quinta-feira, dezembro 28, 2006

Um cientista tranquilo

Frederik Singer pode ser considerado um cientista «skeptic» e tranquilo. Na sua erudição de físico, especializado na circulação atmosférica, sorri com as contradições dos «warmers». Foi Prof. na George Mason University, nos EUA.

A sua comunicação «Climate data disagree with climate models», apresentada em Estocolmo, passou em revista, sempre com um sorriso nos lábios, todas as trapalhadas que se ouvem e que se lêem acerca do «global warming». De todas as proveniências.

Fred Singer é um poliglota que entende o português. Recentemente foi contactado por um jornalista de um diário luso dito de referência (no domínio do «global warming» a referência não é boa).

O jornalista, que não respeita o entrevistado, insinuou que Fred Singer estaria a soldo da ExxonMobile. É uma acusação vulgar de gente de espírito mesquinho que desce a este nível. Como têm insuficiência de argumentos entram no campo da difamação.

Fred está reformado e tem uma boa reforma. Não precisa de ser corrompido para manifestar as suas opiniões. Pois até respeita as opiniões dos outros mesmo não estando de acordo com elas.

O entrevistador enviou ao Fred uma cópia do artigo. Talvez convencido que este não era capaz de perceber as insinuações em português de um artigo intitulado «Eles não acreditam que o aquecimento global seja culpa do homem».

Assim mesmo. Já não se trata de ciência. O jornalista escreve como se fosse um membro de uma «seita religiosa» americana que dissesse: ‘quem não acredita naquilo que nós dizemos é céptico’.

O Fred compreendeu a blasfémia e disse-nos: “Deixe lá, ainda há jornalistas piores do que ele…” Acrescentou ainda: “I received one small ($10,000) UNSOLICITED grant from Exxon during our 16 years of operation -- So what?

De modo a poder manifestar livremente a sua opinião, Fred Singer fundou a Science and Environmental Policy Project (SEPP). É uma “think thank” de temas climáticos e ambientais.

Nos EUA, a sua opinião é ouvida tanto no Senado, como na Câmara dos Representantes. E pelos governos, sejam dos Republicanos sejam dos Democratas. É uma voz respeitada. Menos pelos pigmeus científicos.

Este cientista americano considera que as variações climáticas são um fenómeno natural. O clima está sempre a mudar. O facto de o clima estar a mudar não é em si mesmo uma ameaça. Os seres humanos sempre souberam adaptar-se a estas situações.

Na apresentação da comunicação seguiu o esquema de uma outra entrevista. Afirmou que as observações mostram que o clima aqueceu entre 1900 e 1940 quando a humanidade ainda não utilizava grandes quantidades de energia.

Mas depois arrefeceu entre 1940 e 1975. Seguidamente, voltou a aquecer durante um curto intervalo de tempo de 5 anos. Mas desde 1998, as melhores medidas mostram que o clima voltou a arrefecer.

Relativamente às observações dos termómetros que indicam uma subida contínua Fred chama a atenção para o facto de a maioria deles estar localizada dentro ou próximo das cidades. As cidades expandiram-se e tornaram-se mais quentes. É o efeito das ilhas de calor.

Ele prefere raciocinar de acordo com as observações dos satélites. Segundo Singer, os modelos nunca foram validados pelas observações destes. Não se trata de comparar valores entre si, de termómetros e de satélites.

Os modelos indicam claramente que a temperatura da troposfera devia estar a aumentar significativamente, tanto no Hemisfério Norte como no Sul. Mas não é isso o que as observações dos satélites mostram.

Nos Trópicos, a temperatura média anual da baixa troposfera (até 3000 metros de altitude) é em 2006 praticamente a mesma que era em 1990. Na baixa troposfera do HN e do HS os satélites mostram, desde 1998 até hoje, uma descida de temperaturas (vide Fig. 66 e 67).

O Antárctico está a arrefecer como mostram claramente as observações dos satélites (vide Fig. 70). Os modelos dizem que devia estar a aquecer. Como é que, então, se pode confiar nos resultados dos modelos para daqui a cem anos quando nem sequer acertam em tão poucos anos?

James Hansen é um dos líderes da modelação climática. Há dez anos disse que o efeito de estufa antropogénico estava demonstrado. Actualmente diz que já não se pode afirmar isto com tanta certeza.

Hansen introduziu o conceito de “forçamento radiativo”. Diz agora que o cálculo dos valores dos forçamentos é cada vez mais incerto. Enquanto não houver garantia nestes valores, os resultados dos modelos têm menos significado. James Hansen dixit…

Como físico especialista da circulação atmosférica, Fred salienta que mais importante do que os forçamentos são os feedbacks. Estes resultam da resposta a qualquer desequilíbrio radiativo.

