Evoluções climáticas regionais
Os modelos informáticos do clima impõem o conceito errado de clima global. Além disso, reduzem a atenção da evolução dita climática especialmente para um só parâmetro, a temperatura.
Ora a temperatura é apenas significativa quando o modo dinâmico (da circulação geral da atmosfera) é o lento. No modo rápido a pressão atmosférica passa a ser significativa. Além disso, as variações climáticas são sobretudo locais ou regionais.
Essas variações são organizadas pelo factor dinâmico existente em cada espaço aerológico. Vamos concentrar a atenção no espaço aerológico do Atlântico Norte que interessa particularmente a Portugal.
As evoluções climáticas são diferentes em função da localização das regiões relativamente às trajectórias dos anticiclones móveis polares (AMP). O clima em Portugal não é necessariamente igual ao de outra região embora situada em latitudes próximas (Lisboa e Washington, ou Porto e Boston, p.ex.).
Assim, podemos encontrar as seguintes evoluções:
- Na bacia do Árctico
Depois de ter aquecido rapidamente entre o final do século XIX e os anos 1930-1940, o Árctico arrefeceu lentamente, em todas as estações do ano (Rogers et al.). No Árctico ocidental, entre 1950 e 1990, a queda da temperatura atingiu – 4,4 º C no Inverno e – 4,9 ºC no Outono (Khal et al.). Este arrefecimento constitui o desmentido mais flagrante das previsões dos modelos.
- Na América do Norte e na Gronelândia
Observou-se um arrefecimento no Árctico canadiano e a este do Canadá onde foram batidos todos os recordes de frio. O mínimo registou-se na Gronelândia e nas províncias marítimas do Canadá (Pocklington). Toda a parte central e oriental dos Estados Unidos observou uma tendência contínua para o arrefecimento até às redondezas do Golfo do México (Kukla). As vagas de frio atingiram o Golfo, pouco severas durante os anos 1950, agravaram-se depois nos anos 1970 (Rogers et Rohli), acompanhadas por um aumento da frequência das perturbações violentas, tempestades de neve com rajadas de ventos e tornados.
- No nordeste do Atlântico (Mar da Noruega e orlas costeiras)
Registou-se uma evolução original marcada por uma alta contínua da temperatura que, no decurso dos três últimos decénios, atingiu 2 ºC à escala dos valores médios anuais, enquanto que à escala sazonal a alta mais forte foi observada no Inverno, ultrapassando 3 ºC. Recorda-se que é esta a região preferencial de importação do ar quente e húmido em troca do ar frio saído do centro do Árctico.
- No Atlântico
Notou-se uma forte tendência para o arrefecimento desde os anos 1960, tanto no ar como no mar, da Gronelândia até à Europa e às costas africanas até às Ilhas de Cabo Verde.
- Na Europa Ocidental
Teve tendência para se «aquecer», embora mais fracamente do que o Mar da Noruega. Essa tendência ficou a dever-se à passagem do ar quente devolvido à região do Árctico em troca da exportação de ar frio desta região.
Quanto mais frio está o Árctico mais exporta ar frio e importa ar menos frio. Foi a Europa Ocidental que mais sentiu as trocas meridionais de energia. Foi por esta razão, acima do factor urbano, que se registaram as maiores subidas das temperaturas.
Esta intensificação das trocas teve como consequência, nas trajectórias das passagens dos AMP, uma subida regular da pressão atmosférica sobre o Atlântico (excepto no Mar da Noruega) e sobre a Europa, nomeadamente sobre Portugal.
No decurso dos anos 1970 a evolução da pressão mudou de ritmo, pararam as fortes variações inter-anuais mantendo-se uma elevação constante e generalizada da pressão. Por exemplo, em Constança, Roménia, a subida atingiu 6 hPa (hectopascais). A elevação da pressão propagou-se à bacia do Mediterrâneo e para lá da África setentrional.
Esta alta de pressões foi ainda susceptível, em acréscimo à estabilidade da camada urbana (ver O efeito de estufa urbano), de concentrar especialmente a poluição nocturna e de favorecer o “efeito de estufa urbano” com a subida das temperaturas mínimas.
A alta das pressões é igualmente devida à formação cada vez mais frequente das aglutinações anticiclónicas de longa duração sobre a Europa e próximo do Atlântico, tanto no Verão como especialmente no Inverno.
As aglutinações anticiclónicas constituem o fenómeno mais importante no estabelecimento das ondas de calor, dos períodos de seca meteorológica, dos atrasos da queda de neve, etc., etc.
Proximamente, será dada atenção à formação das aglutinações anticiclónicas. Escusado seria dizer que não existe nenhum modelo informático do clima que represente este fenómeno fundamental das AA.
Mas não é possível compreender a dinâmica do tempo e do clima sem apreender, com todos os seus pormenores, como se formam, como permanecem e como se extinguem as AA. O anticiclone dos Açores é uma das mais famosas AA planetárias.
