domingo, dezembro 25, 2005

AMP na Argentina

Na Argentina, nas montanhas (1880 m de altitude, 32 ºS de latitude) perto de Córdoba, nevou quatro dias antes do equinócio de Verão. Simultaneamente, foi batido um recorde de temperatura no porto do Mar del Plata (38 ºS de latitude).

Nos meses de Novembro e Dezembro registaram-se as temperaturas médias de 0 ºC e 1 ºC, respectivamente, em Mar del Plata. Estes valores ficaram abaixo das normais para a época do ano com anomalias de -8 ºC e -10 ºC.

Os anticiclones móveis polares de Marcel Leroux, austrais no caso presente, continuam a fazer das suas mesmo em fase sazonal atenuada. A fotografia do dia 2005/12/21, tirada às 05 h 45 m 24 s (UTC) mostra, na Fig. 37, (pelo menos) dois AMP nascidos na Antárctica que afectaram o estado do tempo na Argentina. O mais potente estendeu a sua acção até ao Brasil.

Actualmente, no hemisfério Sul, os AMP são atenuados em potência e frequência. Alguns deles têm-se desviado em direcção à Nova Zelândia (150 ºW, 40 ºS) provocando igualmente descidas de temperatura anormais para a época do ano.

Esta nota serve também de resposta a um leitor que colocou uma questão acerca dos anticiclones móveis polares austrais. A circulação geral da atmosfera apresenta o modo rápido no hemisfério Norte e lento no hemisfério Sul na actual posição do nosso planeta.

Obs.: A fotografia da Fig. 37 foi amavelmente fornecida pelo climatologista neozelandês Hans Jelbring.
Fig. 37 - AMP no hemisfério Sul. Fonte: Serviços Meteorológicos Argentinos.Posted by Picasa

sábado, dezembro 24, 2005

Neva em Quioto

Anteontem, 22 de Dezembro de 2005, a Coreia do Sul sofreu a maior tempestade de neve desde há várias décadas. Cerca de 1200 escolas foram obrigadas a fechar intempestivamente. Milhares de automobilistas passaram a noite dentro dos automóveis paralisados nas auto-estradas.

Os serviços meteorológicos coreanos afirmaram que a queda de neve atingiu 59 cm e bateu o recorde que datava de 1968. A tempestade de neve cancelou os voos (200) da maior parte dos aeroportos.

Vários ferryboats paralisaram. Cerca de setenta auto-estradas ficaram fora de serviço. Pelo menos 126 fábricas paralizaram com prejuízos avaliados em cerca de 15 milhões de dólares americanos.

Igualmente, no Japão, tempestades severas causaram apagões (cortes de electricidade) que afectaram mais de um milhão de pessoas. A falha dos sinais luminosos (1100) atrapalhou ainda mais os automobilistas japoneses.

Cidadãos de algumas cidades do Japão ficaram prisioneiros nos elevadores dos arranha-céus. A neve provocou a interrupção de várias linhas de comboios e de transporte de electricidade.

Duas centrais nucleares dispararam. As cidades de Osaca, Quioto (quem diria!), Shiga e Nara tiveram interrupções de energia eléctrica durante aproximadamente meia hora.

De acordo com os serviços meteorológicos japoneses, a neve atingiu a altura de 48 cm em 24 horas na região de Ono. Mas em Aomori atingiu 1,91 m. Em Tsunan e Niigata a acumulação bateu o recorde com 2 metros.

Tudo isto devido aos anticiclones móveis polares oriundos do Pólo Norte e da Gronelândia com trajectórias asiáticas. Não há dúvida que a potência dos AMP reflecte uma situação boreal completamente distinta da que se vê, se ouve e se lê nos media.

terça-feira, dezembro 20, 2005

Ainda a COP 11 – MOP 1

Contava-se encontrar nos media portugueses algum artigo com nível que descrevesse a Conferência de Montreal que começou no dia 28 de Novembro e terminou no dia 10 de Dezembro de 2005.

Como tal não aconteceu, o autor do Mitos Climáticos fez uma pesquisa nos media de língua inglesa e encontrou muita coisa. Alguns artigos analisam os acontecimentos dos bastidores. Outros são descrições formais.

O website mais informativo, com opiniões favoráveis (em maior número) e desfavoráveis, é o da ONU. Contém descrições como as humilhações da delegação norte-americana e os cantares de vitória.

O pouco convincente ministro do Ambiente canadiano, hóspede dos conferencistas, tentou aprovar um Plano de Acção de Montreal. Mas não o conseguiu. Apenas alcançou a aprovação de mais conversações para o futuro.

As COP (agora MOP) continuam ano após ano sem um objectivo racional. A irracionalidade repete-se. A auto-satisfação dos donos da casa também. As conversações vão continuar em casa de outros participantes. Cada COP tem servido para preparar a próxima COP.

A Natureza, em particular o clima, não é sensível a debates burocráticos e políticos sobre a sua situação. Era bom que os dez mil viajantes tivessem tido a pretensão de começar a perceber a actual dinâmica real do tempo e do clima.

É interessante consultar, em particular, os seguintes artigos: “Last-minute climate deals reached” e “Hot Air”.

