quinta-feira, setembro 18, 2008

O Árctico em 2007 e em 2008 (4)

As temperaturas dos mares do Árctico também foram alvo de referência do NSDICNational Snow and Ice Data Center.

Este centro de investigação tem o patrocínio da NASA-National Aeronautics and Space Administration, da NSF-National Science Foundation, da NOAA-National Oceanic and Atmospheric Administration, do CIRES-Cooperative Institute for Research in Environmental Sciences e da Universidade de Colorado, Boulder, EUA.

Segundo o NSDIC, Mike Steele e Wendy Ermold, do Centro de Ciência Polar do Laboratório de Física Aplicada da Universidade de Washington, têm acompanhado de perto as temperaturas superficiais do mar gelado do Árctico.

Em Agosto de 2008 as anomalias positivas da temperatura superficial do mar correspondem a áreas de gelo em retracção.

Quando o gelo derrete, a água do mar fica exposta, absorve a radiação solar e aquece, o que favorece a fusão de mais gelo circundante.

Neste aspecto, um fenómeno interessante foi o facto de o gelo marinho, durante este mês de Agosto, se ter dirigido para o Mar de Beaufort para derreter apenas quando encontrava estas águas mais quentes.

À medida que o Outono chega ao Árctico o oceano começará a devolver o calor à atmosfera. Isto significa que as regiões em que se observaram elevadas temperaturas superficiais do mar durante o mês de Agosto serão registadas como regiões em que a temperatura do ar se encontra acima da média, à medida que o Outono prossegue.

Para se visualizar as anomalias das temperaturas da superfície do mar gelado do Árctico, tanto o mês de Agosto de 2008 como o de Agosto de 2007, o NSDIC apresenta uma figura que foi transposta para a Fig. 123.

Recorda-se que os valores indicados na figura (3.0 e 4.0) são anomalias (desvios em relação ao valor médio de um determinado período) e não absolutos.

São significativas as diferenças entre o comportamento de Agosto de 2007 e de Agosto de 2008. Em Agosto de 2008 as anomalias mais elevadas situam-se na sub-regiões de maior retracção do gelo.

Tanto em Agosto de 2007 como em Agosto de 2008, vê-se pela Fig. 123 que o cerne do Árctico, ou seja a Bacia do Árctico, apresentou-se com anomalias praticamente nulas. Isto é, as temperaturas do cerne situaram-se na média.

O ar quente importado pelo Árctico distribui-se pelas periferias. O ar frio exportado é produzido neste cerne e transportado pelos anticiclones móveis polares aí nascidos. Isto é, o designado quase-triângulo do Árctico manteve-se imperturbável.