sexta-feira, maio 29, 2009

Sessão da “Lisboa E-Nova”

Para conhecimento dos leitores do MC, informamos que a “Lisboa E-Nova”, Agência Municipal de Energia e Ambiente, realizou, no passado dia 7 de Maio de 2009, uma sessão intitulada “A variação natural do clima: uma abordagem global”.

Como orador da sessão foi convidado o Prof. João Corte-Real, Professor de Climatologia da Universidade de Évora.

A comunicação do Prof. Corte-Real foi acompanhada por 119 slides.

As palavras do orador foram gravadas em três partes e podem ser ouvidas através dos seguintes links : Comunicação 1ª Parte, Comunicação 2ª Parte e Comunicação 3ª Parte.

Seguiu-se um debate que foi igualmente dividido e gravado nas seguintes partes : Debate 1ª Parte e Debate 2ª Parte.

segunda-feira, maio 25, 2009

Como medir a espessura do gelo árctico

O Alfred Wegener Institute (AWI) dedica-se especialmente ao estudo dos gelos polares. Recentemente, efectuou medidas precisas dos mares gelados do Antárctico e do Árctico.

No Antárctico serviu-se do mais potente quebra gelos do mundo, o Polarstern. No Árctico utilizou um avião DC3 adaptado ao projecto de investigação científica Polar 5.

O avião leva no seu bojo uma sonda-radar de tecnologia de ponta. A sonda EM-bird pode ficar situada a pouca distância do gelo árctico e, através da técnica de registo gráfico de ecos, mede a espessura dos gelos boreais com alta precisão.

Esta metodologia permite explorar, automaticamente, vastas zonas com grande velocidade. A celeridade tem a vantagem de vencer o inconveniente movimento incessante dos gelos do Árctico.

O mapa do projecto Polar 5 indica os percursos do avião e as zonas com exploração fina feitos com a sonda EM-bird. A principal conclusão desta investigação científica foi: «a espessura do gelo do Pólo Norte é maior do que esperado!».

O porta-voz do Alfred Wegener Institute disse a uma estação de rádio alemã: «O mar gelado nas zonas exploradas com a idade de dois anos tem mais de 2 m de espessura. Noutras zonas atinge mesmo mais de 4 m de espessura.»

Mas o relatório da expedição AWI emitido posteriormente afirma:

Multiple flights northwards from various stations showed an ice thickness between 2.5 (two years old ice in the vicinity of the North Pole) and 4 metres (perennial ice in Canadian offshore regions). All in all, the ice was somewhat thicker than during the last years in the same regions, which leads to the conclusion that Arctic ice cover recovers temporarily. The researchers found the thickest ice with a thickness of 15 metres along the northern coast of Ellesmere Island.

Claro que esta expedição científica não merecerá um milésimo do espaço mediático. Para os media é mais importante a infundada afirmação “a banquisa é mais fina do que pensávamos…” dos exploradores da Catlin Arctic Survey citados no post anterior.

A espessura do gelo árctico está longe de ser tão fina como nos querem fazer crer. Os media que se dedicam a mentir sistematicamente com colunas cheias de afirmações infundadas deviam rever a sua deontologia.

Ver ainda: NP

sexta-feira, maio 22, 2009

Como não medir a espessura do gelo árctico

Rematando as desventuras dos carbo-fóbicos, terminou a expedição designada Catlin Arctic Survey. A equipa foi resgatada, a 17 de Maio de 2009, depois de completar menos de metade da viagem planeada através do Pólo Norte.

No regresso a Londres, o The Guardian escreveu:

«After 73 days, the Catlin Arctic Survey has come to an end. Pen Hadow's team of British Arctic explorers has battled to the North Pole through freezing conditions collecting data about the ice en route. The Guardian has been following the expedition's progress with images, audio, video and blogs sent back by the team. You can find full coverage here»

Tendo em consideração a deriva dos gelos boreais, pode-se perguntar quanto gelo foi realmente atravessado e quantas medidas precisas foram feitas, perto umas das outras, do gelo recente.

O líder da expedição revelou que os resultados iniciais das medições mostraram uma espessura média de gelo de 1,774 m (ao milímetro!). Já seria uma espessura notável para gelo de primeiro ano como se convenciona chamar.

Disse também que o gelo de segundo ano era muito mais. Mas não conseguiram lá chegar, para o medir, visto que o frio era de tal modo intenso que os conduziu ao colapso da expedição.

