Cosmoclimatologia (4)
(Versão parcelar do artigo “CO2: The Greatest Scientific Scandal of Our Time”, de Zbigniew Jaworowski)
Na Fig. ZJ7 traçou-se a evolução da temperatura superficial média de cinco regiões do Antárctico e a evolução da concentração do CO2 atmosférico do Hemisfério Norte, segundo Beck. A temperatura segue muito de perto a concentração.
A temperatura foi reconstruída a partir de registos locais dos isótopos estáveis do núcleo de gelo entre 1800 e 1999. A concentração foi medida, directamente, na atmosfera a partir de 1812, de acordo com a base de dados de Beck.
De acordo com o IPCC, conforme “dizem unanimemente” os modelos climáticos, o efeito do aumento da temperatura provocado pelos gases com efeito de estufa seria máximo no Antárctico e no Árctico.
Daí a procura impaciente da prova da profecia dos modelos por parte da NASA e da NOAA que gastam fortunas inúteis. Porém, a Natureza contraria essa esperança como se vê na Fig. ZJ7. Os autores desta figura (Schneider et al., 2006) * dizem mesmo que ela é representativa do Hemisfério Sul.
Nos anos 1990 a temperatura do Antárctico apresentou-se como das mais baixas de várias décadas dos últimos duzentos anos. E foi mesmo muito mais baixa do que a média entre 1961 e 1990, dada pela linha horizontal de anomalia zero (Fig. JZ7).
Fixemo-nos na parte norte do planeta e nas temperaturas indicadas pelos cilindros de gelo retirados em Summit e Daye, na Gronelândia (Fig. ZJ8). Nos últimos 8000 anos a temperatura na região do Árctico evoluiu de modo idêntico à da temperatura média global apresentada pelo IPCC no relatório de avaliação de 1990 (Fig. ZJ5). No final do século XX a temperatura da região do Árctico era mais baixa do que no Período Quente Medieval e no Período Quente do Holoceno.
Estes dois períodos quentes foram igualmente revelados nos proxies de temperatura da península Taimyr, Rússia (latitude acima de
70 ºN), nos últimos 2500 anos. Também se concluiu terem sido mais quentes do que o Período Quente Contemporâneo do século XX. Neste, o pico de temperatura situou-se em 1940 (Naurzbayev et al., 2002) *.
A medição termométrica da temperatura superficial da região do Árctico teve início em 1874 na Gronelândia. Seguiram-se nas ilhas norueguesas de Spitsbergen, no Arquipélago Canadiano e na Rússia Siberiana.
Desde essa altura, até aproximadamente ao ano 2000, a temperatura mais elevada registada em 37 estações do Árctico e seis do sub Árctico foi observada nos anos 1930. Era aproximadamente 2 ºC a 5 ºC mais elevada do que antes dos anos 1920.
Mesmo nos anos 1950 a temperatura na região do Árctico apresentou-se mais elevada do que nos anos 1990. Na Gronelândia, a temperatura nos anos 1980 e nos anos 1990 foi semelhante à observada no século XIX (Przybylak, 2000) *.
Existem registos históricos de medidas com termómetros de algumas regiões do Árctico cobrindo os últimos 100 anos (Chylek et al., 2004) *. Na Gronelândia a temperatura mais elevada ocorreu nos anos 1920.
Em 1930, naquela região, a temperatura aumentou
2 ºC a 4 ºC, nalgumas estações, e 6 ºC, noutras. Nessa época, as emissões antropogénicas de CO2 eram nove vezes inferiores às actuais (Marland et al., 2006) *.
Na zona de nascimento dos anticiclones móveis polares gronelandeses, a norte do pico de Summit, a temperatura média de verão diminuiu a uma taxa média de 2,2 ºC por década, desde o começo das medidas em 1987. Resultados semelhantes foram registados entre 1875 e 2000 em várias regiões do Árctico (Polyakov et al., 2003) *.
A divergência verificada nas calotes polares entre as medidas, evoluções e tendências detectadas com termómetros, balões e satélites e as predições dos modelos climáticos tem sido alvo de vasta discussão. De facto, a divergência entre resultados e predições representa o maior falhanço da utilização dos modelos.
Mas não é só nas calotes polares que os modelos falham. Também na zona intertropical o desacerto é flagrante. S. Fred Singer escreveu uma carta, em 13 de Fevereiro de 2007, rejeitada pela Nature, que dizia resumidamente:
«1 – A comparação entre as predições dos modelos e as observações reais contradizem a principal conclusão do IPCC de que a causa do aquecimento é “muito provavelmente” de origem antropogénica.
2 – Os modelos concluem que nos trópicos as tendências [temporais] de aquecimento crescem fortemente com a altitude atingindo o pico a cerca de 10 quilómetros da superfície.
3 – No entanto, as observações reais – balões e satélites – mostram o oposto, pois com a altitude as tendências [temporais] de aquecimento decrescem fortemente.
4 – Esta conclusão permite-nos duvidar da validade dos modelos e considerar que o efeito de estufa antropogénico é extremamente pequeno comparado com os efeitos naturais do clima que são dominantes.»
