A história do “vilão” (3)
(continuação)
Críticas a Arrhenius
Durante um século e meio, a maioria dos cientistas considerou implausível a teoria de Arrhenius. Foi vista com cepticismo. Por exemplo, Lotka, em 1924, insistiu que os oceanos contêm 50 vezes mais CO2 do que a atmosfera.
Consequentemente, Lotka afirmou que “os oceanos actuam como um regulador da concentração atmosférica, absorvendo 95 % de todo o CO2 introduzido na atmosfera; assim, as flutuações são moderadas.”
Admitia-se que a Natureza fosse capaz de restaurar automaticamente o equilíbrio, conforme provado através dos milhões de anos da história da Terra. O optimismo de Lotka era acompanhado por muitos outros cientistas.
Assim, Blair, em 1942, reflectiu a opinião generalizada, para a época, ao escrever: “Podemos afirmar com confiança que o clima não é influenciado pelas actividades do homem, excepto local e transitoriamente.” Essa confiança no futuro e no homem duraria até 1950.
Weart, em 1997, proferiu a maior objecção à teoria do efeito de estufa antropogénico. Afirmou que o efeito de estufa está ligado ao papel superior que é representado pelo vapor de água, muito mais abundante do que o CO2.
Anteriormente, em 1951, no Compendium of Meteorology, a American Meteorological Society declarou que a teoria segundo a qual o dióxido de carbono poderia alterar o clima “was never widely accepted. And was abandoned when it was found that all the long-wave radiation (that might be) absorbed by CO2 is already absorbed by water vapour” (in Weart).
Nessa época, Callendar foi um dos cientistas que discordaram da designada teoria de Arrhenius. Segundo ele, Arrhenius concentrou-se essencialmente nos períodos glaciais. Callendar interessou-se pela discussão da variabilidade do clima de origem antropogénica. Mas a sua opinião foi-se alterando ao longo do tempo.
Em 1938, Callendar fez uma estimativa da quantidade de CO2 introduzida na atmosfera, desde 1850, pela acção do homem. Determinou o valor de 150 milhões de toneladas de CO2 dos quais 75 % permaneceriam na atmosfera.
Segundo Callendar, este aumento na concentração atmosférica foi responsável por um aumento da temperatura de 1 ºC no período estudado. Posteriormente, (“Can CO2 influence climate?”, 1949), Callendar analisou a contribuição humana ao tentar explicar o aumento das temperaturas nos primeiros anos do século XX pelo “efeito do CO2”, conforme a sua designação.
(continua)
Críticas a Arrhenius
Durante um século e meio, a maioria dos cientistas considerou implausível a teoria de Arrhenius. Foi vista com cepticismo. Por exemplo, Lotka, em 1924, insistiu que os oceanos contêm 50 vezes mais CO2 do que a atmosfera.
Consequentemente, Lotka afirmou que “os oceanos actuam como um regulador da concentração atmosférica, absorvendo 95 % de todo o CO2 introduzido na atmosfera; assim, as flutuações são moderadas.”
Admitia-se que a Natureza fosse capaz de restaurar automaticamente o equilíbrio, conforme provado através dos milhões de anos da história da Terra. O optimismo de Lotka era acompanhado por muitos outros cientistas.
Assim, Blair, em 1942, reflectiu a opinião generalizada, para a época, ao escrever: “Podemos afirmar com confiança que o clima não é influenciado pelas actividades do homem, excepto local e transitoriamente.” Essa confiança no futuro e no homem duraria até 1950.
Weart, em 1997, proferiu a maior objecção à teoria do efeito de estufa antropogénico. Afirmou que o efeito de estufa está ligado ao papel superior que é representado pelo vapor de água, muito mais abundante do que o CO2.
Anteriormente, em 1951, no Compendium of Meteorology, a American Meteorological Society declarou que a teoria segundo a qual o dióxido de carbono poderia alterar o clima “was never widely accepted. And was abandoned when it was found that all the long-wave radiation (that might be) absorbed by CO2 is already absorbed by water vapour” (in Weart).
Nessa época, Callendar foi um dos cientistas que discordaram da designada teoria de Arrhenius. Segundo ele, Arrhenius concentrou-se essencialmente nos períodos glaciais. Callendar interessou-se pela discussão da variabilidade do clima de origem antropogénica. Mas a sua opinião foi-se alterando ao longo do tempo.
Em 1938, Callendar fez uma estimativa da quantidade de CO2 introduzida na atmosfera, desde 1850, pela acção do homem. Determinou o valor de 150 milhões de toneladas de CO2 dos quais 75 % permaneceriam na atmosfera.
Segundo Callendar, este aumento na concentração atmosférica foi responsável por um aumento da temperatura de 1 ºC no período estudado. Posteriormente, (“Can CO2 influence climate?”, 1949), Callendar analisou a contribuição humana ao tentar explicar o aumento das temperaturas nos primeiros anos do século XX pelo “efeito do CO2”, conforme a sua designação.
(continua)