas nacionalidades. Sempre disponível para ajudar os seus colegas tunisinos e de todo o Mundo. A sua obra ficará como um marco na História da Ciência.
Posted by Picasa

segunda-feira, agosto 11, 2008

Carta para o IPCC

[Ver Fig. da carta para o IPCC]

(as on UNCAPSA site)
______________

Dr. Rajendra Pachauri
Chairman Intergovernmental Panel on Climate Change
c/o World Meteorological Organization
7bis Avenue de la Paix
C.P. 2300 CH- 1211 Geneva 2,
Switzerland

14 April 2008

Dear Dr. Pachauri and others associated with IPCC

We are writing to you and others associated with the IPCC position – that man’s CO2 is a driver of global warming and climate change – to ask that you now in view of the evidence retract support from the current IPCC position [as in footnote 1] and admit that there is no observational evidence in measured data going back 22,000 years or even millions of years that CO2 levels (whether from man or nature) have driven or are driving world temperatures or climate change.

If you believe there is evidence of the CO2 driver theory in the available data please present a graph of it.

We draw your attention to three observational refutations of the IPCC position (and note there are more). Ice-core data from the ACIA (Arctic Climate Impact Assessment) shows that temperatures have fallen since around 4,000 years ago (the Bronze Age Climate Optimum) while CO2 levels have risen, yet this graphical data was not included in the IPCC Summary for Policymakers (Fig. SPM1 Feb07) which graphed the CO2 rise.

More recent data shows that in the opposite sense to IPCC predictions world temperatures have not risen and indeed have fallen over the past 10 years while CO2 levels have risen dramatically.

The up-dated temperature measurements have been released by the NASA’s Microwave Sounding Unit (MSU) [1] as well as by the UK’s Hadley Climate Research Unit (Temperature v. 3, variance adjusted – Hadley CRUT3v) [2].

In parallel, readings of atmospheric concentrations of CO2 have been released by the Mauna Loa Observatory in Hawaii [3]. They have been combined in graphical form by Joe D’Aleo [4], and are shown below.

These latest temperature readings represent averages of records obtained from standardized meteorological stations from around the planet, located in both urban as well as rural settings.

They are augmented by satellite data, now generally accepted as ultimately authoritative, since they have a global footprint and are not easily vulnerable to manipulation nor observer error. What is also clear from the graphs is that average global temperatures have been in stasis for almost a decade and may now even be falling.

A third important observation is that contrary to the CO2 driver theory, temperatures in the upper troposphere (where most jets fly) have fallen over the past two decades. [Footnote 2]

IPCC policy is already leading to economic and unintended environmental damage. Specifically the policy of burning food – maize as biofuel – has contributed to sharp rises in food prices which are causing great hardship in many countries and is also now leading to increased deforestation in Brazil, Malaysia, Indonesia, Togo, Cambodia, Nigeria, Burundi, Sri Lanka, Benin and Uganda for cultivation of crops [5].

Given the economic devastation that is already happening and which is now widely recognised will continue to flow from this policy, what possible justification can there be for its retention?

We ask you and all those whose names are associated with IPCC policy to accept the scientific observations and renounce current IPCC policy.

Yours sincerely,

Hans Schreuder - Analytical Chemist UK mMensa hans@tech-know.eu

Piers Corbyn - Astrophysicist UK Dir. WeatherAction.com piers@weatheraction.com

Dr Don Parkes - Prof. Human Ecology (Ret) Australia and Japan dnp@networksmm.com.au

Svend Hendriksen - Nobel Peace Prize 1988 (shared) Greenland hendriksen@greennet.gl

Cc:
IPCC’s: yu.izrael@g23.relcom.ru , christy@nsstc.uah.edu , spencer@nsstc.uah.edu , andy.pitman@gmail.com ;
Tim Yeo MP (Chairman Environmental Audit Committee), Lord Martin Rees (President Royal Society), Gordon Brown MP, David Cameron MP, Nick Glegg MP, Kevin Rudd PM of Australia.
____________

Two heavily publicised quotations which emerged from your organisation, respectively in February and December last year, are:

Footnote 1
"Most of the observed increase in global average temperatures since the mid-20th century is very likely due to the observed increase in anthropogenic GHG concentrations."

It is likely that there has been significant anthropogenic warming over the past 50 years averaged over each continent (except Antarctica) (Figure SPM.4).{2.4} [6] and The 2007 IPCC report, compiled by several hundred climate scientists, has unequivocally concluded that our climate is warming rapidly, and that we are now at least 90% certain that this is mostly due to human activities.

