segunda-feira, janeiro 28, 2008

Ociosidade eólica

O mês de Janeiro de 2008 tem sido marcado pelas aglutinações anticiclónicas (AA) na Península Ibérica. Quem sofre as consequências desta persistente estabilidade anticiclónica são as eólicas sem fluido motor.

A Fig. 101 e a Fig. 102 ajudam a compreender o resultado da AA do Atlântico Nordeste dito dos Açores. Eólicas ociosas, paradas, sem vento. O H (high, do inglês) situado no Golfo da Gasconha fora dos Açores.

A posição H longe dos Açores confunde os clássicos. Mas é motivada pelo modo rápido da circulação geral da atmosfera característica de Inverno iniciada com o shift climático de 1975-76.

A génese desta AA é bem conhecida. São fracções dos anticiclones móveis polares saídos do Árctico e da Gronelândia que caminham pelas Américas e pela Escandinávia.

Os edifícios geográficos constituídos pelas Montanhas Rochosas, pelas serras Ibéricas e pelos Alpes constituem como que uma concha acolhedora do ar anticiclónico da AA.

A Natureza diz não ao «global warming». Estamos perante a antinomia do cenário de «aquecimento global». As altas pressões refutam um tal cenário que implicaria, sim, as baixas pressões.

À medida que a integração de um AMP naquele que o precedeu, na aglutinação de AMP anteriores, a depressão periférica D reduz-se, suprime-se.

A circulação ciclónica esgota-se progressivamente (desvia-se para o Pólo e ajuda a retrair o mar gelado do lado oriental).

A estabilidade anticiclónica afirma-se. As ascendências e as probabilidades de chuva atenuam-se e desaparecem. É a génese da seca que tanto nos aflige mas que poucos a apreendem.

Progressivamente, no campo de pressões elevadas subsiste apenas a rotação anticiclónica, nomeadamente, quando o relevo favorece a compressão e a canalização na fachada oriental da AA.

No centro da AA predomina a ausência de vento. São as acalmias das latitudes penalizadas pela ausência de chuva.

O MC reconhece que não é fácil estar sempre a referir os modos – rápido e lento – da circulação geral da atmosfera. Pede-se um esforço aos leitores para reverem a matéria dada em anteriores posts.

Tudo quanto a Natureza nos mostra é a refutação da maior impostura científica da história da Ciência, ou seja, o “aquecimento global” = “alterações climáticas” = “efeito de estufa antropogénico” = “emissões de gases antropogénicos com efeito de estufa”.

Com IPCC ou sem IPCC, a Natureza conduz-nos para uma era completamente distinta da do aquecimento global que os profetas anunciam.

Fig. 102 - Carta sinóptica. 2008-01-28. Fonte: Universidade de Colónia.

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Fig. 101 - Eólicas ociosas. 2008-01-28. Fonte: REN.

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sexta-feira, janeiro 25, 2008

Frio, frio, frio

Luis de Sousa, investigador do Instituto Superior Técnico, acaba de fazer um diagnóstico correctíssimo do Inverno a partir da situação do Árctico. Excelente.

Começa por referir a rápida recuperação do mar gelado, em Outubro-Novembro de 2007, que vaticinava ondas de frio como as que se vieram a verificar um pouco por toda a parte no Hemisfério Norte.

Salienta que o quase triângulo do Árctico (Pólo Norte, propriamente dito) ganhou espessura de gelo e arrefeceu.

Destaca as consequências em várias regiões. Nomeadamente, as repercussões nos consumos de energia para aquecimento das populações em França e em Espanha.

Depois do mês de Dezembro de 2007 mais frio desde o ano 2000, veio um início de Janeiro de 2008 com temperaturas duras na Grécia e Bulgária.

A Ásia central ficou coberta de neve, afectando o Turquemenistão e o Uzbequistão, o Irão, o Afeganistão e o Paquistão.

Sucederam-se apagões em cascata, devidos a cortes de energia de origem do gás natural, na Grécia e noutros pontos.

A neve em Bagdade foi um acontecimento invulgar. No mesmo dia nevou no norte da Arábia Saudita.

Este tempo agreste provocou mortes (300 no Afeganistão) e feridos não só pelo frio mas também como consequência de avalanches de neve. A Sibéria foi uma região mártir.

Luis de Sousa acompanha a análise com uma bela fotografia da NASA (Fig. 100).

Mas não foram apenas estes espaços aerológicos os visitados pelos anticiclones móveis polares. A América do Norte, no lado do Pacífico e na costa do Atlântico, sofreu consequências dessas visitas. No Iowa bateram-se recordes de frio.