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Gronelândia ganhou gelo

Sempre é verdade. A Gronelândia viu crescer os seus mantos de gelo. «"The overall ice thickness changes are ... approximately plus 1.9 inches a year or 21.26 inches over 11 years," according to the experts at Norwegian, Russian and U.S. institutes led by Ola Johannessen at the Mohn Sverdrup center for Global Ocean Studies and Operational Oceanography in Norway.»

Um leitor chamou a atenção para aquela notícia da CNN.com designada «Greenland ice cap thicknes slightly», de 21 de Outubro de 2005. As informações desmentem as previsões baseadas em modelos. Mas corroboram a teoria dos anticiclones móveis polares (AMP) estabelecida por Marcel Leroux.

De facto, a actividade extraordinária da Gronelândia na geração de AMP que tem estado a acontecer, até fora de época, antecipando a estação normal do Inverno, já admitia essa hipótese do aumento das camadas de gelo.

Além disso, pelo aumento da pressão atmosférica que esta actividade arrasta, também justifica os subsequentes aumentos da temperatura pela maior condutibilidade térmica das camadas baixas da atmosfera. Não é de admirar que 2005 venha a ser um ano com temperaturas a crescer…

Os “estudos” da ACIA-Arctic Climate Impact Assessment também perderam valor perante esta realidade demonstrada pela Natureza. Entram no domínio da especulação por utilização de modelos que não representam a realidade e de cenários puramente imaginativos.

Uma teoria que prevê acontecimentos que só podem ser confirmados daqui a vinte, cinquenta ou cem anos não é científica É pura profecia. São palavras de…Karl R. Popper! O IPCC e a ACIA fazem profecias e não ciência.

Do mesmo modo, a região boreal está numa situação completamente distinta das patranhas que são difundidas pelos media…A Bélgica tem apanhado com nevões que até espanta os belgas. A origem está nos anticiclones móveis polares que estão a ser gerados nessa região.

Até os dirigentes do SHAPE, da NATO, em Mons, estão admiradíssimos com os nevões a sério (pelo menos 10 cm de neve) que caíram nas suas instalações. Isto não é habitual nesta época do ano. Por aquelas bandas, normalmente, apenas neva em Janeiro e Fevereiro.

sábado, dezembro 17, 2005

Aquecimento global? Perguntem a Chicago

A profecia do aquecimento global não chegou aos ouvidos dos deuses de Chicago. Já há 5 anos que os valores de queda de neve, no observatório do aeroporto de Chicago, durante o início da época de Inverno (até 12 de Dezembro) não ultrapassavam o verificado este ano de 2005: 40 cm.

Na realidade temos de recuar ao ano 2000 para observar um valor de 45,7 cm de queda de neve durante o mesmo período. Nesse ano foi atingido um recorde para o mês de Dezembro com um total mensal de 105 cm de neve.

Do valor de 40 cm, já registado este ano de 2005 desde o início da época de Inverno, um total de 37 cm foi observado apenas nos primeiros 12 dias de Dezembro. Este valor é cerca de 8,5 vezes superior ao registado no ano de 2004 (4,3 cm).

Quanto a temperaturas, nos primeiros doze dias de Dezembro de 2005 já se bateram todos os recordes negativos de Chicago: o valor médio da temperatura destes 12 dias foi de -8,2 ºC, ou seja, 11 ºC inferior ao valor médio no mesmo período de 2004 (+2,8 ºC).

A temperatura mais baixa de 5 noites de 1 a 12 de Dezembro de 2004 foi mesmo superior a qualquer das temperaturas máximas do mesmo período de 2005. Os habitantes de Chicago devem estar a implorar aos deuses do tempo e do clima que intercedam activamente no “global warming”.

Falta acrescentar que os anticiclones móveis polares nascidos na Gronelândia têm tido uma actividade fora do comum com trajectórias que atravessam Chicago com enorme vigor.

Oh ministros do Ambiente o que fostes fazer. As reuniões que tivestes na Gronelândia enfureceram os demónios dos AMP? Será que os mantos de gelo cresceram só para vos contrariar?

Existe consciência das dificuldades encontradas para fazer passar uma mensagem racional sobre esta matéria. De facto, a partir do momento em que o filme «The day after tomorrow» pretendeu mostrar, falaciosamente, que o planeta gelava por causa do aquecimento global, é difícil prever até onde pode chegar a manipulação das pessoas em relação ao clima.

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Temperatura média global 2005

Qual é a cidade mais fria do hemisfério Norte? É a de Verkhoyansk, na Rússia. Situa-se apenas a 107 metros de altitude. Nos dias 5 e 7 de Fevereiro de 1892 e 6 de Fevereiro de 1933 os termómetros desceram até – 67,8 ºC.

Situa-se no sopé dos Montes Verkhoyansk e junto ao Mar de Laptev que faz parte da região do Árctico. Esta cidade apanha com os anticiclones móveis polares do Pólo Norte na fase inicial. Esta fase é deveras brutal no Inverno.

A designada temperatura média global é reconstituída através de valores médios ponderados das leituras de cerca de mil a dois termómetros espalhados em 70 % do globo. Verkhoyansk contribui para baixar o valor puramente estatístico.

