Pequena viagem pela Climatologia (3)
Um exercício “virtual” com os conceitos «clássicos»
Procure-se explicar à luz dos conceitos ultrapassados das escolas «clássicas» a imagem do satélite do dia 28 de Abril de 1986 obtida por cima do Atlântico Norte (Fig. 5).
- A velha escola climatológica (fim do séc. XIX e princípio do séc. XX) pode dizer que se vê o «anticiclone dos Açores» …mas este «centro de acção» está realmente situado a uma latitude e altitude incompatíveis com a localização à superfície dos Açores.
- A escola norueguesa (1920) pode ver nestas formações nebulosas uma ilustração de uma «frente polar» …mas falta a outra frente para ser semelhante ao modelo «clássico» das duas frentes.
- A escola dinâmica (1939) pode tentar reconhecer a manifestação de uma «onda» … mas a «onda» está situada em altitude, em vez de estar à superfície, e está fechada ao ponto de ser manifestamente circular, o que contraria os conceitos desta escola.
De facto, não se trata nem do anticiclone dos Açores, nem de uma frente polar, nem de uma onda. Mas em que se tornariam as percepções do fenómeno pelas escolas obsoletas quando ele é observado na sua realidade viva em movimento em vez de o ser através de uma imagem parada como a da Fig. 5,? Ainda piora a falta de percepção «clássica».
Assim, as imagens em movimento vistas a partir das indicações dos satélites tornam-se cada vez mais inexplicáveis à luz dos conceitos «clássicos» ultrapassados:
O «centro de acção» dito «dos Açores», caro à primeira escola, aparece em movimento e não responde à sua definição de «estabilidade» fundamentada nas médias das pressões de superfície.
A «frente polar», limite flutuante ou, antes, «ondulante», segundo a terminologia consagrada, fracciona-se a tal ponto que não responde à sua definição.
A «onda planetária» desaparece como se as suas causas presumidas (relevo, rotação da Terra, insolação diferencial) …deixassem de existir.
Nenhuma das teorias «clássicas» consegue explicar a imagem parada quanto mais…em movimento. São estes exemplos de conceitos ultrapassados que estão na base dos raciocínios dos modeladores que incluem nos modelos ficções e não realidades.
O motor principal da dinâmica do tempo e do clima é precisamente a circulação geral que se verifica na troposfera em que os conceitos «clássicos» não explicam pelo que não podem estar bem representados nos modelos.
Os satélites identificam claramente esse motor designado por anticiclone móvel polar tal como se vê na Fig. 5 para um nascido no Árctico. Na Antárctica nascem também anticiclones móveis polares absolutamente idênticos ao da figura.
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