terça-feira, junho 16, 2009

É a temperatura que comanda a concentração de CO2, não o inverso

Os cilindros retirados dos mantos de gelo demonstram, sem grande margem para dúvida, que é a concentração de dióxido de carbono na atmosfera que segue as variações da temperatura da superfície terrestre e não o inverso, como defendem os adeptos da hipótese do global warming.

É a Natureza que marca esta relação de causa-efeito. A concentração de CO2 cresce e decresce com um atraso de várias centenas de anos em relação às variações homólogas da temperatura. A variação da temperatura é a causa e a variação da concentração de CO2 é o efeito.

Têm-se retirado vários cilindros de gelo nos mantos da Gronelândia e do Antárctico por serem os mais espessos. A maior espessura permite estudar o clima da Terra a partir de idades mais longínquas.

Em 1985 os cilindros de gelo extraídos da Gronelândia permitiram estabelecer curvas de evolução da temperatura e da concentração de CO2 desde há 150 mil anos. Mas não era clara a relação causa-efeito entre a temperatura e a concentração.

Já no manto de gelo do Antárctico central foi possível analisar dados desde há cerca de 420 mil anos, conforme o estudo publicado em 1999 por Jean Robert Petit e colaboradores. Também aqui não ficou completamente esclarecido o enigma da relação causa-efeito.

Tiraram-se conclusões imprudentes ao ser dito que a causa era a concentração de CO2 e o efeito era a temperatura. Estas conclusões precipitadas foram determinantes para a propaganda do IPCC: o efeito de estufa estaria identificado… como causador do aquecimento global.

No entanto, a partir das bases de dados (1 e 2) de estudos anteriores de Jouzel et al., Petit et al., Barkov, Kotlyakov , etc. , a australiana Joanne Nova traçou as evoluções da temperatura e da concentração de CO2 com grande detalhe.

No blogue de Joanne encontram-se oito curvas detalhadas englobando um período de há 420 mil anos até há 2500 anos. Além destas, Joanne acrescenta as curvas conjuntas de há 420 mil anos até aos dias de hoje sem apresentarem o detalhe daquelas.

Com o devido conhecimento de Joanne Nova, reproduz-se na Fig. 166 as curvas do período 150 mil anos – 100 mil anos. É nesta figura que se detecta com melhor detalhe o desfasamento da ordem dos 800 ± 200 anos entre o crescimento (ou o decrescimento) da temperatura e da concentração. As anomalias das temperaturas foram calculadas em relação aos valores presentes.

Este desfasamento é já aceite pela comunidade internacional de climatologistas como um facto real e indesmentível. Mesmo os especialistas de modelos informáticos, como os do blogue Real Climate, aceitam esta evidência. Veja-se por exemplo as tradicionais explicações atabalhoadas do RC.

Só que os modeladores que vivem no planeta virtual descrito pelas equações matemáticas dos modelos informáticos do clima acrescentam que existe um feedback positivo que desenvolve um fenómeno de causa–efeito contrário ao da realidade.

De acordo com esse feedback virtual seria a concentração a causa e o aumento da temperatura o efeito. Ou seja, o aumento da temperatura dos oceanos promoveria o aumento da evaporação que formaria nuvens baixas com acréscimo de vapor de água.

Como se sabe, o inocente vapor de água é o principal gás com efeito de estufa, com uma contribuição que pode ir até aos 95 %, conforme a região. Como é que se prova a existência real deste feedback positivo que existe no pensamento dos modeladores?

A prova seria dada pela verificação do aumento da formação das nuvens e da precipitação a nível global (desde o princípio da revolução industrial!). Ora esta prova nunca foi apresentada por mais fortunas que se tenham gasto na sua procura, com modelos e mais modelos.

Pois é este feedback apenas existente no pensamento dos modeladores que está plasmado nos modelos informáticos do clima. Ele causaria hipotéticas subidas de temperatura até 2100 como se observa nas folhas de cálculo das saídas de computadores caríssimos.

Se o CO2 fosse uma causa maior, então as temperaturas deveriam disparar. Mas um tal feedback nunca se detectou durante as últimas centenas de milhares de anos.

Donde, ou existe um misterioso factor que bloqueia o efeito do feedback imaginado pelos modeladores ou o CO2 joga um papel infimo. Dito de outro modo, ou o CO2 antropogénico é desprezável ou os modelos informáticos ignoram a causa principal.

A amplificação do aquecimento pelo CO2 antropogénico permanece pois no campo especulativo. Isto é, trata-se de uma hipótese que não é confirmada pela realidade.

Conclusões:

1 . A explicação racional é a de que quando as temperaturas aumentam mais dióxido de carbono natural é emitido para a atmosfera (p.e., ao subir a temperatura da água dos oceanos estes emitem mais CO2 que fora aprisionado quando as temperaturas eram mais baixas).
2. O CO2 antropogénico tem um efeito muito reduzido e desprezável. Será necessário procurar algures a causa do aquecimento, em certas regiões do globo (já que outras arrefecem), que não seja a antropogénica. Dizer que o CO2 provoca aquecimento global é uma originalidade sem fundamento.

Dois Invernos muito frios, e agora um Verão frio em muitas regiões do Hemisfério Norte, estão a fazer com que as pessoas comecem realmente a magicar sobre a veracidade do argumento do feedback.

Além disso, em vários países, a perspectiva do “cap and trade” (no fundo, uma tributação inventiva sobre o uso de combustíveis fósseis) começa a colocar problemas económico-financeiros a uma vasta gama de indústrias. O desemprego é um dos sacrifícios exigidos pelos deuses do clima que querem “salvar o planeta”…