A temperatura média global de 2005 vai situar-se num valor dos mais elevados desde 1880. Isso poderá ser (mal) utilizado como argumento demonstrativo do aquecimento global. No entanto, este valor tem significado estatístico e pouco mais.

A hiperligação indicada permite avaliar a evolução desta variável estatística que a NASA publica regularmente. Num dos primeiros oito dias de cada mês aparece o valor do mês anterior e de um agregado de meses.

Já por mais de uma vez o Mitos Climáticos chamou a atenção para o facto de que a temperatura não é a variável significativa da situação meto-climática com grande actividade de geração de anticiclones móveis polares.

Mesmo a nível paleoclimático, nestas circunstâncias, é a pressão atmosférica a variável que define a dinâmica do tempo e do clima. Em caso de maior acalmia dos AMP, então sim, é a temperatura a variável explicativa da situação.

Esta semana, o director geral da Organização Meteorológica Mundial convocou uma conferência de imprensa para dar conhecimento dos resultados das três temperaturas que se devem verificar no ano de 2005: médias global, do hemisfério Norte e do hemisfério Sul.

Mas a estrela da conferência foi o caso da estação anormal de furacões de 2005. Os jornalistas bem queriam que ele associasse essa anormalidade ao efeito de estufa antropogénico. Mas ficaram desiludidos.

O director Michel Jarraud afirmou, honestamente, que não era possível encontrar a existência de uma relação entre o efeito de estufa antropogénico e a frequência e a potência dos tufões.

Deve-se, por fim, salientar que a escola meteorológica e climática predominante na OMM é ainda uma das clássicas. Todas elas se encontram em crise conceptual há meio século.

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Incêndio em Inglaterra

Os satélites meteorológicos também fotografam acontecimentos como o incêndio a norte de Londres. É o que se pode ver na Fig. 36 que mostra a nuvem produzida pelo incêndio a sul da Grã-Bretanha.

O incêndio verificou-se no armazenamento de hidrocarbonetos de Buncefield, a norte de Londres. Declarou-se no Domingo, 11 de Dezembro, e produziu uma nuvem de poluição importante.

Sob o efeito das explosões e do calor, a nuvem atingiu uma altitude superior a mil metros. Deslocou-se para o sul devido à acção do vento norte originado por uma anticiclone móvel polar nascido na Gronelândia.

A nuvem atingiu o norte de França e a Normandia na noite de Domingo para Segunda-feira. Estendeu-se das costas atlânticas à fronteira com a Bélgica e progrediu para sudoeste. A Aquitaine foi atingida com concentrações cada vez mais fracas.
Fig. 36 - Incêndio em Inglaterra. Fonte: METEO FRANCE. Posted by Picasa

terça-feira, dezembro 13, 2005

Resultados da COP 11

Pouco tem transparecido acerca das conclusões da 11 ª Conference of the Parties (agora designada por MOP 1 – Meeting of the Parties) que estava prevista realizar-se em Montreal entre 28 de Novembro e 9 de Dezembro de 2005. Mas a reunião prolongou-se noite a dentro do último dia e só acabou às 6 h 05 m da manhã do dia 10.

Este facto é indicativo das dificuldades para se atingirem resultados positivos. De momento, a nível oficial, conhece-se a press release do secretariado da Convenção Quadro para as Alterações Climáticas das Nações Unidas. Parece tudo muito secreto.

Os relatos jornalísticos são, como sempre, distorções da realidade. Enaltecem os resultados, mas não se percebe bem porquê. Dizer-se que «Cimeira de Montreal reabre esperança num acordo global» como vem estampado na folha de rosto do PÚBLICO de Domingo 11 de Dezembro de 2005, é manifestamente ridículo. Reabre?

Aquela press release das NU também pouco ou nada diz de concreto. O seu próprio título «Montreal climate conference “rule book” of Kyoto Protocol” é desanimador para quem tinha tantas esperanças antes do início da MOP 1.

«As associações de ambiente da Europa apontam para a necessidade de … uma redução de 20 a 30% das emissões de gases de efeito de estufa (com base no ano de 1990) até 2030…e de 60 a 80% até 2050» - Declaração da Direcção Nacional da Quercus, do dia 28 de Novembro de 2005.

Nada disto se encontra na press release das Nações Unidas. Fala vagamente no acordo entre as partes para negócios dos países ricos a serem implementados nos países pobres. Isso é dito de modo tecnocrático comum aos escritos do Intergovernmental Panel on Climate Change.

Remete para o acordo de Marraquexe que está inserido no Protocolo de Quioto mas que até agora pouca utilidade tem tido. O principal objectivo da Conferência que era a de trazer os Estados Unidos da América e a Austrália para dentro do Protocolo de Quioto não foi alcançado.

Essa entrada seria feita com aceitação do compromisso destes países atingirem metas bem definidas das emissões de gases com efeito de estufa que é precisamente o calcanhar de Aquiles do Protocolo.

Uma vez ratificados os valores e se não fossem alcançados, estes países teriam de efectuar transferências fabulosas de dinheiro para a Rússia e outros países da Europa oriental. Isso seria feito cegamente sem se saber o destino desses dinheiros.