Mas os feedbacks não estão contemplados nos modelos porque são desconhecidos os mecanismos respectivos. Deste modo, está por fazer a investigação da física da atmosfera para se encontrar como se comportam os feedbacks.

Outro campo importante de investigação diz respeito aos aerossóis. Embora tenham uma vida curta no seio da atmosfera, desconhece-se a sua importância relativamente ao dióxido de carbono que tem uma vida mais longa.

Tanto as observações da superfície terrestre como da atmosfera concordam que nos últimos vinte anos o Hemisfério Norte conheceu um aquecimento superior ao Sul. Isto contradiz o facto de que os aerossóis são muito importantes.

Os aerossóis, produzidos pelas actividades industriais do Norte, têm servido de desculpa aos modeladores quando as observações desmentem os modelos. Mas o facto de ser no Norte, em que eles são produzidos, que se detecta maior aquecimento contradiz o efeito de arrefecimento dos aerossóis.

Correcções:- Leitor sempre muito atento caçou 3 gralhas já corrigidas - warmers, Environmental, feedbacks. Nunca são de mais os agradecimentos por esta caça às gralhas.

segunda-feira, dezembro 25, 2006

RIU e H

Relativamente à Fig. 76, um leitor levantou dúvidas acerca do significado das siglas RIU e H que se destacam na imagem.

A primeira refere-se à fonte da própria figura que é a página web do Rhenish Institute da University of Cologne. É uma fonte muito útil para diagnósticos e previsões do estado do tempo.

O H é o núcleo da aglutinação anticiclónica (AA). O termo anticiclone móvel polar (AMP) tem a tradução para inglês de Mobile Polar High (MPH). O H, em inglês, significa alta pressão. Assim como o L significa Low de baixa pressão.

Os leitores estão a gozar um Natal tranquilo com muito pouco vento. Têm a oportunidade de explorar a página do RIU. De acordo com as suas previsões, o H está a deslocar-se muito lentamente para leste.

Depois de amanhã, dia 27 de Dezembro de 2006, estará entre Budapeste e Sarajevo. O vento na costa portuguesa vai aumentar de intensidade. Mas no interior continuará ainda calmo. No resto da Europa central também se fará sentir a ausência do vento.

sábado, dezembro 23, 2006

AA

A Fig. 76 é um exemplo flagrante de uma fortíssima Aglutinação Anticiclónica de anticiclones móveis polares (AMP).

Esta carta à escala sinóptica apresenta as seguintes variáveis: - temperatura a 2 m de altitude (a cores), pressão atmosférica ao nível do mar, componente horizontal do vento.

O registo foi feito às 12 horas UTC (Coordinated Universal Time) do dia 21 de Dezembro de 2006. No continente europeu havia muito frio. O Norte de África e o Mediterrâneo registavam temperaturas mais amenas.

A AA continental tinha o seu centro (1040 milibares) sobre a Grã-Bretanha que estava sufocada com nevoeiro. Difere do anticiclone dos Açores que é uma AA oceânica.

O que mais impressiona é a reduzida velocidade do vento (representada por setas com comprimentos variáveis conforme a intensidade) sobre o continente europeu. A estabilidade anticiclónica era extensiva à Europa de leste.

É a melhor prova documental da refutação da pseudo-teoria do efeito de estufa antropogénico. Numa situação como a presente prevalece a contra-radiação terrestre do solo continental (incluindo as ilhas britânicas) sobre a celeste.

Com o modo rápido da circulação atmosférica, desta estação do ano, os AMP vão-se encaixando uns atrás dos outros.

O fim desta AA dar-se-á quando o Pólo Norte e/ou a Gronelândia enviar(em) um (ou mais) AMP suficientemente potente(s) para romper(em) a aglutinação.

Até lá a tranquilidade anticiclónica vai manter ventos fracos sobre o solo continental (incluindo as ilhas britânicas).

Fig. 76 - Escala sinóptica. 2006-12-21. Fonte: Antón Uriarte Cantola.

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sexta-feira, dezembro 22, 2006

Tuvalu

Quem ainda não ouviu falar em Tuvalu? É um dos temas predilectos do «global warming». Pessoas altamente responsáveis falam ou falaram de Tuvalu. Algumas sem se preocuparem com a verdade dos factos.

É o caso, por exemplo do Vice-presidente Al Gore, com a sua retórica e os seus erros sistemáticos, que também fala de Tuvalu para alarmar o cidadão comum. Foi também o da ex-Comissária do Ambiente Margot Wallström nos seus escritos inimagináveis que incluíram Tuvalu.

Desde os primeiros exercícios elaborados com modelos climáticos que se prevê o afogamento de várias ilhas dos arquipélagos do oeste do Pacífico equatorial indicadas na Fig. 74.

