O Árctico em 2007 e em 2008 (1)
[Vamos continuar a usufruir do trabalho de investigação de Charles Muller, enriquecendo-o com outras novidades, nomeadamente, mais recentes.]
O ano 2007 foi muito calmo em termos de grandes perturbações meteorológicas. As temperaturas de superfície foram agradáveis apesar de um El Niño, com início no princípio desse ano, que aqueceu alguns ânimos.
Mas o alarmismo mediático não descansa de lançar mais uma ideia catastrofista: foi o estado da banquisa (mar gelado) do Árctico com uma forte diminuição estival, que jogou durante meses o papel do indicador de ansiedade por ser uma “perturbação sem precedente”.
Duas das marcas registadas do alarmismo são: “perturbação sem precedente” e “diminuição mais rápida do que previsto”. Mas do que se tratou realmente? Como é que esta anomalia se inscreve no longo prazo? Quais são exactamente as causas?
Vamos ver uma síntese de alguns trabalhos recentes que permitem ir um pouco mais longe do que os efeitos anunciados. O que se diz de 2007 aplica-se a 2008. O nervosismo dos media, que não se preocupam com a investigação jornalística, é latente.
O gelo perene do Oceano Árctico no verão de 2007 atingiu uma dimensão mínima desde que entraram em funcionamento os satélites (1978/79). Em 2008 vai no mesmo sentido, podendo mesmo ultrapassar aquele mínimo.
Como ainda faltam cerca de três semanas para o fim do ciclo de 2008, vamos examinar especialmente o ano de 2007. Na altura própria se observará o mínimo de 2008 que deve situar-se, aproximadamente, na última semana do mês de Setembro.
Segundo os dados dos satélites NCEP/NOAA (*) reproduzidos no sítio web Cryosphere Today (da responsabilidade de William Chapman) (*) e os dados do NSIDC (*) a anomalia estival, em 2007, foi muito pronunciada.
O mínimo anterior fora atingido em 2005 com 5,32 milhões de quilómetros quadrados (Mkm2). Este valor caiu para 4,24 Mkm2, em Setembro de 2007. Mais recentemente, incluindo o ano de 2008, a Fig. 120 apresenta valores do gelo nos meses de Agosto tendencialmente decrescentes desde o início das observações de satélite. (Fonte: NSDIC).
Mas, o NSIDC aponta já Agosto de 2008 como o segundo menor registo dos meses de Agosto e escreve este importante texto:
«August 2008 average extent compared to past Augusts. Arctic sea ice extent averaged over the month of August was 6.03 million square kilometers (2.33 million square miles).
This is 1.64 million square kilometers (633,000 square miles) below the 1979 to 2000 August average. However, August 2008 was still 670,000 square kilometers (260,000 square miles) above August 2007, despite the record-breaking rate of decline over the past month.
Why would this be? The best explanation for this is that this summer did not experience the "perfect storm" of atmospheric conditions seen throughout the summer of 2007.
Even though August ice extent was above that of August 2007, the downward trend for August ice loss has now gone from -8.4% per decade to -8.7% per decade.»
Salienta-se a melhor explicação dada pelo NSDIC para a situação do mar gelado do Árctico: “perfect storms”. O NSDIC não considera o “global warming” ou o “anthropogenic greenhouse effect” como best explanation! Notável…
Isto é, o declínio estival do gelo polar está ligado a fortes tempestades originadas pela dinâmica própria do Árctico. Ou seja, pela advecção (transporte horizontal) de ar (anticiclónico) frio nas camadas baixas e de ar (ciclónico) quente nas camadas altas ou por uma combinação de ambos nas camadas intermédias.
A zona polar conserva um balanço radiativo deficitário ao longo de todo o ano. Uma das fontes frias da máquina térmica do planeta, o Árctico joga o papel fundamental nas transferências meridionais de energia no Hemisfério Norte.
Esta troca incessante de energia provoca a partida de ar frio e a chegada de ar quente ao Árctico. Frio e quente é um conceito relativo. Mas as movimentações do ar são fundamentais na circulação geral da atmosfera e na dinâmica do Árctico.
É neste fenómeno natural que se deve procurar a explicação para a situação variável da banquisa árctica. O Árctico exporta ar frio e importa ar quente. Em permanência. O Árctico não sossega na sua actividade. Agora como desde tempos imemoriais.
O nosso Primeiro Rei em vez de lutar contra as alterações climáticas lutou pela formação de uma Nação. Realizou essa tarefa com temperaturas mais elevadas do que actualmente. O clima de então beneficiava de situações do Árctico semelhantes às que aconteceram ao longo do século XX.
As placas que quebram (mas não derretem!) e se transformam em icebergues fazem parte do mesmo fenómeno da dinâmica do Árctico. Os media ficam excitadíssimos com estes factos. Entrevêem neles um sinal do fim do Árctico. Mas o Árctico vai continuar a existir, contra as suas expectativas.
Continua-se a aplicar a regra geral dos alarmistas: T→A, isto é, a temperatura T sobe implica que o acontecimento A aumenta. Neste caso A seriam placas de gelo a quebrar. Os livros de climatologia deveriam resumir-se a uma linha com o texto: “CO2, T→A”.
____________
(*) NCEP - National Centers for Environmental Prediction (ex - National Meteorological Center);
NOAA - National Oceanic and Atmospheric Administration;
NSIDC - National Snow and Ice Data Center (University of Colorado, Boulder).