O prof. William D. Nordhaus escreveu um artigo notável, em 1999, intitulado «Requiem for Kyoto: An Economic Analysis». A sua leitura permite avaliar as somas astronómicas de dinheiro a serem transferidas dos países que perdem para os que ganham com o Protocolo.

Isso aconteceria sem o mínimo efeito para qualquer variável climática. Até o IPCC, num dos seus documentos para a manipulação dos decisores políticos «Summary for Policymakers, WG III, 2001», na p. 51, se referiu ao estudo de Nordhaus. Mas fê-lo disfarçadamente como sempre o faz quando os estudos não são convenientes. Mas ignorar o prof. W.D. Nordhaus era demasiado…

Além disso, quem avaliza os valores das emissões declaradas pelos países recebedores daqueles dinheiros? Merecem confiança os números anunciados pelos respectivos governos? Será que vai aparecer um mercado negro do carbono? As máfias de leste interessar-se-ão pelo mercado de carbono?

Pelo contrário, os Estados Unidos da América anunciaram o estabelecimento de um Tratado Ásia-Pacífico, paralelo ao Protocolo de Quioto, que inclui a Austrália, o Japão, a China, a Coreia e a Índia. Este tratado, que foi ocultado pelos media nacionais, estabelece o princípio da cooperação e não da coacção. Em Janeiro de 2006 vai realizar-se a primeira reunião dos parceiros.

Os norte-americanos para vincarem a importância deste tratado, anunciaram que em Janeiro será a secretária de Estado Condoleezza Rice a presidir à delegação. Contrariamente, em Montreal foi apenas um sub-secretário de Estado que a chefiou.

Aguardam-se mais detalhes sobre as conclusões da COP 11–MOP 1 para se poder avaliar os resultados efectivamente alcançados com o Protocolo de Quioto que, cada vez mais, mostra ser um acordo comercial para emissões de gases tornadas em mercadoria.

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Homenagem a Petterson

Numa homenagem, envolvendo a UNESCO, ao oceanógrafo (e químico) sueco Otto Petterson (1848-1941), referido no post acerca das manipulações da UE, foi publicado um artigo que merece atenção (Vd. hiperligação).

Os trabalhos de Otto Pettersson não foram devidamente apreciados pela comunidade científica na altura em que foram publicados. Este oceanógrafo, em 1907, interessou-se pelas correntes oceânicas como a termohalina.

Recorde-se mais uma trapaça do tipo “The day after tomorrow” invocando alterações na corrente termohalina para defender a tese absurda do frio também ser devido ao aquecimento global. O que se é capaz de fazer para enganar os decisores políticos!

Nas referências bibliográficas do artigo acima citado vem o paper de 1914 «Climatic variations in historic and prehistoric time» que desacredita mais uma mistificação da European Environment Agency (Agência Europeia do Ambiente).

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Previsão acertada

Um leitor, muito atento, fez uma chamada de atenção:

«No seu texto de 6 de Setembro, intitulado "Evolução da temperatura no último milénio", deixou, em nota, o seguinte aviso:

“ (...) a Gronelândia continua de excelente saúde climática como já foi referido no blogue. Se não acreditam esperem pela próxima geração de anticiclones móveis polares a nascer lá com a potência e violência invernais como aconteceu em Fevereiro passado.”

Uma previsão que parece estar a confirmar-se...»

Karl R. Popper dizia que entre teorias científicas rivais deve ser colocada num patamar superior aquela que explica mais e é capaz de fazer melhores previsões.

Embora em climatologia falar em teorias científicas, no sentido popperiano, seja um pouco ousado, pela dificuldade do teste da refutação, o leitor parece ter razão.

Isso não significa que, tal como dizia Popper, «só sei que nada sei e mesmo disso tenho dúvidas»…

Tempestades na Europa

A Fig. 35 mostra vários anticiclones móveis polares sobrevoando a Europa. A Ibéria é uma zona privilegiadíssima. Está limpa. A sobreposição de fotografias foi obtida através de um satélite da NOAA – National Oceanic and Atmospheric Administration, dos EUA, embora obtida num site da METEO FRANCE.

Comprova-se o estado do tempo verificado hoje, dia 08/12/2005, em Portugal, entre as 09 h 25 m 27 s e as 12 h 56 m 23 s, do tempo universal (TU). Destaca-se na parte superior do lado esquerdo, entre a Islândia e a Gronelândia, um anticiclone móvel polar acabado de nascer.

No resto da Europa aparecem vários AMP em fase de avanço que nasceram muito antes. A França está a ser sobrevoada por outro AMP. A Itália está temporariamente limpa mas não tardará a ser sobrevoada por este AMP. A Europa oriental está carregadíssima de AMP.

Não admira que a neve cause estragos na Polónia e na República Checa como diz o PÚBLICO na sua pág. 20 de hoje. Mas di-lo de um modo disfarçado. Se fosse uma onda de calor ocuparia toda a primeira página.

“A neve, com uma altura de 30 centímetros danificou 150 (sub)estações transformadoras de energia e duas linhas de caminhos-de-ferro.” – diz a notícia. Mas que grande surpresa para quem fala tanto em aquecimento global.