Esta expedição resume-se do seguinte modo:

- Devido ao frio, à hipotermia e ao congelamento dos seus membros, a expedição cobriu menos de metade do previsto;
- A distância que indicam ter coberto deveu-se mais à deriva polar (cruzaram a latitude 85 ºN enquanto dormiam) do que ao avanço do trenó;
- A expedição partiu em cima de gelo de primeiro ano e de lá não saiu;
- Os exploradores ficaram surpreendidos com tanto frio e gelo de primeiro ano;
- As medições da espessura do gelo que realizaram não têm qualquer significado quanto à situação da enorme extensão do mar gelado do Árctico.

O Árctico pode atingir 14 milhões de quilómetros quadrados de mar gelado (25 vezes a França). A expedição Catlin percorreu uma linha de 435 km (a linha da fronteira França-Espanha). Perfurou, ao deus-dará, alguns pontos. Que conclusões válidas se podem tirar desta expedição?

Esta aventura teve o patrocínio de Sua Alteza Real Príncipe de Gales e do responsável da WWF. Este apoio da equipa de três exploradores tinha o objectivo de “sensibilizar os políticos” – como disse o responsável da WWF.

Pretendia medir, ao longo de um percurso de 1000 km, a espessura do mar gelado do Árctico (Catlin Arctic Survey). O objectivo declarado no site desta expedição era, bem entendido, mostrar que o Árctico estaria a derreter aceleradamente. O que é falso…

Foi uma expedição muito arriscada, tendo em conta o clima violento dominante no Pólo Norte, sobretudo na época em que foi realizada a expedição. Esteve sempre em dificuldade. Ficou bloqueada a 550 km do objectivo que era o centro do Pólo Norte.

Todo o equipamento de medida de elevado valor, com que iniciaram a expedição, foi destruído pelo frio e pela neve. Os exploradores ficaram limitados a medições “à mão”. Isto é, com um perfurador manual – espécie de verruma de carpinteiro – e uma régua.

É desnecessário acrescentar que a contribuição destas medidas directas para a ciência é nula. De facto, são pouco significativas perante a grande heterogeneidade da espessura do gelo e por serem medidas esparsas ao longo de uma linha irregular.

Além disso, são pouco significativas devido ao movimento incessante das placas de gelo em perpétua deriva. São métodos dignos do séc. XIX … para “sensibilizar os políticos” do séc. XXI na aplicação de impostos sobre a energia e o CO2!

quarta-feira, maio 20, 2009

Debate na Póvoa de Varzim

(Actualizado às 23 h com a introduçao do link para a versão com legendas em português)

Ana Silva, Cátia Duarte e Maria Costa são alunas do 12 º ano da Escola Secundária Eça de Queiroz, da Póvoa de Varzim. Escolheram o tema “Aquecimento Global” como trabalho de fim-de-ano.

Provando que os alunos portugueses são inteligentes, exploraram a hipótese de contestar os manuais escolares que apresentam o tema como um dogma. Como em Portugal existe uma censura climática férrea, tiveram de recorrer à internet para encontrar material que fundamentasse as dúvidas que tinham.

A Ana, a Cátia e a Maria baseavam muitas das dúvidas na noção de que o “Aquecimento Global” se tornou num álibi dos políticos para aumentarem impostos e justificarem o mau desempenho da governação.

Como conclusão do trabalho de investigação as três alunas realizaram um documentário com a recolha do material encontrado na internet. Intitularam-no “Aquecimento Global: e o dia depois de amanhã?”.

Por exemplo, incluíram nesse trabalho muitos depoimentos, com legendas em português, do famoso documentário “The Great Global Warming Swindle”. [Utilizar um motor de busca para encontrar o documentário. *]

Este documentário ainda não mereceu qualquer atenção das estações de televisão portuguesas, nomeadamente daquelas que são pagas pelos contribuintes. De facto, mesmo os canais do Estado continuam a mentir descaradamente, manipulando a opinião pública que deviam respeitar, tendo em atenção o próprio estatuto editorial.

Como remate do trabalho, Ana Silva, Cátia Duarte e Maria Costa promoveram um debate público na Escola, com autorização das suas professoras, que também manifestam apreço pela Verdade tal como o patrono da escola, Eça de Queiroz.

Esse debate realizou-se no dia 15 de Maio de 2009, com início às 15 h 15 m. As organizadoras começaram por apresentar o trabalho. De seguida, apresentaram os oradores convidados: dois representantes da organização ambientalista GAIA, o editor do MC e o responsável do pelouro do Ambiente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim.

