Syun-Ichi Akasofu
O International Arctic Research Center (IARC), dependente da Universidade do Alasca Fairbanks, foi fundado por Syun-Ichi Akasofu. Prof. de Geofísica, jubilado em 2007, Akasofu foi director do IARC desde a sua fundação, em 1988.
Recentemente, foi atribuído ao IARC o nome Akasofu. O Prof. Syun-Ichi Akasofu foi, igualmente, director do Instituto de Geofísica do Alasca entre 1986-1999. É, seguramente, um dos maiores especialistas da região do Árctico.
Na Segunda Conferência Internacional sobre Alterações Climáticas, realizada em Nova Iorque entre 8 e 10 de Março de 2009, o Prof. Akasofu apresentou, presumivelmente, uma das comunicações mais importantes desta conferência.
A comunicação está disponível em PowerPoint. O texto correspondente foi publicado em artigo “Two Natural Components of the Recent Climate Change”. O Abstract deste artigo afirma:
« Two natural components of the presently progressing climate change are identified. The first one is an almost linear global temperature increase of about 0.5°C/100 years, which seems to have started in 1800–1850, at least one hundred years before 1946 when manmade CO2 in the atmosphere began to increase rapidly. This 150~200-year-long linear warming trend is likely to be a natural change. One possible cause of this linear increase may be the Earth’s continuing recovery from the Little Ice Age (1400-1800); the recovery began in 1800~1850. This trend (0.5°C/100 years) should be subtracted from the temperature data during the last 100 years when estimating the manmade contribution to the present global warming trend. As a result, there is a possibility that only a small fraction of the present warming trend is attributable to the greenhouse effect resulting from human activities.
It is also shown that various cryosphere phenomena, including glaciers in many places in the world and sea ice in the Arctic Ocean that had developed during the Little Ice Age began to recede after 1800 and are still receding; their recession is thus not a recent phenomenon.
The second one is oscillatory (positive/negative) changes, which are superposed on the linear change. One of them is the multi-decadal oscillation, which is a natural change. This particular natural change had a positive rate of change of about 0.15°C/10 years from about 1975 (positive from 1910 to 1940, negative from 1940 to 1975), and is thought by the IPCC to be a sure sign of the greenhouse effect of CO2. However, the positive trend from 1975 has stopped after 2000. One possibility of the halting is that after reaching a peak in 2000, the multi-decadal oscillation has begun to overwhelm the linear increase, causing the IPCC prediction to fail even during the first decade of the 21st century.
There is an urgent need to correctly identify natural changes and remove them from the present global warming/cooling trend, in order to accurately and correctly identify the contribution of the manmade greenhouse effect. Only then can the effects of CO2 be studied quantitatively. Arctic research should be able to contribute greatly to this endeavor.”
Das explicações de Akasofu, destaca-se a afirmação de que as variações recentes (desde 1800) das temperaturas resultaram da sobreposição de dois fenómenos naturais:
(1) Um ligeiro aquecimento devido ao final (entre 1800-1850) da Pequena Idade do Gelo;
(2) Cinco oscilações multidecenais – subidas e descidas em relação à média – resultantes de causas naturais que se sobrepuseram àquele ligeiro aquecimento.
As Fig. SIA1 e Fig. SIA2 apresentam anomalias das temperaturas. A recta inclinada representa o ligeiro crescimento natural devido ao final da Pequena Idade do Gelo – quando “a Natureza abriu a porta do frigorífico” (metáfora do Prof. Jorge Buescu).
O Prof. Akasofu explica que situações naturais semelhantes a esta aconteceram várias vezes no passado da história do clima do planeta. A taxa de crescimento médio, entre 1880 e 2000 foi da ordem de 0,5 ºC por século.
As zonas azuis e vermelhas da Fig. SIA1 mostram períodos de temperaturas acima e abaixo da média que está representada pela recta inclinada. Estas oscilações multidecenais tiveram períodos da ordem de 60 anos. Consegue-se destacar o período de temperaturas decrescentes de 1960-1976 e o shift climático de 1975-76.
A subida das temperaturas como é exageradamente apresentada pelo IPCC encontra-se a traço vermelho grosso na Fig. SIA1, partindo do ano 1976. Esta subida, conforme se vê na figura, terminou em 2000. A partir do ano 2000 iniciou-se um novo período com temperaturas não crescentes que poderá prolongar-se até 2035, segundo Akasofu.