Mais uns milhares de pessoas ficaram sem electricidade. Enregelaram. O que vale é que em Montreal cerca de dez mil participantes estão a discutir o sexo dos anjos de modo a cortar ainda mais a produção de energia eléctrica que também serve para aquecer.

Que modelo climático prevê ou explica a imagem real da Fig. 35? Nenhum. Mas dizem que são capazes de prever que «em 2020 “poderão” triplicar as mortes devido ao calor em Portugal» - notícia do Diário Digital do dia 5 de Dezembro. O tempo do verbo é curioso.

Até a Organização Mundial da Saúde alinha nesta impostura intelectual…que foi anunciada aos tais dez mil participantes que estão em Montreal a ser instruídos para manipular, alarmar e terrorizar os seus concidadãos quando regressarem a casa.

O que dizem agora os ministros do Ambiente que anunciaram uma reunião, neste Verão passado, na Gronelândia para provar a fusão do manto de gelo da ilha? E os profetas do abismo em que o Pólo Norte estava quase a cair desfazendo o mar gelado?

Será que eles percebem o que se está a passar? Naturalmente não. Os seus preconceitos impedem a compreensão da realidade. Apoiam-se, quando vêem o caso mal parado, nos milhares de “cientistas” do IPCC. E estes como explicam uma situação como esta?

E porque será que não há um organismo credível que ponha os pontos nos “ii” para parar com os disparates dos media? Os organismos oficiais também alinham na ladainha do IPCC. Agora está tudo encalacrado, sem explicações.
Fig. 35 - Vários AMP sobrevoando a Europa. Fonte: NOAA - METEO FRANCE.Posted by Picasa

O jornalismo que temos

Nos comentários (com o título “Que vergonha de jornalismo”) ao post “Absolutismos e relativismos” do blogue «A aba de Heisenberg», do dia 4 de Dezembro de 2005, encontram-se estes cabeçalhos que o blogger Nuno repescou de alguns media portugueses que se cita com a devida vénia:

"Portugal é o pior emissor de gases de efeito estufa da UE" (Público)
"Portugal será o mais poluente da UE em 2012" (Jornal de Notícias)
"Portugal vai ser o pior emissor de gases da UE" (TVI)
"Maior emissor de gases da União Europeia em 2012" (SIC)
"Portugal é pior emissor de gases" (Expresso Online)
"Ambiente: Portugal torna-se o maior poluente da UE" (Região Sul)
"Portugal torna-se o país mais poluidor da Europa" (Correio da Manhã)
"Maior poluidor da União em 2012" (O Primeiro de Janeiro)
"Portugal é o pior emissor de gases da União Europeia" (Portugal Diário)
"Vamos ser os mais poluentes em 2012" (Record)"
"Portugal vai passar a ser o país mais poluidor da UE" (Jornalismo PortoNet).
(fim de citação)

No post com nome satírico “Portugal polui que se farta…” do blogue «CONTUNDENTE», do dia 4 de Dezembro de 2005, encontra-se uma explicação rigorosa que desmistifica não só aqueles cabeçalhos mas também os conteúdos das notícias.

Em 1990, Portugal era o terceiro país a contar do fim em termos de emissões de dióxido de carbono (60 Mt CO2) dentro da UE a 15. Melhor somente a Irlanda e o Luxemburgo.

Mas relativamente às capitações das emissões (toneladas por habitante), nesse ano, apenas a Espanha tinha um valor inferior a Portugal. A capitação é de facto um rácio importante para uma análise comparativa. Outro seria o rácio entre as emissões e o PIB.

No entanto, o PIB teria de ser o real e não o amputado da economia paralela, subterrânea, com fuga aos impostos. Como o PIB se situa no denominador, um PIB fictício inferior ao real aumenta ilusoriamente o rácio Emissões/PIB.

Para o período compreendido entre 2008-2012, tal como estabelecido no Protocolo de Quioto, Portugal comprometeu-se (não se sabe bem como) a não ultrapassar 76 Mt de CO2.

Fazendo a comparação entre os 15 países, no fim do Protocolo, Portugal situar-se-ia na mesma posição relativamente às emissões per capita. A Espanha continuaria em último. Com o alargamento a 25 países essa posição alterar-se-ia.

Mas Portugal ocuparia apenas uma posição acima. Isto é, atrás só ficariam a Espanha e a Letónia. Assim se escrevem pequenas-grandes mentiras para satisfação dos media e prejuízo de uma análise séria.

Só falta dizer que aquelas patranhas foram importadas de Montreal que alberga dez mil participantes na 11 ª Conference of the Parties e 1ª depois da entrada em vigor do Protocolo de Quioto. Andam cerca de sete mil milhões de pessoas a pagar o patau da representação destas tristes figuras.

Num destes dias de frio brutal em Montreal, um jornalista perguntou a um alto responsável da Greenpeace como é que ele explicava o estado do tempo. Este respondeu: «Global warming can mean colder, it can mean dryer, it can mean wetter».