A sala encontrava-se cheia de alunos e professoras. A ordem de apresentação foi a que acima se indica para os convidados. Seguiu-se um debate com muitas perguntas da assistência, que se revelou já convencida de que os manuais das escolas portuguesas manipulam as consciências de professores e alunos.

A sessão terminou perto das 18 h. Mesmo assim, continuaram as perguntas de alunos e professoras, agora exclusivamente dirigidas ao editor do MC, ávidos de mais saber.

As três organizadoras convidaram também Filipe Duarte Santos, considerado o maior especialista português em alterações climáticas (!). A verdade é que FDS é o principal aquecimentista português. Todavia, mais uma vez Filipe Duarte Santos teve “falta de comparência”. Prefere continuar a mentir – a coberto de uma censura mediática terrível – aos jornalistas, aos políticos e, vejam lá, até a professores universitários que recentemente lhe atribuíram um prémio de 25 mil euros, certamente retirados das algibeiras dos contribuintes.
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* Com legendas em francês encontra-se aqui. Nesta versão aparece o oceanógrafo Carl Wunsch que, mais tarde, apresentou um protesto à realização: «At a minimum, I ask that the film should never be seen again publicly with my participation included.» Não negou as palavras que foram captadas mas acusou que elas foram usadas fora do contexto.

Richard Lindzen disse, publicamente, que esta posição do seu colega do MIT se deveu ao receio de perder apoio financeiro para as suas actividades de investigação.

O leitor J. Carlos P. Lopes da Costa, investigador em engenharia mecânica, forneceu a indicação de uma versão, dividida em várias partes, com legendas em português.

Eça de Queiroz sustentando a Verdade


Sobre a nudez forte da Verdade, o manto diáfano da fantasia
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segunda-feira, maio 18, 2009

Desventuras dos carbo-fóbicos

São conhecidas muitas tentativas fracassadas de ambientalistas que pretendem demonstrar in loco os efeitos do “aquecimento global”. São aventuras mediáticas com grande aparato inicial mas que, geralmente, não se sabe qual foi o final.

Para começar, recorda-se Lewis Pugh que pretendeu salvar o Mundo demonstrando que o Árctico estava a dissolver-se. Para tal, a 31 de Agosto de 2008, embarcou num caiaque para chegar ao Pólo Norte a partir da ilhota de Danskoya do arquipélago de Svalgard.

Lewis abriu um sítio web onde pretendia explicar como o Árctico estaria em extinção rápida, como dizem os media e também o guru Al Gore (que aparece no site). A aventura não durou mais do que seis dias – ida e volta – dos trinta a sessenta que estavam programados.

Foi salvo por um barco de pesca norueguês a 100 km do ponto de partida e a 1000 km do de chegada. Os media que trombetearam a partida remeteram-se a um profundo silêncio com o fracasso desta aventura. Nomeadamente os portugueses.

Agora foram três ambientalistas que se meteram num veleiro partindo, a 19 de Abril de 2009, de Plymouth, Reino Unido, para chegar à Gronelândia. Como carbo-fóbicos coerentes, o veleiro deles, de nome Fleur, era alimentado apenas por energia eólica e solar.

A expedição integrava-se nas Carbon Neutral Expeditions. Só que os ventos deram cabo do gerador eólico e dos painéis solares. Conforme relata o Guardian, acabaram por ser salvos pela tripulação de um petroleiro de 113 mil toneladas que se dirigia para os EUA.

Um dos ambientalistas da viagem livre-de-carbono afirmou que “the team are now safely and ironically aboard the oil tanker Overseas Yellowstone. The ship's captain and crew are being fantastic hosts. We are due to be in port in Portland Maine USA towards the end of next week. The CNE team would like to give heartfelt thanks to Falmouth and Irish coastguards for their professionalism in the rescue operation.

Estes salvadores do planeta foram imprudentes, mas aprenderam que os hidrocarbonetos têm sido indispensáveis para ajudar o ser humano a sobreviver.

quarta-feira, maio 13, 2009

Abril em Portugal

O Instituto de Meteorologia, publicou, no dia 2009-05-06, o comunicado de imprensa com o título “Abril com temperatura mínima mais baixa dos últimos 23 anos”.

De facto, em Portugal continental, o mês de Abril caracterizou-se como mais frio que o normal. Particularmente, no que respeita à temperatura mínima do ar. A temperatura mínima teve um valor médio de 6,6 ºC que representou uma anomalia de –1.5 ºC.

