O IPCC é político ou científico? (4)
(conclusão)
De acordo com o Prof. Bob Carter, a terceira linha de argumentos é a menos convincente de todas. Consiste no exercício de prever o futuro com auxílio de modelos climáticos. É um verdadeiro fiasco que levará muitos anos a corrigir.
Nem os modelos climáticos representam a realidade nem a base de dados que usam tem significado para além do aspecto especulativo. Para iniciar um exercício com modelos climáticos é necessário efectuar um outro com modelos económico-sociais.
Os resultados dos económico-sociais, por sua vez, dependem de hipóteses especulativas do desenvolvimento económico a nível mundial. Além do mais, estas pressupõem uma determinada taxa de conversão das moedas.
A conversão numa moeda única, normalmente o dólar americano, coloca a questão discutível da conversão a taxas de câmbio nominais ou a taxas de paridade do poder de compra. Esta questão não está resolvida.
Economistas da OCDE acusam o IPCC de usar uma metodologia económico-social de tal modo distorcida que certos países actualmente na cauda do desenvolvimento económico (caso do Zimbabué) se tornariam, em 2100, mais ricos do que os EUA.
Com esta metodologia provoca-se, artificialmente, o recurso de maior quantidade de energia para o desenvolvimento. Consequentemente, as emissões de CO2 que entram nos modelos climáticos fazem-no com manifesto exagero.
Não se contesta que os modelos constituem uma realização intelectual importante. Mas os modelos dependem da apreensão do fenómeno a explorar. Os modelos climáticos baseiam-se na circulação geral da atmosfera. Podem ainda acoplar a dos oceanos.
A sigla anglo-saxónica GCM (General Circulation Model) aponta claramente o princípio fundamental da escrita deste tipo de modelos. E qual é o esquema explicativo da circulação geral da atmosfera incorporado nos GCM?
É o esquema tricelular com as células polar, de Ferrel e de Hadley. Ainda há bem pouco tempo nevou em Bogotá, Colômbia. A neve veio do Árctico e/ou da Gronelândia (célula polar). Atravessou vários paralelos para além do 60 ºN que não era previsto ultrapassar.
Ou seja. O esquema tricelular não corresponde, nem de perto nem de longe, à realidade da circulação geral da atmosfera. No entanto, é ele que está incorporado em todos os GCM. Daí os erros desmedidos de previsão para além dos dois dias.
A heurística é salutar na investigação científica. Quando menos se espera encontram-se resultados surpreendentes. Os GCM, com todos os seus defeitos, são apenas úteis para explorar, laboratorialmente, o sistema climático.
Nunca um GCM foi validado no sentido de realizar testes de previsões quaisquer que sejam ou de confirmar valores históricos. Fazer previsões a distâncias de 50 ou 100 anos é um acto sem sentido e um desperdício de tempo e de dinheiro.
A aposta cega do IPCC na metodologia com GCM manifesta a ausência de provas empíricas que fundamentem a acusação da culpa das actividades humanas. As acusações sobre as emissões antropogénicas são, pois, demasiado fracas.
As observações dos satélites mostram que desde, pelo menos, 1998 as temperaturas se mantêm estacionárias. Mas as emissões antropogénicas mantiveram-se dentro das tendências de crescimento anteriormente verificadas.
Em Fevereiro deste ano o IPCC emitiu o seu quarto Sumário para os decisores políticos (SPM, acrónimo anglo-saxónico). Este Sumário não melhora a retórica do IPCC. Registou a prática lamentável de atribuir por votação probabilidades de acontecimentos.
No estado actual de conhecimentos, nenhum cientista sério pode atribuir uma probabilidade de 90 % a causas antropogénicas para metade da elevação, no século XX, da temperatura média global reconstruída.
Tão grave como aquela metodologia singular da escolha da probabilidade por votação foi o resultado ter sido depois transposto nos relatórios ditos científicos que foram publicados à posteriori (ver IPCC, 2007).
