Pequena viagem pela Climatologia (1)
Em tempos, o receio de uma “nova idade do gelo” dos anos 70, do século anterior, a ameaça das “chuvas ácidas”, o “buraco do ozono” foram modas que encheram jornais e noticiários de TV.
Agora é o famoso “aquecimento global” de um planeta doente que é necessário salvar. O planeta é frágil diz quem tem argumentação, essa sim, frágil. Aguarda-se o aparecimento de um novo lobby com outra fantasia passageira.
Esta sucessão de interesses – muitas vezes oportunistas e fugazes – momentaneamente polarizada num ínfimo aspecto então em moda, não faz progredir qualquer disciplina científica, antes a mergulha numa crise que se pode estender por vários anos.
Não ceder às modas não é o melhor caminho para se publicar um artigo ou para obter financiamento para um projecto de investigação pelo que é necessário obter todos os sacramentos adequados utilizando as palavras-chave em voga, quer no seio de um comité de redacção duma revista científica ou de uma instituição encarregada de distribuir as prebendas.
Actualmente os cientistas do “global warming” estabelecido tomaram conta das “peer review” (revisão pelos pares) das revistas científicas mais conhecidas e rejeitam com toda a facilidade qualquer artigo que não diga ámen aos seus conceitos.
Mas, mais descaradamente ainda, vêm depois dizer que existem muito mais artigos pelo “sim” do que pelo “não” ao “aquecimento global”, como se a ciência se medisse a metro.
O livro de Copérnico refutando a teoria do geocentrismo demorou cem anos a impor a teoria do heliocentriasmo. Durante aquele século, quantos cientistas não andaram pelas cortes a dizer que eram mais os apologéticos daquela teoria?
Actualmente, em Portugal, apareceu um grupo de “cientistas” que não é capaz de interpretar um conjunto de imagens obtidas pela observação dos satélites meteorológicos mas consideram-se especialistas de alterações (confusões) climáticas.
Mal sabem eles que a sua “ciência” se baseia em falaciosas explicações da circulação geral da atmosfera, mais precisamente do estrato inferior da troposfera. Raciocinam exclusivamente no efeito radiativo já que não conhecem nenhum modelo de circulação geral.
Eles são facilmente manipulados por gabinetes de estudos como o Hadley Center que vendeu o SIAM a Portugal como se fosse sério predizer, prever ou projectar o nosso clima em 2100. E depois andam a enganar toda a gente incluindo o mais alto magistrado da Nação.
Um modelo de circulação geral, expressamente fundamentado no conceito de anticiclone móvel polar, existe desde 1980. Ele encontra-se pormenorizadamente explicado em obras de Marcel Leroux (Prof. de Climatologia da Universidade Jean Moulin, Lyon III, Director do Laboratório de Climatologia, Riscos Naturais e Ambiente, do CNRS) que os descobriu e definiu a partir das primeiras imagens dos satélites:
- La dynamique du temps et du climat. Collection Enseignement des Sciences de la Terre, 310 p., Editions Masson - Colin, Paris, 1996.
- Dynamic analysis of weather and climate. General circulation, perturbations, climatic evolution. J. Wiley ed., Praxis-Wiley series in Atmospheric Physics, London, New-York, Sydney, 365 p., 1998
- La dynamique do temps et du climat. 2ème édition, revue et augmentée. Collection Masson – Science, Dunod Ed., Paris, 366 p., 2000
1 Comments:
Parabéns pelo texto. É a primeira vez que leio alguma coisa seriamente bem estruturada sobre alterações climáticas.
Também já escrevi sobre isso... em http://naturalhazardsmeeting.blogspot.com/
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