As anomalias forma calculadas em relação à média do período 1971-2000. Aquele valor correspondeu ao 3º valor mais baixo desde 1931. Segundo o IM, os valores mais baixos do que em 2009 foram: 5,4 ºC, em 1986, e 5,9 ºC, em 1932.

Igualmente, em Abril, os valores médios da temperatura máxima e da temperatura média do ar situaram-se abaixo das respectivas médias do período 1971-2000.

As anomalias foram de – 0,6 ºC e – 1,1 ºC, respectivamente, para a temperatura máxima e para a temperatura média. É um facto que já não se verificava desde o ano 2000.

Já quanto à precipitação, o mês de Abril ficou abaixo da média de 1971-2000. O IM classificou o mês de Abril de 2009 como normal a seco em quase todo o território.

Deste modo, a seca meteorológica mantém-se. Mas, a seca severa agravou-se em extensão. Passou de 8 % para 16 % relativamente ao mês anterior de Março.

O IM classifica de seca fraca para 37 % da extensão do território e de seca moderada para 47 %.

Faltou dizer qual é a tendência das temperaturas, isto é, se são ainda crescentes ou se já são decrescentes.

terça-feira, maio 12, 2009

Temperaturas globais de Abril de 2009

Pontualmente, Roy Spencer publica as anomalias das temperaturas troposféricas mensais avaliadas pelas observações de radiómetros instalados em satélites. Inicialmente, os satélites eram da NOAA. A partir de 2008 passou a ser um da NASA.

Os radiómetros medem emissões térmicas naturais do oxigénio atmosférico. Os sinais medidos pelos radiómetros, em diferentes frequências da gama das radiações microondas, são directamente proporcionais às temperaturas de várias camadas da atmosfera.

Desde 2008 que Roy Spencer e John Christy acompanham as observações da Advanced Microwave Sounding Unit (AMSU-A) instalada no satélite AQUA da NASA.

Quanto aos primeiros quatro meses do ano de 2009, as anomalias detectadas para o Globo, o Hemisfério Norte, o Hemisfério Sul e os Trópicos foram as citadas a seguir .

Ano 2009..Globo..........HN.............HS.............Tróp.
Janeiro......0,304.........0,443.........0,165.........-0,036
Fevereiro...0,347..........0,678.........0,016..........0,051
Março.......0,206..........0,310.........0,103..........-0,149
Abril.........0,091...........0,055.........0,055.........-0.010

Na Fig. 165 estão registados os valores globais e a respectiva curva de alisamento. Esta curva apresenta uma curvatura com um máximo a partir do qual os valores têm características marcadamente descendentes.

Roy Spencer salienta que mais uma vez aparece uma discrepância entre os valores mensais tipo AMSU-A que ele exibe (+ 0.09 ºC em Abril) e os do tipo Remote Sensing Systems (+ 0,20 ºC também em Abril).

Roy Spencer e o seu colega John Christy – responsáveis pela avaliação das observações do AQUA – admitem que as diferenças se devem à conjugação de três factores:

1) Roy e John calculam as anomalias para uma gama de latitudes mais larga (84 S – 84 N) do que a do RSS que termina nos 70 S. Os valores RSS não apanharam o Antárctico que esteve, em Abril, particularmente mais frio do que a média.

2) As anomalias mensais AMSU-A e RSS são calculadas em relação a médias distintas para o mesmo mês de Abril (média mais “fria” para o RSS).

3) O satélite NOAA onde está o RSS tem uma órbita com decaimento que obriga a um ajustamento diurno. O satélite AQUA da NASA tem uma órbita estável sem necessidade de ajustamento.

Fig. 165 - Temp. méd. globais. Janeiro 1979 - Abril 2009. Fonte: UAH.

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segunda-feira, maio 11, 2009

A tranquilidade do Sol

Esta preguiça do nosso astro do dia intriga os astrónomos. A tranquilidade do Sol prenuncia uma fase de acentuado arrefecimento? Temos de esperar para ver? Existem opiniões contraditórias sobre a actual ociosidade do Sol.

Assim, o Prof. Mike Lockwood, da Universidade de Southampton, afirma que esta calma, historicamente anunciadora de tempos frios, não deve atenuar o crescimento das temperaturas (mas elas não estão a crescer!) atribuídas à queima dos combustíveis fósseis.

Já o astrofísico Piers Corbin (que faz previsões sobre o estado do tempo) assevera o contrário. Chama a atenção para o período de arrefecimento verificado em meados do séc. XVII num período que ficou designado pelo Mínimo de Dalton.