No meio dessas ilhas está a mais mediática de todas: - a ilha de Tuvalu. A previsão do desaparecimento baseia-se na expansão do volume dos oceanos pelo aumento das temperaturas e na elevação do nível dos oceanos proveniente da fusão de glaciares e mantos de gelo.

Aponta-se o exemplo dos ilhéus desabitados de Kirabiti (vide Fig. 74) que teriam submergido em 1999. Ora bem, a maior parte dos atóis são formados por corais que rodeiam vulcões surgidos de súbito. Devido ao efeito da gravidade, voltam a afundar-se.

O afundamento destes atóis não está relacionado com a subida do nível dos oceanos. E muito menos se relacionam com o «global warming». O governo australiano tem gasto uma pequena fortuna na monitorização do nível do mar destes ilhéus.

O departamento oceanográfico da Austrália publica regularmente informação que estudada por qualquer cidadão permitiria acalmar os receios infundados do desaparecimento de Tuvalu.

A Fig. 75 apresenta a evolução do nível do mar que rodeia várias ilhas como a de Tuvalu. Por ela se conclui que existe estabilidade suficiente para acalmar os receios quanto ao hipotético afogamento.

Mais curioso ainda, na evolução do nível do mar daquela zona do Pacífico, é o facto de o nível ter baixado durante o El Niño de 1998 (vide Fig. 68 e 69). Isto é, quando subiu a temperatura, especialmente no Pacífico, baixou o nível do mar!

Porque baixou então o nível do mar, por exemplo, em Tuvalu? O clima não depende exclusivamente das temperaturas. Como depende de um número extremamente elevado de variáveis não é possível tirar conclusões apressadas olhando para apenas uma delas.

El Niño é um fenómeno climático que existe desde tempos imemoriais. Associá-lo ao «global warming» é abusivo.

Durante as fases do El Niño, tem-se verificado um aumento da temperatura do mar, essencialmente, do Pacífico oriental (costas do Equador e do Peru). É o que está a acontecer actualmente com o de 2006.

A temperatura só por si nunca dá a informação necessária e suficiente. Quando terminou El Niño de 1998, as águas do Pacífico ocidental recuperaram o nível normal tal como se vê na Fig. 75. Fizeram mergulhar alguns atóis que tinham submergido anteriormente.

Mais uma vez se vê que a realidade é contrária às previsões saídas de modelos e afirmações sem preocupação de as fundamentar.

Fig. 75 - Evolução nível do mar. Fonte: Governo Australiano.

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Fig. 74 - Ilhas do Pacífico ocidental. Fonte: Governo Australiano.

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quarta-feira, dezembro 20, 2006

Eólicas em Portugal

Um leitor forneceu a informação da Rede Eléctrica Nacional – REN dos parques eólicos com telemedida (medição instantânea à distância). Embora não seja da totalidade dos parques eólicos nacionais, esta informação é útil.

A Fig. 73 com valores do dia 15 de Dezembro de 2006 serve para comparar com igual situação da Espanha. A potência máxima disponível das eólicas situa-se em cerca de 625 MW (megawatts) que é o valor máximo possível para geração instantânea.

Nesse dia de Dezembro, o valor máximo gerado da potência eólica situou-se em aproximadamente 225 MW, ou seja, 36 % do máximo possível, pouco depois das 5 horas da madrugada. A partir dessa ponta diária foi sempre a descer até às 15 horas.

O valor mínimo atingiu aprox. 25 MW, às 15 horas, a que corresponde 4 % da potência disponível. Até à meia-noite a potência gerada foi extremamente reduzida. A falta de vento obrigou a produzir energia de outras fontes para substituir a falha das eólicas.

A estabilidade anticiclónica está bem patente na Fig. 73. Do ponto de vista das eólicas conduziu a uma potência ociosa de 96 % naquele dia de Dezembro. Mas pode atingir quase 100 %.

Por exemplo, os leitores podem explorar o sítio da REN e verificar que no dia seguinte, 16 de Dezembro de 2006, as eólicas nacionais estiveram praticamente paradas todo o dia. A sua contribuição para a satisfação das necessidades de energia eléctrica foi pouco mais do que nula.

Significa que deve existir uma reserva parada com um valor igual ao da potência disponível de todo o parque eólico nacional para fazer face aos períodos de estabilidade anticiclónica. A reserva deve ser de termoeléctricas que queimam combustíveis fósseis.

Fig. 73 - Eólicas em Portugal. 2006-12-15. Fonte:REN

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terça-feira, dezembro 19, 2006

Falha do vento

Há vários dias que o vento amainou em Portugal. A estabilidade anticiclónica devida a mais uma forte aglutinação de anticiclones móveis polares seguiu-se a um período de depressões que atravessaram o País jorrando água a cântaros.