The amount of carbon dioxide in our atmosphere now far exceeds the natural range of the past 650,000 years, and it is rising very quickly due to human activity.

If this trend is not halted soon, many millions of people will be at risk from extreme events such as heat waves, drought, floods and storms, our coasts and cities will be threatened by rising sea levels, and many ecosystems, plants and animal species will be in serious danger of extinction. (Summary statement, Bali Conference.) [7].

Footnote 2:
“Data over the past two decades indicates that temperatures have actually declined in the upper troposphere, even though there has been some minor upward trends in temperature at sea level and lower altitudes."

This completely contradicts conventional global warming models. Before we radically rearrange the political economy of the world because some scientists claim anthropogenic CO2 is the cause of climate change, it might be worthwhile for anyone taking a position on the topic to consider whether or not this is indeed “well settled science.” Dr. Richard Lindzen, MIT, March 2008.

References:
1. NCDC
2. CRU
3. ESRL
4. ICECAP
5. RAINFORESTS
6. IPCC
7. CLIMATE

Fig. da carta para o IPCC

Posted by Picasa

Carta para a ONU

[Ver Fig. da carta para a ONU]
___________

TO: UN Secretary General Ban Ki-moon, inquiries@un.org
14th of July, 2008

Copied to the G8 leaders

Dear Secretary General Ban Ki-moon,

The UN Climate Change Panel must be called to account and cease its deceptive practices - Policies based on false science must be ended

We, an independent group of experts in various aspects of science and the environment, ask you to redress the lack of scientific integrity of the UN’s Climate Change Panel (IPCC) and to stop making reactionary and futile ‘Climate Change’ recommendations that hold back the developing world.

As you read this, policies that you endorse are already causing misery and starvation for the world's poor.

On the 14th of April this year some of us wrote to the Chair of the IPCC, Dr Rajendra Pachauri, copied below and available on the UN CAPSA site (ref E), asking him to present clear and graphic evidence of the theory that carbon dioxide (CO2) drives global temperature. We pointed out that no such evidence exists and offered charts and references that refute the man-made global warming theory.

Dr. Pachauri has failed to respond. Perhaps he lacks the knowledge to defend his position. Nevertheless, the IPCC's 51 ‘drafting and draft-contributing authors’ of the Summary for Policymakers (ref A) - not thousands as claimed - includes scientists who are surely obliged to provide such evidence if any exists.

For your illumination we refer you to:

(i) The chart in our letter of 14 April (page 3) which shows, using official data, that for the last decade World Temperatures have been falling whilst CO2 keeps rising, and

(ii) A geological (Greenland ice core) chart of polar climate covering the last 10,000 years (Ref B) which shows that while CO2 levels have been rising, temperatures have been falling since the Bronze Age around 4,000 years ago (see page 2).

[Comparar o gráfico superior "From IPCC Summary For Police Makers", do IPCC, e os gráficos inferiores "Arctic temps over 10,000 years, since end of the last Ice age", da ACIA, e "Earth's recent Climate History", do IPCC. É flagrante a descida das temperaturas do Árctico, monotonamente, e da Terra, com oscilações, mesmo na presença da subida monótona da concentração do CO2 entre os anos 4,000 e o presente].

The assertion that the recent rapid rise of CO2 is unique and dangerous is both deceptive and irrelevant because CO2 does not drive the world's climate. Claims that such rapid rises have not happened before are not supported by ice-core or other geological records (ref C).

Either the IPCC is simply failing to notice these gross discrepancies or it is consciously evading or covering-up observations that challenge its theories.

Given the facts (i) above, from observations over the last decade alone, there can be no justification for trying to restrict CO2 levels and retard third-world development while temperatures are in fact falling (also see Note D). Considering data over the last 4,000 years (ii), in its Summary for Policymakers and in its Full Report, the IPCC depicts CO2 rising but fails to depict a corresponding fall in temperature.

From its obstinate resistance to answer inquiries — an insult to the public, let alone to other scientists — one can only conclude that the IPCC is engaged in a self-serving distortion of data acquired at public expense.

Whatever might have seemed the case ten years ago, now, with better data and understanding, there is clearly no evidence for the CO2-based theory of global warming. Indeed, there is only evidence against it. Therefore, as a matter of utmost importance we urge you to:

1. Call the IPCC to account - Hold an Inquiry into its operations. Insist that it adhere to the same ‘prove and predict’ norms as other sciences. Further, noting its impotence in the face of contradictory evidence, lead the UN into abandoning the CO2-based theory of global warming and nullifying its former recommendations.

