segunda-feira, abril 07, 2008

Medições directas do CO2 na atmosfera

(Cont. da tradução parcial do artigo “CO2: The Greatest Scientific Scandal of Our Time”, de Zbigniew Jaworowski)

De acordo com o anterior, somos forçados a concluir que toda a teoria do aquecimento global de origem antropogénica – com as respectivas repercussões na ciência e consequências graves na política e na economia global - se baseia em estudos de cilindros de gelo que proporcionaram um retrato falso dos teores atmosféricos de CO2.

Entretanto, mais de 90 mil medições directas do CO2 realizadas na atmosfera, por processos químicos excelentes, foram desprezadas arbitrariamente. As medições realizaram-se, entre 1812 e 1961, nos EUA, na Ásia e na Europa, com uma exactidão superior a
3 %.

Estas medições estão publicadas em 175 documentos técnicos. Mas, nas últimas três décadas foram completamente ignoradas por alguns climatologistas. O cientista alemão Ernst-Georg Beck compilou-as recentemente (Beck, 2006a; Beck, 2006b; Beck,
2007) *.

Os climatologistas ignoram-nas não porque estejam erradas. As medições até foram realizadas por vários prémios Nobel. Utilizaram-se procedimentos técnicos padrão referidos em livros de química, bioquímica, botânica, higiene, medicina, nutrição e ecologia.

A única razão para a rejeição está no facto de os resultados não se ajustarem à hipótese do aquecimento global de origem antropogénica. Zbigniew Jaworowski considera tal razão o maior escândalo científico da actualidade.

As 90 mil medições constituem uma excelente base de dados. São um precioso tesouro científico (com valores variando até 550 ppmv). Dessa base de dados, os fundadores do aquecimento global antropogénico seleccionaram apenas uma parcela mínima. Aquela que lhes convinha.

Historicamente, seleccionou-se somente uma minúscula porção de valores com baixas concentrações. São muito badalados os estudos tendenciosos do inglês Guy Stewart Callendar e do americano Charles David Keeling.

Rejeitaram-se valores elevados para formar um conjunto falso de concentrações pré-industriais baixos à volta de 280 ppmv (Callendar,1949; Callendar, 1958; Keeling, 1986) *. Este processo permitiu a especulação climática que vem sendo adicionada por outros semelhantemente espúrios.

Esta manipulação tem sido denunciada diversas vezes desde os anos 1950 (Fonselius et al. 1956; Jaworowski et al. 1992b; Slocum, 1955) *. Recentemente, em 2007, Beck realizou um estudo detalhado desta denúncia.

Os resultados do estudo monumental de Ernst-Georg Beck sobre um conjunto denso de medidas atmosféricas directas do CO2 dos séculos XIX e XX, alisados com médias de cinco anos, encontram-se na Fig. ZJ4.

As medidas atmosféricas demonstram que a mais importante mensagem política do IPCC está errada: - Não é verdade que o teor atmosférico durante a era pré-industrial fosse cerca de 25 % mais baixo do que o actual e também não é verdade que as emissões antropogénicas tenham provocado o aquecimento benéfico que usufruímos.

As medidas atmosféricas directas indicam que entre 1812 e 1961 as concentrações de CO2 flutuaram entre cerca de 150 ppmv e valores muito mais altos do que os dos dias de hoje.

À excepção do ano 1885, todas estas medidas directas deram sempre resultados mais elevados do que os dos proxies dos cilindros de gelo. Durante os 149 anos, de 1812 a 1961, houve três períodos com concentrações muito mais elevadas do que os 379 ppmv do ano 2004 (IPCC, 2007) *.

Em torno do ano 1820 a concentração atmosférica era de aproximadamente 440 ppmv. À volta de 1885 era de 390 ppmv. E nas proximidades de 1940 mediram-se novamente 440 ppmv no CO2 atmosférico.

Os valiosos dados compilados por Beck (Beck, 2007) * sugerem também que as variações das concentrações atmosféricas de CO2 se verificaram depois das variações das temperaturas.

Todas estas conclusões invalidam a hipótese do «global warming» originado pelas emissões antropogénicas de CO2.

(continua)
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*A bibliografia pode ser consultada no original de Zbigniew Jaworowski.