A falta de vento fez parar aerogeradores. Como em Portugal não existem estatísticas convenientes, socorremo-nos das dos nossos vizinhos. A estabilidade anticiclónica estende-se à Península Ibérica e até à Europa ocidental.

O gráfico da produção da Red Eléctrica de España fornece o diagrama de cargas instantâneas das potências total e eólica, em particular. No dia 15 de Dezembro de 2006 pararam 10 mil aerogeradores da rede eléctrica espanhola.

Já no dia 19 de Junho de 2006 acontecera uma situação de estabilidade anticiclónica semelhante. Quando as eólicas param têm de ser substituídas por centrais convencionais que estão normalmente paradas.

As centrais que vão arrancar quando param as eólicas têm custo marginal de produção mais elevado. São termoeléctricas de reserva que queimam combustíveis fósseis.

É uma ironia do destino que sejam o petróleo e o carvão a cobrir as falhas das eólicas. O mais grave desta situação é que as estabilidades anticiclónicas acontecem durante os picos de Verão e de Inverno quando as pontas do diagrama de cargas são maiores (climatização necessária para fazer face ao calor e ao frio).

Com esta descrição não se pretende desconsiderar a produção eólica. Contrariamente ao argumento falacioso da sua importância por causa do clima (este é absolutamente insensível à existência ou não de todas as eólicas do mundo inteiro), as eólicas cumprem uma missão interessante.

A sua importância está na contribuição, ainda que pequena, para diminuir a dependência energética do exterior, nomeadamente dos produtos petrolíferos. Essa importância vai aumentar no mundo pós-pico petrolífero que a Agência Internacional de Energia já admite. O petróleo vai rarear no futuro próximo.

Já em Novembro de 2006 formaram-se, em Portugal, aglutinações de AMP com consequente estabilidade anticiclónica. A contra-radiação terrestre aqueceu, de baixo para cima, o ar (que veio do Pólo Norte). Este ar tem maior condutibilidade térmica devido à maior pressão atmosférica.

O ar anticiclónico não permitiu a entrada de ar fresco do Atlântico. Do mesmo modo, as depressões associadas aos AMP, que romperam aquelas aglutinações, provocaram a chuva que caiu nesse mês (voltaremos mais tarde a esta explicação).

A tranquilidade (para usar uma palavra da moda) anticiclónica é antinómica do «global warming». Refuta a pseudo-teoria do efeito de estufa antropogénico. Se este realmente existisse, a pressão atmosférica baixaria e o vento aumentaria de intensidade!

As autoridades andam entretidas com a “langue de bois” do desenvolvimento sustentável. Caso contrário, no planeamento, o crescimento da produção eólica deveria ser acompanhado da construção da reserva parada para os períodos de estabilidade anticiclónica.

Os períodos de estabilidade anticiclónica vão acentuar-se no futuro. Não foi só no Verão de 2003 que originaram óbitos incorrectamente atribuídos ao efeito de estufa antropogénico.

Quem acusa os gases com efeito de estufa (antropogénicos ou naturais) de terem sido os responsáveis por essas mortes de 2003 não tem consciência do seu afastamento da realidade em que se coloca.

É o caso de membros da Comissão Nacional para as Alterações Climáticas que deviam ter mais cuidado naquilo que afirmam, publicamente, sem prova.

Em períodos de estabilidade anticiclónica o que determina a temperatura é a contra-radiação terrestre. Não é a contra-radiação celeste. Esta até se atenua com o tempo seco!

domingo, dezembro 17, 2006

Furacões de 2006

Nunca uma falha na previsão de um acontecimento climático foi tão bem recebida. Em 22 de Maio de 2006, a NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) lançou a previsão “2006 Atlantic Hurricane Outlook”.

A NOAA admitia então que havia uma probabilidade de 80 % de se verificar uma época de 2006 acima da normal, de 15 % de ser próxima da normal e de apenas 5 % de ser abaixo da normal. Tudo relativamente ao Atlântico.

Deste modo, anunciando uma época de 2006 extraordinariamente activa, previa 13 a 16 ciclones tropicais, 8-10 furacões e 4-6 furacões de elevada intensidade. A NOAA baseava as suas previsões na “continuação espectável das condições favoráveis desde 1995”.

Estas condições favoráveis à formação de ciclones tropicais incluíam – na perspectiva da NOAA –, nomeadamente, as temperaturas elevadas do oceano, os ventos cortantes e a reduzida pressão atmosférica sobre o oceano.

Ainda que o desenrolar da época tenha sido muito mais suave, a NOAA manteve-se confiante nas suas capacidades de previsão e em Agosto anunciou uma actualização (o Instituto de Meteorologia chamou-lhe “refinamento” ou “afinamento” das previsões).