David Archibald diz mesmo que o estado actual do Sol se assemelha mais ao Mínimo de Maunder que ainda foi mais frio do que o de Dalton. De facto, o Sol apresenta um nível tão baixo de actividade como já não se via desde há um século!

Quem tem razão? Seja quem for, convém estar atento e contrastar as opiniões de cada um deles. A NASA e a NOAA também vacilam. O Sol veio perturbar as percepções dos cientistas e ninguém sabe quando ele voltará à actividade habitual. O artigo da NASA inclui links interessantes.

Não aparecem manchas solares e as protuberâncias solares têm sido raras. Os astrónomos dizem que não é claro porque razão está a acontecer esta ociosidade. Não sabem mesmo prever quando é que o Sol voltará a acordar da sua sonolência actual.

O Mínimo de Maunder correspondeu a um Sol tranquilo. Durou aproximadamente 70 anos. Esse mínimo situou-se em meados da Pequena Idade do Gelo (LIA). Foi a época mais fria da LIA. Nessa altura verificaram-se Invernos rigorosíssimos.

A circulação geral da atmosfera e o estado do tempo ou o clima que daí decorrem são consequências da radiação solar. De facto, os défices de temperatura polares e os excessos tropicais obrigam ao movimento circulatório das massas de ar.

Parece pois lógico que a primeira causa das variações naturais do clima resida nas variações da actividade solar. Mas esta questão é debatida desde há longos tempos produzindo uma abundante literatura científica controversa.

A literatura científica não é suficientemente convincente quanto às correlações estatísticas significativas, salvo algumas excepções, entre a actividade solar e o estado do tempo e o clima.

Os artigos de Anne M. Waple, “The sun-climate relationship in recent centuries: a review” e de A. Pittock BarrieCsiro, “Solar variability, weather and climate: An update” apontam as dúvidas acerca dessas correlações.

sexta-feira, maio 08, 2009

O Antárctico vai melhor

Em 30 de Abril a extensão do mar gelado do Antárctico estava cerca de 30 % acima da média de 1979-2000. A Fig. 163 apresenta pintada a branco a situação real do mar gelado e a vermelho a que corresponderia no limite da média de 1979-2000 (ver NSDIC).

Deste modo, verificava-se uma anomalia positiva de um milhão de quilómetros quadrados da área do mar gelado austral. Era esta a mesma anomalia global para o conjunto Árctico – Antárctico, já que a anomalia boreal era praticamente nula.

Esta anomalia positiva não foi relatada pelos media que preferiram alarmar com o fenómeno da placa de gelo de Wilkins. Esta placa quebrou e formou um iceberg. Não derreteu como quiseram dar a entender os media.

A manipulação da opinião pública sobre o “colapso” da placa de Wilkins é paradigmática. Um facto verdadeiro – quebra da placa – é justificado com a mentira tradicional do aquecimento global para alarmar, nomeadamente, os decisores políticos.

No entanto, bastaria analisar as fotografias da placa para reconhecer que se estava na presença de um processo mais mecânico que térmico. Mesmo que a placa tivesse adelgaçado – pelo ar e mar quentes daquela região –, o gelo quando derrete é escuro, corroído, irregular, fino e áspero.

Mas as fotografias da placa de Wilkins mostravam que o gelo não tinha nenhuma destas características. O gelo era luminoso, liso, seco, com prolongadas linhas fracturantes agudas e límpidas, até com ângulos de 90 º em relação ao plano da superfície.

Importa ainda registar que esta placa representava uma fracção mínima do gelo circundante do Antárctico. Para mais informação acerca deste fenómeno ocorrido recentemente é vantajoso consultar os seguintes sítios web: WUWT e CO2.

A dinâmica actual no WAIS (West Antarctic Ice Sheet) é marcada pelo modo rápido da circulação geral da atmosfera. A baixa elevação dos mantos de gelo torna-os mais vulneráveis às variações da insolação e das quedas de neve.

A Península do Antárctico representa um prolongamento da cordilheira andina. A partir dos 55 ºS para Norte, os Andes apresentam uma formidável barreira à passagem dos Anticiclones Móveis Polares acabados de nascer no centro do Antárctico.

Uma grande parte dos AMP é canalizada para o Pacífico e a massa de ar frio que se desloca em direcção ao Norte é responsável pela forte aglutinação anticiclónica da Ilha da Páscoa (parente sulista da AA dos Açores).

Por outro lado, a Península do Antárctico fica no caminho preferencial tomado pela advecção do ar quente importado, ou retornado, em direcção ao Pólo Sul como troca do ar frio exportado pelo centro do Antárctico em direcção ao Norte.