Se o aquecimento global pode significar mais frio, se pode significar mais seca, se pode significar mais chuva, é caso para perguntar se o aquecimento global ainda significa mais calor. Assim vai o obscurantismo climático.

terça-feira, dezembro 06, 2005

Arrefeceu o entusiasmo

Não admira, está mesmo frio em Montreal. Não só nas temperaturas exteriores (máxima -4 ºC, mínima -11 ºC) mas também nas negociações de bastidores da Conference of the Parties (COP 11).

Um leitor chamou a atenção para a notícia da agência LUSA, que saiu no "publico.pt" e que foi referenciada no blog «Blasfémias» no seu post “Entusiasmo da União Europeia em relação a Quioto arrefece”, do dia 3 de Dezembro de 2005, com o link: Alterações climáticas: União Europeia e Canadá favoráveis a aproximação aos EUA

De acordo com esta notícia, ao se concretizar uma estratégia de aproximação do Canadá e da União Europeia à estratégia dos Estados Unidos, vai por água abaixo o negócio do carbono. Isto é, termina a venda-e-compra dos direitos de poluir.

De facto, «uma das preocupações nesta aproximação será evitar a fixação de metas quantificáveis de redução de emissões, dado que Washington se recusa a quaisquer compromissos» - Vd. «Blasfémias» acima referido.

É curioso que esta notícia foi publicada à sorrelfa na Internet e foi silenciada no suporte de papel de um jornal que se destaca pelo preenchimento de páginas e páginas sobre alterações climáticas.

Nesta notícia da LUSA lá vem a tal meia verdade relativa à posição dos EUA: «A administração Bush recusou ratificar o Protocolo de Quioto em Março de 2001, com a justificação de que prejudicaria o crescimento da economia norte-americana…» (sic).

Tanto repetem esta inverdade que já poucos suspeitam que não é verdade. É o exemplo típico de todo o tema sobre o aquecimento global e alterações climáticas. Lá dizia La Fontaine que uma fábula repetida muitas vezes acaba por parecer uma história verdadeira.

Entretanto, mesmo com a verificação de temperaturas glaciais em Montreal, realizam-se lá manifestações contra o aquecimento global. Mas os participantes das manifestações não andam com certeza em mangas de camisa.

Começa agora a repetir-se a afirmação de que o frio também é devido ao aquecimento global. Será um milagre da física? Apresentam-se estudos realizados com modelos (sempre os modelos) para alimentar mais esta colossal mistificação.

É uma espécie de reprise do filme “The day after tomorrow”. Tudo serve para bombardear a opinião pública de modo a retirar tempo a que ela seja capaz de respirar um pouco e, hélas, seja capaz de raciocinar e colocar dúvidas.

Mas na física não existem milagres. Os fenómenos da Natureza são explicados por meio de teorias que necessitam de comprovação. Nestas mistificações nada é comprovado – só o seria daqui a vinte, cinquenta e cem anos. Isto não é ciência.

As profecias do IPCC e dos estudos à base de modelos e cenários não são susceptíveis de teste. Como argumentou Popper, «esta profecia não pode ter carácter científico porque nenhum teste – que, quando ocorrer, ocorrerá sempre “no presente” – pode refutar uma teoria que anuncia a sua concretização sempre “para o futuro”» Vd. Karl Popper, Conjecturas e Refutações, Abril 2003, ed. Almedina, p. VIII.

Já há quem imagine o IPCC a afirmar, daqui a algum tempo, que afinal as temperaturas não subiram tanto quanto os modelos previam. Para acrescentar logo a seguir que isso se deveu ao homem que passou a emitir outros poluentes que fizeram, inesperadamente, baixar a temperatura…Para o IPCC, a culpa é sempre do homem.

Mais à frente, com vagar, será desmistificada mais esta fantasia do frio ser provocado pelo aquecimento global. Isto é mais uma das frequentes mudanças de casaca do IPCC sempre que as suas previsões caem bastante distante do alvo.

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Posição dos EUA

Como dificilmente os leitores vão ter acesso, nos media nacionais, à posição dos Estados Unidos da América apresentada na Conference of the Parties (COP 11) que se está a realizar em Montreal, indica-se a seguinte hiperligação:

http://www.scoop.co.nz/stories/WO0511/S00556.htm

Cada um tirará as suas conclusões e poderá comparar o que foi dito na conferência de imprensa onde aquela posição foi apresentada com o que lê e ouve por cá nos media e noutros meios que tratam o tema em questão.

Mesmo sem defender a posição dos EUA, deve-se conhecer todas as opiniões de modo a formular uma conclusão sem alinhar cegamente naquilo que dizem os media que distorcem sistematicamente a verdade.