A NOAA continuou a atribuir “uma probabilidade de 75 % para uma época acima da normal, de 20 % para ser média e de 5 % abaixo da média”. Deslocou 5 % da probabilidade acima para a média. Esta previsão incluía 12-15 ciclones tropicais, 7-9 furacões e 3-4 furacões intensos.

Acabou por acertar nos modestos 5 %. Procuram-se agora explicações para as falhas das previsões. Mas não se fala no desconhecimento dos mecanismos reais da ciclogénese tropical por parte da NOAA.

As previsões baseavam-se em valores médios das estatísticas e numa “pitada de sal” nos inputs dos modelos. Já se sabe que são modelos que não integram explicações da realidade mas conceitos clássicos desactualizados há mais de meio século.

Quais são as hipóteses que se avançam para o falhanço das previsões? Uma é a do aparecimento do El Niño. Outra é a do aparecimento de nuvens de areia do deserto do Sara.

Quanto à atribuição de culpas ao El Niño parece estranho que só agora se tenha lembrado dele. Quando em 22 de Maio a NOAA anunciou as primeiras previsões já sabia que o El Niño estava para nascer.

O misterioso El Niño tem sido culpado de muitas coisas. Quanto à sua relação com este falhanço é uma acusação difícil de aceitar.

A NASA anunciou, em 2005, o El Niño para Janeiro de 2006. Mas o Dr. Theodore Landscheidt, já falecido, previu, em 2003, o aparecimento do El Niño em Julho de 2006. Tal como veio a acontecer. Consequentemente, não há desculpas para ignorar a previsão do El Niño de 2006.

Se olharmos para a Fig. 72, no ano do El Niño de 1998 o número de furacões não foi inferior ao de anos anteriores sem este fenómeno climático (1989, 1993 e 1994, por exemplo). Por isso, a hipótese El Niño é dificilmente aceitável.

Já a segunda hipótese das areias do deserto é capaz de ter algum fundamento. Realmente, as nuvens de areia muito fina podem ter introduzido ar seco na atmosfera.

Faltou a humidade do ar que faz parte das cinco características draconianas da ciclogénese. E basta faltar uma para não se gerarem ciclones tropicais que podem conduzir aos furacões.

A Fig. 72 mostra-nos a evolução do número de ciclones tropicais no conjunto dos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico, desde 1989 a 2005. Apesar do trágico acontecimento do Katrina, o número global de 2005 situou-se dentro do normal.

O número de ciclones tropicais do Atlântico, em 2005, excedeu o de 1995. Daí a NOAA se ter referido ao ano de 1995 quando lançou as previsões em Março de 2006.

Este gráfico foi obtido através de uma página web da Météo France. Nesta encontram-se análises relativas aos ciclones tropicais que interessam, especialmente, aos territórios ultramarinos franceses.

Destaca-se que os furacões (a verde na Fig. 72) representam apenas 15 % do total de ciclones tropicais. Mas têm uma repercussão mediática muito superior pelas razões conhecidas das suas consequências nefastas nas costas dos EUA.

Num workshop realizado pela Organização Meteorológica Mundial, recentemente, em Novembro de 2006, para discutir ciclones tropicais, concluiu-se que: - “No individual tropical cyclone can be directly attributed to climate change.

Reconheceu-se que não é consensual atribuir ao “aquecimento global”, isto é, às emissões antropogénicas de gases com efeito de estufa, responsabilidades pelo Katrina e por outros fenómenos semelhantes. Vá lá…

Faltou acrescentar a explicação mais plausível de todas para o fiasco da temporada de furacões de 2006. Por sorte, raramente estiveram reunidas as 5 condições draconianas que se resumem: - 1) campo depressionário profundo; 2) disparo de uma ascensão do ar até à tropopausa; 3) formação ou acentuação de um vortex; 4) monções e alísios (é aqui que entram as areias do deserto) ; 5) e, final e essencialmente, existência do equador meteorológico vertical no local das anteriores condições.


Correcção: Um leitor chamou a atenção para uma gralha que foi corrigida - "levada" para "elevada". Agradecimentos devidos. Aproveitou-se para substituir a palavra "organizado" por "realizado".

Fig. 72 - Número de ciclones tropicais. 1989-2005. Fonte: Météo France-Antón Uriarte Cantola.

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quinta-feira, dezembro 14, 2006

Icebergs na Nova Zelândia

Um leitor do Brasil ficou muito admirado com a estabilidade das temperaturas do Hemisfério Sul, desde 1990. A desordem é tão grande que a realidade choca. Objectou ter tido conhecimento da chegada à Nova Zelândia de uma flotilha de icebergs.