Os AMP ou fracções de AMP que passam mais a Sul da Cordilheira dos Andes, e continuam a sua trajectória para oeste, também causam um desvio de ar quente para o Antárctico, especialmente para o Golfo de Weddell, que termina por um alto-relevo.

O acréscimo do défice térmico no centro do Antárctico aumentou a potência dos AMP que este exporta. Como consequência, aumentou também o volume do fluxo de ar quente retornado, ou importado, em direcção ao Sul. Tem sido esta a causa do ‘aquecimento’ da Península do Antárctico.

Apesar do bom desempenho do Árctico e do Antárctico, o sr. Ban Ki-Moon, Secretário-geral da ONU, numa cerimónia de doutoramento honoris causa, realizada na ilha de Malta, fez as seguintes afirmações ao arrepio da realidade observável:

- “Scientists were warning that glaciers and polar ice caps were melting far faster than expected just two years ago” sem explicar que tipo de cientistas são esses.

- “Worst case scenarios’ in the 2007 Fourth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change were already being” quando acontece precisamente ao contrário.

- “There is little time to lose” repetiu o sr. Ban várias vezes, não fosse alguém estar distraído.

- “The window of opportunity is closing fast. Climate change is a global threat, its impact is already upon us: no issue is more essential for our survival as a species” coisa que a Natureza está farta de mostrar que não é verdade.

- Alarmou com a apresentação de uma novidade dizendo que Malta também poderia ficar debaixo das águas do Mediterrâneo: “He also warned that Malta’s own existence was “at risk from even a three-inch rise in sea level”.

- Em vez de mitigar a sua inabilidade nesta matéria insistiu que “It is still not clear that States will do what is necessary. Industrialised countries must take the lead to solve the problem they have caused. Mitigation (emission reduction) targets taken on by them will help instil confidence so that developing countries which are high emitters can also get on board.”

Claro que tudo não passou de mais uma sessão de publicidade da cimeira de Copenhaga – que se vai realizar no final do ano –, pois “He also emphasised Malta’s status as a key player to seal the deal at Copenhagen.” Copenhaga é agora a esperança de manter acesa a chama do “global warming” apesar de as temperaturas se manterem numa fase descendente.

Fig. 164 - Gelo marinho do Antárctico. 30 de Abril de 2009. Fonte: NDSIC.

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quarta-feira, maio 06, 2009

O Árctico vai bem

Embora não seja determinante para a dinâmica do tempo e do clima, especialmente no Hemisfério Norte, a evolução da extensão do mar gelado do Árctico é um importante indicador climático.

Seguir esta evolução, tanto nas fases de enchimento como de esvaziamento, é apropriado para acompanhar a dinâmica do espaço de circulação do Árctico, nomeadamente das suas sub-regiões que se manifestam de forma heterogénea.

Existem vários sítios web que se dedicam exclusivamente à tarefa de acompanhar a par e passo a evolução do mar gelado do Árctico. Nem todos são coincidentes nas suas análises mas todos são úteis.

Neste Inverno verificaram-se várias avarias nos satélites dedicados a esta tarefa. Foram sendo reparadas e corrigidos os valores disponibilizados para o público. Na Fig. 162 (da Agência Espacial Japonesa) apresenta-se já uma situação regularizada do mar gelado do Árctico no último dia de Abril de 2009 com a evolução de cor vermelha.

Desde logo se vê que a extensão de 13 133 750 quilómetros quadrados ultrapassa não só a do ano anterior, de 2008, mas também se situa acima de todas desde 2002. Segundo outra fonte de informação, este valor iguala praticamente a média de 1979-2000 (ver WUWT).

Para além deste facto favorável, também a espessura do gelo apresenta um valor extraordinariamente relevante. Na realidade, a espessura é actualmente igual a quatro metros. Ou seja, a espessura atingiu o dobro do valor médio de dois metros (ver LM e WUWT).

Esta situação notável – que ajuda a explicar o Inverno rigoroso de 2008-2009 no Hemisfério Norte – não significa que na fase de esvaziamento a evolução venha a ser feita sempre por cima de tudo quanto aconteceu entre 2002-2008.

Sabe-se igualmente que o enchimento do mar gelado começou em Setembro de 2008 com 15 dias de avanço em relação ao ano de 2007 e mesmo em relação à média do início dos anos precedentes do período 2002-2007.