2. Immediately announce your opposition to biofuels – whose large-scale production entails the displacement of food crops, thus raising the price of food and bringing starvation to the poor.

Please do not hesitate to ask us for further information or assistance and we will provide it directly or through other independent, qualified colleagues.

Yours sincerely,

Piers Corbyn - Astrophysicist & forecaster, WeatherAction, UK piers@weatheraction.com

Vincent Gray - IPCC Expert Reviewer, Climate Consultant, NZ vinmary.gray@paradise.net.nz

Richard Courtney - IPCC Exp. Rev., Energy & Envir. Consultant, UK RichardSCourtney@aol.com

Hans Labohm - IPCC Expert Reviewer, Economist & Author, Holland H.Labohm@freeler.nl

Will Alexander - Prof. Em. Dept. Civil & Biosystems, South Africa alexwjr@iafrica.com

Don Parkes - Prof. Human Ecology (Ret.) Australia & Japan dnp@networksmm.com.au

Joseph D’Aleo - Certified Consultant Meteorologist, Fellow AMS, USA jdaleo@icecap.us

Svend Hendriksen - Nobel Peace Prize 1988 (shared), Greenland hendriksen@greennet.gl

Alan Siddons - Climate Researcher, USA
alan618034@earthlink.net

Bob Ashworth - Chem. Eng. (Energy & Environment), USA bobashworth@earthlink.net

Norm Kalmanovitch - Geophysicist, Canada,
kalhnd@shaw.ca

Hans Schreuder - Analytical Chemist (Ret.), UK
hans@tech-know.eu

NOTES and REFERENCES

A) IPCC Summary for Policymakers (Fig SPM1 on page 4 fails to include temperature data alongside CO2 estimates over the last 4,000 years or more). The Full report (via http://www.ipcc.ch/) similarly fails to include the available data required.
B) Greenland Ice data: ACIA , page 49.
C) CO2 is a gas and diffuses through many centuries of ice layers when absorbed hence rapid ‘spike’ changes in CO2 in recent decades will be smudged out to small blips in 1,000 years time. Past peaks are also smudged out and invisible now. Stomatal pore data from geological studies shows that there have been sharp peaks in CO2 concentrations in the past: 21stcentury , page 6; Sciencemag ; Oilcrisis, pages 10 and 12.
D) Leaving aside the question as to whether warming is really a problem in the first place - the Bronze Age having been described as the ‘Climate Optimum’ of the period since the last ice age (the ‘Holocene').
E) UNCAPSA site.

Fig. da carta para a ONU

Posted by Picasa

Cientistas refutam hipótese ippciana

Um conjunto de 12 cientistas escreveu, no dia 14 de Julho de 2008, ao Secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, expondo a falta de bases científicas e a futilidade das recomendações adoptadas pela ONU sobre ‘Alterações Climáticas’.

Foi enviada aos líderes do G8 uma cópia desta carta.

Entre os subscritores da carta estão três “IPCC expert reviewers” bem como especialistas da astrofísica, da climatologia, da economia, da biologia, da ecologia, da geofísica, da física e química. Um Prémio Nobel subscreveu esta carta.

Na carta enviada ao Secretário-geral da ONU faz-se alusão a uma outra carta enviada, anteriormente, no dia 14 de Abril de 2008, ao Presidente do Intergovernamental Panel Climate Change, Dr. Rajendra Pachauri.

O MC vai publicar de seguida as duas cartas, com as figuras correspondentes, tal qual.

quarta-feira, agosto 06, 2008

O Homem não é o culpado

De uma vez por todas, torna-se necessário fazer uma declaração peremptória: o efeito de estufa – seja ele de origem natural ou antropogénica – não determina o estado do tempo e, portanto, não controla a precipitação ou a seca. Nem o calor nem o frio. Em consequência, as emissões antropogénicas não comandam as alterações climáticas actualmente tão em moda.

A noção de alterações climáticas é extremamente dúbia como convém nesta grande trapalhada. Segundo “The Climate Change 2007. The Physical Science Basis”, edição do Working Group III do IPCC, lê-se na pág. 943:

Climate change refers to a change in the state of the climate that can be identified (e.g. by using statistical tests) by changes in the mean and/or the variability of its properties, and that persists for an extended period, typically decades or longer. Climate change may be due to natural internal processes or external forcings, or to persistent anthropogenic changes in the composition of the atmosphere or in land use.”

