terça-feira, setembro 30, 2008

A futurologia do sr. Santos

Afirma o sr. Filipe Duarte Santos que o mundo ficará sem água (potável) em 2025. Exactamente este ano, nem um a mais nem um a menos, uma previsão datada. E logo a seguir corre o Correio da Manhã a estampar tal notícia – a instilação do medo, como se sabe, faz vender jornais.

O dito cujo jornal tem uma secção de comentários na sua edição on-line. Por respeito para com os seus leitores, este editor do MC enviou um para a caixa respectiva. Esforço vão. O Correio da Manhã censurou o comentário. Assim vai a imprensa lusa.

Por falar em Lusa, esta agência noticiosa portuguesa enviou para os jornais mais uma afirmação preciosa do sr. F. D. Santos. Agora, já não é em 2025. Desta vez, o referido sr. declara àquela agência a sua nova descoberta: daqui a 50 anos os Verões passariam a durar seis meses.

Para quem não sabe, a Lusa apresenta o sr. Santos como especialista de alterações climáticas. A responsabilidade da atribuição desta hipotética especialização vem de longe e é dos media em geral.

Se o ridículo matasse haveria muita gente a desaparecer no jornalismo português que estampa acriticamente tais patacoadas.

segunda-feira, setembro 29, 2008

Os alarmistas deveriam ficar alarmados

Inesperadamente, a NASA convocou uma conferência de imprensa. Foi no dia 23 de Setembro de 2008, há uma semana. Era para alertar os cidadãos do Mundo que o nosso astro rei se está a comportar de uma forma anormal.

O título do documento distribuído aos jornalistas é elucidativo: “Ulysses Reveals Global Solar Wind Plasma Output at 50-year Low”. Ou seja, [o satélite] “Ulysses revela que a ejecção do plasma do vento solar está no seu mínimo desde há 50 anos”. A conferência foi convocada pelo Jet Propulsion Laboratory, de Passadena, Califórnia, um dos departamentos da NASA. Deve-se destacar que é muito raro a NASA tomar iniciativas como esta.

“O vento solar, com uma velocidade de um milhão de milhas por hora, produz uma bolha protectora (a heliosfera) em torno do sistema solar. Esta bolha tem influência sobre o que acontece na Terra e até aos limites do nosso sistema solar nos confins da galáxia” afirmou Dave McComas, investigador do vento solar. “As observações do Ulysses indicam que a pressão global do vento solar é a mais baixa registada desde o início da era espacial”, acrescentou Dave.

“Os raios cósmicos galácticos transportam com eles as radiações provenientes de outras partes da nossa galáxia”, disse Ed Smith, cientista do Jet Propulsion Laboratory. “Com um vento solar mais fraco do que nunca, é provável que o tamanho e a resistência da heliosfera diminua. Se isso acontecer, mais raios cósmicos penetram no coração do nosso sistema solar.”

“O ciclo solar verifica-se entre os períodos de grande actividade e os períodos de baixa actividade”, disse Smith. “Na hora actual, estamos num período de actividade mínima que se estenderá ao longo de um período maior do que alguém poderia ter imaginado.”

O seu colega Dave McComas acrescentou: “Esta é uma alteração muito importante. Efectivamente, o vento solar que temos agora é menos intenso do que jamais observámos desde o começo da era espacial, isto é, desde 1960.”

Segundo a NASA, o Sol está a ficar muito sossegadinho. As previsões dos cientistas da NASA são mesmo pela continuação prolongada da ociosidade solar.

As observações do Ulysses mostram que o Sol reduziu a ejecção do vento solar para o nível mais baixo desde que se realizam medições com precisão. O estado actual do Sol poderá reduzir o efeito de ecrã natural que rodeia o nosso sistema solar.

O plasma do vento solar é um fluxo de partículas ejectadas da alta atmosfera do Sol. O vento solar interage com todos os planetas do nosso sistema solar. Também determina a fronteira entre o nosso sistema solar e o espaço interestelar.

A região que se encontra em torno da heliopausa também age como um escudo do nosso sistema solar, protegendo-o de uma parcela significativa dos raios cósmicos provenientes do exterior da galáxia.

Comparando os resultados com as observações precedentes do ciclo anterior (ciclo 23) verificou-se que o vento solar e o campo magnético presente no vento diminuíram 20 %. O campo magnético na proximidade da nave espacial sofreu uma redução de 36%.

Mais detalhes sobre a missão Ulysses e sobre o tema da conferência de imprensa podem ser recolhidos no sítio web da NASA e na nota do briefing.

ALGUMAS CONCLUSÕES PRELIMINARES

Que conclusões se podem tirar deste aviso da NASA? É inegável que a diminuição do vento solar terá consequências sobre o clima da Terra? Boas? Más? Depende do ponto de vista. Para os alarmistas do aquecimento global seriam mesmo más.

Como já foi mencionado várias vezes no MC existe a hipótese – agora ainda em estudo no CERN – que correlaciona os ciclos solares (ou a taxa de radiação cósmica) com a temperatura da Terra.

Viu-se já no MC que o dinamarquês Henrik Svensmark e a sua equipa de investigadores propuseram esta hipótese – já submetida a ensaios reais, na Dinamarca – a fim de relacionar a nebulosidade nas baixas altitudes com a actividade dos raios cósmicos.

Conforme é bem sabido, e o MC já chamou a atenção para este facto, as nuvens das baixas altitudes arrefecem o planeta. A situação apresentada pelos cientistas da NASA é pois uma excelente oportunidade para comprovar a hipótese de Svensmark.

Além disso, a NASA avisou que nos próximos tempos – durante um longo período – podemos esperar antes o frio do que o calor devido a uma menor actividade solar. Pode-se concluir que a NASA estaria, indirectamente, a dizer também que a alteração dos raios cósmicos poderia ter sido a causa do shift climático de 1975/76.

Em conclusão, a NASA parece antecipar o anúncio do fim da histeria do «global warming». Mas há que aguardar…

Na Fig. 127 está indicada a cobertura global média mensal das nuvens baixas versus a temperatura média mensal do ar à superfície, desde Julho de 1983. Valores elevados da cobertura das nuvens baixas estão associados às temperaturas baixas o que demonstra o efeito de arrefecimento deste tipo de nuvens.

A Fig. 127 foi recolhida no sítio web do Prof. Ole Humlum designado Climate4you onde se afirma que um aumento de 1 % na cobertura das nuvens corresponde a um decréscimo de 0,07 ºC da temperatura.

Informações sobre nuvens podem ser recolhidas em ISCCP - International Satellite Cloud Climatology Project. Informações sobre raios cósmicos encontram-se nos sítios web de Nir J. Shaviv e do NSI - National Space Institute, da Dinamarca.

Fig. 127 - Cobertura das nuvens baixas versus temperatura. Fonte: CRU e ISCCP.


CRU - Climate Research Unit.
ISCCP - International Sattellite Cloud Climatology Project.
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sábado, setembro 27, 2008

Não-aquecimento global

Embora não seja rigoroso, o tipo de figuras estilizadas com cores representativas de anomalias das temperaturas do planeta, como no caso da Fig. 126, consegue dar um panorama geral com múltiplas informações.

Estamos perante a consequência da circulação geral da atmosfera não só no Hemisfério Norte mas também no Hemisfério Sul. Esta consequência global foi devida à situação, simultânea, do Árctico e do Antárctico.

Na Fig. 126 estão espalhadas cores das anomalias das temperaturas do mês de Agosto de 2008 relativamente à média do período 1998-2006. Detecta-se desde logo um aparente não-aquecimento global, relativamente a este período.

De salientar que não se encontram, em todo o planeta, manchas das cores vermelhas de qualquer tonalidade (acima de + 6 ºC). Predominam a cor branca (anomalia nula) e a azul. Esta vai desde a tonalidade clara (-1 ºC) até à meia escura (- 2 ºC).

Mas encontram-se algumas zonas verdes claras e amarelas, essencialmente, na península do Antárctico (importação de ar quente, sequela da exportação de ar frio do centro do continente) e na vasta Sibéria.

Portugal está colocado dentro de manchas difusas que se aproximam do zero. De acordo com este mapa, os portugueses gozaram um Agosto sem sofrer muito calor. Os brasileiros, de acordo com este mapa não devem ter tido um Agosto anormal.

Na Austrália ainda deve ter havido menos calor. No sul da Argentina igualmente. No centro do Antárctico muito menos. Os oceanos não parecem ter aquecido. Os ciclones tropicais do Atlântico, de Agosto de 2008, não se justificaram pela temperatura do mar.

As Montanhas Rochosas, como normalmente, dividiram os EUA em duas zonas de temperaturas distintas. Do lado do Atlântico, as descidas dos anticiclones móveis polares a caminho do Golfo do México aliviaram o calor. Do lado do Pacífico, as temperaturas estiveram dentro da média do período de referência.

Falta dizer que esta figura foi obtida através da base de dados da UAH - University of Alabama in Huntsville que monitoriza as AMSU - Advanced Microwave Sounding Unit instaladas em satélites da NOAA - National Oceanic and Atmospheric Administration.

Mesmo que não seja rigorosa, esta figura vai no sentido da tendência que começa a aparecer com nitidez do decréscimo das temperaturas desde há seis anos. Ou, da não tendência de aquecimento desde há 20 anos.