Veremos seguidamente que a situação do Antárctico ainda é melhor do que a do Árctico. No conjunto, a anomalia positiva dos mantos polares é da ordem de um milhão de quilómetros quadrados.

Também observaremos que o Sol continua tranquilamente imaculado de manchas solares.

Estes três factos (Árctico, Antárctico e Sol) deveriam conduzir a uma profunda ponderação sobre o que está a acontecer e sobre como actuar. Mas os decisores políticos, a nível mundial, continuam mal aconselhados. Por isso, actuam em sentido contrário ao que deveriam.

Tanto mais que as previsões de cientistas russos – dos maiores conhecedores da dinâmica da região – não são nada favoráveis ao cenário de aquecimento.

De facto, num livro (*) recente, Frolov e mais quatro colegas apresentam uma previsão (Fig. 163) em que a região do Árctico vai continuar a arrefecer até cerca de 2030-2040. Esta hipótese encaixa-se nas previsões de Akasofu.

Relativamente à Fig. 163, deve salientar-se que representa médias temporais (ano) e espaciais (70 ºN – 90 ºN) da região do Árctico. Logo, não define situações particulares das sub-regiões, nomeadamente a do Árctico central. Serve de indicador da evolução do passado (1900 – 2005) e de uma previsão do futuro (2005-2060) de uma região árctica muito estendida.
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(*) Frolov, I.E., Gudkovich, Z.M., Karklin, V.P., Kovalev, E.G., Smolyanitsky, V.M. Climate Change in Eurasian Arctic Shelf Seas. Centennial Ice Cover Observations. ISBN: 978-3-540-85874-4

Fig. 163 - Passado e futuro da região árctica. 1900-2060. Fonte: Frolov, I.E. et al.

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Fig. 162 - Mar gelado do Árctico. 30 de Abril de 2009. Fonte: IARC-JAXA.

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segunda-feira, maio 04, 2009

A influência galáctica no clima da Terra

Uma leitora brasileira da área de oceanografia queixa-se pelo facto de os europeus serem normalmente eurocêntricos. Preocupam-se mais com o estudo do Hemisfério Norte do que com o do Hemisfério Sul. Acha que as análises detalhadas da dinâmica do Árctico deveriam ser estendidas à do Antárctico.

Além disso, esta leitora procura encontrar justificações para alguns ciclos climáticos. MC transcreve a seguir um texto da autoria da cientista brasileira que manifesta a hipótese da possível influência dos raios cósmicos sobre o clima da Terra.

Seria interessante analisar conjuntamente os seguintes períodos paleoclimáticos e conhecimentos dos nossos antepassados:

1 – O Período Quente Minóico (aprox. 1400 aC), o Período Quente Romano (aprox. 250 aC) e o Ótimo Climático Medieval (aprox. 1000 dC) apresentam-se como fenómenos cíclicos com uma periodicidade de aproximadamente 1200 anos;

2 – O povo Inca (povo pré-colombiano das Américas) dizia que a Via Láctea (Mayu) é responsável pelas chuvas, e que o rio celestial, Mayu, se relaciona com as cheias dos rios da região Inca, atual Peru; e

3 – A teoria proposta por Charles Greeley Abbot – climatologista americano que foi desacreditado em vida – de que a variação da constante solar influencia o estado do tempo (e o clima).

Os períodos quentes observados na Europa obedeceram a um ciclo de cerca de 1200 anos. Desta forma, seria interessante encontrar um fenômeno que também tenha um período de 1200 anos que possa estar relacionado com aquele ciclo.

Será um fenômeno intergaláctico? Será que tal fenômeno é a Anomalia Magnética do Atlântico Sul? Esta anomalia pode diminuir o escudo protetor da Terra contra os prótons do sistema intergaláctico e solar e apresentar precisamente um ciclo de 1200 anos.

Tornar-se-ia necessário analisar o ciclo do posicionamento desta Anomalia – em forma de mancha – sobre a superfície do planeta. A Anomalia está atualmente localizada sobre o Atlântico Sul (especificamente sobre o Continente Americano). A sua velocidade de deslocamento de 0,3 ºW / ano influenciará o clima planetário ou, principalmente, o clima europeu?

O valor 0,3 ºW /ano refere-se ao deslocamento anual da área ou mancha do designado Mapeamento Geográfico da Anomalia do Atlântico Sul de 0,3 graus para oeste. A área demoraria 1200 anos para percorrer 360 graus da esfericidade da Terra. Isto é, as influências (registradas atualmente) decorrentes do posicionamento atual desta mancha seriam as mesmas que foram registradas há 1200 anos atrás, há 2400 anos atrás, etc?
A Anomalia encontra-se visível na fig. 4 do artigo «Um Novo Olhar sobre a Segurança de Sistemas Elétricos».