Mas o WGIII acrescenta logo a seguir:

Note that the Framework Convention on Climate Change (UNFCCC), in its article 1, defines climate change as: ‘a change of climate which is attributed directly or indirectly to human activity that alters the composition of the global atmosphere and which is in addition to natural climate variability observed over comparable time periods’. The UNFCCC thus makes a distinction between climate change attributable to human activities altering the atmosphere composition, and climate variability attributable to natural causes.”

Não existem alterações climáticas, tanto pela definição da UNFCCC (UN significa United Nations) como pela do IPCC tout court. Tal como, em rigor, também não se deve falar em aquecimento global, uma vez que certas regiões do planeta aquecem e outras arrefecem.

Quando um político afirma que vai lutar contra as alterações climáticas possivelmente não se apercebe de que isso é equivalente a dizer que vai representar o papel de Dom Quixote na luta contra os moinhos de vento de La Mancha.

Na verdade, o efeito de estufa antropogénico é tão diminuto que não tem qualquer acção na dinâmica do tempo e do clima. Ou seja as emissões antropogénicas não dão satisfação às definições quer do UNFCCC quer do IPCC.

Alguns exemplos analisados recentemente no MC, desde que se iniciou o diagnóstico da onda de calor de Agosto de 2003, mostram claramente que os mecanismos que comandam o estado do tempo não estão incluídos nos conceitos clássicos.

As várias escolas clássicas de pensamento meteorológico não conseguem explicar os mecanismos das perturbações em qualquer latitude. Os modelos informáticos do clima não incorporam os mecanismos reais que comandam o estado do tempo.

A escola actualmente dominante, que é a dos modelos informáticos do clima, não está em posição de reivindicar uma capacidade de prever o futuro uma vez que não está em condições de entender o presente.

A utilização sistemática dos modelos climáticos não tem favorecido a compreensão da evolução do estado do tempo, assim como não compreende os mecanismos da pluviogenesis, da seca ou das cheias. Os modelos empregam equações matemáticas de conteúdo extremamente simplista.

Os modelos não podem de maneira alguma dizer-nos como vai ser o futuro, nem o próximo nem o longínquo. As projecções para 2100 não passam de um logro. Tanto no caso global (IPCC) como no de Portugal (SIAM).

O IPCC se fosse sério não diria apenas que não consegue traduzir para os modelos fenómenos tais como as tempestades, os tornados, os relâmpagos e os ciclones tropicais (como escreveu em 2001).

O dramatismo das previsões, predições ou projecções, chame-se o que se entender melhor, do IPCC, para o planeta, ou do SIAM, para Portugal, é o produto de falsa ciência.

Em Portugal a pseudo-ciência do SIAM atinge o nível da falsidade quando se aplicam modelos ao caso da micro região da Madeira com pouco mais de 780 quilómetros quadrados (740,7 km2 para a Ilha da Madeira e 42,5 km2 para a Ilha de Porto Santo). Já no continente a metodologia SIAM de considerar apenas três pontos como representativos da extensão meteorológica e climática do país é uma aberração.

O alarmismo do IPCC e do SIAM serve para enganar os decisores políticos, levando-os a adoptar políticas erradas no domínio da energia que prejudicam a economia dos países e causam esforços inúteis com grandes prejuízos para todos os cidadãos do Mundo.

segunda-feira, agosto 04, 2008

Seca do Sahel. Fase fria

Demorou cerca de 20 anos a compreender que a grande seca do Sahel é devida a uma alteração muito significativa da circulação geral da atmosfera que se verifica desde os anos 1975/76.

Essa alteração provocou uma migração, no continente Africano, das estruturas da pluviogenesis para Sul. Afectou inclusive a diminuição da precipitação no Monte Kilimanjaro e, consequentemente, também aumentou a retracção das suas neves que tiveram início cerca de 1880, com o fim da Pequena Idade do Gelo.

A propósito do Monte Kilimanjaro e de mais uma das muitas patranhas de Al Gore aconselha-se a leitura do Abstract do artigo «Solar Radiation-Maintained Glacier Recession on Kilimanjaro Drawn from Combined Ice-Radiation Geometry» de T. Mölg, D.R. Hardy e G. Kaser. O advogado de acusação Al Gore, como sempre, acusou o Homem de ter provocado a perda das neves de Kilimanjaro.

O equador meteorológico desceu para Sul. Arrastou consigo as isoietas. Esta migração resultou de uma fase fria associada ao modo rápido da circulação geral da atmosfera. O modo lento ligado a uma fase quente provocaria o contrário. Isto é, as estruturas migrariam para Norte.