Há muito que os icebergs são apresentados, erradamente, como prova do “aquecimento global”. Os media afirmam que seria o Antárctico a desfazer-se. Mais depressa do que os modelos previam, acrescentam!...

São fenómenos repetitivos. De tempos a tempos, formam-se flotilhas de icebergs. Em 1931 uma armada de icebergs atingiu uma praia do sul da Nova Zelândia. Os icebergs estacionaram perto de Dunedin, 250 quilómetros a noroeste de Invercargill.

Não são apenas os neozelandeses que são visitados por icebergs. Tripulantes da marinha mercante descrevem, desde há muito tempo, o fenómeno dos icebergs associado ao risco para a navegação marítima.

Existem descrições que começam em Janeiro de 1868, com 38 grandes blocos de gelo na vizinhança do Cabo Leewin, Austrália. Em Fevereiro de 1877, a 1220 milhas do Cabo Horn, América do Sul, avistaram-se mais. Citam-se icebergs em 1893 e 1895.

Os neozelandeses estão informados acerca da situação do Antárctico. Sabem que aumentou a extensão dos bancos de gelo que contornam o Antárctico. Recentemente, em Setembro e em Outubro de 2006, bateram-se recordes mensais da área respectiva.

A Nova Zelândia mantém uma estação meteorológica no Antárctico. Sabe que o escoamento de rios do Antárctico é formado por blocos de gelo empurrados para o oceano por ventos catabáticos (ar frio denso com grandes velocidades).

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Nova Zelândia

A Nova Zelândia foi sobrevoada por um anticiclone móvel polar austral no dia 12 de Junho de 2006. O AMP cobriu-a de neve conforme se vê na Fig. 71. Várias estradas, como se imagina, ficaram bloqueadas. Alguns aglomerados populacionais ficaram isolados.

A emissora australiana ABC (Australian Broadcasting Corporation) relatou a formação de um tornado proveniente de uma tempestade com ventos fortes que chegaram a atingir 130 km/h.

Com o degelo, produziram-se inundações ao longo da costa ocidental. A foto da figura foi captada pelo satélite AQUA, da NASA. Este satélite tem sido referido com frequência em posts anteriores do blogue.

A parte central da Nova Zelândia ficou coberta de neve espessa. Este país já conhecera muitos dias de temperaturas baixas no mês de Maio de 2006. O Hemisfério Sul, no Maio de 2006, registou uma anomalia de 0,15 ºC abaixo da média de 1979-1998.

Existe a regra generalizada dos media só salientarem os recordes de calor. Esquecem-se de anunciar os recordes de frio. Deste modo, a opinião pública tem uma informação distorcida da realidade.

A NASA também não contribui para o esclarecimento. Só anuncia em conferências de imprensa as notícias que lhe interessa para manter aceso o fogo sagrado do «global warming».

Em tempos, não muito distantes, colocámos à NASA uma série de questões julgadas pertinentes:


«Na figura do esquema radiativo que explica o fenómeno que determina o efeito de estufa natural, existem algumas questões que gostava de ver esclarecidas se tiverem paciência para o fazer.

1 – Sabe-se que a constante solar é de aproximadamente 1368 W/m2. Este valor é medido com radiómetros que têm uma precisão, salvo erro, de ± 0,3 %. Isto é, o erro absoluto é de ± 4 W/m2. Além disso, deve-se também ter em consideração as variações da constante solar ao longo do tempo. Isto é, o valor de 1368 W/m2, mesmo sem erro de medição, varia significativamente.

2 – Os valores que aparecem na figura do fenómeno radiativo, com as contra-radiações terrestres e celestes, são apenas aproximados? Isto é, são medidos ou não com radiómetros? São calculados? Com que erro? Têm significado científico equiparado ao do valor medido pelos radiómetros para a constante solar?

3 – Segundo James Earl Hansen, o “forçamento radiativo” de todos os gases com efeito de estufa, desde o início da era industrial (1850), é inferior a 4 W/m2 que é o erro dos radiómetros para a observação da constante solar. Além disso, o valor do “forçamento radiativo” de Hansen é calculado através de modelos com hipóteses discutíveis não só das equações matemáticas dos modelos como dos valores de entrada nas simulações. Qual é o erro do cálculo dos “forçamentos radiativos”? Andamos a misturar valores com graus de precisão diferentes? Como é que se pode confiar em valores dos “forçamentos radiativos” inferiores ao erro de medição dos radiómetros?»

Responderam que iriam estudar o assunto. A resposta ainda não chegou.

Fig. 71 - Nova Zelândia. Fonte: NASA.

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sexta-feira, dezembro 08, 2006

Antárctico arrefeceu

Contra todas as previsões dos modelos, o Antárctico continua a arrefecer. A espectacular Fig. 70 mostra-nos uma bela imagem que não apareceu nos media nacionais e internacionais.

