terça-feira, outubro 03, 2006

Variações climáticas no Holoceno

A primeira apresentação formal do simpósio de Estocolmo (de 11 a 12 de Setembro de 2006) foi feita por um sueco que se distingue, não só na Suécia mas também pelo mundo afora, pelo desmantelamento de afirmações falsas proclamadas pelo IPCC.

Wibjörn Karlén é um eminente paleoclimatologista que já publicou dezenas de artigos revistos por pares (peers) em revistas da especialidade. Apresentou uma comunicação especialmente dedicada à variabilidade do clima durante o Holoceno.

O Holoceno, que ainda decorre nos dias de hoje, representa o último período interglaciário do Quaternário. O Quaternário corresponde à era geológica que vai do aparecimento do homem até aos nossos dias. O Holoceno abrange um lapso de tempo de cerca dos últimos 10 mil anos.

A apresentação de Karlén começou com um diapositivo que continha afirmações defendidas pelo IPCC-Intergovernmental Panel on Climate Change:

- O aquecimento no século XX não tem precedentes;
- Somente durante este século é que houve alterações climáticas a nível global;
- As anteriores alterações climáticas foram locais ou regionais;
- Nunca houve uma taxa anual de aumento da temperatura como actualmente;
- O aumento da temperatura é particularmente elevado na região do Árctico;
- Não houve o MWP-Medieval Warm Period nem a LIA-Litle Ice Age a nível global.

Wibjörn Karlén desmontou uma a uma todas estas falsas afirmações, as quais não são suportadas pelos registos paleoclimáticos. O Holoceno tem sido marcado por frequentes variações climáticas.

Karlén começou por demonstrar que o MWP existiu globalmente e não local ou regionalmente. O IPCC afirma que foi apenas localizado no hemisfério Norte. No entanto, existem registos de acontecimentos do MWP nos dois hemisférios.

Neste período, situado entre os sec. X e XIV, encontraram-se registos do MWP tanto na Gronelândia, colonizada pelos vikings, como na Tasmânia ou no Peru.

Em África existem registos paleoclimáticos que atestam a existência global do MWP tanto a Norte como a Sul do Equador. O mesmo aconteceu com a LIA que deixou marcas em todos os continentes.

Demonstrou através dos estudos de Igor Poliakov, de Keith Briffa e outros, que as temperaturas actuais no Árctico são semelhantes às verificadas nos anos 40 do século XX. Antes, portanto, do suposto início do aquecimento entre 1976-2000.

Nos anos 40 verificaram-se taxas de crescimento anual da temperatura que ultrapassaram as actuais como atestam os próprios registos da Organização Meteorológica Mundial.

Karlén terminou a sua comunicação com o diapositivo inicial mas com a afirmação final:

Data do not support claims often repeated in the greenhouse debate

Ou seja, os dados paleoclimáticos não suportam as afirmações tantas vezes repetidas no debate da pseudo teoria do efeito de estufa antropogénico. Bert Bolin, o primeiro presidente do IPCC, presente no anfiteatro, abanou a cabeça em forma de reprovação.

Wibjörn Karlén, já fora da sua comunicação, afirmou que tem cada vez mais dúvidas sobre a validade das temperaturas médias globais apresentadas pelo Hadley Centre e adoptadas pelo IPCC.