René Descartes (1596-1650), em 1637, no Discurso sobre o método definiu uma indicação que os cientistas deviam seguir nos trabalhos de investigação científica. Em linhas gerais, o método resume-se em cinco etapas:

1.º) Assinalar um problema ou, o que é o mesmo, ter uma ideia;
2.º) Reunir todos os dados essenciais sobre ele, eliminando o que não é fundamental;
3.º) Formular uma hipótese;
4.º) Predizer, a partir dessa hipótese, o resultado de ensaios nunca realizados e a realizar;
5.º) Se os ensaios resultarem como previsto, e forem replicados por cientistas independentes, a hipótese pode passar à categoria de teoria.

O IPCC nunca passou da primeira etapa. Há 20 anos que a ideia ipcciana não se verifica. Há seis que ela é refutada. Aliás, nunca se realizou qualquer observação real das suas ideias.

Nem se pode realizar. Apenas se têm realizado exercícios académicos com modelos informáticos que não correspondem sequer à realidade. Os modelos dão sempre os resultados que se pretendem antecipadamente. Basta utilizar na entrada uma base de dados que convenha que a saída dá o que se quer que dê.

Fig. 126 - Não-aquecimento global. Agosto de 2008. Fonte: UAH.

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quinta-feira, setembro 25, 2008

Como trabalham os burocratas do clima

Primeiro, inventam um fenómeno, a acontecer o mais tarde possível, num horizonte temporal em que os responsáveis já cá não estão para ser confrontados com as suas previsões. O fenómeno deve ter resultados catastróficos, para justificadamente alarmar os decisores políticos. Em seguida constituem uma organização pública que seja o mais abrangente possível.

Reúnem seis laboratórios estatais para se debruçarem sobre o estudo desse fenómeno imaginário. Em seguida constroem modelos informáticos pesadíssimos, que têm de correr em computadores potentíssimos.

Apresentam o projecto às instâncias competentes para obterem financiamentos vultosos, tendencialmente inesgotáveis. Nomeia-se uma personalidade de mérito incontestável com boa figura mediática. Convocam conferências de imprensa e convencem uns tantos jornalistas amigos para escreverem artigos alarmantes.

Atribuem um nome sonante ao projecto e agregam físicos do clima, químicos do clima, bioquímicos do clima, biólogos do clima, ambientalistas do clima. Esquecem-se de contactar climatologistas não vá estes serem “negacionistas” em relação ao projecto.

Realizam reuniões e mais reuniões para traçar um plano de acção. Estão todos esperançados que os estudos venham a comprovar a existência do fenómeno que imaginaram.

Por isso, torna-se necessário começar a imaginar quais são as medidas para fazer frente ao fenómeno. Planeiam a formação de uma Comissão para o dito fenómeno.

Parece mentira, mas foi o que aconteceu já no passado e está a acontecer no presente. O exemplo é o programa IMPACT, os laboratórios são Argone, Los Alamos, Lawrence Barkley, Lawrence Livermore, Oak Ridge e o Pacific Northwest.

Junta-se a opinião do sacerdote do clima James Hansen, ouve-se o patriarca Al Gore e o projecto avança de vento em popa.

Se substituirmos o nome IMPACT por SIAM e os laboratórios americanos pelo Instituto do Ambiente, INETI e mais uns quantos sumidouros dos impostos cobrados pela administração pública, perceberemos como se formou esta teia de aranha, cujo fim é difícil de antever.

O caso real “U.S. National Labs Probe Abrupt Climate Change” pode ser lido nesta fonte.

quarta-feira, setembro 24, 2008

Os alemães retiram-se do negócio prejudicial do carbono

Esta notícia anda a circular a grande velocidade em todo o mundo económico europeu. A sra. Merkel curvou-se perante a realidade que ela pretendia colocar, por oportunismo político, atrás dos desejos dos alarmistas europeus.

Uma decisão inteligente do governo alemão sustenta a quase total isenção para a sua indústria da regra que forçaria as empresas da Alemanha a pagar impostos inúteis (taxas de carbono chamam-lhe os alarmistas) pelo dióxido de carbono que emitem e que não faz mal a nada.

A decisão é uma vitória para a indústria alemã. Os industriais alemães temeram que as propostas da Comissão Europeia para um leilão de licenças de emissão de carbono custariam milhares de milhões de euros inúteis e restringiriam a sua competitividade no mercado mundial.

A notícia pode ser lida no FT.

terça-feira, setembro 23, 2008

O Árctico em 2007 e em 2008 (7)

De acordo com notícias do dia 22 de Setembro de 2008, provenientes do Alasca, anuncia-se que ao longo das suas costas do Mar de Chukchi e do Mar de Beaufort, a temperatura da banquisa está 2 ºC a 8 ºC mais fria do que em igual data do ano passado.

Prevê-se que dentro de 10 a 14 dias o gelo comece a desenvolver-se na costa norte do Alasca. Esta e outra informação pode ser recolhida no sítio web da National Weather Service Forecast Office, Anchorage, Alasca.

Eis uma parte do comunicado:

SEA ICE ADVISORY FOR WESTERN AND ARCTIC ALASKAN COASTAL WATERS

NATIONAL WEATHER SERVICE ANCHORAGE ALASKA
230 PM AKDT MONDAY SEPTEMBER 22 2008

FORECAST VALID...SATURDAY SEPTEMBER 27 2008

ANALYSIS CONFIDENCE...HIGH.

FORECAST THROUGH SATURDAY...MUCH COLDER AIR WILL SPREAD ACROSS THE BEAUFORT SEA AFTER WEDNESDAY. NEW ICE WILL DEVELOP IN MUCH OF THE ICE FREE WATERS BETWEEN 140W AND 155W WHERE SEA SURFACE TEMPERATURES ARE 1C OR LESS. ICE WILL DEVELOP ALONG THE ALASKA BARRIER ISLANDS ALONG THE NORTHWEST AND NORTH COASTS NORTH OF 70N.

A NOTE ON THE ICE FORECAST...SEA SURFACE TEMPERATURES ALONG THE ALASKA CHUKCHI AND BEAUFORT SEA COASTS ARE 2 TO 8 DEGREES CELSIUS COLDER THIS YEAR THAN AT THE SAME TIME LAST YEAR. SEA ICE IN THESE AREAS IS AT OR VERY NEAR THE SEASONAL MINIMUM. SIGNIFICANT ICE WILL BEGIN DEVELOPING ALONG THE ALASKA COAST NORTH OF 70N WITHIN THE NEXT 10 TO 14 DAYS.

segunda-feira, setembro 22, 2008

O Árctico em 2007 e em 2008 (6)

Ainda que não se tenha iniciado a subida outonal, é importante verificar a evolução da banquisa (mar gelado) do Árctico desde o início do ano de 2008. É o que se pode fazer observando a Fig. 125 retirada do sítio web IARC-JAXA.

O sistema informativo IARC-JAXA pertence a uma associação do International Arctic Research Center com a Japan Aerospace Exploration Agency. Esta colaboração internacional dedica-se à investigação do Árctico.

A Fig. 125 pertence ao dia 20 de Setembro de 2008 conforme foi assinalado no post anterior como data última da pequena série de valores da área do mar gelado do Árctico. Os leitores podem a partir de agora seguir a situação do Árctico até ao início da sua subida consultando este sítio web.

Nesta figura a evolução do mar gelado do Árctico está traçada a vermelho. Começou o ano de 2008 no fim do agrupamento de anos 2002-2008. Mas em Março chegou a colar-se aos valores mais elevados (ano de 2003).

Curiosamente, em Maio de 2008, a banquisa do Árctico tinha uma área superior a todas as outras desde 2002. Até ao mês de Agosto intrometeu-se nos valores de 2002 a 2007. A partir daí só não desceu abaixo dos valores de 2007.

Fig. 125 - Evolução da banquisa árctica em 2008. Fonte: IARC-JAXA.

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domingo, setembro 21, 2008

O Árctico em 2007 e em 2008 (5)

O quase triângulo (agora apresentado a cinzento claro na Fig. 124) representa o Árctico propriamente dito. É ele que exporta ar frio para todo o Hemisfério Norte. Manteve o seu recorte em 12 de Setembro de 2008 e criou até umas adiposidades brancas como se vêem na figura.

A distribuição espacial do gelo da banquisa, nos mínimos de Setembro relativos aos ciclos de 2007 e de 2008, apresenta diferenças importantes de um ano para o outro. Em 2008, a Bacia do Árctico, e o norte dos Mares de Chukchi e da Sibéria oriental perderam menos gelo.

Contrariamente ao ano passado, agora em 2008, a Rota do Mar do Norte abriu a sua passagem ao longo da costa da Sibéria no Oceano Árctico. O ano passado fora a Passagem do Noroeste que abrira no designado Canal de Parry. Esta passagem manteve-se agora fechada. Em ambos os anos abriu-se o Canal de Amundsen da Passagem do Noroeste.

Todos estes movimentos são provocados pela própria dinâmica do Árctico – circulação das massas de ar – que não se repete exactamente da mesma maneira ano após ano. Apesar de esta movimentação ser normal, as especulações jornalísticas repetem-se auxiliadas pelos “cientistas” desejosos do seu minuto de glória frente às câmaras de TV.

Seria caso para parafrasear o célebre dito – "It's the economy, stupid" – utilizado repetidamente na cultura política americana, afirmando: “É a Natureza, estúpido”…

A determinação exacta da ocorrência do mínimo anual não é fácil pois pode aparecer um movimento de vai-vem do gelo. Por exemplo, em 2005, considerou-se que o mínimo tinha sido alcançado no início de Setembro quando mais tarde o gelo recuou mais ainda.