Luis de Sousa acaba por dedicar uma parte importante da sua análise à situação na Índia e na China que é bastante inquietante. As notícias são relatadas pela Al Jazeera e pela Reuters.

O abastecimento de energia na China sofreu cortes aflitivos. É referido um défice de 70 GW (gigawatts, mil milhões de watts), potência equivalente à totalidade do Reino Unido.

Análise deveras interessante a partir da situação do Árctico, origem de todos estes acontecimentos. Este post, com é evidente, deve um grande favor a Luis de Sousa.

Se as autoridades tivessem a percepção de Luis de Sousa em Novembro de 2007 já tinham tomado medidas para defesa das populações.

Adenda: Luis de Sousa forneceu mais elementos sobre a situação na China. Uma carta sinóptica de superfície que mostra o campo das altas pressões estabelecido pelos anticiclones móveis polares e uma carta das temperaturas ao nível do solo. Como salienta o Luis, a situação é deveras preocupante.

Fig. 100 - Neve na Ásia central. Fonte: Luis de Sousa (NASA).

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quarta-feira, janeiro 23, 2008

Perito Moreno

Uma leitora fiel do MC desde o primeiro post – Manuela Costa, licenciada em Geofísica – realizou uma excursão, em Dezembro de 2007, à Patagónia. A viagem (20 portugueses) incluía a visita ao famosíssimo glaciar Perito Moreno (Fig. 99).

Os guias argentinos na explicação que deram aos portugueses riram do modo como foi apresentado o "seu" glaciar Perito Moreno no inimaginável documentário “Uma Verdade Inconveniente” de Al Gore.

O que espanta [...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ...(Sá de Miranda) – do blogue Abruto] é que Al Gore consiga enganar até respeitáveis cientistas com credenciais em várias áreas da ciência.

Sobre os glaciares de montanha o charlatão Al Gore escreveu no livro correspondente ao documentário: «Quase todos os glaciares de montanha do mundo estão actualmente a fundir, muitos deles demasiado rapidamente. Há nisto uma mensagem. »

O mensageiro Al Gore – com a particularidade de enganar tanta gente – mostra uma fotografia de Perito Moreno de um ângulo tal que dá a entender o colapso do glaciar por fusão e a cair dentro do Lago Argentino.

Mas a realidade é bem diferente das mentiras algorianas. O glaciar não está a retrair. Está em equilíbrio dinâmico avançando continuamente em direcção ao Lago, onde despeja ciclicamente enormes massas de gelo. Ver relato na Wikipedia.

Com aparato, a queda do gelo é espectacular e acontecia de forma mais ou menos imprevisível. O ruído da queda das massas de gelo é outro fenómeno que impressiona os visitantes. O eco vindo das montanhas circundantes é dominador.

O gelo que perde no Verão é ganho no Inverno seguinte. Uma explicação para este fenómeno natural é a de que um braço do Lago Argentino, fechado pelo glaciar, forma um lago e, pela pressão da água, escava o glaciar que é menos profundo nesse local.

Forma-se uma gruta e produz-se o abatimento do tecto. A água do braço corre para o Lago, ficando os dois ao mesmo nível. Depois o glaciar torna a avançar e forma novamente uma parede altíssima de gelo.

O abatimento de 2006 foi dos mais espectaculares. Actualmente, o glaciar está monitorizado e já é possível prever quando se vai dar novo abatimento.

Al Gore é um político particularmente ignorante em temas científicos. E ainda mais ignorante relativamente aos da climatologia. Sopraram-lhe as trapalhadas que ele decorou e despejou como um psitacídeo.

Neste caso, aponta-se a Greenpeace como autora do guião dominado por mentiras. O cardápio de mentiras da Greenpeace é extenso. Desde longa data que mente sobre glaciares, como o Perito Moreno, o Kilimanjaro e outros.

Imagens espectaculares podem ser vistas nestes documentos: - Patagónia e Glaciar Perito Moreno. O nome do glaciar pertence ao explorador argentino que o descobriu. Este incansável investigador encontrou muitos mais glaciares argentinos.

A propósito, o livro que desmascara as mentiras colossais de Al Gore está pronto para ser editado. Talvez esteja à venda no próximo mês de Fevereiro.

Fig. 99 - Glaciar Perito Moreno. Fonte: Marlo Lewis (Al Gore).

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segunda-feira, janeiro 21, 2008

A ideologia das alterações climáticas

O Prof. Doutor Delgado Domingos deu uma entrevista (não editada) publicada na revista Notícias Sábado. Encontra-se no blogue Estrago da Nação. Abarca vários temas como as linhas aéreas, as centrais nucleares, as barragens, as eólicas, os biocombustíveis e as alterações climáticas. A entrevista deve se lida no seu todo.

