sexta-feira, outubro 20, 2006

A bênção do MWP

(continuação da palestra de Fred Goldberg)

O Período Quente Medieval foi uma bênção para os camponeses pobres do norte da Europa. Aumentaram substancialmente as suas colheitas de cereais. Melhoraram as condições para a pesca e para a caça.

Existem muitas pinturas medievais que mostram a riqueza dos campos dessa época. Nessa altura as colheitas agrícolas e a produção de cerais eram florescentes nos planaltos da Escócia.

A abadia de Kelso, no sul da Escócia, possuía uma exploração agrícola com mais de cem hectares situada a 300 metros acima do nível do mar. Ainda se conseguem encontrar vestígios deste tipo de explorações na fronteira entre a Escócia e a Inglaterra.

O frio também fazia das suas apesar de se viver no Período Quente Medieval. Os preços do mercado de cereais flutuavam ao sabor das temperaturas. Desciam quando a temperatura subia.

Um outro sinal importante do clima ameno do Período Quente Medieval foi o facto de a Inglaterra se ter tornado num país produtor de vinho. Entre 1100 e 1300, os vinhedos espalhavam-se pelo sul e pelo centro da Inglaterra.

O limite vinhateiro mais a norte de Inglaterra situava-se em Hereford. Esta exploração vitícola durou até ao início do século XX. Na altura deste período quente, a França tentou negociar acordos comerciais com exclusão dos vinhos britânicos.

É possível acompanhar a variação do clima, ano após ano, através dos registos das vinhas inglesas. Os arquivos registaram os meses em que as uvas estavam prontas para se iniciarem as respectivas vindimas.

No entanto, com a aproximação do ano 1300, as geadas nocturnas começaram a aparecer cada vez mais cedo e deram cabo das vinhas inglesas.
(continua)