A história do “vilão” (1)
O Prof. Molion, já várias vezes referido no Mitos Climáticos (MC), a última das quais aqui, apelidou ironicamente o CO2 como um “vilão”. Mas, como acrescentou o professor, o CO2 é, na verdade, o gás da vida. Os seguidores do "aquecimeto global" já lhe chamaram um gás tóxico (!). Nos EUA foi, politicamente, considerado como um poluente (!).
MC vai ocupar-se nas próximas notas, baseado nos estudos de Marcel Leroux, com a evolução da percepção histórica da influência do dióxido de carbono presente na atmosfera. Ver-se-á que, em quase 200 anos, não se evoluiu muito quanto à noção do real valor deste gás para o clima.
Jean Baptiste Joseph Fourier
Em 1827, o matemático e físico francês Jean Fourier, o primeiro a pronunciar-se sobre a influência da atmosfera terrestre na temperatura à superfície do planeta, admitiu que a atmosfera aquecia como se estivesse debaixo de uma placa de vidro.
Esta ideia não é correcta, mas, por analogia, embora errada, com o que acontece numa estufa, o aquecimento da superfície do planeta devido à presença da atmosfera, acabou por ficar conhecido como “efeito de estufa”.
De facto, a superfície terrestre é aquecida pela radiação solar, mas devolve essa energia ao espaço, a radiação terrestre, sob a forma de radiação infravermelha (*1).
Os principais constituintes da atmosfera, o azoto e o oxigénio (respectivamente, 78 % e 21 % em volume), são transparentes à radiação terrestre, mas alguns dos gases residuais (em inglês trace gases) presentes na atmosfera absorvem uma parte da radiação terrestre e aumentam a sua agitação térmica, isto é, aquecem. Esse aquecimento é transmitido aos outros gases, verificando-se um aquecimento de toda a atmosfera, com maior relevo para a camada mais próxima da superfície, a troposfera.
Ficando mais quente, a própria atmosfera radia energia, como qualquer corpo quente, uma parte para o espaço exterior, outra parte, a radiação celeste, de volta à superfície terrestre (*2). O efeito da radiação celeste é o sobreaquecimento do solo e da camada da atmosfera mais próxima do solo. Desta forma, a superfície do planeta torna-se mais quente do que seria sem a existência da atmosfera. Como se sabe, o principal gás envolvido neste processo é o vapor de água. O dióxido de carbono também participa no processo, mas com um peso muito menor.
Supõe-se que Fourier sugeriu que a actividade humana poderia modificar o clima.
John Tyndall e Samuel Langley
O físico inglês John Tyndall, em 1861, realizou experiências laboratoriais para determinar as propriedades radiativas dos gases atmosféricos, nomeadamente quanto à sua capacidade de absorção das radiações.
Já em 1860, Tyndall começou por admitir que pequenas variações na composição atmosférica poderiam conduzir a variações climáticas. Descobriu que, além do vapor de água, também o metano e o dióxido de carbono eram gases com efeito de estufa.
Mas Tyndall dedicou muita atenção à absorção da radiação pelo vapor de água. Declarou então:
«…this aqueous vapour is a blanket more necessary to the vegetable life of England than clothing is to man. Remove for a single summer night the aqueous vapour from the air that overspreads this country, and you would assuredly destroy every plant capable of being destroyed by a freezing temperature.»
Em 1884, Samuel Langley analisou os efeitos da radiação infravermelha sobre os níveis da temperatura superficial. Estes trabalhos, que mereceram um prémio da National Academy of Sciences, EUA, foram utilizados mais tarde pelo sueco Svante Arrhenius.
(continua)
MC vai ocupar-se nas próximas notas, baseado nos estudos de Marcel Leroux, com a evolução da percepção histórica da influência do dióxido de carbono presente na atmosfera. Ver-se-á que, em quase 200 anos, não se evoluiu muito quanto à noção do real valor deste gás para o clima.
Jean Baptiste Joseph Fourier
Em 1827, o matemático e físico francês Jean Fourier, o primeiro a pronunciar-se sobre a influência da atmosfera terrestre na temperatura à superfície do planeta, admitiu que a atmosfera aquecia como se estivesse debaixo de uma placa de vidro.
Esta ideia não é correcta, mas, por analogia, embora errada, com o que acontece numa estufa, o aquecimento da superfície do planeta devido à presença da atmosfera, acabou por ficar conhecido como “efeito de estufa”.
De facto, a superfície terrestre é aquecida pela radiação solar, mas devolve essa energia ao espaço, a radiação terrestre, sob a forma de radiação infravermelha (*1).
Os principais constituintes da atmosfera, o azoto e o oxigénio (respectivamente, 78 % e 21 % em volume), são transparentes à radiação terrestre, mas alguns dos gases residuais (em inglês trace gases) presentes na atmosfera absorvem uma parte da radiação terrestre e aumentam a sua agitação térmica, isto é, aquecem. Esse aquecimento é transmitido aos outros gases, verificando-se um aquecimento de toda a atmosfera, com maior relevo para a camada mais próxima da superfície, a troposfera.
Ficando mais quente, a própria atmosfera radia energia, como qualquer corpo quente, uma parte para o espaço exterior, outra parte, a radiação celeste, de volta à superfície terrestre (*2). O efeito da radiação celeste é o sobreaquecimento do solo e da camada da atmosfera mais próxima do solo. Desta forma, a superfície do planeta torna-se mais quente do que seria sem a existência da atmosfera. Como se sabe, o principal gás envolvido neste processo é o vapor de água. O dióxido de carbono também participa no processo, mas com um peso muito menor.
Supõe-se que Fourier sugeriu que a actividade humana poderia modificar o clima.
John Tyndall e Samuel Langley
O físico inglês John Tyndall, em 1861, realizou experiências laboratoriais para determinar as propriedades radiativas dos gases atmosféricos, nomeadamente quanto à sua capacidade de absorção das radiações.
Já em 1860, Tyndall começou por admitir que pequenas variações na composição atmosférica poderiam conduzir a variações climáticas. Descobriu que, além do vapor de água, também o metano e o dióxido de carbono eram gases com efeito de estufa.
Mas Tyndall dedicou muita atenção à absorção da radiação pelo vapor de água. Declarou então:
«…this aqueous vapour is a blanket more necessary to the vegetable life of England than clothing is to man. Remove for a single summer night the aqueous vapour from the air that overspreads this country, and you would assuredly destroy every plant capable of being destroyed by a freezing temperature.»
Em 1884, Samuel Langley analisou os efeitos da radiação infravermelha sobre os níveis da temperatura superficial. Estes trabalhos, que mereceram um prémio da National Academy of Sciences, EUA, foram utilizados mais tarde pelo sueco Svante Arrhenius.
(continua)
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