Por interessar ao MC a última faceta da entrevista, publicamos a seguir a parcela correspondente às alterações climáticas. As opiniões do Prof. Doutor Delgado Domingos são muito importantes pela sua coragem e determinação.

«PA Conferência de Bali sobre alterações climáticas foi ou não um sucesso?

R – Considerou-se um sucesso por se ter conseguido colocar no texto final uma nota de rodapé que faz referência a um estudo do Painel Internacional [Intergovernamental] para as Alterações Climáticas (IPCC). Mas essa nota de rodapé remete, por sua vez, para outras duas notas que, na prática, a anulam, porque, na verdade, não são fixadas quaisquer metas, mas apenas indicações que são questionáveis.

PEm todo o caso parece consensual que as alterações climáticas são já agora uma evidência, tanto assim que em 2007 se falou imenso do assunto…

R – Existem alterações climáticas mensuráveis mas existe também uma enorme manipulação ao reduzir tudo ao CO2 e equivalentes. O principal gás com efeito de estufa é o vapor de água. O alarmismo actual quanto às alterações climáticas é um instrumento de controlo social, pretexto para grandes negócios e combate político. Transformou-se numa ideologia, o que é preocupante.

PHá uns anos falava-se que eram as petrolíferas a financiarem cientistas para negarem as alterações climáticas…

R – Agora é um pouco ao contrário.

P Onde está então a verdade? Onde está a realidade?

R – Há três realidades: uma científica – que mostra os dados observados –, outra de realidade virtual – que se baseia em modelos computacionais – e outra pública. Entre as três, por vezes, há grandes contradições.

PMas afinal, na sua opinião, existe ou não aquecimento global provocado pelas emissões de dióxido de carbono das actividades humanas?

R – O último relatório científico do IPCC refere, por exemplo, que na Antártida o aumento da temperatura precedeu o aumento das emissões de dióxido de carbono, mas depois isso é omitido no relatório para os decisores políticos. Recentemente descobriu-se que afinal houve um erro em considerar que 1998 foi o ano mais quente no EUA desde que existem registos; de facto, o ano mais quente foi o de 1934. E agora sabe-se, depois de um grande escândalo, que no século XV ocorreu um crescimento abrupto de temperaturas idêntico ao que se verifica actualmente.

PEntão em ficamos? Existe ou não aquecimento global, na sua opinião?

R – Tem ocorrido um aumento da temperatura, até 1998, mas não se pode garantir que, nos próximos anos, continue e que esteja apenas associado às emissões de dióxido de carbono.

PNesse âmbito, a aplicação do protocolo de Quioto servirá para algo?

R – Tudo o que seja feito para diminuir as emissões de dióxido de carbono é positivo, porque implicará redução dos consumos energéticos. Mas criar uma ideologia agarrada ao dióxido de carbono é um perigoso disparate. Será preferível prepararmo-nos para as naturais evoluções do clima. Adaptarmo-nos, e estarmos preparados, caso aconteçam, o que significa, entre outras coisas, não destruir as dunas a pretexto de PIN, não construir em leitos de cheia, não impermeabilizar solos para não agravar os efeitos das potenciais e naturais ondas de calor, etc.

PEm suma, advoga então que se siga a política preconizada pela Administração Bush…

R – Não se pode continuar a diabolizar os Estados Unidos. Os norte-americanos têm dos melhores estudos e especialistas nesta área. Basta dizer que o UCAR (University Corporation for Atmosferic Research) – um organismo norte-americano que estuda os fenómenos climáticos e meteorológicos – tem um orçamento de 200 milhões de dólares, enquanto o IPCC tem apenas 10 milhões, para além de que mais de 50% dos cientistas que elaboraram os relatórios do IPCC são americanos.».

sexta-feira, janeiro 18, 2008

Manif contra o aquecimento global

A Fig. 98 é uma imagem de uma manifestação, realizada hoje, dia 18 de Janeiro de 2008, contra o aquecimento global. Debaixo de um nevão!... Sucedeu em Annapolis, Maryland, perto de Washington.

Os manifestantes pretendiam forçar as autoridades a mitigar ainda mais as emissões de dióxido de carbono. Parece que as autoridades vão satisfazer a reivindicação através da energia nuclear.

Como a manifestação se realizou na costa leste dos EUA, os anticiclones móveis polares participaram na iniciativa e cobriram os manifestantes de branco. Foi uma manif polar branca.

Uma manifestante mostrou-se despreocupada e afirmou que “a neve foi uma prenda para recordar que raramente o estado de Maryland tem sido visitado pela beleza da neve…”

Esta notícia foi retirada do blogue do físico checo Luboš Motl.

Fig. 98 - Manif contra o aquecimento global. Fonte: Lubos Motl.