Os EUA têm uma perspectiva de solução do problema dentro da Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas mas fora do Protocolo de Quioto. As suas ideias assentam em cinco pilares resumidos a seguir:

(1) Incluir países em vias de desenvolvimento através do uso das melhores soluções tecnológicas actualmente existentes (as novas vias de desenvolvimento não devem seguir obrigatoriamente as seguidas anteriormente pelos países já desenvolvidos);

(2) Dar prioridade ao desenvolvimento económico que reduza a pobreza e que melhore as condições sanitárias e a produção de alimentos. Simultaneamente, a mitigação das emissões deve atingir todos os gases com efeito de estufa (não apenas o dióxido de carbono). A avaliação dos resultados deve ser feita pelo rácio das emissões relativamente ao PIB e não pelo valor absoluto;

(3) Apostar fortemente na eficiência da transformação das energias primárias através de um esforço conjunto na investigação e desenvolvimento tecnológico;

(4) Atender ao espírito de cooperação internacional, com transferências de tecnologia, e não ao de coacção implícito no Protocolo de Quioto (esta ideia é também defendida pelo último Prémio Nobel da Economia);

(5) Envolver o sector privado para se atingir o sucesso na aplicação das medidas.

Na conferência de imprensa dos EUA foi afirmado que a estratégia americana já conduziu a melhores resultados que os atingidos por parte significativa dos países que ratificaram o Protocolo de Quioto.

Se esta posição dos norte-americanos se mostrar irredutível isso abalará seriamente a pretensão da União Europeia de integrar os EUA na estratégia post-2012 (final do Protocolo de Quioto). Ou será que é a UE que vai seguir a estratégia dos EUA?

sábado, dezembro 03, 2005

Aplauso a um Prof.

No jornal PÚBLICO de ontem (2 DEZ 2005), na secção das «Cartas ao Director», apareceu uma muito interessante carta do prof. José Filipe dos Santos Oliveira que foi intitulada «Em defesa do ambiente» mas que devia ser «Em defesa da verdade».

O prof. catedrático da Faculdade de Ciências e Tecnologia, da Universidade Nova de Lisboa, responde ao seu amigo Humberto Rosa, actual secretário de Estado do Ambiente, relativamente a uma entrevista que este deu recentemente ao PÚBLICO.

A oportunidade da entrevista estava relacionada com a abertura da COP 11 de Montreal. Embora o Prof. ainda esteja influenciado pela teoria falaciosa do efeito de estufa antropogénico, as suas considerações são muito pertinentes.

Se a mitigação da emissão de gases com efeito de estufa, em vez da adaptação a uma nova realidade climática que vem dos anos 70 do século passado, resolvesse algum problema climático, a estratégia perseguida está totalmente errada.

O que preocupa o Prof. Santos Oliveira não foi o tema da entrevista em si (a participação dos sectores dos transportes e dos edifícios na emissão antropogénica global de gases com efeito de estufa) mas a imprecisão dos alvos do secretário de Estado.

No fundo, o Prof. apresenta uma muito acertada alternativa a Quioto. O Protocolo, tal como se apresenta também no Programa Nacional para as Alterações Climáticas, tem por alvo quase exclusivo o abate das emissões de dióxido de carbono. Daí se ouvir falar no Mercado de Carbono que faz parte da ecologia do absurdo.

Ora, o prof. Santos Oliveira diz, com grande propriedade, que não se devia dar prioridade ao dióxido de carbono. A prioridade devia ser dirigida a outros GEE como o metano e as partículas.

Para isso, salienta que as emissões de GEE provenientes dos incêndios e do uso para a agricultura de solos sem aptidão agrícola são superiores aos dos transportes e do aquecimento dos edifícios.

Diz ele que estas são mais do dobro das restantes emissões (incluindo as industriais). Assim sendo, existe uma estratégia alternativa que é a de começar pelo ataque aos GEE que não-CO2.

Aliás, embora ele não o diga, a alternativa seria mais económica, de efeitos mais rápidos e não necessitaria de uma estrutura burocrática tão pesada como a existente. Nem necessitaria de tantos intermediários (brockers) no negócio do carbono.

A alternativa do Prof. da FCT é próxima da apresentada há muito pelo pai do aquecimento global no artigo «Global Warming in the 21st Century: An Alternative Scenario», by HANSEN, James E. et al.

Este artigo foi publicado no ano 2000 pelo Goddard Institute for Space Studies que pertence à NASA. A tese de James E. Hansen recorre ao seu próprio conceito de forçamento radiativo.

De facto, a soma dos valores dos forçamentos radiativos dos GEE não-CO2 é bem superior ao do dióxido de carbono. Além disso, a elasticidade de substituição de tecnologias com e sem CO2 é praticamente nula.

Por exemplo, a substituição dos transportes de passageiros tradicionais com tecnologias que emitem dióxido de carbono é possível por meio de bicicletas, triciclos e pernas que não emitem dióxido de carbono.

Outro aspecto da carta do Prof. muito interessante é de considerar que «…o senhor Secretário de Estado do Ambiente não é um fundamentalista ambiental, como disso sou testemunha, mas sim um especialista, entre muitos outros, que luta pela defesa do ambiente» (sic).

Esta demarcação entre fundamentalistas ambientais e especialistas do ambiente é crucial. Só faltou afirmar que o “dossier” do “global warming” está a ser conduzido pelos fundamentalistas ambientais a começar por alguns Ministros (fundamentalistas) do Ambiente.

Declaração: O autor do MITOS CLIMÁTICOS, que aplaude esta carta do prof. José Filipe dos Santos Oliveira, declara que não o conhece pessoalmente. O mesmo acontece relativamente ao secretário de Estado do Ambiente.

