As variações da actividade solar (5)
Tudo parecia ter sido dito relativamente à relação actividade solar – temperatura, quando em 1991 apareceu um estudo com uma incrível, fascinante e aparente correlação entre a largura do ciclo solar em anos (compreendida entre 9,7 anos e 11,8 anos) e as anomalias das temperaturas – desvios em relação à média – do hemisfério Norte de 1860 a 1990 conforme se vê na Fig. 16 (Vd. Friis-Christensen, E. et Lassen, K., Length of the solar cycle: an indicator of solar activity closely associated with climate, Science, 254, 698-700, 1991).
Estes autores mostraram que quando o ciclo é curto a actividade solar é forte e que quando o ciclo é longo a actividade é mais fraca. Os ciclos, longos (superiores a 11 anos) no fim do século XIX e no início do XX (associados a baixas temperaturas), tornaram-se mais curtos (da ordem de 10 anos), com subidas das temperaturas, até ao período do Óptimo Climático Contemporâneo (1940-1960).
Após o óptimo climático, os ciclos alongaram-se ligeiramente até 1970 (acompanhados de um ligeiro arrefecimento), para encurtarem novamente (inferiores a 10 anos) com a verificação de uma elevação da temperatura. Até parece bruxedo!
Se a coincidência que se nota na Fig. 16 representasse a solução do problema seriam assacadas todas as culpas ao Sol. Acabariam os gastos com a burocracia e seriam poupadas resmas e resmas de papel de jornal.
A coincidência entre, por um lado, a largura dos ciclos solares e, por outro, a evolução secular da temperatura, deve ser considerada como uma covariação ou como uma real correlação? É difícil de responder categoricamente perante a ausência de um mecanismo físico perfeitamente identificado.
A par das relações surpreendentes subsistem falhas na análise estatística pela simples razão da multiplicidade de relés intermédios entre a causa e os efeitos, até ao final, sendo a questão essencial a de saber se pode existir uma relação imediata entre a actividade do Sol e um elemento isolado do clima (a temperatura). E o vento? E a chuva? E etc?
Quantos intermediários físicos existem entre os parâmetros analisados (e qual a ordem hierárquica) quando se examina, por exemplo, as condições longínquas e as locais da pluviosidade? Deve-se ficar espantado que não apareça uma correspondência evidente, e qual é então o alcance de uma permanente não – relação estatística entre parâmetros?
Outras regiões e outros parâmetros apresentam melhores relações com o ciclo solar. Tais são os casos, retirados de numerosos exemplos, entre o ciclo solar e as temperaturas de Janeiro registadas nas 19 estações do nordeste da América do Norte, as secas e as inundações no nordeste da China ou a circulação das latitudes médias do hemisfério Norte.
Parece ainda que os efeitos da actividade solar teriam de passar por intermédio do ozono que é um modelador intermédio da energia solar. Não se pode deixar de citar também as partículas emitidas pelo Sol (protões, neutrões, electrões) que interferem com as concentrações do ozono acima dos pólos e, consequentemente, com o clima.
Estes autores mostraram que quando o ciclo é curto a actividade solar é forte e que quando o ciclo é longo a actividade é mais fraca. Os ciclos, longos (superiores a 11 anos) no fim do século XIX e no início do XX (associados a baixas temperaturas), tornaram-se mais curtos (da ordem de 10 anos), com subidas das temperaturas, até ao período do Óptimo Climático Contemporâneo (1940-1960).
Após o óptimo climático, os ciclos alongaram-se ligeiramente até 1970 (acompanhados de um ligeiro arrefecimento), para encurtarem novamente (inferiores a 10 anos) com a verificação de uma elevação da temperatura. Até parece bruxedo!
Se a coincidência que se nota na Fig. 16 representasse a solução do problema seriam assacadas todas as culpas ao Sol. Acabariam os gastos com a burocracia e seriam poupadas resmas e resmas de papel de jornal.
A coincidência entre, por um lado, a largura dos ciclos solares e, por outro, a evolução secular da temperatura, deve ser considerada como uma covariação ou como uma real correlação? É difícil de responder categoricamente perante a ausência de um mecanismo físico perfeitamente identificado.
A par das relações surpreendentes subsistem falhas na análise estatística pela simples razão da multiplicidade de relés intermédios entre a causa e os efeitos, até ao final, sendo a questão essencial a de saber se pode existir uma relação imediata entre a actividade do Sol e um elemento isolado do clima (a temperatura). E o vento? E a chuva? E etc?
Quantos intermediários físicos existem entre os parâmetros analisados (e qual a ordem hierárquica) quando se examina, por exemplo, as condições longínquas e as locais da pluviosidade? Deve-se ficar espantado que não apareça uma correspondência evidente, e qual é então o alcance de uma permanente não – relação estatística entre parâmetros?
Outras regiões e outros parâmetros apresentam melhores relações com o ciclo solar. Tais são os casos, retirados de numerosos exemplos, entre o ciclo solar e as temperaturas de Janeiro registadas nas 19 estações do nordeste da América do Norte, as secas e as inundações no nordeste da China ou a circulação das latitudes médias do hemisfério Norte.
Parece ainda que os efeitos da actividade solar teriam de passar por intermédio do ozono que é um modelador intermédio da energia solar. Não se pode deixar de citar também as partículas emitidas pelo Sol (protões, neutrões, electrões) que interferem com as concentrações do ozono acima dos pólos e, consequentemente, com o clima.
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