Esta variabilidade natural do sistema climático tem dificultado os prognósticos do futuro em relação aos cientistas sérios e rigorosos. É possível que se tenha já atingido o mínimo de 2008 no dia 12 de Setembro com o valor aproximado de 4,53 milhões de quilómetros quadrados (mais cerca de 10 % de gelo do que no ano passado que continua a manter o recorde mínimo do dia 16 de Setembro de 2007).

Desde então registou-se a seguinte série de valores da área do mar gelado do Árctico:

4 730 000 km2 – no dia 15
4 715 156 km2 – no dia 16
4 718 594 km2 – no dia 17
4 723 594 km2 – no dia 18
4 730 156 km2 – no dia 19
4 752 500 km2 – no dia 20.

Ou seja, entre o dia 15 e o dia 19 verificou-se uma pequena retracção. Aguardemos que o Outono polar chegue definitivamente. A partir de então vai ser a subida que, esperemos, inicialmente vai ser vertiginosa. O Árctico está ávido de gelo.
____________

Este post foi baseado nas informações do NSIDC. O valor de 20 de Setembro foi corrigido.

Fig. 124 - Quase triângulo do Árctico. 12 de Setembro de 2008. Fonte: NSDIC.

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sábado, setembro 20, 2008

Loucura económica

Apesar das constantes declarações de amor à Liberdade, especialmente a de imprensa, feitas pelo seu director, o jornal Público pratica uma censura férrea por forma a manter-se a ilusão de que existe aquecimento global e alterações climáticas tal como as imaginam os alarmistas de vários quadrantes.

No Público do dia 18 de Setembro de 2008, encontrava-se uma notícia curiosa nas pág. 4 e 5, que mereceu inclusive destaque logo na primeira página com o pomposo título «Fundo para cumprir metas de Quioto está sem dinheiro».

O jornalista Ricardo Garcia fala com Nuno Lacasta, gestor técnico do Fundo Português de Carbono e coordenador do comité executivo da Comissão para as Alterações Climáticas.

Passando por cima da competência científica do sr. Nuno Lacasta e de todos os membros da Comissão para as Alterações Climáticas, destaca-se a certa altura em que este gestor diz que “Portugal já tem em vista negócios com a Rússia, a República Checa e a Polónia.»

Ou seja, tal como se previa desde o início deste processo kafkiano, Portugal vai transferir riqueza produzida pelos portugueses para países de leste que concorrem connosco no mercado internacional, a troco de nada. E isto sem qualquer benefício para o clima. Se não é de loucos, o que será?

E as verbas envolvidas neste negócio não são de desprezar. Prontamente, na primeira página do Público de 18 de Setembro, o sr. Ricardo Garcia afirma que «Até ao final deste ano, o fundo terá acumulado 54 milhões de euros, apenas um terço dos 159 milhões de euros que o Governo prometera entre 2006 e 2008.»

E, acrescenta o sr. jornalista,«O Ministério do Ambiente está preocupado e os gestores (plural!) do fundo dizem que é preciso mais dinheiro para os próximos dois anos.» Mas que grande preocupação… Em vez de resolver o problema dos portugueses, o Governo português preocupa-se com a resolução dos problemas dos russos, dos checos e dos polacos.

Na pág. 4, como título de uma fotografia com vários automóveis a bufar o maldito dióxido de carbono, afirma o Público, demonstrando a sua sólida falta de conhecimentos nesta matéria: «Portugal precisa comprar créditos de emissões de dióxido de carbono para compensar poluição.» É a tradicional confusão entre poluição e o imaginário aquecimento global.

A questão que se coloca é a seguinte: - E as organizações patronais ficam de braços cruzados? A CIP, a AIP, a ANEOP, etc. ficam-se? Claro que dos políticos ignorantes nesta matéria, deste ou de qualquer outro governo, nada de bom é de esperar. Mesmo numa situação de grande aperto económico para os portugueses.
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Nota 1: A composição foi actualizada, em relação à do dia 18 p.p., sem alteração do conteúdo.
Nota 2: Via e-mail, um leitor do Mitos expressou a seguinte opinião :

"Concordo com a crítica do Mitos à atitude do Público. Aliás, sendo o Público um jornal que, em última análise, faz parte dos activos de Belmiro de Azevedo, não se percebe como é que um empresário a quem são reconhecidos atributos de sensatez e isenção ainda não chamou a atenção da direcção do jornal para o facto de veicular apenas uma posição, a dos alarmistas, relativamente a um assunto tão controverso como o do aquecimento global, sem abrir as suas páginas também à posição contrária, a dos cépticos, como acontece nos meios de comunicação social dos países civilizados. Portugal está condenado a ter uma imprensa orientada?"

quinta-feira, setembro 18, 2008

O Árctico em 2007 e em 2008 (4)

As temperaturas dos mares do Árctico também foram alvo de referência do NSDICNational Snow and Ice Data Center.

Este centro de investigação tem o patrocínio da NASA-National Aeronautics and Space Administration, da NSF-National Science Foundation, da NOAA-National Oceanic and Atmospheric Administration, do CIRES-Cooperative Institute for Research in Environmental Sciences e da Universidade de Colorado, Boulder, EUA.

Segundo o NSDIC, Mike Steele e Wendy Ermold, do Centro de Ciência Polar do Laboratório de Física Aplicada da Universidade de Washington, têm acompanhado de perto as temperaturas superficiais do mar gelado do Árctico.

Em Agosto de 2008 as anomalias positivas da temperatura superficial do mar correspondem a áreas de gelo em retracção.

Quando o gelo derrete, a água do mar fica exposta, absorve a radiação solar e aquece, o que favorece a fusão de mais gelo circundante.

Neste aspecto, um fenómeno interessante foi o facto de o gelo marinho, durante este mês de Agosto, se ter dirigido para o Mar de Beaufort para derreter apenas quando encontrava estas águas mais quentes.

À medida que o Outono chega ao Árctico o oceano começará a devolver o calor à atmosfera. Isto significa que as regiões em que se observaram elevadas temperaturas superficiais do mar durante o mês de Agosto serão registadas como regiões em que a temperatura do ar se encontra acima da média, à medida que o Outono prossegue.

Para se visualizar as anomalias das temperaturas da superfície do mar gelado do Árctico, tanto o mês de Agosto de 2008 como o de Agosto de 2007, o NSDIC apresenta uma figura que foi transposta para a Fig. 123.

Recorda-se que os valores indicados na figura (3.0 e 4.0) são anomalias (desvios em relação ao valor médio de um determinado período) e não absolutos.

São significativas as diferenças entre o comportamento de Agosto de 2007 e de Agosto de 2008. Em Agosto de 2008 as anomalias mais elevadas situam-se na sub-regiões de maior retracção do gelo.

Tanto em Agosto de 2007 como em Agosto de 2008, vê-se pela Fig. 123 que o cerne do Árctico, ou seja a Bacia do Árctico, apresentou-se com anomalias praticamente nulas. Isto é, as temperaturas do cerne situaram-se na média.

O ar quente importado pelo Árctico distribui-se pelas periferias. O ar frio exportado é produzido neste cerne e transportado pelos anticiclones móveis polares aí nascidos. Isto é, o designado quase-triângulo do Árctico manteve-se imperturbável.

Fig. 123 - Anomalias das temperaturas do mar gelado. Árctico 2008/2007. Fonte: NSDIC.

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terça-feira, setembro 16, 2008

O Árctico em 2007 e em 2008 (3)

É possível analisar a repartição do declínio da banquisa (mar gelado) entre algumas sub-regiões do Árctico durante os meses de Maio a Agosto de 2008. O declínio não é homogéneo em toda a região do Árctico.

O NSDICNational Snow and Ice Data Center apresenta a repartição entre a Bacia do Árctico (Central Arctic), o Mar de Beaufort, o Mar de Laptev, o Mar de Kara e o conjunto dos Mares de Chukchi e da Sibéria Oriental.

A Fig. 122 indica num diagrama de barras a taxa diária das perdas nestas sub-regiões em milhões de quilómetros quadrados para cada mês de Maio a Agosto de 2008.

Na Primavera (Maio) e no início do Verão (Junho), as maiores perdas de gelo situaram-se no Mar de Beaufort. Em meados do Verão (Julho) alterou-se o padrão das perdas regionais de gelo. O Mar de Kara associou-se ao Mar de Beaufort nas maiores perdas.

Em pleno Verão (Agosto), efectuou-se nova alteração do padrão das perdas. O Mar da Sibéria Oriental e o Mar de Chukchi, conjuntamente, tomaram então a dianteira das perdas. Este conjunto de Mares exibiu em Agosto, destacadamente, a maior taxa diária de perdas de todo o período de Maio a Agosto.

O desvio, de região para região, da predominância das perdas de gelo deveu-se à alteração do padrão da circulação geral da atmosfera de um mês para outro. Isto é, dependeu da dinâmica própria do espaço aerológico do Árctico de acordo com as trajectórias dos anticiclones móveis polares.

O NSDIC afirma: «A pattern of high pressure set up over the Chukchi Sea, bringing warm southerly air into the region and pushing ice away from shore.» Ou seja, até o ar quente empurrou o “granizado” de gelo para fora do Árctico.

Em Agosto as anomalias das temperaturas do ar, no Mar de Chukchi (à altitude correspondente a 955 hectopascais de pressão atmosférica, que se localiza a cerca de 750 metros), foram positivas e situaram-se entre 5 ºC a 7 ºC acima da média.