O ano 2007 foi muito calmo em termos de grandes perturbações meteorológicas. As temperaturas de superfície foram agradáveis apesar de um El Niño, com início no princípio desse ano, que aqueceu alguns ânimos.
Mas o alarmismo mediático não descansa de lançar mais uma ideia catastrofista: foi o estado da banquisa (mar gelado) do Árctico com uma forte diminuição estival, que jogou durante meses o papel do indicador de ansiedade por ser uma “perturbação sem precedente”.
Duas das marcas registadas do alarmismo são: “perturbação sem precedente” e “diminuição mais rápida do que previsto”. Mas do que se tratou realmente? Como é que esta anomalia se inscreve no longo prazo? Quais são exactamente as causas?
Vamos ver uma síntese de alguns trabalhos recentes que permitem ir um pouco mais longe do que os efeitos anunciados. O que se diz de 2007 aplica-se a 2008. O nervosismo dos media, que não se preocupam com a investigação jornalística, é latente.
O gelo perene do Oceano Árctico no verão de 2007 atingiu uma dimensão mínima desde que entraram em funcionamento os satélites (1978/79). Em 2008 vai no mesmo sentido, podendo mesmo ultrapassar aquele mínimo.
Como ainda faltam cerca de três semanas para o fim do ciclo de 2008, vamos examinar especialmente o ano de 2007. Na altura própria se observará o mínimo de 2008 que deve situar-se, aproximadamente, na última semana do mês de Setembro.
Segundo os dados dos satélites NCEP/NOAA (*) reproduzidos no sítio web Cryosphere Today (da responsabilidade de William Chapman) (*) e os dados do NSIDC (*) a anomalia estival, em 2007, foi muito pronunciada.
O mínimo anterior fora atingido em 2005 com 5,32 milhões de quilómetros quadrados (Mkm2). Este valor caiu para 4,24 Mkm2, em Setembro de 2007. Mais recentemente, incluindo o ano de 2008, a Fig. 120 apresenta valores do gelo nos meses de Agosto tendencialmente decrescentes desde o início das observações de satélite. (Fonte: NSDIC).
Mas, o NSIDC aponta já Agosto de 2008 como o segundo menor registo dos meses de Agosto e escreve este importante texto:
«August 2008 average extent compared to past Augusts. Arctic sea ice extent averaged over the month of August was 6.03 million square kilometers (2.33 million square miles).
This is 1.64 million square kilometers (633,000 square miles) below the 1979 to 2000 August average. However, August 2008 was still 670,000 square kilometers (260,000 square miles) above August 2007, despite the record-breaking rate of decline over the past month.
Why would this be? The best explanation for this is that this summer did not experience the "perfect storm" of atmospheric conditions seen throughout the summer of 2007.
Even though August ice extent was above that of August 2007, the downward trend for August ice loss has now gone from -8.4% per decade to -8.7% per decade.»
Salienta-se a melhor explicação dada pelo NSDIC para a situação do mar gelado do Árctico: “perfect storms”. O NSDIC não considera o “global warming” ou o “anthropogenic greenhouse effect” como best explanation! Notável…
Isto é, o declínio estival do gelo polar está ligado a fortes tempestades originadas pela dinâmica própria do Árctico. Ou seja, pela advecção (transporte horizontal) de ar (anticiclónico) frio nas camadas baixas e de ar (ciclónico) quente nas camadas altas ou por uma combinação de ambos nas camadas intermédias.
A zona polar conserva um balanço radiativo deficitário ao longo de todo o ano. Uma das fontes frias da máquina térmica do planeta, o Árctico joga o papel fundamental nas transferências meridionais de energia no Hemisfério Norte.
Esta troca incessante de energia provoca a partida de ar frio e a chegada de ar quente ao Árctico. Frio e quente é um conceito relativo. Mas as movimentações do ar são fundamentais na circulação geral da atmosfera e na dinâmica do Árctico.
É neste fenómeno natural que se deve procurar a explicação para a situação variável da banquisa árctica. O Árctico exporta ar frio e importa ar quente. Em permanência. O Árctico não sossega na sua actividade. Agora como desde tempos imemoriais.
O nosso Primeiro Rei em vez de lutar contra as alterações climáticas lutou pela formação de uma Nação. Realizou essa tarefa com temperaturas mais elevadas do que actualmente. O clima de então beneficiava de situações do Árctico semelhantes às que aconteceram ao longo do século XX.
As placas que quebram (mas não derretem!) e se transformam em icebergues fazem parte do mesmo fenómeno da dinâmica do Árctico. Os media ficam excitadíssimos com estes factos. Entrevêem neles um sinal do fim do Árctico. Mas o Árctico vai continuar a existir, contra as suas expectativas.
Continua-se a aplicar a regra geral dos alarmistas: T→A, isto é, a temperatura T sobe implica que o acontecimento A aumenta. Neste caso A seriam placas de gelo a quebrar. Os livros de climatologia deveriam resumir-se a uma linha com o texto: “CO2, T→A”.
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(*) NCEP - National Centers for Environmental Prediction (ex - National Meteorological Center);
NOAA - National Oceanic and Atmospheric Administration;
NSIDC - National Snow and Ice Data Center (University of Colorado, Boulder).
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