quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Retoma da opção nuclear nos Estados Unidos

Por Jorge Pacheco de Oliveira

Segundo notícias recentes, por exemplo, da agência AFP Barack Obama veio revelar os seus planos para construir novas centrais nucleares, algo que já não se observava nos Estados Unidos desde há cerca de 30 anos.

Mas não é nada que já não fosse esperado. As declarações de Obama, mesmo na própria tomada de posse, e as posteriores intervenções do seu secretário para a Energia, Steven Chu, faziam prever esta decisão.

Uma decisão que o autor destas linhas aplaude, pois desde há muito que considera a energia nuclear como uma das melhores opções para a produção de energia eléctrica de uma forma permanente e de baixo custo.

A electricidade com origem em energias renováveis é sempre bem-vinda, apesar da intermitência que caracteriza algumas das formas mais conhecidas, como a eólica e a fotovoltaica, mas o problema reside nos preços elevadíssimos, sem justificação, que os governos dominados pelas ideologias ambientalistas, como acontece com o nosso, permitem aos seus promotores e que estão a agravar as condições de vida dos consumidores e a economia em geral.

No seu recente anúncio, Obama prometeu uma garantia para empréstimos num valor de cerca de 8000 milhões de dólares destinados a financiar a construção, para já, de dois novos reactores na central nuclear de Vogtle, em Burke, no Estado da Georgia.

Mais significativa ainda foi a chamada de atenção de Obama para o facto de este investimento, para além de dar origem a alguns milhares de postos de trabalho temporários, durante a construção dos reactores, vir permitir a criação de cerca de 800 novos postos de trabalho, bem pagos e, note-se bem, permanentes.

Ora, novos postos de trabalho permanentes é algo que as energias renováveis não conseguem, mas que os respectivos promotores escondem do público, por motivos óbvios. E escondem, também porque contam com a ajuda de uma comunicação social pouco atenta a tais "detalhes", talvez porque se encontre enfeudada aos aquecimentos globais e a outras tolices propaladas pelo ambientalismo fundamentalista internacional.

De facto, sabendo-se que o negócio das renováveis dá dinheiro a ganhar a uns poucos investidores, que não cria praticamente nenhum novo posto de trabalho permanente e que a energia produzida custa uma fortuna aos consumidores, por que diabo os governos insistem nesta tranquibérnia? No caso do Governo português, com a parolice adicional de afirmar aos quatro ventos que Portugal é o campeão das renováveis...!