As perdas de gelo no Mar da Sibéria Oriental e no Mar de Chukchi foram mais elevadas do que em 2007. Em 2008, o valor médio diário das perdas, nesta sub-região, foi de mais 14 mil quilómetros quadrados do que em 2007.

Na globalidade, em final de Agosto de 2008, o mar gelado estava ainda com uma extensão superior à do final de Agosto de 2007. Como tal, houve sub-regiões que tiveram, em 2008, uma menor taxa de declínio, contrariamente às dos Mares de Chukchi e da Sibéria Oriental.

O mar gelado também registou um recuo invulgar na Ilha de Ellesmere durante o mês de Agosto. Eis o que diz o NSDIC: «Sea ice also experienced an unusual retreat north of Ellesmere Island during August. Partial collapse of ice shelves in the region attended this retreat.»

Foi em Ellesmere onde se partiram as placas de gelo tal como foi anunciado pelos media mundiais de modo sensacionalista. Os de Portugal não fugiram à regra, tanto no papel como on-line, sem contar com as rádios e as televisões.

É de salientar que o gelo da Bacia do Árctico (Central Arctic, na Fig. 122) se manteve invariante nos meses de Maio, Junho e Julho. Apenas teve perdas em Agosto. É aqui o cerne do Árctico que resiste e mantém a circulação geral da atmosfera a funcionar.

Foi pena que o NSDIC não tenha englobado o Mar de Barents na sua análise. Mas o Cryosphere Today tem a evolução deste Mar. O Mar de Barents (link temporário) caiu a pique entre Maio e Agosto de 2008.

Esta sub-região do Mar de Barents é o local de acolhimento preferencial do ar (ciclónico) quente importado pelo Árctico através dos anticiclones móveis polares da trajectória atlântico-escandinava.

Desta análise podemos encontrar o início da explicação do estado do tempo no Verão de 2008, em Portugal. Interessa perceber qual foi o motivo de ter sido um Verão sem ondas de calor. O Árctico produziu os anticiclones móveis polares (AMP) usuais.

Os AMP da trajectória atlântico-escandinava, que afectam Portugal, sucederam-se a um ritmo uniforme sem encaixes uns nos outros. Seguiram-se uns atrás dos outros de enfiada. A pressão atmosférica não chegou a valores que provocassem ondas de calor.

Fig. 122 - Taxa diária de retracção do mar gelado do Árctico. Maio a Agosto de 2008. Fonte: NSDIC.

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quinta-feira, setembro 11, 2008

O Árctico em 2007 e em 2008 (2)

A diminuição da extensão da banquisa (mar gelado) é mais pronunciada, em termos homólogos, no Verão do que nas outras estações – vide “O gelo não desaparece radicalmente (2)”.

O declínio nos meses de Setembro tem-se verificado a uma taxa média de 10,2 % ± 3,4 % por década, desde o início das medições por satélites. Nos meses de Março a taxa média de declínio situa-se em valores absolutos muito inferiores (2,8 % ± 0,8 % por década).

Nos restantes meses, o declínio tem-se situado entre estes conjuntos de valores, sendo geralmente inferior a 5 % por década. Incluindo todos os meses do ano, o declínio é manifesto com se nota na Fig. 121.

Obviamente, esta anomalia de 2007 provocou uma abundância de comentários durante muito tempo, todos eles acompanhados de uma previsão, geralmente catastrófica, sobre o futuro da banquisa estival do Árctico.

As ditas previsões iam até ao desaparecimento total em 2040, em 2030, em 2020 e já mesmo em 2010. Daqui a dois anos, portanto! Teríamos um Verão “quase” sem vento (as eólicas entravam de férias), sem frio (nem de noite), sem pinga de chuva, sem variação da pressão atmosférica, sem ondulação no mar e sem ondas de calor.

Tudo isso aconteceria devido à diminuição da potência e frequência dos anticiclones móveis polares (AMP) originados no Árctico. Só a Gronelândia impediria que o “quase” se transformasse mesmo em “sem” tudo isso… Que maravilha…

Um trabalho recente de Marika Holland et al. (Marika, 2006) (1) mostrou que o resultado mais «pessimista» dos exercícios de simulação com o modelo CCSM3 (Community Climate System Model, version 3) previa um Oceano Árctico quase liberto de gelo cerca de 2040. Enquanto que outros resultados menos «pessimistas» situavam a data entre 2050 e 2080. Mas virá a ser isto verdadeiro?

Poder-se-ia meditar sobre o carácter “alarmante” em si de um Oceano Árctico liberto de gelo no Verão. O mesmo se diz para o carácter pouco realista daquele género de exercícios de simulação.

E, até, do irrealismo de estudos que enfrentam a dificuldade da modelação da dinâmica dos gelos e da variabilidade das regiões polares e subpolares – vide “Ausência de aquecimento antropogénico no Árctico”.

Em ciências climáticas, um recorde sazonal ou anual tem significado restrito. Interessa, fundamentalmente, saber explicar o sucedido. Uma tendência significativa analisa-se num período longo (p.e., 30 anos):

- A tendência 1979-2007 observada pelos satélites é anormal ou corresponde a uma repetição da evolução do Árctico com precedentes?

- Esta tendência é originada pelo aquecimento de origem antropogénica ou por outras causas?

No post anterior viu-se que o NSDIC (associado da NOAA) (*) afirma que não são os gases com efeito de estufa os causadores desta evolução dos gelos do Árctico – vide “O Árctico em 2007 e em 2008 (1)”.

Quanto à repetição, são estudos paleoclimáticos que confirmam este facto. De entre muitos, existe um estudo deveras interessante realizado por cientistas portuguesas, que detectaram a existência do Período Quente Medieval (entre 550 e 1300, acrónimo internacional MWP, de Medieval Warm Period) e da Pequena Idade do Gelo (entre 1300 e 1900, acrónimo LIA, de Little Ice Age) relativamente à zona de Lisboa.

Fátima Abrantes, primeira autora do estudo (Abrantes, 2005) (2), e colegas descrevem uma oscilação de 2 ºC à escala centenária durante os dois milénios. Nesse estudo foi ainda detectado o sinal do Terramoto de Lisboa.

As cientistas portuguesas e os colegas, alguns estrangeiros, analisaram o comportamento do índice NAO – North Atlantic Oscillation durante as suas fases positiva do Período Quente Medieval (MWP) e negativa da Pequena Idade do Gelo (LIA).

Ora, analisar a NAO é o mesmo que analisar o comportamento do Árctico. É o Árctico que determina a NAO. Verificou-se que o Árctico na fase positiva do Período Quente Medieval se comportou como se comportou no início e no fim do séc. XX e no dealbar do séc. XXI.

Veja-se o que tão distintos autores disseram:

«On the basis of the excellent match found between the negative phases of the North Atlantic Oscillation (NAO) index and the intensified Tagus River discharge observed for the last century, it is hypothesized that the increased influx of terrigenous material during the LIA reflects a negative NAO-like state or the occurrence of frequent extreme NAO minima. During the milder few centuries of the MWP, stronger coastal upwelling conditions are attributed to a persistent, positive NAO-like state or the frequent occurrence of extreme NAO maxima.»

Na fase negativa da NAO o Árctico está relativamente menos frio, especialmente nos Invernos. Os anticiclones móveis polares são mais fracos e têm menor frequência. As suas trajectórias são menos meridionais. As aglutinações anticiclónicas (AA) – nomeadamente o nosso mui querido anticiclone dos Açores – são menos fortes e as depressões da Islândia são menos cavadas. No espaço aerológico que engloba a Europa ocidental as AA são menos frequentes, menos extensas no espaço e mais curtas no tempo. As pressões atmosféricas são mais baixas. Nestas condições o estado do tempo é mais clemente e as ondas de calor são praticamente inexistentes. Tudo isto acontece em situações tipo LIA.

Na fase positiva da NAO o Árctico está mais frio, especialmente nos Invernos. Os AMP são mais potentes e mais frequentes. As suas trajectórias são mais meridionais. As AA, nomeadamente a dos Açores, são mais potentes, extensas e de latitudes mais baixas. A depressão da Islândia é mais cavada. As trocas meridionais de energia são mais intensas. O tempo é mais violento. As AA no espaço aerológico que engloba a Europa ocidental são mais frequentes, mais extensas no espaço e de maior duração no tempo. As pressões atmosféricas são mais elevadas. Assim, o estado do tempo é mais agreste e as ondas de calor são mais frequentes. Tudo isto acontece em situações tipo MWP. É o que nós estamos a viver.

Na fase negativa a temperatura é a variável explicativa do estado do tempo. Na fase positiva é a pressão atmosférica que toma o papel principal para a explicação do estado do tempo.

Na fase negativa, as trocas meridionais de energia são menores e a temperatura – que é um proxy físico dessas trocas energéticas – é mais baixa. Na fase positiva a temperatura sobe pois aumentam as trocas meridionais de energia.

Não há a mínima dúvida de que a fase positiva do MWP, que é a mesma da actualidade, é exactamente contrária ao cenário de aquecimento global que estaria ligado a pressões atmosféricas mais baixas.

Ou seja, o famoso “global warming” só existe na imaginação de quem não consegue descortinar o funcionamento exacto da máquina térmica do nosso maravilhoso planeta. O planeta Terra não necessita de ser salvo de coisa nenhuma a não ser do embuste do IPCC e dos seus seguidores.
____________
(1) - Holland M. et al. (2006), Future abrupt reductions in the summer Arctic sea ice, Geophysical Research Letters, 33, L23503, doi:10.1029/2006GL028024.
(2) – Abrantes, Fátima et al. (2005), Shallow-marine sediment cores record climate variability and earthquake activity off Lisbon (Portugal) for the last 2000 years, Quaternary Science Reviews, 24, 2477–2494.