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A ficção e a realidade

Muito se discute acerca das temperaturas médias globais anunciadas de várias proveniências (termómetros, balões e satélites). Um blogue sueco, muito respeitado, apresenta um estudo original com curvas de 4 origens.

A evolução entre 1990 (início das contagem Quioto) e 2007 seguiu caminhos próximos para as 4 versões. Mas no final divergiram como se vê na Fig. 97.

As origens são, respectivamente:

RSS – Satélite (Rotating Shadowband Spectrometer)
GISS – Termómetros (Goddard Institute for Space Studies)
UKMET – Termómetros (Instituto de Meteorologia do Reino Unido)
UAH – Satélite (University of Alabama in Hunstville)

Além destas curvas de evolução, o sueco Per Welander, autor do blogue, traçou 3 rectas oriundas do IPCC com três sensibilidades climáticas (1,5 ºC, 2,5 ºC e 4,5 ºC ) definidas pelos hipotéticos acréscimos de temperatura relativamente à duplicação da concentração de CO2.

Com estas 7 curvas podem-se fazer análises de vários tipos. Interessa-nos salientar o que aconteceu em 2007.

As temperaturas GISS (de James Earl Hansen) são as mais pessimistas. Apontam para mais aquecimento. As RSS são as mais optimistas e apontam para arrefecimento. Os ingleses também tendem para a descida da temperatura.

O satélite monitorizado pela UAH (quanto a nós, com valores mais fiáveis) indica temperaturas sempre abaixo das outras, excepto em 2007.

Relativamente às sensibilidades IPCC fogem da realidade. Em 2007 a sensibilidade de 1,5 ºC toca na temperatura GISS. Hansen e o seu prosélito Gavin Schmidt do blogue RealClimate tocam trombetas pelas temperaturas mais elevadas.

As outras sensibilidades serviram, essencialmente, para assustar os decisores políticos.

A finalizar, nenhuma destas curvas serve para diagnosticar o que se passou no planeta, isto é, onde aqueceu e onde arrefeceu. E porquê aqueceu ou arrefeceu nessas regiões.

Correcção: Foi corrigida a sensibilidade climática por chamada de atenção de um leitor. O MC agradece. Também se corrigiu "satélites" por "termómetros" na base de dados UKMET.

Fig. 97 - Temperaturas 1990-2007. Fonte: Per Welander.

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Estabilidade anticiclónica

Os anticiclones móveis polares que seguem vertiginosamente pela trajectória escandinava enregelam os siberianos.

As suas franjas que descem até à Lusitânia provocam estabilidade anticiclónica. A advecção é praticamente nula nos locais de implantação das eólicas monitorizadas pela REN.

Deste modo, as eólicas estão quase paradas como se pode ver no sítio REN. O bom tempo prevalece. Se for soalheiro, a tendência será para aquecer o ar rente ao solo. Se a EAA se prolongar teremos temperaturas mais altas.

Ou seja, o Árctico dá mau tempo na Sibéria e, simultaneamente, bom tempo em Portugal.

O continente americano, sofrendo as consequências das trajectórias respectivas, tem temperaturas a roçar os zero graus centígrados no leste, bordejando o Atlântico.

Já na costa oeste dos EUA (São Francisco, p.e.) as temperaturas são mais moderadas pelo retorno do ar quente que se faz sentir para lá das Montanhas Rochosas. O Alasca, igualmente, tem temperaturas acima do esperado pelo mesmo motivo.

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Estado de emergência na Sibéria

Ontem, dia 15 de Janeiro de 2008, o governo russo lançou o alerta. O estado de emergência na Sibéria deve-se prolongar até ao dia 21. A descida das temperaturas vai até – 55 ºC, a partir do dia de hoje.

A temperatura média nas grandes cidades siberianas, nesta altura do ano, fixa-se entre – 15 ºC e – 39 ºC. Já se registaram vítimas, cortes de abastecimento de energia eléctrica e fecho de escolas.

Recorda-se que na Sibéria se situa, na média anual, uma das aglutinações anticiclónicas semelhante à dos Açores e de Havai. São as três AA do Hemisfério Norte. No Hemisfério Sul existem outras três AA.

Por outro lado, na Geórgia, onde se produz vinho, chá e citrinos, num clima subtropical, congelou o Lago Paliastomi, no oeste do país. Há 50 anos que tal não acontecia. Aqui as temperaturas desceram até – 35 ºC.

Em Tiblissi, capital da Geórgia, a temperatura foi até – 13 ºC. Este é o valor mais baixo desde há 14 anos. A cidade está preparada para um frio prolongado. Já no Domingo, 5 de Janeiro, dia das eleições presidenciais, Tiblissi estava coberta de neve.