A NASA publicou-a na Internet mas não deu grande publicidade. Isto é, não convocou uma conferência de imprensa daquelas que realiza para as “bad news”. Mantém-se o princípio de que “no news is good news”. Até para a NASA.

As cores da figura indicam a tendência da variação da temperatura da superfície do Antárctico (expressa em ºC/ano) entre 1982 e 2004. Isto é, durante um período superior a vinte anos. Não se trata da temperatura do ar mas a da película de gelo ou da água (skin temperature).

Como é normal neste tipo de imagens, as anomalias estão graduadas numa escala de cores. Branco significa valor médio, azul significa arrefecimento, vermelho significa aquecimento. Predomina o azul e o branco nas películas de gelo.

A extremidade da Península do Antárctico indica uma pequena elevação de temperatura. É para essa zona que vão ter as massas de ar quente (menos frio) que os anticiclones móveis polares austrais desviam sob a forma de ciclones polares (depressões atmosféricas).

Como acontece com a NOAA, as explicações da NASA ignoram a dinâmica aerológica do Antárctico. Não são condizentes com a realidade. A NASA admite, inclusive, uma imaginária ligação entre o arrefecimento e o buraco do ozono.

Neste Inverno austral, o Antárctico teve uma actividade anticiclónica frenética. A Argentina, o Chile, a África do Sul e a Nova Zelândia foram sistematicamente cobertas de neve. Os anticiclones móveis polares nasceram com uma frequência e potência notáveis.

Correcção: Um leitor chamou a atenção para o rigor da frase "no news is good news" em substitução da anterior "good news are not news".

Fig. 70 - Temperatura pelicular do Antárctico. Fonte: NASA.

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quarta-feira, dezembro 06, 2006

Termómetros e satélites. 1990-2006

A Fig 69 mostra a evolução da temperatura média global da superfície terrestre medida com termómetros (cor púrpura) e da baixa troposfera medida por satélites (cor preta) entre Janeiro de 1990 e Outubro de 2006.

A baixa troposfera localiza-se entre a superfície e uma altitude de 3000 metros. Na figura registam-se as anomalias das temperaturas mensais relativas à média das temperaturas, igualmente mensais, compreendidas entre 1979 e 1998.

Depois de rectificadas as temperaturas observadas pelos satélites, por motivo das variações orbitais, verifica-se uma grande similitude entre estas e as observadas pelos termómetros. Mesmo assim, os satélites medem actualmente anomalias mais baixas.

Destacam-se no gráfico o pico detectado durante o El Niño de 1997-1998 (máximo em Abril de 1998) e o vazio térmico após a erupção do Pinatubo, em Junho de 1991 (mínimo em Agosto de 1992).

Os valores do gráfico foram retirados das bases de dados designados por CRUA (Christy-Roy-University of Alabama), para os satélites, e GISS (Goddard Institute for Space Studies), da NASA, para os termómetros, respectivamente.

As temperaturas estão praticamente estabilizadas desde o início do século XXI. Na realidade as anomalias das temperaturas mensais de superfície têm-se mantido dentro da faixa de + 0,2 ºC a + 0,4 ºC.

Para quem quiser aprofundar o estudo comparativo das observações entre termómetros, satélites e sondas pode consultar o estudo «Temperature Trends in the Lower Atmosphere – Steps for Understanding and Reconciling Differences» realizado com o patrocínio da NOAA.

A NOAA distingue-se por realizar excelentes observações. Mas as análises a essas observações falham ao se basearem em velhos conceitos que não correspondem à realidade. Falta dar o salto qualitativo na interpretação dos resultados observados.

Fig. 69 - Temperaturas de termómetros e satélites. 1990-2006. Fonte: Antón Uriarte Cantola.

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segunda-feira, dezembro 04, 2006

Satélites. 1990-2006

Mensalmente, John Christy e Roy Spencer publicam na Internet valores das anomalias das temperaturas das camadas baixas da troposfera (até 3000 metros de altitude). As anomalias são calculadas em relação à média de um período de vinte anos (1979-1998).

Aqueles Prof. da Universidade de Alabama, fazem parte de um laboratório patrocinado pela NASA que está encarregado de monitorizar o satélite AQUA. As temperaturas são medidas por radiómetros instalados neste satélite.

A Fig. 68 refere-se aos valores médios mensais das temperaturas globais desde Janeiro de 1990 até Outubro de 2006. Destacam-se dois acontecimentos climáticos com repercussões salientes nas temperaturas: - a erupção do Pinatubo (Junho de 1991) e El Niño (1997-1998).