(*) NSIDC - National Snow and Ice Data Center (University of Colorado, Boulder)
NOAA - National Oceanic and Atmospheric Administration

Fig. 121 - Anomalias da banquisa do Árctico. 1979-2008. Fonte: Cryosphere Today.

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quarta-feira, setembro 10, 2008

O Árctico em 2007 e em 2008 (1)

[Vamos continuar a usufruir do trabalho de investigação de Charles Muller, enriquecendo-o com outras novidades, nomeadamente, mais recentes.]

O ano 2007 foi muito calmo em termos de grandes perturbações meteorológicas. As temperaturas de superfície foram agradáveis apesar de um El Niño, com início no princípio desse ano, que aqueceu alguns ânimos.

Mas o alarmismo mediático não descansa de lançar mais uma ideia catastrofista: foi o estado da banquisa (mar gelado) do Árctico com uma forte diminuição estival, que jogou durante meses o papel do indicador de ansiedade por ser uma “perturbação sem precedente”.

Duas das marcas registadas do alarmismo são: “perturbação sem precedente” e “diminuição mais rápida do que previsto”. Mas do que se tratou realmente? Como é que esta anomalia se inscreve no longo prazo? Quais são exactamente as causas?

Vamos ver uma síntese de alguns trabalhos recentes que permitem ir um pouco mais longe do que os efeitos anunciados. O que se diz de 2007 aplica-se a 2008. O nervosismo dos media, que não se preocupam com a investigação jornalística, é latente.

O gelo perene do Oceano Árctico no verão de 2007 atingiu uma dimensão mínima desde que entraram em funcionamento os satélites (1978/79). Em 2008 vai no mesmo sentido, podendo mesmo ultrapassar aquele mínimo.

Como ainda faltam cerca de três semanas para o fim do ciclo de 2008, vamos examinar especialmente o ano de 2007. Na altura própria se observará o mínimo de 2008 que deve situar-se, aproximadamente, na última semana do mês de Setembro.

Segundo os dados dos satélites NCEP/NOAA (*) reproduzidos no sítio web Cryosphere Today (da responsabilidade de William Chapman) (*) e os dados do NSIDC (*) a anomalia estival, em 2007, foi muito pronunciada.

O mínimo anterior fora atingido em 2005 com 5,32 milhões de quilómetros quadrados (Mkm2). Este valor caiu para 4,24 Mkm2, em Setembro de 2007. Mais recentemente, incluindo o ano de 2008, a Fig. 120 apresenta valores do gelo nos meses de Agosto tendencialmente decrescentes desde o início das observações de satélite. (Fonte: NSDIC).

Mas, o NSIDC aponta já Agosto de 2008 como o segundo menor registo dos meses de Agosto e escreve este importante texto:

«August 2008 average extent compared to past Augusts. Arctic sea ice extent averaged over the month of August was 6.03 million square kilometers (2.33 million square miles).

This is 1.64 million square kilometers (633,000 square miles) below the 1979 to 2000 August average. However, August 2008 was still 670,000 square kilometers (260,000 square miles) above August 2007, despite the record-breaking rate of decline over the past month.

Why would this be? The best explanation for this is that this summer did not experience the "perfect storm" of atmospheric conditions seen throughout the summer of 2007.

Even though August ice extent was above that of August 2007, the downward trend for August ice loss has now gone from -8.4% per decade to -8.7% per decade.
»

Salienta-se a melhor explicação dada pelo NSDIC para a situação do mar gelado do Árctico: “perfect storms”. O NSDIC não considera o “global warming” ou o “anthropogenic greenhouse effect” como best explanation! Notável…

Isto é, o declínio estival do gelo polar está ligado a fortes tempestades originadas pela dinâmica própria do Árctico. Ou seja, pela advecção (transporte horizontal) de ar (anticiclónico) frio nas camadas baixas e de ar (ciclónico) quente nas camadas altas ou por uma combinação de ambos nas camadas intermédias.

A zona polar conserva um balanço radiativo deficitário ao longo de todo o ano. Uma das fontes frias da máquina térmica do planeta, o Árctico joga o papel fundamental nas transferências meridionais de energia no Hemisfério Norte.

Esta troca incessante de energia provoca a partida de ar frio e a chegada de ar quente ao Árctico. Frio e quente é um conceito relativo. Mas as movimentações do ar são fundamentais na circulação geral da atmosfera e na dinâmica do Árctico.

É neste fenómeno natural que se deve procurar a explicação para a situação variável da banquisa árctica. O Árctico exporta ar frio e importa ar quente. Em permanência. O Árctico não sossega na sua actividade. Agora como desde tempos imemoriais.

O nosso Primeiro Rei em vez de lutar contra as alterações climáticas lutou pela formação de uma Nação. Realizou essa tarefa com temperaturas mais elevadas do que actualmente. O clima de então beneficiava de situações do Árctico semelhantes às que aconteceram ao longo do século XX.

As placas que quebram (mas não derretem!) e se transformam em icebergues fazem parte do mesmo fenómeno da dinâmica do Árctico. Os media ficam excitadíssimos com estes factos. Entrevêem neles um sinal do fim do Árctico. Mas o Árctico vai continuar a existir, contra as suas expectativas.

Continua-se a aplicar a regra geral dos alarmistas: T→A, isto é, a temperatura T sobe implica que o acontecimento A aumenta. Neste caso A seriam placas de gelo a quebrar. Os livros de climatologia deveriam resumir-se a uma linha com o texto: “CO2, T→A”.
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(*) NCEP - National Centers for Environmental Prediction (ex - National Meteorological Center);
NOAA - National Oceanic and Atmospheric Administration;
NSIDC - National Snow and Ice Data Center (University of Colorado, Boulder).

Fig. 120 - Extensão do gelo Árctico (Mkm2). Meses de Agosto. 1979-2008. Fonte: NSDIC.

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terça-feira, setembro 09, 2008

Cientistas preconceituosos, conclusões preconceituosas

John McLean demonstra claramente as inúmeras uniões de interesses de um grupo de poucas dezenas de autores do IPCC que domina esta instituição da ONU. A demonstração encontra-se num estudo de Julho de 2008.

Este estudo recente demonstra igualmente os inúmeros erros desses autores que conseguiram convencer os decisores políticos a prejudicar toda a humanidade. Os erros seriam evitáveis se houvesse debate científico.

A Fig. 119 foi retirada da pág. 4 do estudo de John McLean. Este autor apresentou a sua figura com o título “Global cooling, January 2002 to May 2008” e o subtítulo:

All four of the major datasets that record anomalies in global mean surface air show a pronounced downtrend since late in 2001. Not one of the climate models relied upon by the IPCC had predicted this cooling. There has been no increase in worldwide temperatures since 1998. In the first five months of 2008, global temperatures were within the error margin for temperatures in 1940.”

Ou seja, as temperaturas actuais encaixam-se nas da década de 1940. Os anos 1940 situaram-se no Óptimo Climático Contemporâneo que decorreu, aproximadamente, de 1935 a 1965.

De acordo com a Fig. CM4, as temperaturas actuais situam-se, seguramente, ao nível das da década de 1980. E, o que é notável, as concentrações de CO2 continuam a subir, a subir, imparavelmente… Mas a temperatura não as acompanha.

McLean conduziu a sua especial atenção para o Capítulo 9 – Understanding and Attributing Climate Change, pp. 747-845 do relatório principal do IPCC, de 2007. Foi esse capítulo que se ocupou da parte basilar do relatório.

Esta decisão de McLean deveu-se no facto do Cap. 9 ser aquele que marca toda a acção dos outros grupos de trabalho, nomeadamente, os II e III. São estes que se ocupam, no entender do IPCC, das estratégias para o “combate às alterações climáticas”.

Poder-se-ia dizer que o Cap. 9 é a base de toda a irracionalidade da afectação de verbas descomunais ligadas ao Protocolo de Quioto que é absolutamente inócuo para o futuro do clima. Com Protocolo ou sem Protocolo, o clima seguirá o mesmo caminho natural.

As organizações que participaram na elaboração do Cap. 9 resumem-se às oito seguintes, indicando-se o número de líderes e de autores principais dessas organizações:

- Hadley Centre for Forecasting / University of East Anglia, UK: 10 (2 líderes, 8 autores principais)
- University of Michigan, USA: 4 (1 líder, 3 autores principais)
- Climate and Global Dynamics Division, NCAR, USA: 4 (autores principais)
- University of Oxford, UK: 4 (autores principais)
- Environment Canada: 3 (1 líder; 2 autores principais)
- Duke University, USA: 3 (1 líder, 2 autores principais)
- NASA Langley Research Center, USA: 2 (autores principais)
- Laboratoire des Sciences du Climat et de l’Environnement, France: 2 (1 líder, 1 autor)

Dos 200 países membros do IPCC somente 12 países, isto é, justamente 6 %, estão representados na lista dos principais autores do Cap. 9. As nacionalidades dos 53 autores principais do grupo restrito distribuem-se pelos tais 12 países do seguinte modo:

Estados Unidos da América 20 (38%)
Reino Unido 16 (30%)
Canadá 5 (9%)
Austrália 3 (6%)
France 2 (4%)
China 1 (2%)
Brasil 1 (2%)
Bélgica 1 (2%)
Suíça 1 (2%)
Japão 1 (2%)
Países Baixos 1 (2%)
Alemanha 1 (2%)

Ou seja, 36 autores (68%) pertencem aos EUA e ao Reino Unido. Se acrescentarmos os autores do Canadá e da Austrália, nesse caso 44 autores (83%) são de língua inglesa. São estes 44 que fazem parte do núcleo dominante do IPCC.