De acordo com o Prof. Bob Carter, a terceira linha de argumentos é a menos convincente de todas. Consiste no exercício de prever o futuro com auxílio de modelos climáticos. É um verdadeiro fiasco que levará muitos anos a corrigir.
Nem os modelos climáticos representam a realidade nem a base de dados que usam tem significado para além do aspecto especulativo. Para iniciar um exercício com modelos climáticos é necessário efectuar um outro com modelos económico-sociais.
Os resultados dos económico-sociais, por sua vez, dependem de hipóteses especulativas do desenvolvimento económico a nível mundial. Além do mais, estas pressupõem uma determinada taxa de conversão das moedas.
A conversão numa moeda única, normalmente o dólar americano, coloca a questão discutível da conversão a taxas de câmbio nominais ou a taxas de paridade do poder de compra. Esta questão não está resolvida.
Economistas da OCDE acusam o IPCC de usar uma metodologia económico-social de tal modo distorcida que certos países actualmente na cauda do desenvolvimento económico (caso do Zimbabué) se tornariam, em 2100, mais ricos do que os EUA.
Com esta metodologia provoca-se, artificialmente, o recurso de maior quantidade de energia para o desenvolvimento. Consequentemente, as emissões de CO2 que entram nos modelos climáticos fazem-no com manifesto exagero.
Não se contesta que os modelos constituem uma realização intelectual importante. Mas os modelos dependem da apreensão do fenómeno a explorar. Os modelos climáticos baseiam-se na circulação geral da atmosfera. Podem ainda acoplar a dos oceanos.
A sigla anglo-saxónica GCM (General Circulation Model) aponta claramente o princípio fundamental da escrita deste tipo de modelos. E qual é o esquema explicativo da circulação geral da atmosfera incorporado nos GCM?
É o esquema tricelular com as células polar, de Ferrel e de Hadley. Ainda há bem pouco tempo nevou em Bogotá, Colômbia. A neve veio do Árctico e/ou da Gronelândia (célula polar). Atravessou vários paralelos para além do 60 ºN que não era previsto ultrapassar.
Ou seja. O esquema tricelular não corresponde, nem de perto nem de longe, à realidade da circulação geral da atmosfera. No entanto, é ele que está incorporado em todos os GCM. Daí os erros desmedidos de previsão para além dos dois dias.
A heurística é salutar na investigação científica. Quando menos se espera encontram-se resultados surpreendentes. Os GCM, com todos os seus defeitos, são apenas úteis para explorar, laboratorialmente, o sistema climático.
Nunca um GCM foi validado no sentido de realizar testes de previsões quaisquer que sejam ou de confirmar valores históricos. Fazer previsões a distâncias de 50 ou 100 anos é um acto sem sentido e um desperdício de tempo e de dinheiro.
A aposta cega do IPCC na metodologia com GCM manifesta a ausência de provas empíricas que fundamentem a acusação da culpa das actividades humanas. As acusações sobre as emissões antropogénicas são, pois, demasiado fracas.
As observações dos satélites mostram que desde, pelo menos, 1998 as temperaturas se mantêm estacionárias. Mas as emissões antropogénicas mantiveram-se dentro das tendências de crescimento anteriormente verificadas.
Em Fevereiro deste ano o IPCC emitiu o seu quarto Sumário para os decisores políticos (SPM, acrónimo anglo-saxónico). Este Sumário não melhora a retórica do IPCC. Registou a prática lamentável de atribuir por votação probabilidades de acontecimentos.
No estado actual de conhecimentos, nenhum cientista sério pode atribuir uma probabilidade de 90 % a causas antropogénicas para metade da elevação, no século XX, da temperatura média global reconstruída.
Tão grave como aquela metodologia singular da escolha da probabilidade por votação foi o resultado ter sido depois transposto nos relatórios ditos científicos que foram publicados à posteriori (ver IPCC, 2007).
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