Inverno: aglutinações continentais
No Inverno, na Europa ocidental têm acontecido frequentes e extensas aglutinações anticiclónicas (AA) de duração variável com períodos mais ou menos longos, com um máximo de 49 dias seguidos, em 1988-89. Entre 1988 e 1993 sucederam as seguintes AA:
- Em 1988-89, durante 77 dias, em três períodos, dos quais o mais longo foi de 49 dias;
- Em 1989-90, durante 86 dias, em quatro períodos, dos quais o mais longo foi de 39 dias;
-Em 1990-91, durante 52 dias, em quatro períodos, dos quais o mais longo foi de 26 dias;
- Em 1991-92, durante 111 dias, em cinco períodos, dos quais o mais longo foi de 30 dias;
- Em 1992-93, durante 105 dias, em cinco períodos, dos quais o mais longo foi de 39 dias.
Fonte: Leroux, M. (2005). Global Warming: Myth or Reality – The Erring Ways of Climatology, Springer-Praxis, p. 290.
Nos Invernos com menos neve, como em 2001-2002, o número e a potência dos anticiclones móveis polares (AMP) é maior originando aglutinações anticiclónicas mais frequentes. A situação inverte-se quando a neve é mais abundante, como em 2002-2003.
A abundância ou a escassez de neve nas estâncias de inverno não tem rigorosamente nada a ver com o efeito de estufa. Depende exclusivamente da gestação e das trajectórias dos AMP.
Estas situações não se devem ao cenário de aquecimento global. Antes pelo contrário. É um cenário de aumento da potência e da frequência dos anticiclones móveis polares nascidos nos Invernos a partir de 1975/76, que marca o modo rápido dos períodos frios.
Estas e outras aglutinações semelhantes contribuíram para a retracção de glaciares, por exemplo, no Hemisfério Sul . Tanto mais que, durante os dias da sua permanência, o tempo se apresenta limpo com insolação elevada.
A prova desta gestação de aglutinações encontra-se na evolução da pressão atmosférica. Já se apresentaram estas provas no MC. Recorde-se a Fig.1 (pressões em Lisboa e em Constança, Roménia) e a Fig. 59 (pressão entre Lisboa e Porto).
A meio caminho de Lisboa e Constança, na Bavária, Alemanha, a pressão atmosférica subiu 2 hPa (hectopascal) entre 1970-1980. A evolução crescente da pressão atmosférica não pode ser atribuída ao aquecimento global. Volta-se a sublinhar que um cenário de aquecimento conduziria a uma evolução decrescente da pressão atmosférica sobre os continentes.
O excesso ou a escassez de neve nas montanhas não depende seguramente do efeito de estufa. E o crescimento das pressões atmosféricas sobre os continentes não depende certamente do cenário de aquecimento global.
A causa de toda esta situação, no Hemisfério Norte, é o acentuado arrefecimento do Árctico, nomeadamente na região situada entre o Pólo Norte Magnético e o norte da Gronelândia. Contrariamente à ideia generalizada é esta a verdade: a região boreal, na sua constituição fundamental, arrefeceu a partir de meados dos anos 1970.
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