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Antárctico, sempre

Mais uma vez o Antárctico foi falado nos media. Não por boas razões, como sempre. Lá voltam as distorções e o alarmismo militante. Há-de continuar assim até ao momento em que as mentirolas deixam de ter mercado de leitores.

Alguns leitores fizeram chegar ao MC notícias editadas no Le Monde (La perte des glaces de l'Antarctique s'est accélérée depuis une décennie) e no washingtonpost.com (Escalating Ice Loss Found in Antárctica - sem link directo).

No primeiro caso foi a leitora Conceição Berger, licenciada em Físico-Químicas, que acrescentou o comentário “Vi este artigo hoje no Le Monde que provavelmente já conhece e gostava de saber: afinal onde está a verdade? A Climatologia será uma ciência? Nunca vi nenhuma ciência que pudesse dizer o mesmo e o contrário com tantos seguidores...».

Os artigos podiam ter sido redigidos de forma correcta. Os autores deste género de distorções gostam de meter tudo quanto lhe vem à cabeça e, assim, tornam a leitura difícil.

Anuncia-se mais um artigo sobre a Península do Antárctico publicado na revista Nature Geoscience.

Aproveita-se para, mais uma vez, desinformar acerca da situação do Antárctico com frases do costume. Estaria a derreter mais depressa do que o previsto. Deste modo teriamos a possibilidade de assistir, brevemente, ao desaparecimento dos mantos de gelo do Antárctico.

Eric Rignot (do Propulsion Laboratory, NASA), publicou naquela revista, do dia 14 de Janeiro de 2008, o resultado das suas investigações que conduziram à realidade do crescimento dos mantos de gelo na região central do Antárctico (berço dos anticiclones móveis polares).

E, ao mesmo tempo, concluiu que a Península do Antárctico tem sofrido retracções como há muito se explora no sentido do alarmismo.

Na resposta à leitora, tivemos a oportunidade de dizer que a climatologia é uma ciência não exacta que passa por uma profunda crise de conceitos à porta de dar um salto qualitativo.

Já o devia ter feito desde que apareceram os satélites meteorológicos em meados do século passado. Mas por azar apareceram os computadores e os modelos climáticos que empataram essa evolução.

O artigo do Le Monde demonstra aquilo que foi dito acima e que a leitora reparou ao dizer que fala no mesmo e no contrário. A dinâmica do tempo e do clima do Antárctico é exemplar. Assim como no Árctico que é bem mais complexa.

É verdade que se encontram situações diferentes consoante a região do Antárctico. Em termos gerais, no centro os mantos de gelo cresceram e a temperatura diminuiu (desde 1974-75). Na Península (a cauda do continente que se parece com uma raia) a temperatura subiu e os mantos decresceram.

No centro nascem os anticiclones móveis polares cada vez mais potentes e frequentes e na Península regressam as depressões em forma de ar menos frio ou mais quente, como se queira chamar.

Os mantos de gelo da Península não são perenes. Avançam e recuam com o andar dos tempos (décadas, séculos e milénios). É assim que funciona o nosso admirável planeta.

Como é que os climatologistas clássicos que pararam de raciocinar hão-de poder explicar a realidade? No MC existe uma figura de origem NASA que mostra a evolução das temperaturas peliculares durante cerca de 20 anos. Confirma o que se diz atrás.

O Antárctico e o Árctico gozam de excelente saúde climática. Compreende-se que os alarmistas de profissão estejam sempre em cima deles à procura do menor indício que confirmaria as suas erradíssimas teses. Mas a Natureza não lhes dá satisfação.

Ainda a propósito de climatologia pode parecer oportuno refrescar leituras remexendo no fundo do baú: - "Pequena viagem pela Climatologia" (1), (2), (3), (4), (5).

Correcção: Foi corrigido o oitavo parágrafo. Os valores indicados (60 % a 140 % numa década) referiam-se à retracção na Península e não à expansão no centro do Antárctico.

segunda-feira, janeiro 14, 2008

“O aquecimento global ainda não acabou”, dizem eles

Quem o diz é um funcionário da Organização Mundial de Meteorologia, de nome Amir Delju. O economista Rajendra Pachauri, presidente do IPCC, diz o mesmo, embora por outras palavras. Foi a Reuters que recolheu estas opiniões, no dia 11 de Janeiro de 2008, a propósito da queda de neve em Bagdade.

Pachauri afirmou mesmo: - «qualquer fenómeno meteorológico extremo [mesmo a variedade do frio] é mais um sinal do aquecimento global antropogénico». Realmente já se perdeu o sentido do ridículo.