Ou seja, se estivéssemos perante uma fase quente o Sahel teria uma pluviogenesis benigna com precipitação abundante. É o que nos ensina a paleoclimatologia com o que aconteceu no episódio do Óptimo Climático do Holoceno.

A grande seca do Sahel, que já dura há três décadas, faz parte de uma fase fria ligada a um modo de circulação rápido mais intenso. Não tem nada a ver com o efeito de estufa. Nem com a moda do “aquecimento global” e das “alterações climáticas” associada às emissões antropogénicas de CO2.

A hipótese das co-variações entre fenómenos distantes é inverosímil. Essa hipótese deve ser substituída pela realidade perceptível da modificação da circulação geral da atmosfera iniciada nos anos 1970, mais propriamente em 1975/76.

Essa alteração provocou o crescimento monótono da pressão atmosférica que impediu a subida do equador meteorológico para Norte, sobre o continente Africano. Este movimento iniciou-se nos anos 1970. Ou seja, quando a seca do Sahel começou.

Este fenómeno encontra-se documentado em estudos de vários climatologistas africanos como Amraoui, Nouacer e Sagna. Os seus estudos foram transcritos em vários artigos dos quais se destacam os seguintes (não disponíveis na internet):

- Amraoui (2004). Les pluies diluviennes de novembre 2002 au Maroc. Revue de Geographie de Lyon.
- Nouacer (1999). L’évolution du climat et des lithométéores en Mauritanie. Universidade de Lyon.
- Sagna (2004). Le climat du littoral et dês îles de l’ouest de l’Afrique occidental. Universidade de Dakar.

Parece útil rever a nota sobre anticiclones móveis polares que se dedicou à definição de “O modelo AMP de circulação geral”.

sábado, agosto 02, 2008

Hipóteses injustificadas

Tem havido muitas tentativas de explicação da grande seca do Sahel. Todas elas apresentam argumentos que dariam para escrever várias fábulas. Vejamos as principais.

- Alteração do albedo da superfície terrestre. O pastoreio excessivo teria modificado o solo, por destruição da vegetação, aumentando o albedo, e teria inibido a precipitação e baixado a temperatura.

Mas, pelo contrário, esse facto seria favorável a uma forte convecção (ascensão). Os solos desnudados são sempre mais quentes que os solos cobertos pela vegetação.

Esta fábula pretende acusar os habitantes do Sahel como que tendo provocado a seca. Mas, graças ao IPCC, os sahelianos ficaram isentos de culpa. O IPCC passou o testemunho para outros habitantes do planeta que emitem gases malfadados.

- Alterações no tipo de vegetação. Estas alterações teriam modificado o potencial precipitável. Mas já se viu que este é apenas um dos factores draconianos da ciclogenesis.

As regiões costeiras do Senegal conhecem reduzida precipitação sem alteração da vegetação.

O mesmo acontece nas ilhas de Cabo Verde com um défice ainda mais pronunciado de precipitação relativamente aos vizinhos continentais sem alterações no tipo de vegetação.

- Alterações das temperaturas da superfície do mar. São contraditórios os resultados dos estudos das temperaturas do mar próximo de África, no Golfo da Guiné.

Verifica-se a falta ou o excesso de chuva independentemente do mar estar quente ou estar frio.

Estas hipóteses pertencem à escola das estatísticas. Procuraram-se mesmo, sem resultado, co-variações entre a precipitação no Sahel e temperaturas tão afastadas como as do Mar das Caraíbas e, até, as do Oceano Pacífico.

- Monções, El Niño-Southern Oscillation (ENSO). Todos estes factores são invocados sem sucesso para explicar a grande seca do Sahel.

Um destes factores está mais próximo do Sahel (monções) e outro mais afastado (ENSO) mas nenhum consegue explicar a tragédia. São apenas pretensas co-variações estatísticas sem significado físico.

E, final e inevitavelmente,

- O famoso dióxido de carbono antropogénico. Não podia faltar.

Como se o dióxido de carbono tivesse a propriedade de alterar a circulação atmosférica, de elevar as pressões atmosféricas e de formar aglutinações anticiclónicas.

Tudo ao mesmo tempo. De facto, o CO2 seria uma espécie de poção milagrosa…

É o caso de perguntar: - No meio destas explicações falaciosas, a dinâmica real da grande seca do Sahel, ou seja, por último, a formação das aglutinações anticiclónicas – em qualquer parte do globo –, está representada nos modelos informáticos do clima?