A Fig SIA2, do artigo do Prof. Akasofu, estabelece uma comparação do seu estudo com as projecções até 2100 do IPCC. O IPCC baseia toda a sua propaganda no período reduzido de 1976-2000 (a traço vermelho grosso).
O rectângulo amarelo em destaque na Fig. SIA2 menciona o período 1880-2000. O traço interrompido inicial (1800-1880) indica a recuperação das temperaturas após a saída da Pequena Idade do Gelo. Este período está alinhado com a tendência crescente entre 1880-2000.
À direita do rectângulo amarelo da Fig. SIA2 mostram-se as projecções do IPCC a partir do ano 2000. Os cenários dramáticos do IPCC apontam para uma faixa de temperaturas entre + 2 ºC e + 6 ºC, em 2100. Pelo contrário, Akasofu vaticina uns modestos + 0,7 ºC, em 2100.
Na Fig. SIA2, Akasofu assinalou num ponto vermelho com uma seta verde a situação actual, em 2008. Verifica-se que o ponto vermelho se situa abaixo das previsões do IPCC.
Akasofu diz que o IPCC reconhece a paragem do crescimento das temperaturas a partir do ano 2000. Mas, o IPCC pensa que esta paragem é temporária. No entanto, o IPCC não sabe explicar a razão por que parou a subida nem a razão por que esta paragem seria temporária.
Segundo o Prof. Akasofu, os registos meteorológicos recentes detectam as alterações do indice PDO (Pacific Decadal Oscillation), a travagem da subida do nível dos oceanos e o arrefecimento do oceano Árctico que resultaram da recente oscilação multidecenal.
As projecções do IPCC não são mais do que um cego prolongamento do crescimento verificado entre 1976 e 2000. Os modelos de circulação geral (GCM) estão programados para produzir a evolução na continuidade exagerando o hipotético efeito antropogénico até 2100.
O Prof. Akasofu não se ocupou das causas das oscilações multidecenais que motivaram as subidas e descidas das temperaturas em relação à subida média natural desde o final da Pequena Idade do Gelo. As suas previsões devem ser encaradas com a prudência devida a qualquer previsão do estado do tempo e do clima.
Recentemente, foi atribuído ao IARC o nome Akasofu. O Prof. Syun-Ichi Akasofu foi, igualmente, director do Instituto de Geofísica do Alasca entre 1986-1999. É, seguramente, um dos maiores especialistas da região do Árctico.
Na Segunda Conferência Internacional sobre Alterações Climáticas, realizada em Nova Iorque entre 8 e 10 de Março de 2009, o Prof. Akasofu apresentou, presumivelmente, uma das comunicações mais importantes desta conferência.
A comunicação está disponível em PowerPoint. O texto correspondente foi publicado em artigo “Two Natural Components of the Recent Climate Change”. O Abstract deste artigo afirma:
« Two natural components of the presently progressing climate change are identified. The first one is an almost linear global temperature increase of about 0.5°C/100 years, which seems to have started in 1800–1850, at least one hundred years before 1946 when manmade CO2 in the atmosphere began to increase rapidly. This 150~200-year-long linear warming trend is likely to be a natural change. One possible cause of this linear increase may be the Earth’s continuing recovery from the Little Ice Age (1400-1800); the recovery began in 1800~1850. This trend (0.5°C/100 years) should be subtracted from the temperature data during the last 100 years when estimating the manmade contribution to the present global warming trend. As a result, there is a possibility that only a small fraction of the present warming trend is attributable to the greenhouse effect resulting from human activities.
It is also shown that various cryosphere phenomena, including glaciers in many places in the world and sea ice in the Arctic Ocean that had developed during the Little Ice Age began to recede after 1800 and are still receding; their recession is thus not a recent phenomenon.
The second one is oscillatory (positive/negative) changes, which are superposed on the linear change. One of them is the multi-decadal oscillation, which is a natural change. This particular natural change had a positive rate of change of about 0.15°C/10 years from about 1975 (positive from 1910 to 1940, negative from 1940 to 1975), and is thought by the IPCC to be a sure sign of the greenhouse effect of CO2. However, the positive trend from 1975 has stopped after 2000. One possibility of the halting is that after reaching a peak in 2000, the multi-decadal oscillation has begun to overwhelm the linear increase, causing the IPCC prediction to fail even during the first decade of the 21st century.