Ora a temperatura é apenas significativa quando o modo dinâmico (da circulação geral da atmosfera) é o lento. No modo rápido a pressão atmosférica passa a ser significativa. Além disso, as variações climáticas são sobretudo locais ou regionais.
Essas variações são organizadas pelo factor dinâmico existente em cada espaço aerológico. Vamos concentrar a atenção no espaço aerológico do Atlântico Norte que interessa particularmente a Portugal.
As evoluções climáticas são diferentes em função da localização das regiões relativamente às trajectórias dos anticiclones móveis polares (AMP). O clima em Portugal não é necessariamente igual ao de outra região embora situada em latitudes próximas (Lisboa e Washington, ou Porto e Boston, p.ex.).
Assim, podemos encontrar as seguintes evoluções:
- Na bacia do Árctico
Depois de ter aquecido rapidamente entre o final do século XIX e os anos 1930-1940, o Árctico arrefeceu lentamente, em todas as estações do ano (Rogers et al.). No Árctico ocidental, entre 1950 e 1990, a queda da temperatura atingiu – 4,4 º C no Inverno e – 4,9 ºC no Outono (Khal et al.). Este arrefecimento constitui o desmentido mais flagrante das previsões dos modelos.
- Na América do Norte e na Gronelândia
Observou-se um arrefecimento no Árctico canadiano e a este do Canadá onde foram batidos todos os recordes de frio. O mínimo registou-se na Gronelândia e nas províncias marítimas do Canadá (Pocklington). Toda a parte central e oriental dos Estados Unidos observou uma tendência contínua para o arrefecimento até às redondezas do Golfo do México (Kukla). As vagas de frio atingiram o Golfo, pouco severas durante os anos 1950, agravaram-se depois nos anos 1970 (Rogers et Rohli), acompanhadas por um aumento da frequência das perturbações violentas, tempestades de neve com rajadas de ventos e tornados.
- No nordeste do Atlântico (Mar da Noruega e orlas costeiras)
Registou-se uma evolução original marcada por uma alta contínua da temperatura que, no decurso dos três últimos decénios, atingiu 2 ºC à escala dos valores médios anuais, enquanto que à escala sazonal a alta mais forte foi observada no Inverno, ultrapassando 3 ºC. Recorda-se que é esta a região preferencial de importação do ar quente e húmido em troca do ar frio saído do centro do Árctico.
- No Atlântico
Notou-se uma forte tendência para o arrefecimento desde os anos 1960, tanto no ar como no mar, da Gronelândia até à Europa e às costas africanas até às Ilhas de Cabo Verde.
- Na Europa Ocidental
Teve tendência para se «aquecer», embora mais fracamente do que o Mar da Noruega. Essa tendência ficou a dever-se à passagem do ar quente devolvido à região do Árctico em troca da exportação de ar frio desta região.
Quanto mais frio está o Árctico mais exporta ar frio e importa ar menos frio. Foi a Europa Ocidental que mais sentiu as trocas meridionais de energia. Foi por esta razão, acima do factor urbano, que se registaram as maiores subidas das temperaturas.
Esta intensificação das trocas teve como consequência, nas trajectórias das passagens dos AMP, uma subida regular da pressão atmosférica sobre o Atlântico (excepto no Mar da Noruega) e sobre a Europa, nomeadamente sobre Portugal.
No decurso dos anos 1970 a evolução da pressão mudou de ritmo, pararam as fortes variações inter-anuais mantendo-se uma elevação constante e generalizada da pressão. Por exemplo, em Constança, Roménia, a subida atingiu 6 hPa (hectopascais). A elevação da pressão propagou-se à bacia do Mediterrâneo e para lá da África setentrional.
Esta alta de pressões foi ainda susceptível, em acréscimo à estabilidade da camada urbana (ver O efeito de estufa urbano), de concentrar especialmente a poluição nocturna e de favorecer o “efeito de estufa urbano” com a subida das temperaturas mínimas.
A alta das pressões é igualmente devida à formação cada vez mais frequente das aglutinações anticiclónicas de longa duração sobre a Europa e próximo do Atlântico, tanto no Verão como especialmente no Inverno.
As aglutinações anticiclónicas constituem o fenómeno mais importante no estabelecimento das ondas de calor, dos períodos de seca meteorológica, dos atrasos da queda de neve, etc., etc.
Proximamente, será dada atenção à formação das aglutinações anticiclónicas. Escusado seria dizer que não existe nenhum modelo informático do clima que represente este fenómeno fundamental das AA.
Mas não é possível compreender a dinâmica do tempo e do clima sem apreender, com todos os seus pormenores, como se formam, como permanecem e como se extinguem as AA. O anticiclone dos Açores é uma das mais famosas AA planetárias.
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