terça-feira, novembro 06, 2007

O IPCC é político ou científico? (2)

(continuação)

Quais os factos avançados pelo IPCC para alarmar a opinião pública mundial? São fundamentalmente três. Mas não demonstra que qualquer deles tenha origem na “perigosa” influência humana.

O primeiro é o do que a temperatura média global aumentou 0,74 ºC nos últimos cem anos. Mesmo que se aceitasse a bondade dos termómetros e da metodologia usada pelo IPCC não há prova para a hipotética culpabilidade humana (Vide Fig. BC3).

Existem registos históricos com muitas séries de dados geológicos que mostram períodos de aquecimento a seguir a períodos de arrefecimento. Aconteceu nos séculos XIV, XVII e XIX. Consultar “Lamb, H H, 1977. Climate: Present, Past and Future, vol. 2, 835 p (Methuen: London)”.

É o que está a acontecer após a Pequena Idade do Gelo (LIA, em inglês, de Little Ice Age). Alega-se, injustificadamente, que a recuperação das temperaturas, no século XX, depois da LIA ter terminado no final do XIX, é originada pelas emissões antropogénicas.

Entretanto, o sinal MSU de qualidade superior obtido com satélites – como indicado anteriormente – demonstra quão ténue é esta acusação (Vide Fig. BC8). Entre 1980 e 2006, retirando os picos extremos, é mais evidente a estabilização das temperaturas do que o crescimento desmesurado.

A segunda acusação, sem fundamento, resulta de atribuir às emissões antropogénicas o alarmismo da retracção das calotes polares. Foi dramatizada na pantomina de Al Gore “An Inconvenient Truth”.

Não se prova qual é ou foi o mecanismo físico que conduziu a essa situação. São apenas invocados resultados de modelos que se mostram incapazes de apreender a dinâmica das regiões polares.

O catastrofismo algoriano diz que essa retracção vai elevar os níveis oceânicos, aumentar as secas, as tempestades e todas as invenções possíveis, como a perda da biodiversidade e o aparecimento de doenças, que possam assustar os decisores políticos.

Todos os argumentos ignoram fenómenos físicos básicos. Não se preocupam sequer em admitir a hipótese de realizar uma experiência que demonstre ou refute as hipóteses. Só em 2100 é que se tirariam conclusões…

Não conseguem fazer previsões do tempo com grau de fiabilidade mínima para além de dois dias. As previsões a médio prazo de trinta dias falham redondamente. Mas as de muitíssimo longo prazo (cem anos!) é que vão dar certo.

E, contudo, todas as previsões se baseiam em modelos com os mesmos defeitos. Não existem diferenças de bases conceptuais para modelos de previsões de dois dias, trinta dias ou cem anos.

Cada argumento circunstancial ignora pelo menos dois factos básicos. O primeiro é que todos os fenómenos climáticos oscilam com as suas tendências, frequências e intensidades. O tempo funciona com a dinâmica própria do planeta.

O segundo será visto num próximo post.
(Continua)