(continua)
____________
*A bibliografia pode ser consultada no original de Zbigniew Jaworowski.
Na Fig. ZJ7 traçou-se a evolução da temperatura superficial média de cinco regiões do Antárctico e a evolução da concentração do CO2 atmosférico do Hemisfério Norte, segundo Beck. A temperatura segue muito de perto a concentração.
A temperatura foi reconstruída a partir de registos locais dos isótopos estáveis do núcleo de gelo entre 1800 e 1999. A concentração foi medida, directamente, na atmosfera a partir de 1812, de acordo com a base de dados de Beck.
De acordo com o IPCC, conforme “dizem unanimemente” os modelos climáticos, o efeito do aumento da temperatura provocado pelos gases com efeito de estufa seria máximo no Antárctico e no Árctico.
Daí a procura impaciente da prova da profecia dos modelos por parte da NASA e da NOAA que gastam fortunas inúteis. Porém, a Natureza contraria essa esperança como se vê na Fig. ZJ7. Os autores desta figura (Schneider et al., 2006) * dizem mesmo que ela é representativa do Hemisfério Sul.
Nos anos 1990 a temperatura do Antárctico apresentou-se como das mais baixas de várias décadas dos últimos duzentos anos. E foi mesmo muito mais baixa do que a média entre 1961 e 1990, dada pela linha horizontal de anomalia zero (Fig. JZ7).
Fixemo-nos na parte norte do planeta e nas temperaturas indicadas pelos cilindros de gelo retirados em Summit e Daye, na Gronelândia (Fig. ZJ8). Nos últimos 8000 anos a temperatura na região do Árctico evoluiu de modo idêntico à da temperatura média global apresentada pelo IPCC no relatório de avaliação de 1990 (Fig. ZJ5). No final do século XX a temperatura da região do Árctico era mais baixa do que no Período Quente Medieval e no Período Quente do Holoceno.
Estes dois períodos quentes foram igualmente revelados nos proxies de temperatura da península Taimyr, Rússia (latitude acima de
70 ºN), nos últimos 2500 anos. Também se concluiu terem sido mais quentes do que o Período Quente Contemporâneo do século XX. Neste, o pico de temperatura situou-se em 1940 (Naurzbayev et al., 2002) *.
A medição termométrica da temperatura superficial da região do Árctico teve início em 1874 na Gronelândia. Seguiram-se nas ilhas norueguesas de Spitsbergen, no Arquipélago Canadiano e na Rússia Siberiana.
Desde essa altura, até aproximadamente ao ano 2000, a temperatura mais elevada registada em 37 estações do Árctico e seis do sub Árctico foi observada nos anos 1930. Era aproximadamente 2 ºC a 5 ºC mais elevada do que antes dos anos 1920.
Mesmo nos anos 1950 a temperatura na região do Árctico apresentou-se mais elevada do que nos anos 1990. Na Gronelândia, a temperatura nos anos 1980 e nos anos 1990 foi semelhante à observada no século XIX (Przybylak, 2000) *.
Existem registos históricos de medidas com termómetros de algumas regiões do Árctico cobrindo os últimos 100 anos (Chylek et al., 2004) *. Na Gronelândia a temperatura mais elevada ocorreu nos anos 1920.
Em 1930, naquela região, a temperatura aumentou
2 ºC a 4 ºC, nalgumas estações, e 6 ºC, noutras. Nessa época, as emissões antropogénicas de CO2 eram nove vezes inferiores às actuais (Marland et al., 2006) *.
Na zona de nascimento dos anticiclones móveis polares gronelandeses, a norte do pico de Summit, a temperatura média de verão diminuiu a uma taxa média de 2,2 ºC por década, desde o começo das medidas em 1987. Resultados semelhantes foram registados entre 1875 e 2000 em várias regiões do Árctico (Polyakov et al., 2003) *.
A divergência verificada nas calotes polares entre as medidas, evoluções e tendências detectadas com termómetros, balões e satélites e as predições dos modelos climáticos tem sido alvo de vasta discussão. De facto, a divergência entre resultados e predições representa o maior falhanço da utilização dos modelos.
Mas não é só nas calotes polares que os modelos falham. Também na zona intertropical o desacerto é flagrante. S. Fred Singer escreveu uma carta, em 13 de Fevereiro de 2007, rejeitada pela Nature, que dizia resumidamente:
«1 – A comparação entre as predições dos modelos e as observações reais contradizem a principal conclusão do IPCC de que a causa do aquecimento é “muito provavelmente” de origem antropogénica.
2 – Os modelos concluem que nos trópicos as tendências [temporais] de aquecimento crescem fortemente com a altitude atingindo o pico a cerca de 10 quilómetros da superfície.
3 – No entanto, as observações reais – balões e satélites – mostram o oposto, pois com a altitude as tendências [temporais] de aquecimento decrescem fortemente.
4 – Esta conclusão permite-nos duvidar da validade dos modelos e considerar que o efeito de estufa antropogénico é extremamente pequeno comparado com os efeitos naturais do clima que são dominantes.»
(continua)
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*A bibliografia pode ser consultada no original de Zbigniew Jaworowski.