Os aerossóis do vulcão filipino provocaram um abaixamento da temperatura média global (0,2 ºC a 0,4 ºC durante meses). El Niño, meia dúzia de anos depois, elevou a temperatura que atingiu um pico bem destacado (0,8 ºC).

Os satélites apresentam vantagens em relação aos termómetros por vários motivos. Cobrem a totalidade do globo terrestre, incluindo oceanos. As observações dos satélites fazem-se uniformemente. As dos termómetros estão espalhadas irregularmente.

A resolução dos satélites é vinte vezes superior à dos termómetros de superfície. Estes têm o inconveniente das ilhas de calor urbano para os que se situam próximo ou dentro de aglomerados importantes.

Os termómetros medem a temperatura do ar a cerca de dois metros de elevação em relação ao solo. Os satélites medem temperaturas de diferentes camadas do ar troposférico até 3000 metros.

As séries temporais das observações dos satélites limitam-se apenas a algumas décadas desde que começaram a sobrevoar o globo. Além disso, detectou-se a necessidade de correcção da calibração dos valores medidos pela modificação das órbitas.

A Fig. 68 dá indicação de um certo sossego do planeta com a entrada no século XXI. Depois do El Niño, em 1998, a temperatura desceu bastante (mais de 1 ºC!). Seguidamente, subiu um pouco (0,2 ºC).

Produziu-se uma estabilização dentro de uma faixa de 0 ºC – 0,4 ºC. A partir do início do século presente, ficou-se mesmo pela faixa de 0,2 ºC – 0,4 ºC.

Fig. 68 -Temperaturas troposféricas. Fonte: Antón Uriarte Cantola.

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sexta-feira, dezembro 01, 2006

Trópicos recusam aquecer

Não é apenas o Hemisfério Sul que se recusa a aquecer. Também as zonas subtropicais compreendidas entre as latitudes 30 ºN e 30 ºS não aquecem nem arrefecem desde há 16 anos. Esta zona representa 34 % da superfície terrestre.

Ou seja, juntando o Hemisfério Sul (incluindo o Antárctico), a zona subtropical do Hemisfério Norte e o Circulo Polar Árctico (com zonas que arrefecem tanto com outras que aquecem), cerca de dois terços do planeta diz não ao «global warming».

As medições do satélite AQUA da NASA, entre 1990 e 2006, indicam que no início e no fim deste período as temperaturas são praticamente iguais. É o que mostra a Fig. 67 traçada pelo climatologista basco Antón Uriarte Cantola.

Antón diz que ficou muito cansado a copiar os valores dos desvios da base de dados da Universidade de Alabama. Mas valeu a pena o seu esforço para nos fornecer esta informação importante que raramente se vê ou se ouve nos media.

As anomalias das médias mensais foram calculadas por John Christy e Roy Spencer, ambos prof. da Universidade de Alabama. A universidade tem a responsabilidade de monitorizar aquele satélite.

As observações foram feitas nas camadas baixas da troposfera (até 3000 metros de altitude). O radiómetro instalado no satélite capta a intensidade da radiação de microondas emitida pelo oxigénio do ar. A intensidade depende da temperatura atingida pelo oxigénio.

A análise da Fig. 67 dá-nos conta do pico do El Niño de 1997-1998. De resto, a temperatura desta zona do planeta subiu e desceu de modo a ter o mesmo valor nos extremos do período.

Não se encontra aqui a explicação de serem as temperaturas como as únicas responsáveis pela produção dos furacões (no Atlântico) e dos tufões (no Pacífico).

Uma outra conclusão pode-se retirar desta figura. Qual é a origem da agressividade do estado do tempo nas latitudes médias? As tempestades originam-se por elevados gradientes de temperatura entre as regiões polares e tropicais.

Se os Trópicos não aqueceram nem arrefeceram, então foram as regiões polares que arrefeceram e provocaram o aumento dos gradientes de temperatura! O que contraria as previsões dos modelos.

O arrefecimento das regiões polares produziu anticiclones móveis polares mais potentes e em maior número, especialmente no Inverno. Consequentemente desviaram mais ar quente (menos frio) em direcção aos pólos.

Pergunta-se: - Se o Hemisfério Sul e as zonas subtropicais não aqueceram nem arrefeceram, se as zonas polares arrefeceram, onde está o «global warming»? Será a palavra «global» adequada a este fenómeno?

Finalmente, recorda-se que as indicações dos modelos dizem que uma resposta significativamente positiva da temperatura da troposfera seria uma consequência do aumento das concentrações do CO2. Não é o que está a acontecer.

De acordo com o método científico, bastaria esta conclusão para modificar ou descartar uma teoria que não se apoia em qualquer observação da realidade.

Fig. 67 - Temperatura tropical. Fonte: Antón Uriarte Cantola

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