segunda-feira, abril 21, 2008

Cosmoclimatologia (2)

(Versão parcelar do artigo “CO2: The Greatest Scientific Scandal of Our Time”, de Zbigniew Jaworowski)

De acordo com Khilyuk e Chilingar (2006) *, todas as emissões antropogénicas de CO2 durante o tempo histórico do ser humano constituem menos que
0,000 22 % do total de CO2 emitido naturalmente pelo manto terrestre durante toda a história geológica.

Nas alterações climáticas, é desprezável a influência das emissões do CO2 antropogénico provenientes dos processos de transformação de matérias-primas energéticas nas várias formas de energia utilizadas pelo Homem.

As forças da Natureza que guiam o clima (radiação e actividade solar, parâmetros orbitais, emissões naturais, circulação geral da atmosfera, etc.) têm uma ordem de grandeza 4 a 5 vezes superior ao impacto dos gases antropogénicos com efeito de estufa, mesmo sem contar com os raios cósmicos.

Quanto muito, os seres humanos são responsáveis por menos de 0,01 ºC do aumento da temperatura verificado no século passado. A hipótese de ser antropogénica a origem do Período Quente Contemporâneo é, de facto, um mito.

Os factores cosmo climáticos marcaram as variações do clima às escalas decenais, centenárias e milenárias. Durante a Pequena Idade do Gelo (1350 a 1850) o campo magnético solar apresentou-se excepcionalmente fraco.

Essa debilidade foi o reflexo de um extremamente baixo número de manchas solares verificado durante o Mínimo de Maunder (1645 a 1715) que coincidiu com a fase mais fria da Pequena Idade do Gelo. Outro mínimo de manchas solares, o Mínimo de Dalton, que aconteceu no início do século XIX, esteve associado a outra fase fria.

Por outro lado, o Período Quente Medieval e o Período Quente Contemporâneo (aprox. 1930-1960) apresentam baixas intensidades de raios cósmicos produzidos pelos ciclos solares. As evoluções das temperaturas dos seis a dez mil anos passados estiveram associadas a perturbações solares.

As temperaturas do Holoceno foram determinadas pela actividade solar relacionada com os fluxos dos raios cósmicos (Bashkirtsev et Mashnich, 2003; Dergachev et Rasporov, 2000; Friis-Christensen et Lassen, 1991; Marsh et Svensmark, 2000; Svensmark et Friis-Christensen, 1997; Xu et al. 2005; Xu et al., 2006; Bago et Buttler, 2000; Soon et al., 2000) *.

No Período Quente do Holoceno as temperaturas não podem ser atribuídas a gases antropogénicos. A evolução das concentrações do CO2 (efeito) dessa época é que se seguiu à das temperaturas (causa). Não o contrário.

Já foi publicada no MC a figura dos investigadores dinamarqueses que levantou muita controvérsia (ver Fig. 16). Na altura o post “As variações da actividade solar (5)” apresentou sumariamente a explicação de Friis-Christensen e Knud Lassen que está sob escrutínio científico.

Em 3 Abril de 2008 foi publicado um estudo de dois cientistas ingleses T. Sloan e A.W. Wolfendale que demonstra o interesse crescente deste ramo de investigação. Como não podia deixar de acontecer, nas referências bibliográficas deste artigo aparecem muitos nomes citados nos recentes posts (Palle Bago, Butler, Marsh, Svensmark, Usoskin, etc.).

(continua)
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*A bibliografia pode ser consultada no original de Zbigniew Jaworowski.