Como se fosse possível acabar um fenómeno que nem sequer começou. Então e as calotes polares que arrefeceram? E alguns Estados do leste americano que viram as temperaturas descerem? Nuns sítios a temperatura aumentou, noutros baixou. Isto é global?

Seria interessante que se explicasse a razão dos aumentos das temperaturas numas regiões e das descidas noutras. Mas a OMM, de Amir Delju, e o IPCC, de Rajendra Pachauri, são incapazes de o fazer.

Não é todos os anos que neva em Bagdade. Os seus habitantes dizem mesmo que foi a primeira vez que viram tal acontecer. Estatisticamente, não há registos fiáveis sobre queda de neve na capital do Iraque desde há, pelo menos, um século.

Mas então quais são as explicações para este acontecimento vindas do lado de especialistas e de não-especialistas?

Estes últimos são os mais simplistas: - Não devemos confundir o estado do tempo com o clima! O tempo é o tempo, o clima é o clima. Esperteza saloia…

Os primeiros além de se enredarem pela presença da El Niña (que tal como o El Niño, serve para explicar tudo e mais alguma coisa), falam em fenómenos extremos, anomalias, alterações climáticas e, hélas!, aquecimento global.

Nenhum deles diz qual é o estudo ou o modelo que previu queda de neve em Bagdade. Ou em qualquer parte do Mundo. Nem sequer dizem qual é, de facto, o mecanismo que conduziu a esta queda de neve.

Se procurassem a causa encontrariam um acentuado arrefecimento e aumento do manto de gelo no local de nascimento dos anticiclones móveis polares boreais (Pólo Norte e Gronelândia).

Esta conclusão contraria os seus erros de avaliação da dinâmica do círculo polar Árctico. E prova que a anomalia está realmente na incapacidade de diagnosticar correctamente os fenómenos que se observam actualmente pelo mundo fora.

Estes acontecimentos provam que a variação brusca da dinâmica do tempo e do clima detectada em 1975-1976 acentuou o modo rápido da circulação geral da atmosfera e não o modo lento.

Ora, o modo rápido está ligado a um cenário de arrefecimento. O lento a um de aquecimento. Estamos a assistir a um cenário de acentuado arrefecimento que o registo das temperaturas mascara como de aquecimento.

Nesta situação climática (torna-se cada vez mais incorrecto distinguir a dinâmica do tempo da do clima, como é norma na climatologia clássica) a variável significativa é a pressão atmosférica e não a temperatura. Esta é significativa no modo lento.

A evolução da temperatura, no modo rápido, traduz a intensidade com que são realizadas as trocas meridionais de energia. Se estas aumentam, o valor estatístico das temperaturas sobe, e vice-versa.

De facto, anticiclones móveis polares mais potentes e mais frequentes provocam o retorno de maiores quantidades de ar quente – que encontram pelo caminho nas latitudes elevadas (mais próximas dos pólos) e, até, nas latitudes baixas (mais próximas do Equador) – em direcção às latitudes mais altas.

O Prof. Marcel Leroux já sublinhou várias vezes que o mal designado «global warming» se circunscreve essencialmente às latitudes acima de 30º N.

sábado, janeiro 12, 2008

Continua a nevar no Verão argentino

Os argentinos continuam perplexos com as suas temperaturas de Verão. Calor e frio misturam-se por toda a Argentina. A par de temperaturas de 45 ºC nas grandes cidades, registam-se quedas de neve com temperaturas negativas noutras áreas.

Voltou a nevar na estância turística de Bariloche. Agora já em Janeiro, de 2008, no pino do Verão. Com temperaturas abaixo de zero. Os veraneantes, no meio das suas caminhadas pela serra, foram surpreendidos com a queda de neve.

Os Serviços Meteorológicos argentinos explicam (mal) o fenómeno como consequência de massas de ar frio do Pacífico. Mas foram anticiclones móveis polares saídos do Antárctico a causa da queda de neve.

Não há dúvidas que o Antárctico tem arrefecido – e bem! – na zona de nascimento dos AMP austrais. Também foram AMP que causaram o calor na Austrália, contrariamente à insinuação da OMM repetida pelo IM.

É tudo uma questão de interpretação dos resultados. Os crentes no «global warming» encontram gases satânicos (antropogénicos, como o dióxido de carbono, o metano e outros) por todo o lado. Faça chuva ou faça sol, são eles os culpados.

Tanto faz que aconteça na Argentina, na Austrália ou no Iraque. Avança-se com a explicação dos gases e pronto, está dito. Haverá explicação mais simplista? Para quê analisar cartas sinópticas? Interessa olhar para as imagens dos satélites meteorológicos?