Fig. 119 - Arrefecimento Janeiro 2002 - Maio 2008. Fonte: John McLean.


NASA/GISS (termómetros) - National Aeronautics and Space Administration/Goddard Institute for Space Studies (não inclui as regiões polares)
RSS/MSU (satélites) - Rotating Shadowband Spectrometer/Microwave Sounding Unit
UAH/AMSU (satélites) - University of Alabama Huntsville/Advanced Microwave Sounding Unit
HADLEY (termómetros) - Hadley Centre, UK
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segunda-feira, setembro 08, 2008

Carta aberta de 60 cientistas ao primeiro-ministro do Canadá

Estimado Primeiro-ministro,

Como especialistas reconhecidos em Climatologia e disciplinas científicas relacionadas, vimos propor a realização de debates públicos, abertos, para analisar o fundamento científico dos planos do Governo federal sobre alterações climáticas.

Isto seria inteiramente consistente com o seu recente compromisso de conduzir uma revisão do Protocolo de Quioto. Embora muitos de nós tenham feito a mesma sugestão aos então primeiros-ministros, Martin e Chretien, nenhum deles respondeu e, até à data, nenhuma revisão formal e independente foi efectuada no Canadá.

Grande parte dos milhares de milhões de dólares destinados à implementação do protocolo no Canadá será desperdiçada sem uma avaliação adequada dos desenvolvimentos recentes da ciência do clima.

A prova das observações não suporta os resultados dos actuais modelos climáticos informatizados, pelo que existem poucas razões para confiar nas predições do futuro realizadas com esses modelos.

Contudo, isto foi precisamente o que fez as Nações Unidas ao criar e promover Quioto, e ainda continua a fazê-lo com previsões alarmistas sobre as quais são baseadas as políticas climáticas do Canadá.

Mesmo que os modelos climáticos fossem realistas, o impacto ambiental do Canadá ao protelar a implementação do Protocolo, ou de quaisquer outros esquemas de redução de gases com efeito de estufa, pendente do término de consultas, seria insignificante. Levar o seu governo a promover audiências mais equilibradas e abertas, tão logo quanto possível, seria uma rota de acção mais prudente e responsável.

Enquanto as afirmações confiantes de grupos ambientalistas cientificamente não qualificados podem proporcionar manchetes sensacionais, elas não servem de base para a formulação de uma política ponderada. O estudo das alterações climáticas é, como V. Exa. disse, uma "ciência emergente", uma vez que é talvez a mais complexa alguma vez abordada.

Poderão ser necessários ainda muitos anos de estudo até que possamos compreender correctamente o sistema climático da Terra. Não obstante, avanços significativos têm sido alcançados desde que o Protocolo foi assinado, muitos dos quais nos conduziram a afastar preocupações acerca das consequências do crescimento das emissões dos gases com efeito de estufa.

Se, regredindo a meados dos anos 1990, soubéssemos o que sabemos hoje acerca do clima, o Protocolo de Quioto quase certamente não existiria porque teríamos de concluir que era desnecessário.

Compreendemos as dificuldades que qualquer governo tem, para formular uma política científica inteligente, quando as vozes mais ruidosas parecem sempre empurrar no sentido oposto.

Entretanto, num debate aberto, com consultas imparciais aos canadianos seria permitido ouvir os especialistas de ambos os lados do debate da comunidade científica do clima.

Quando o público começar a compreender que não há nenhum "consenso" entre cientistas climáticos acerca da importância relativa das várias causas de alterações climáticas globais, o governo estará numa posição muito melhor para tomar medidas que reflictam a realidade e assim beneficiem tanto o ambiente como a economia.

"As alterações climáticas são reais" é uma frase sem sentido utilizada repetidamente por activistas para convencer o público que está iminente uma catástrofe climática e de que o homem é o responsável.

Nenhum destes temores se justifica. Alterações climáticas verificam-se a todo momento devido a causas naturais e o impacto provocado pelo homem ainda permanece impossível de distinguir dentro deste "ruído" natural.

O compromisso do novo governo canadiano para reduzir a poluição do ar, da terra e da água é recomendável, mas a afectação de recursos financeiros para "lutar contra as alterações climáticas" seria irracional.

É necessário continuar a investigação intensiva das causas reais das alterações climáticas e ajudar os nossos concidadãos mais vulneráveis a adaptarem-se a quaisquer condições que a Natureza nos apresente no futuro.

Nós acreditamos que o público e os decisores governamentais canadianos precisam e merecem ouvir todo o conjunto de opiniões referentes a esta questão muito complexa.

Há apenas 30 anos muitos dos alarmistas do aquecimento global estavam a dizer-nos que o mundo estaria a meio de uma catástrofe de arrefecimento global. Mas a ciência continuou a evoluir e, ainda o faz, embora muitos prefiram ignorá-la quando ela não se ajusta a agendas políticas predeterminadas.

Esperamos que V. Exa. examine a nossa proposta cuidadosamente e ficamos inteiramente à disposição para fornecer mais informação sobre este tópico crucialmente importante.

C/C ao ministro do Ambiente, Rona Ambrose, e ao ministro dos Recursos Naturais, Gary Lunn.