There is an urgent need to correctly identify natural changes and remove them from the present global warming/cooling trend, in order to accurately and correctly identify the contribution of the manmade greenhouse effect. Only then can the effects of CO2 be studied quantitatively. Arctic research should be able to contribute greatly to this endeavor.”
Das explicações de Akasofu, destaca-se a afirmação de que as variações recentes (desde 1800) das temperaturas resultaram da sobreposição de dois fenómenos naturais:
(1) Um ligeiro aquecimento devido ao final (entre 1800-1850) da Pequena Idade do Gelo;
(2) Cinco oscilações multidecenais – subidas e descidas em relação à média – resultantes de causas naturais que se sobrepuseram àquele ligeiro aquecimento.
As Fig. SIA1 e Fig. SIA2 apresentam anomalias das temperaturas. A recta inclinada representa o ligeiro crescimento natural devido ao final da Pequena Idade do Gelo – quando “a Natureza abriu a porta do frigorífico” (metáfora do Prof. Jorge Buescu).
O Prof. Akasofu explica que situações naturais semelhantes a esta aconteceram várias vezes no passado da história do clima do planeta. A taxa de crescimento médio, entre 1880 e 2000 foi da ordem de 0,5 ºC por século.
As zonas azuis e vermelhas da Fig. SIA1 mostram períodos de temperaturas acima e abaixo da média que está representada pela recta inclinada. Estas oscilações multidecenais tiveram períodos da ordem de 60 anos. Consegue-se destacar o período de temperaturas decrescentes de 1960-1976 e o shift climático de 1975-76.
A subida das temperaturas como é exageradamente apresentada pelo IPCC encontra-se a traço vermelho grosso na Fig. SIA1, partindo do ano 1976. Esta subida, conforme se vê na figura, terminou em 2000. A partir do ano 2000 iniciou-se um novo período com temperaturas não crescentes que poderá prolongar-se até 2035, segundo Akasofu.
A Fig SIA2, do artigo do Prof. Akasofu, estabelece uma comparação do seu estudo com as projecções até 2100 do IPCC. O IPCC baseia toda a sua propaganda no período reduzido de 1976-2000 (a traço vermelho grosso).
O rectângulo amarelo em destaque na Fig. SIA2 menciona o período 1880-2000. O traço interrompido inicial (1800-1880) indica a recuperação das temperaturas após a saída da Pequena Idade do Gelo. Este período está alinhado com a tendência crescente entre 1880-2000.
À direita do rectângulo amarelo da Fig. SIA2 mostram-se as projecções do IPCC a partir do ano 2000. Os cenários dramáticos do IPCC apontam para uma faixa de temperaturas entre + 2 ºC e + 6 ºC, em 2100. Pelo contrário, Akasofu vaticina uns modestos + 0,7 ºC, em 2100.
Na Fig. SIA2, Akasofu assinalou num ponto vermelho com uma seta verde a situação actual, em 2008. Verifica-se que o ponto vermelho se situa abaixo das previsões do IPCC.
Akasofu diz que o IPCC reconhece a paragem do crescimento das temperaturas a partir do ano 2000. Mas, o IPCC pensa que esta paragem é temporária. No entanto, o IPCC não sabe explicar a razão por que parou a subida nem a razão por que esta paragem seria temporária.
Segundo o Prof. Akasofu, os registos meteorológicos recentes detectam as alterações do indice PDO (Pacific Decadal Oscillation), a travagem da subida do nível dos oceanos e o arrefecimento do oceano Árctico que resultaram da recente oscilação multidecenal.
As projecções do IPCC não são mais do que um cego prolongamento do crescimento verificado entre 1976 e 2000. Os modelos de circulação geral (GCM) estão programados para produzir a evolução na continuidade exagerando o hipotético efeito antropogénico até 2100.
O Prof. Akasofu não se ocupou das causas das oscilações multidecenais que motivaram as subidas e descidas das temperaturas em relação à subida média natural desde o final da Pequena Idade do Gelo. As suas previsões devem ser encaradas com a prudência devida a qualquer previsão do estado do tempo e do clima.
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