Neva no Verão argentino

Os argentinos continuam perplexos com as suas temperaturas de Verão. Calor e frio misturam-se por toda a Argentina. A par de temperaturas de 45 ºC nas grandes cidades, registam-se quedas de neve com temperaturas negativas noutras áreas.

Voltou a nevar na estância turística de Bariloche. Agora já em Janeiro, de 2008, no pino do Verão. Com temperaturas abaixo de zero. Os veraneantes, no meio das suas caminhadas pela serra, foram surpreendidos com a queda de neve.

Os Serviços Meteorológicos argentinos explicam (mal) o fenómeno como consequência de massas de ar frio do Pacífico. Mas foram anticiclones móveis polares saídos do Antárctico a causa da queda de neve.

Não há dúvidas que o Antárctico tem arrefecido – e bem! – na zona de nascimento dos AMP austrais. Também foram AMP que causaram o calor na Austrália, contrariamente à insinuação da OMM repetida pelo IM.

É tudo uma questão de interpretação dos resultados. Os crentes no «global warming» encontram gases satânicos (antropogénicos, como o dióxido de carbono, o metano e outros) por todo o lado.



Faça chuva ou faça sol, os gases satânicos sempre os culpados. Existe explicação mais simplista? Para quê analisar as cartas snópticas? I

sexta-feira, janeiro 11, 2008

Frio na Ásia Central

Gozámos quase uma semana de bom tempo devido a uma estabilidade anticiclónica, em Portugal. Durante a estabilidade, a componente horizontal do vento reduziu-se a praticamente zero. As eólicas sofreram com a falta do seu fluido motor.

Entretanto, o Instituto de Meteorologia anunciou, em 9 de Janeiro de 2008, que “A Austrália registou em 2007 uma temperatura média do ar 0,67º C acima da média, sendo que 2007 foi o 6º ano mais quente desde 1910, altura em que se iniciam os registos neste País.”.

“Desde 1979, à excepção de 4 anos, que todos os anos são mais quentes que a média do período de referência, sendo que o ano de 2005 foi o mais quente desde que há registos, batendo o anterior máximo de 1988 por 0,25ºC.” – continua a informar o IM.

Acrescenta, “Os registos da OMM [Organização Mundial de Meteorologia], desde 1861, [mostram] que 20 dos 21 anos mais quentes ocorreram desde 1980, naquele que aparenta ser o período mais quente dos últimos 2 mil anos.”.

Gato escondido com rabo de fora, o IM termina dizendo que “O Serviço australiano dos gases de efeito de estufa estima que a Austrália fique cerca de 2ºC mais quente nos próximos 26 anos.”.

O IM não prova nem a relação entre os gases com efeito de estufa (antropogénicos, naturalmente) e as temperaturas na Austrália, ou em qualquer parte do Mundo, nem como foi feita, ou é possível fazer, uma previsão (?) para os próximos 26 anos.

O shift climático de 1975-76 também se fez sentir no Hemisfério Sul. A variação brusca do índice ENSO (El Niño Southern Oscilation), tal como a do NAO (North Atlantic Oscilation) no Hemisfério Norte, prova esse facto.

Mas seria igualmente interessante que o IM publicasse notícias como estas:

- Indeed, Iraq Snow!;

- Heavy snow and bitterly cold weather have caused scores of deaths and major disruption in parts of Iran, Afghanistan, Central Asia and Pakistan.

- In pictures: Snow storms in Iran;

- Heavy Snow Kills Dozens in Asia.

A última referência foi indicada pelo leitor Luis de Sousa, a quem se agradece.

Outro leitor, a quem também se agradece, disse que “O ano começou com muito frio no Irão. Vi ontem o noticiário da BBC World, que reportava uma mínima que atingiu os -25ºC em certos locais do Irão, que está cheio de neve.”.

segunda-feira, janeiro 07, 2008

Ano de 2007

Há quinze dias analisou-se o mês de Novembro de 2007. Segundo algumas bases de dados, foi o mês mais frio desde Janeiro de 2000.

De acordo com as mesmas bases de dados, Dezembro de 2007 ainda foi mais frio. Enquanto naquele mês se verificou uma anomalia de – 0,014 ºC, neste foi de – 0,046 ºC.

Como se sabe, determinam-se várias temperaturas médias globais conforme os instrumentos (termómetros, balões e satélites) e conforme as superfícies.

Os valores anunciados atrás foram medidos por radiómetros montados em satélites. São valores mensais das temperaturas representativas das superfícies dos solos e dos oceanos.

Por outro lado, Roy W. Spencer traçou a Fig. 96 com valores mensais desde 1990 para uma superfície da baixa troposfera situada a 12 quilómetros de altitude. O Pinatubo, em 1991, e o El Niño, em 1997-98, não determinaram qualquer tendência.

