quarta-feira, agosto 23, 2006

Aniversário da Katrina

Faz hoje um ano que nasceu o furacão baptizado com o nome de Katrina. Nasceu a 23 de Agosto de 2005 e dissipou-se no dia 31 de Agosto de 2005.

Para felicidade das populações ribeirinhas do Golfo do México, até agora, na estação de furacões de 2006 daquela área, ainda só nasceram 3 tempestades tropicais a comparar com as 9 do ano de 2005, em igual período.

Mas, como a estação, que começa em Maio, só acaba em Novembro, ainda tudo pode acontecer. Os meses de maior e mais intensa actividade, de Setembro e Outubro, são os que estão para vir.

Em Maio, no início da época dos ciclones tropicais do Atlântico Norte, das Caraíbas e do Golfo do México, o administrador da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration, dos EUA), Vice-Almirante Conrad C. Lautenbacher, anunciou:

- «A estação de ciclones vai ter 13 a 16 tempestades tropicais, 8 a 10 das quais com características de furacão. Destes, 4 a 6 serão de grande intensidade».

Em 8 de Agosto a NOAA corrigiu:

- «Afinal vão ser apenas 12 a 15 tempestades tropicais, com 7 a 9 furacões. Destes, só 3 ou 4 atingirão grande intensidade».

Isto é, o limite superior de agora é igual ao inferior de então: 4 furacões de grande intensidade.

Este organismo dos EUA tem estações fixas (até nos Açores), tem navios, tem submarinos, tem aviões e tem satélites. Não lhe faltam equipas altamente qualificadas. Faz excelentes observações. Mas as previsões falham. E os diagnósticos também.

A NOAA desconhece o mecanismo dos ciclones tropicais. É dificil confiar nos seus modelos. O ano passado, a temperatura da água do mar, uma das 5 condições draconianas para gerar ciclones tropicais, apresentou-se acima da média.

E este ano como está a temperatura da água do mar? A Fig. 56 documenta uma descida em relação ao ano passado! Qual é a explicação? Houve arrefecimento global? A temperatura está apenas próxima da média na zona dos furacões!

A figura mostra ainda valores acima da média na parte superior do Atlântico Norte. Os media já falaram em «global warming» numa notícia relativa a uma espécie piscícola que apareceu no Golfo da Biscaia, fora dos seus domínios.

O preconceito do «global warming» pretende explicar tudo… Porém, no Golfo da Biscaia também se faz sentir o aumento da pressão atmosférica. Tal como nos Açores e em toda a Península Ibérica.

O defeito da previsão NOAA não é a única surpresa recente. Num artigo aceite para publicação no Geophysical Research Letters afirma-se que a temperatura superficial da água do mar arrefeceu, de 2003 a 2005, de modo impressionante.

Esse arrefecimento teria anulado, em apenas dois anos, 20 % do aquecimento que se teria verificado nos últimos 48 anos! A rapidez desta descida está para além de tudo quanto os modelos possam imaginar.