Sinceramente,
- Dr. Ian D. Clark, Prof., Isotope Hydrogeology and Paleoclimatology, Dept. of Earth Science, University of Ottawa
- Dr. Tad Murty, former Senior Research Scientist, Dpt. Of Fisheries and Oceans, forme Director of Australia's National Tidal Facility and Prof. of Earth Sciernces, Flinders University, Adelaide, currently adjunct Prof., Dept. of Civil Engineering and Earth , University of Ottwa.
- Dr. R. Timothy Patterson, professor, Dept. of Earth Sciences (paleoclimatology), Carleton University, Ottawa.
- Dr. Fred Michel, director, Institute of Environmental Science and associate professor, Dept. of Earth Sciences, Carleton University, Ottawa
- Dr. Madhav Khandekar, former research scientist, Environment Canada. Member of editorial board of Climate Research and Natural Hazards
- Dr. Paul Copper, FRSC, professor emeritus, Dept. of Earth Sciences, Laurentian University, Sudbury, Ont.
- Dr. Ross McKitrick, associate professor, Dept. of Economics, University of Guelph, Ont.
- Dr. Tim Ball, former professor of climatology, University of Winnipeg; environmental consultant
-Dr. Andreas Prokoph, adjunct professor of earth sciences, University of Ottawa; consultant in statistics and geology
-Mr. David Nowell, M.Sc. (Meteorology), fellow of the Royal Meteorological Society, Canadian member and past chairman of the NATO Meteorological Group, Ottawa
- Dr. Christopher Essex, professor of applied mathematics and associate director of the Program in Theoretical Physics, University of Western Ontario, London, Ont.
- Dr. Gordon E. Swaters, professor of applied mathematics, Dept. of Mathematical Sciences, and member, Geophysical Fluid Dynamics Research Group, University of Alberta
- Dr. L. Graham Smith, associate professor, Dept. of Geography, University of Western Ontario, London, Ont.
- Dr. G. Cornelis van Kooten, professor and Canada Research Chair in environmental studies and climate change, Dept. of Economics, University of Victoria
- Dr. Petr Chylek, adjunct professor, Dept. of Physics and Atmospheric Science, Dalhousie University, Halifax
- Dr./Cdr. M. R. Morgan, FRMS, climate consultant, former meteorology advisor to the World Meteorological Organization. Previously research scientist in climatology at University of Exeter, U.K.
- Dr. Keith D. Hage, climate consultant and professor emeritus of Meteorology, University of Alberta
- Dr. David E. Wojick, P.Eng., energy consultant, Star Tannery, Va., and Sioux Lookout, Ont.
- Rob Scagel, M.Sc., forest microclimate specialist, principal consultant, Pacific Phytometric Consultants, Surrey, B.C.
- Dr. Douglas Leahey, meteorologist and air-quality consultant, Calgary - Paavo Siitam, M.Sc., agronomist, chemist, Cobourg, Ont.
- Dr. Chris de Freitas, climate scientist, associate professor, The University of Auckland, N.Z.
- Dr. Richard S. Lindzen, Alfred P. Sloan professor of meteorology, Dept. of Earth, Atmospheric and Planetary Sciences, Massachusetts Institute of Technology
- Dr. Freeman J. Dyson, emeritus professor of physics, Institute for Advanced Studies, Princeton, N.J.
- Mr. George Taylor, Dept. of Meteorology, Oregon State University; Oregon State climatologist; past president, American Association of State Climatologists
- Dr. Ian Plimer, professor of geology, School of Earth and Environmental Sciences, University of Adelaide; emeritus professor of earth sciences, University of Melbourne, Australia
- Dr. R.M. Carter, professor, Marine Geophysical Laboratory, James Cook University, Townsville, Australia
- Mr. William Kininmonth, Australasian Climate Research, former Head National Climate Centre, Australian Bureau of Meteorology; former Australian delegate to World Meteorological Organization Commission for Climatology, Scientific and Technical Review
- Dr. Hendrik Tennekes, former director of research, Royal Netherlands Meteorological Institute
- Dr. Gerrit J. van der Lingen, geologist/paleoclimatologist, Climate Change Consultant, Geoscience Research and Investigations, New Zealand
- Dr. Patrick J. Michaels, professor of environmental sciences, University of Virginia
- Dr. Nils-Axel Morner, emeritus professor of paleogeophysics & geodynamics, Stockholm University, Stockholm, Sweden
- Dr. Gary D. Sharp, Center for Climate/Ocean Resources Study, Salinas, Calif.
- Dr. Roy W. Spencer, principal research scientist, Earth System Science Center, The University of Alabama, Huntsville
- Dr. Al Pekarek, associate professor of geology, Earth and Atmospheric Sciences Dept., St. Cloud State University, St. Cloud, Minn.
- Dr. Marcel Leroux, professor emeritus of climatology, University of Lyon, France; former director of Laboratory of Climatology, Risks and Environment, CNRS
- Dr. Paul Reiter, professor, Institut Pasteur, Unit of Insects and Infectious Diseases, Paris, France. Expert reviewer, IPCC Working group II, chapter 8 (human health)
- Dr. Zbigniew Jaworowski, physicist and chairman, Scientific Council of Central Laboratory for Radiological Protection, Warsaw, Poland
- Dr. Sonja Boehmer-Christiansen, reader, Dept. of Geography, University of Hull, U.K.; editor, Energy & Environment
- Dr. Hans H.J. Labohm, former advisor to the executive board, Clingendael Institute (The Netherlands Institute of International Relations) and an economist who has focused on climate change
- Dr. Lee C. Gerhard, senior scientist emeritus, University of Kansas, past director and state geologist, Kansas Geological Survey
- Dr. Asmunn Moene, past head of the Forecasting Centre, Meteorological Institute, Norway
- Dr. August H. Auer, past professor of atmospheric science, University of Wyoming; previously chief meteorologist, Meteorological Service (MetService) of New Zealand
- Dr. Vincent Gray, expert reviewer for the IPCC and author of The Greenhouse Delusion: A Critique of 'Climate Change 2001,' Wellington, N.Z.
- Dr. Howard Hayden, emeritus professor of physics, University of Connecticut
- Dr Benny Peiser, professor of social anthropology, Faculty of Science, Liverpool John Moores University, U.K.
- Dr. Jack Barrett, chemist and spectroscopist, formerly with Imperial College London, U.K.
- Dr. William J.R. Alexander, professor emeritus, Dept. of Civil and Biosystems Engineering, University of Pretoria, South Africa. Member, United Nations Scientific and Technical Committee on Natural Disasters, 1994-2000
- Dr. S. Fred Singer, professor emeritus of environmental sciences, University of Virginia; former director, U.S. Weather Satellite Servisse
- Dr. Harry N.A. Priem, emeritus professor of planetary geology and isotope geophysics, Utrecht University; former director of the Netherlands Institute for Isotope Geosciences; past president of the Royal Netherlands Geological & Mining Society
- Dr. Robert H. Essenhigh, E.G. Bailey professor of energy conversion, Dept. of Mechanical Engineering, The Ohio State University
- Dr. Sallie Baliunas, astrophysicist and climate researcher, Boston, Mass.
- Douglas Hoyt, senior scientist at Raytheon (retired) and co-author of the book The Role of the Sun in Climate Change; previously with NCAR, NOAA, and the World Radiation Center, Davos, Switzerland
- Dipl.-Ing. Peter Dietze, independent energy advisor and scientific climate and carbon modeller, official IPCC reviewer, Bavaria, Germany
- Dr. Boris Winterhalter, senior marine researcher (retired), Geological Survey of Finland, former professor in marine geology, University of Helsinki, Finland
- Dr. Wibjorn Karlen, emeritus professor, Dept. of Physical Geography and Quaternary Geology, Stockholm University, Sweden
- Dr. Hugh W. Ellsaesser, physicist/meteorologist, previously with the Lawrence Livermore National Laboratory, Calif.; atmospheric consultant.
- Dr. Art Robinson, founder, Oregon Institute of Science and Medicine, Cave Junction, Ore.
- Dr. Arthur Rorsch, emeritus professor of molecular genetics, Leiden University, The Netherlands; past board member, Netherlands organization for applied research (TNO) in environmental, food and public health
- Dr. Alister McFarquhar, Downing College, Cambridge, U.K.; international economist
- Dr. Richard S. Courtney, climate and atmospheric science consultant, IPCC expert reviewer, U.K.

18/Fevereiro/2006
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Já tem mais de dois anos, mas serve para recordar os gravíssimos prejuízos que provocam ao bem-estar dos cidadãos de todo o Mundo os políticos incompetentes aconselhados por cientistas com agenda política e desonestos nas acções que praticam ao aliarem as suas ambições de mediatismo com a ciência. Segundo eles, os fins justificam os meios.

Muitos dos 60 subscritores desta carta fazem parte do grupo de 100 cientistas que escreveu mais tarde a carta ao Secretário-Geral da ONU em Dezembro de 2007, o que revela um aumento significativo do número de cientistas da climatologia e de ciências afins que decidiu tomar posições públicas contra as falsas teorias do IPCC também promovidas pelos adeptos do aquecimento global de origem antropogénica.

O original da carta ao PM canadiano encontra-se em FP.

quinta-feira, setembro 04, 2008

O despertar das consciências

Nelleke Noordervliet é uma escritora e artista muito popular dos Países Baixos. É conhecida pela participação activa na revolta estudantil da Universidade de Leiden de 1968. Escreve com regularidade na revista mensal “Historical News Bulletin”.

Até agora ninguém lhe conhecia qualquer posição que pudesse servir para a considerarem uma tenebrosa “céptica”. Mas escreveu muito recentemente um artigo que é talvez mais incisivo do que muitas demonstrações científicas de que vivemos o maior embuste da História da Ciência.

Como Nelleke também cita o caso do espantalho do gelo do Árctico, vem a propósito publicar no MC uma tradução para inglês do seu artigo que acaba de causar uma enorme sensação nos Países Baixos, até pelo inesperado de provir de uma personalidade tão popular.

The big FiddleDeeDee

No ice at the North Pole!!! Argentina's large Perito Moreno glacier sheds a huge amount of ice!!! Western European temperatures of 104° F in 2100 will not be unusual!!! These will all be records and it appears that they will all be historic firsts!!!

The media have almost daily alarmist news of one kind or another, such as global warming, melting polar ice, disappearing glaciers, rising sea levels, in other words we are looking at a new biblical deluge scenario and guess what? It is all our own fault!!! So repent, seek salvation, the end of time is near!!!

Apocalyptic concerns have been part and parcel of Jewish and Christian traditions. In 1997 Marius Elling collected a number of these apocalyptic texts and in his introduction he said:

"We are really an eschatological culture. We see our final days as the purpose of life. We belong to a part of Eurasia that believes that the universe is only a temporary phenomenon with time just an island in a timeless ocean. One may argue about the length of time before this island sinks, nor is the concept of doomsday necessarily virulent, but it will go under, that's a fact!!! It is also very much part and parcel of our Christian Church confessionals and lastly it is at the base of our views about science and historic perceptions."

Notwithstanding the fact that religion and Biblical predictions are viewed somewhat more leniently and liberally by us today than in earlier times, the need for some kind of "Big Fiddledeedee" is still very much in our bones. We you consider the predictions of a number of historic doomsayers today as so much naive nonsense---mostly because nothing of what they said occurred really---they nevertheless took pains to relate their thoughts to whatever then current scientific information might be helpful, just to maximize their own credibility.

Consequently, their contemporaries could always find something familiar in these predictions. After all, during my own life, we have been through the terminal fear for "the bomb", for AIDS, for the wholesale dying of our forests, for bird-flue, for Nile virus, and a few other scares. And now we have our Global Warming prophet Al Gore who, as American Vice-President had no charisma at all, but suddenly has become the great castigator of mankind acquiring an almost messianic stature leading him last year to a most undeserved Nobel Prize for Peace.

Be that as it may, I am rather less interested in Al Gore's truthfulness or in the climate-changes discussed by the IPCC, although much could be said about that. But what I am really very interested in is the responses to all this by media and public.

Every little incident, storm, mudslide, whatever, is tainted a climatic color and presented shamelessly by news media as a next step on the road to final doom.

But if you take the trouble to do a minimum of research you can quickly find out that our North Pole has been without ice a number of times during the past 2000 years or so. When Roald Amundson set out on one of his polar expeditions in his ship Goja in 1903-1906 he completed the North West Passage on water. No large frozen ice masses to contend with. In 1959 a US submarine broke through a "thin" layer of ice at the North Pole. Ice at the North Pole, floating in water, is always moving. In the reported very cold winter of 1951, the Argentinian glacier Perito Moreno nevertheless shed a large ice mass. And during the Middle Ages the glaciers in Switzerland were a lot shorter.

It must be recognized that history is being maligned and misinterpreted when the complexity of our climate system is systematically being denied. It is also being denied that our climate system has been going its own capricious way long before we were conscious of it and certainly long before we started doing any systematic studies of its behavior. Sometimes warmer, like figs and grapes in Northern England during the Middle Ages and sometimes colder like in the 17th century when skating was popular on lakes and streams never before known to freeze over.