Spencer concebe um período de temperaturas estacionárias entre 1990-2000, uma subida das temperaturas entre 2000-2002 e, finalmente, outro período estacionário entre 2002-2007. E a partir de agora? Os próximos meses e anos devem ser interessantes.

Roy Spencer desenhou a faixa vermelha correspondente às projecções do IPCC para se perceber que as temperaturas oscilaram sem qualquer tendência marcada de crescimento.

E, entretanto, a concentração de dióxido de carbono tem crescido, mensalmente, quase-monotonamente. Teve flutuações quase-sinusoidais que seguem o ciclo de carbono durante as estações do ano.

Não se descobre uma correlação evidente entre as duas variáveis, por um lado, a concentração de dióxido de carbono e, por outro, a temperatura.

Finalmente, por curiosidade, as anomalias dos meses finais de 2007 assemelham-se às dos finais de 1991, um ano após o início da contagem das metas de Quioto.

Recorda-se que Roy W. Spencer é o director da equipa do “Advanced Microwave Scanning Radiometer” instalado no satélite Aqua da NASA. A sua dedicação exclusiva está ligada a agências governamentais dos EUA (NASA, NOAA, DOE).

Fig. 96 - Temperaturas mensais medidas por satélite. 1990-2007. Fonte: Roy Spencer.

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sexta-feira, janeiro 04, 2008

Morte de Bert Bolin

Os diários suecos de ontem, dia 3 de Janeiro de 2008, noticiaram sucintamente a morte de Bert Bolin.

Corriam rumores de que se encontrava muito doente. O sueco Bert Bolin foi o primeiro Presidente do IPCC, entre 1988-1997. Considera-se mesmo que foi um dos seus principais fundadores.

O trabalho científico mais importante de Bolin relacionou-se com a geoquímica das trocas de CO2 entre os oceanos e a atmosfera nos anos 1960-1970. Na parte final da sua carreira científica fixou-se na ideia de que o CO2 era o motor do clima.

Depois de se reformar dedicou-se à política com ligações ao partido social-democrata da Suécia e às suas filiações internacionais.

Mas, não retirando o mérito científico de Bert Bolin, a sua presidência do IPCC fica marcada pelo acontecimento referido na Nota sobre o seminário de Estocolmo. Embora não sendo o autor pactuou com ele.

Recorda-se que no segundo relatório de avaliação do IPCC, em 1995, foi introduzida dissimuladamente, a célebre frase da culpabilidade humana: «O conjunto de provas sugere uma influência humana discernível sobre o clima global».

O ex-presidente da Academia das Ciências dos EUA, Frederick Steitz, protestou contra a inclusão no último momento daquela frase atrás citada sem conhecimento dos participantes.

O autor principal do capítulo 8 do relatório do IPCC, Benjamin Santer, no último momento apagou, sem avisar ninguém, frases como esta:«Nenhum dos estudos referidos atrás apresenta provas claras para que se possa atribuir as variações [climáticas] observadas à causa específica do aumento [das emissões] dos gases com efeito de estufa».

Ou esta: «Nenhum estudo atribuiu no todo ou em parte [esta alteração climática] a causas antropogénicas».

Steitz afirmou que, o apagamento à última hora das afirmações foi o caso mais grave de violação da deontologia científica que teve conhecimento na sua carreira científica.

Bert Bolin, o então presidente do IPCC, defendeu Santer e afirmou que as modificações introduzidas não tinham por finalidade senão «produzir a melhor avaliação possível da ciência da maneira mais clara».

Nevões na Europa

Ou não publicam ou noticiam de raspão. Deste modo os media alimentam a crendice do aquecimento global. Mas, neste início de 2008, apareceram já grandes nevões na Europa do Norte e do Sul. Espanha, Itália, Grécia, Roménia, Bulgária e Turquia não escaparam.

As trajectórias dos anticiclones móveis polares saídos da região árctica (Pólo Norte e Gronelândia) atingiram não só países escandinavos como também do centro e do sul da Europa.

Aeroportos fechados, auto-estradas bloqueadas foram algumas das consequências destas tempestades de neve.

Na Grécia, martirizada o verão passado com ondas de calor devidas às elevadíssimas pressões atmosféricas, a temperatura desceu até 18 ºC negativos. Na Bulgária foi até menos 15 ºC.

Mas o pior pode estar para vir. Embora as previsões meteorológicas a mais de 10 dias tenham um significado reduzido, aparecem algumas que merecem atenção.

Piers Corbin, através do seu método peculiar, alerta para a hipótese de frio assustador ainda em Janeiro.

A título de exemplo, leia-se o que poderá acontecer em meados de Janeiro (15 a 21) se Piers acertar.