Admite-se que durante uma explosão solar intensa o número de prótons que caem para a baixa atmosfera é muito superior ao número médio durante um dia calmo de atividade solar. Admite-se ainda que o número que cai sobre a Anomalia Magnética do Atlântico Sul é superior ao do restante do globo.

Poderíamos concluir que a Anomalia age como um funil da massa intergaláctica e que os valores encontrados em seu interior superam os valores do restante do globo. Logo, teremos uma maior ativação de núcleos de condensação de gotas de formação das nuvens devido a esta massa de origem intergaláctica.

E, uma vez que esta anomalia esteja sobre o Pacífico Leste, poder-se-ia dizer que teríamos um evento de El Niño extremamente intenso e por um período longo?

O que ocorre na Europa durante um evento de El Niño? Ou no Pacifico Leste? Ou no atual posicionamento do “núcleo” da Anomalia Magnética do Atlântico Sul?

São tudo interrogações para uma investigação que se apresenta com interesse, a realizar por uma equipa multidisciplinar.

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Consultar: Les Rayons Cosmiques.

sexta-feira, maio 01, 2009

Entrevista à Novopress (6)

Este é o sexto e último post da entrevista à Novopress.
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7) O Sr. esteve recentemente num debate organizado por alunos numa escola em Estarreja. Qual a aceitação que as suas teses cépticas tem junto dos mais jovens, normalmente mais influenciáveis em questões ligadas ao ambiente?

Já fui convidado para cima de uma dezena de vezes para a realização de palestras e debates em escolas da Grande Lisboa, e não só. Estas escolas pertenciam aos ensinos secundário e universitário.

Numa do ensino universitário já me convidaram três vezes. Os alunos portugueses são inteligentes e têm espírito crítico próprio da juventude. Muitas vezes o espírito crítico pode estar adormecido devido ao sistema de ensino que não fá-lo despertar.

Mas as minhas intervenções têm sido sempre muito bem recebidas. Inicialmente, os alunos podem estar na dúvida, mas as minhas explicações sempre acompanhadas com slides do tipo Power Point, rapidamente lhes desperta a curiosidade.

No final de uma hora estão convictos de que anteriormente tinham sido alvo de um ensino dirigido com uma finalidade ideológica e não científica. Numa escola dos arredores de Lisboa estive dois dias seguidos.

No primeiro dia visionámos o filme de Al Gore. No seguinte analisámos detalhadamente as mentiras de Al Gore. Foi um sucesso. Inicialmente, mesmo alguns professores duvidavam que Al Gore fosse um mentiroso. Mas ficaram convencidos das manipulações e das distorções algorianas.

8) Não teme que os "negacionistas" do «aquecimento global» venham a sofrer perseguições políticas e até, quem sabe, judiciais?

Falta de vontade para que isso aconteça não existe. Mas, em pleno século XXI, é difícil que isso aconteça. De facto, alguns cientistas queixam-se da dificuldade na obtenção de financiamentos para as suas investigações se não manifestarem fé na religião de Estado em que se transformou o “aquecimento global”.

Mas a nível internacional existem exemplos do que alguns designam por eco-fascismo. Um colunista inglês já propôs a formação de um tribunal tipo Nuremberga para julgar os cépticos. O sr. Rajendra Pachauri, chairman do IPCC, acha que os cépticos deveriam emigrar para outro planeta. Provavelmente por que vê o seu emprego em perigo…

9) Sr. Rui Moura, os nossos agradecimentos em nome dos leitores da NOVOpress. Para terminar pretende deixar algumas ideias que não tivessem sido expressas nesta pequena entrevista?

Agradeço o vosso interesse em entrevistar-me sobre um assunto tão delicado como este. Faltou talvez uma pergunta: - «Que alternativa vê que se possa tomar perante as variações do clima, isto é, entre mitigar (as emissões) e adaptar?»

Só encontro uma: - «Adaptarmo-nos para o que vier, para o calor ou para o frio. O Homem só pode adaptar-se às eternas variações do clima impostas pela Natureza. Assim como não é responsável pelo Período Quente Contemporâneo também não pode fazer nada para modificar a situação.

Quanto à mitigação, deve começar por mitigar a ignorância quanto aos mecanismos reais dos fenómenos meteorológicos e climáticos para que possa adaptar-se da melhor maneira possível.»