Aproveita também para declarar que o MITOS CLIMÁTICOS se situa estritamente numa zona de total neutralidade política. A colocação do debate científico no plano político está a conduzir a prejuízos gravíssimos para a humanidade.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Manipulações climáticas da UE

De acordo com uma “press release” da European Environment Agency (EEA), com sede em Copenhaga, «a Europa há cinco mil anos que não conhece alterações climáticas tão dramáticas como as actuais».

Nem mais nem menos. A Directora executiva da EEA, Jacqueline McGlade, na apresentação à comunicação social, disse que «sem acções eficazes, durante várias décadas, o aquecimento global provocará a fusão das camadas de gelo no Norte e fará avançar a desertificação no Sul. Deste modo, a população mundial concentrar-se-á no Centro».

Esta Directora, em nome da Comissão Europeia, não faz a coisa por menos. Disse ainda: «A União Europeia exercerá todos os esforços para limitar a subida da temperatura média global a 2 ºC através da implementação do Protocolo de Quioto no que diz respeito ao corte das emissões de gases com efeito de estufa».

E acrescentou: «Mesmo com o esforço de limitação aos 2 ºC [subida hipotética em 2100 relativamente ao início da era industrial (?)] os seres humanos vão viver numa atmosfera com condições jamais existentes». Mas que medo…

O relatório da EEA faz uma listagem das ameaças provocadas pela poluição atmosférica à biodiversidade, aos ecossistemas marinhos e aos recursos aquíferos do conjunto dos 25 Estados-membros da UE.

Todo este aparato – que se repete de 5 em 5 anos – foi utilizado na Conference of the Parties que se está a realizar em Montreal para pressionar os decisores políticos a tomarem medidas que interessam ao lóbi do ambiente.

Mas é verdade que a Europa está a ser martirizada desta maneira? Primeiro, não se encontra na Internet (http://org.eea.eu.int/documents/newsreleases/soer2005_pp-en) qualquer justificação, como referências, para se fundamentarem aquelas conclusões do estudo.

Segundo, estamos perante mais uma história do hockey stick com o apagamento do Medieval Warm Period e da Little Ice Age. É assim que se manipulam os decisores políticos e a opinião pública.

Os escrevinhadores dos media repetem estas fantasias sem cuidarem da veracidade da notícia que lhes impingem. O que é preciso é alarmar a opinião pública. Isso vende papel.

Estudos paleoclimáticos desde há muito que apontam flagelos europeus na passagem da MWP para a LIA. A Europa conheceu a fome e a morte de milhares de cidadãos. Verificaram-se episódios de violências marítimas nas costas da Holanda e da Alemanha.

Nessa transição climática MWP/LIA avançaram os glaciares. Em 1595, os glaciares, na Suíça, avançaram tão rapidamente que produziram enchentes em vários rios. Entre 1600 e 1610, os glaciares de Chamonix destruíram algumas vilas.

Existem relatos de decréscimos populacionais. De acordo com o climatologista finlandês Jarl Ahlberck tudo isto está confirmado no livro «Climate variations in historic and prehistoric time» escrito em 1914 pelo oceanógrafo sueco Otto Pettersson e editado pela Universidade de Gotemburgo.

É com a visão de vídeos e a audição de relatos alarmistas que os dez mil participantes da COP de Montreal regressam a casa. Retransmitem o catastrofismo climático. Com isso contribuem, mesmo em Portugal, para o aproximar de uma crise profunda no sector energético.

Tanto mais profunda quanto o designado “peak of oil” que vem aí, se é que já não foi ultrapassado, vai encontrar o sector num estado completamente desequilibrado. Esse pico prenuncia o fim da era do petróleo.

No site da Associação Portuguesa do Veículo a Gás Natural, na secção de notícias, encontra-se a chamada de atenção seguinte.

«O Prof. Kenneth S. Deffeyes, da Universidade de Princenton, um dos mais eminentes geólogos dos EUA, acaba de publicar um novo livro — Beyond Oil — mostrando que a produção mundial de petróleo caminha para o pico e analisando as alternativas disponíveis».

Continua no site da APVGN: «Essa importante obra afirma explicitamente (pg. 98) o que se segue: “Em resumo, o carvão é barato, o carvão é versátil, e as principais economias industriais têm vastos depósitos de carvão.”»

Segue-se: «Face à iminente escassez de petróleo, um plano de acção possível é: 1) substituir o gás natural por carvão para a geração de energia eléctrica; 2) substituir o combustível dos automóveis e camiões por gás natural; e 3) preservar o petróleo remanescente para a aviação».

Termina a notícia: «Mais adiante o Prof. Deffeyes acrescenta: “Fantasiar acerca de uma frota de automóveis não poluentes com pilhas de combustível (fuel cell) para daqui a vinte anos não compensará o declínio da produção petrolífera nesta década” (sic). À atenção das autoridades portuguesas».

Ora, em Portugal o sector energético tem seguido ao arrepio desta chamada de atenção. O petróleo está dedicado aos transportes, o gás natural à produção de energia eléctrica e o carvão vem sendo fustigado por acusações de ONG ambientalistas. Tudo ao contrário do que o Prof. americano aponta como um caminho correcto.