It is undoubtedly true that our climate changes, just think of 6 or 7 billion people merely breathing day and night may have some effect, but a normal, unemotional scientific discussion about cause and effect is impossible when people's cultural urge is to blame themselves for their perceived sinful existence bound as it is to end in their promised demise and as a result refuse to think clearly and unemotionally about the actual facts of the matter.

quarta-feira, setembro 03, 2008

O Árctico segundo Gore

No livro de Marlo Lewis Jr. «A Ficção Científica de Al Gore», cuja versão em língua portuguesa foi editada em Maio passado pela Booknomics, podem ser encontradas várias afirmações de Al Gore relacionadas com o clima do Árctico.

Todas elas são falsas e Marlo Lewis Jr. desmonta-as, uma a uma, com provas documentais obtidas em artigos publicados em revistas científicas.

Para conhecimento dos leitores, aqui fica a colecção de afirmações erradas de Al Gore relativamente ao Árctico. UVI é o acrónimo de “Uma Verdade Inconveniente”, mas a numeração das páginas refere-se à versão original do livro de Gore, “An Inconvenient Truth”.

UVI, p. 126: “Há dois locais na Terra que desempenham o papel dos canários nas minas de carvão, duas regiões que são especialmente sensíveis aos efeitos do aquecimento global”, i.e. o Árctico e o Antárctico. No Árctico “as temperaturas estão a subir mais rapidamente do que em qualquer outro lugar do planeta.”

UVI, p. 128: “Há três anos, para espanto dos cientistas, a Plataforma de Ward Hunt partiu-se ao meio. Isto nunca tinha acontecido antes.”

UVI, p. 130-131: “No Alasca chamam-lhes ‘árvores bêbedas’ porque se inclinam em todas as direcções. Mas isto não é causado nem pelos estragos do vento, nem pelo consumo de álcool. Desde há décadas – talvez séculos – que estas árvores têm as sua raízes profundamente enterradas na tundra gelada e agora, à medida que a tundra degela, elas perdem apoio, oscilando em todas as direcções.”

UVI, p. 132: “Na Sibéria, prevê-se que degele cerca de um milhão de quilómetros quadrados de terra gelada desde a última idade do gelo. Esta tundra contém 70 mil milhões de toneladas de carbono armazenado, que se está a tornar instável à medida que a ‘permafrost’ XLIV derrete. A quantidade de carbono acumulado nestes solos da Sibéria é 10 vezes a quantidade emitida anualmente pelas fontes antropogénicas.”

UVI, p. 135: “O gráfico abaixo mostra o número de dias por ano em que a tundra gelada do Alasca se encontra suficientemente sólida para se poder conduzir sobre ela [mais de 200 dias durante o Inverno de 1970, diminuindo para menos de 80 dias em 2002].”

UVI, p. 143: “Desde os anos 1970, a extensão e espessura da calota do Árctico tem diminuido a pique. Há estudos que mostram que, se tudo continuar como até aqui, a calota do Árctico desaparecerá completamente todos os anos durante o Verão.”

UVI, p. 143: “Presentemente [a calota de gelo do Árctico] desempenha um papel crucial no arrefecimento da Terra. Impedir o seu desaparecimento deve ser uma das nossas principais prioridades.”

UVI, p. 146: “Um novo estudo científico mostra que, pela primeira vez, os ursos polares têm vindo a afogar-se, em números significativos.”

UVI, p. 149: Gore sugere que até um aquecimento de intensidade média, na ordem de 2,8 ºC, seria um desastre à escala planetária. “Um aumento de 2,8 ºC significa um aumento de apenas 0,6 ºC ou 1,1 ºC no Equador, mas mais do que 6,7 ºC no Pólo Norte e também um grande aumento na periferia do Antárctico.”

Os leitores mais interessados podem ler a refutação detalhada destas afirmações no livro de Marlo Lewis Jr. acima referido, «A Ficção Científica de Al Gore», à venda em todas as livrarias.

Assinala-se, no entanto, que muitas das provas científicas contra as aleivosias de Al Gore se encontram referidas nos posts mais recentes do MC, suscitados pelo estudo da situação real do Árctico.

segunda-feira, setembro 01, 2008

Ausência de aquecimento antropogénico no Árctico

Uma equipa de cientistas, de organismos de reconhecido mérito, assim formada:

- Jonathan D. Kahl, do Department of Geosciences, University of Wisconsin-Milwaukee, PO Box 413, Milwaukee, Wisconsin 53201, USA

- Donna J. Charlevoix, do Department of Geosciences, University of Wisconsin-Milwaukee, PO Box 413, Milwaukee, Wisconsin 53201, USA

- Nina A. Zaftseva, do Central Aerological Observatory, State Committee for Hydrometeorology, Dolgoprudny, Moscow Region, 141700, Russia

- Russell C. Schnell, do Mauna Loa Observatory, Climate Monitoring and Diagnostics Laboratory, National Oceanic and Atmospheric Administration, Hilo, Hawaii 96721-0275, USA

- Mark C. Serreze, do Cooperative Institute for Research in Environmental Sciences, Division of Cryospheric and Polar Processes, University of Colorado, Boulder, Colorado 80309-0449, USA

publicou, em 1993, na Nature, o artigo “Absence of evidence for greenhouse warming over the Arctic Ocean in the past 40 years”. O resumo do artigo é o seguinte:

ATMOSPHERIC general circulation models predict enhanced greenhouse warming at high latitudes1 owing to positive feedbacks between air temperature, ice extent and surface albedo .

Previous analyses of Arctic temperature trends have been restricted to land-based measurements on the periphery of the Arctic Ocean.

Here we present temperatures measured in the lower troposphere over the Arctic Ocean during the period 1950–90. We have analysed more than 27,000 temperature profiles, measured by radiosonde at Russian drifting ice stations and by dropsonde from US 'Ptarmigan' weather reconnaissance aircraft, for trends as a function of season and altitude.

Most of the trends are not statistically significant. In particular, we do not observe the large surface warming trends predicted by models; indeed, we detect significant surface cooling trends over the western Arctic Ocean during winter and autumn.

This discrepancy suggests that present climate models do not adequately incorporate the physical processes that affect the Polar Regions.

As referências do artigo são também relevantes (abrangendo um vasto leque de autores, alguns envolvidos nos trabalhos do IPCC) (*):

1. Houghton, J. T. (ed.) Climate Change: The IPCC Scientific Assessment (Cambridge Univ. Press, Cambridge, 1990).
2. Budyko, M. I. Tellus 21, 611−619 (1969).
3. Sellers, W. D. J. appl. Meteorol. 8, 392−400 (1969).
4. Ingram, W. J., Wilson, C. A. & Mitchell, F. J. B. J. geophys. Res. 94, 8609−8622 (1989).
5. Kelly, P. M., Jones, P. D., Sear, C. B., Cherry, B. S. G. & Tavakol, R. K. Mon. Weath. Rev. 110, 71−83 (1982).
6. Hansen, J. & Lebedeff, S. J. geophys. Res. 92, 13345−13372 (1987).
7. Hansen, J. et al. J. geophys. Res. 93, 9341−9364 (1988).
8. Walsh, J. E. & Crane, R. G. Geophys. Res. Lett. 19, 29−32 (1992).
9. Walsh, J. E. & Chapman, W. L. J. Climate 3, 237−250 (1990).
10. Angell, J. K. Mon. Weath. Rev. 114, 1922−1930 (1986).
11. Angell, J. K. & Korshover, J. Mon. Weath. Rev. 111, 901−921 (1983).
12. Karoly, D. J. Geophys. Res. Lett. 16, 465−468 (1989).
13. Kahl, J. D. et al. J. geophys. Res. (submitted).
14. Timerev, A. A. & Egorov S. A. Meterorol. Gidrol. No. 7, 50−56 (1991).
15. Nagurnyi, A. P., Timerev, A. A. & Egorov, S. A. Akad. Nauk SSSR, Dokl. 319, 1110−1113 (1991).
16. Serreze, M. C., Kahl, J. D. & Schnell, R. C. J. Climate, 5, 615−629 (1992). 17. Serreze, M. C. et al. J. geophys. Res. 97, 9411−9422 (1992).
18. Walsh, J. E. Mon. Weath. Rev. 105, 1527−1535 (1977).
19. Kahl, J. D., Serreze, M. C., Shiotani, S., Skony, S. M. & Schnell, R. C. Bull. Am. met. Soc. 73, 1824−1830 (1992).
20. Serreze, M. C., Kahl, J. D. & Shiotani, S. National Snow and Ice Data Center spec. Rep. No. 2 (CIRES, University of Colorado, 1992).
21. Skony, S. M. thesis, Univ. of Wisconsin-Milwaukee (1992).
22. Diaconis, P. & Efron, B. Scient. Am. 248, 116−130 (1983).

O artigo rematou uma série de discussões científicas sobre a evolução recente do mar gelado do Árctico. A sua actualização em 2008 conduziria à mesma conclusão: Não existem provas do efeito antropogénico no Árctico.

No artigo foi apresentada a análise de mais de 27 mil medições de perfis de temperaturas realizadas, nomeadamente, com radiossondas, e a conclusão de não se ter encontrado vestígios do efeito de estufa antropogénico na região do Árctico.

Detectou-se, sim, arrefecimento no ocidente do Oceano Árctico durante os Invernos e Outonos. Tudo bate certo com o que tem vindo a ser afirmado incessantemente no MC relativamente à região do Árctico.

Concluiu-se ainda que os actuais modelos informáticos do clima não incorporam adequadamente os processos físicos que afectam as regiões polares. Não é novidade. Esta mesma conclusão pode e deve ser estendida a todo o planeta.
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(*) O Abstract tem links para algumas das referências.