quarta-feira, junho 17, 2009

Calor na Europa, frio nos EUA, a mesma causa

Nos EUA batem-se recordes de frio.

DAILY NEWS WRITERS
Tuesday, June 16th 2009, 4:00 AM

What is this, Seattle?

New York is wading through one of the wettest, coldest Junes ever - one that's bound for the record books.

"We've really only had three days of normal temperatures this month, and 14 of the 15 June days have had rain," said meteorologist Ricky Castro of the National Weather Service.

"If we keep on this track, we have a chance to set the dubious record of the wettest and coldest June of all time," he said. Things are even worse in New Jersey, where residents say it looked like the middle of winter yesterday after a powerful thunderstorm dumped more than 3 inches of hail on Bergen County, covering cars and lawns in blankets of white.

In the city, the numbers will make you shiver:

- The average temperature this month is 65.3 - but historically, it's been around 70. New York's coldest June of all time was in 1903, when the average temperature was 64.2.
- It's already rained 5 inches this month, but a typical June brings just 2 inches. The wettest June ever was in 2003 with 10.2 inches.
- There were four 90-plus degree days last June. This year, it hasn't even broken 80.

(continuar a ler em Daily News)

Em antítese, parte da Europa, nomeadamente a Península Ibérica, sofre com calor. A Fig. 167 representa a carta sinóptica da Europa Ocidental, abrangendo parte do Atlântico e do Mediterrâneo, do dia 16 de Junho de 2009, às 12 h UTC. Foi traçada pela Universidade de Colónia.

Destacam-se três aglutinações anticiclónicas (AA, designadas por H, de high, na carta sinóptica). Duas das AA encontram-se sobre o continente. A situação representada nesta carta é semelhante à verificada no início da onda de calor de Agosto de 2003 com três AA (ver Fig. 115, do lado direito).

Os leitores podem observar no sítio web RIU - Renhish Institute for Environmental Research a evolução, à escala sinóptica, das aglutinações anticiclónicas quer no dia de hoje quer na previsão para os dois dias seguintes.

No caso europeu há também a assinalar que a componente horizontal do vento, junto ao solo, tende para zero. Consequentemente, a produção de electricidade de origem eólica reduz-se substancialmente (ver REN, dias 16 e 17 de Junho).

O que é importante reter é que esta situação de estabilidade anticiclónica na Europa, tal como a situação referida para os EUA, é consequência do estado actual do Árctico Central e da Gronelândia Norte.

O Árctico Central e a Gronelândia Norte continuam bastante frios, mesmo nesta época do ano. Têm contribuído para uma sucessão imparável de fortes anticiclones móveis polares (AMP) que se aglutinaram na Europa e arrefeceram algumas regiões dos EUA.

Na Europa o calor terminará quando um AMP suficientemente potente conseguir rasgar as AA que estão formadas sobre o continente. Até lá, as AA podem evoluir para altas pressões ainda mais elevadas.

Consultar também:

1 – Verão quente de 2003
2 – Génese das ondas de calor
3 – Dinâmica da canícula de 2003
4 – A culpa é das altas pressões
5 – Explicações oficiais confusas