terça-feira, janeiro 19, 2010

O “efeito de estufa” urbano

Os estudos da evolução das temperaturas máxima, mínima e média das cidades mostram, de um modo geral, que foram as mínimas que se elevaram progressivamente. Esta tendência verificou-se, sobretudo, a partir dos anos 1950.

Foram pois as temperaturas nocturnas que subiram. As temperaturas nocturnas, mais do que as diurnas, marcam mesmo a evolução da temperatura média. De facto, de um modo geral, a temperatura máxima não apresenta uma clara evolução de subida.

Todas estas conclusões têm justificação nas urbanizações citadinas. T. R. Oke no livro Boundary Layer Climates apresenta as seguintes causas principais para estas conclusões:

- O espaço urbano produz uma diminuição do albedo em relação ao espaço circundante (donde uma absorção relativamente mais elevada da radiação solar);

- A poluição contida no interior do volume urbanizado conduz a uma atenuação da radiação solar directa da ordem de 5 % a 10 %;

- No entanto, essa redução é compensada por um aumento da radiação difusa devida à poluição (no infravermelho, as partículas em suspensão aumentam a difusão);

- O armazenamento do calor (que se acumula no Inverno com o excesso da actividade humana diurna e a respectiva emissão antropogénica) provoca um desfasamento térmico de uma a duas horas (em relação ao ritmo cósmico diurno);

- Os edifícios citadinos fazem com que haja uma diminuição da velocidade do vento em razão da rugosidade das superfícies que encontra no seu trajecto.

Estas causas traduzem-se no efeito de temperaturas mais elevadas na parte central dos aglomerados urbanos que formam uma ilha de calor urbano decrescente do centro para a periferia. O efeito desta ilha de calor evidencia-se sobretudo à noite.

Na cidade forma-se, acima das coberturas, uma camada urbana de ar (urban boundary layer). Essa camada tem uma espessura da ordem de 200 a 300 metros durante a noite. Durante o dia, pode ser superior a 500 metros (ver Fig. 196).

O estrato inferior da camada, ou camada de superfície, é turbulento (especialmente de dia) em razão das trocas permanentes de calor e humidade. A camada de superfície é estável durante a noite. Durante o dia, pelo contrário, apresenta-se como uma camada mista instável.

A camada de superfície nocturna é quente e o ar poluído está concentrado nas baixas camadas em razão da relativa estabilidade do ar. Ela adensa-se durante o dia e torna-se instável. A taxa de poluição diminui com o acréscimo do volume de ar correspondente.

As condições óptimas para a formação da cúpula de calor encontram-se presentes durante a noite. Tanto de dia como de noite, as condições óptimas são favorecidas pelos seguintes factores:

- Pelo ar anticiclónico (que reduz a espessura da camada urbana, nomeadamente de noite, e concentra a poluição);

- Pelo tempo claro (a nebulosidade nivela as condições urbanas e rurais);

- Pelo vento fraco ou calmo (que não dispersa a poluição).

Já se viu anteriormente que estas são condições que se encontram numa estabilidade anticiclónica provocada pelas aglutinações dos anticiclones móveis polares.

A alteração térmica introduzida pela urbanização das cidades (urban bias) é estimada em valores divergentes consoante as fontes. O extremo superior aponta para metade do valor indicado para a subida do índice “temperatura média global” no século passado.

Mas acima destes fenómenos locais está a dinâmica da circulação geral da atmosfera. Será esta que analisaremos, oportunamente, em relação ao espaço aerológico regional que interessa a Portugal.
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Nota inf.: Por motivos de saúde a publicação de posts será interrompida até que seja possível retomá-la.

Fig.196 - Ilha de calor urbano. Fonte: Marcel Leroux.

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segunda-feira, janeiro 18, 2010

Do global ao local

A ideia do aquecimento global do planeta, que não chega sequer a constituir uma hipótese e muito menos uma tese, com separação de factos, ou uma teoria científica observável, previsível e refutável, repousa em três pressupostos já aqui várias vezes referidos, mas que vale a pena retomar e sintetizar:

1) Na curva do índice meteorológico “temperatura média global”, que supostamente confirma as previsões (quando cresce, mas não quando decresce...);

2) Na curva da “concentração atmosférica do CO2”, que tem vindo a aumentar após o fim da última glaciação;

3) Nas “previsões dos modelos informáticos do clima”, que “dizem”, todos eles, que aquele índice da temperatura aumenta indefinidamente (acompanhando a subida anual, monótona, das concentrações).

Destes três pontos, apenas um é verdadeiro, o segundo, que refere o aumento anual das concentrações do dióxido de carbono (o natural, acrescido do antropogénico).

Os índices das temperaturas crescem e decrescem e as previsões podem falhar, a curto e a médio prazo.

Os modelos, entre outras coisas, impõem a noção de uma evolução “global” do clima. O globo terrestre estaria a aquecer no seu todo. Este aquecimento conjunto teria apenas intensidades diferentes consoante as latitudes.

Nada disto é verdade. Não existe clima global. Há regiões que aquecem, ao mesmo tempo que outras arrefecem. Depende do espaço aerológico em que estão situadas (de entre os seis que se podem definir para todo o planeta).

Localmente, sim, existem culpas no cartório do Homem, pelo uso dos solos sem consideração pelas alterações que com esse uso se introduz no albedo.

O que é verdade é que as grandes cidades, com o desenvolvimento urbano, apresentam uma tendência para um aquecimento crescente. É o fenómeno conhecido pela expressão “ilhas de calor urbano”.

Uma crítica frequente na análise da construção do índice “temperatura média global” refere-se à falta de consideração das ilhas de calor urbano na evolução das curvas apresentadas oficialmente.

A pertinência desta crítica pode ser examinada à luz da evolução da temperatura de qualquer cidade. Existem estudos profundos sobre esta matéria. Um dos mais citados é o de Goodridge para a Califórnia (1), embora extensivo às cidades espalhadas pelo Mundo afora.

Goodridge comparou a evolução térmica das cidades, distinguindo as cidades com mais de um milhão de habitantes, de 100 mil a um milhão e com menos de 100 mil habitantes. Concluiu que:

O aparente global warming é, na realidade, devido à perda de calor que afecta somente as superfícies urbanizadas” … “O aquecimento na Califórnia, não é mais do que um fenómeno urbano”.

As medidas das temperaturas (em ºC) são realizadas à escala local, em estações meteorológicas bem repartidas pelo território da Califórnia. Mede-se diariamente a temperatura mínima (Tn) e a temperatura máxima (Tx).

São em seguida calculadas a amplitude térmica diária ∆m (Tx-Tn) e a temperatura média diária, Tm [por comodidade segundo a fórmula (Tx+Tn) / 2, cujo resultado difere pouco da média real dos 24 valores horários, ou até mais].

Devido à localização das estações meteorológicas, estas sofrem mais ou menos fortemente a influência das cúpulas de calor associadas às cidades. Na verdade, a evolução da temperatura está associada ao desenvolvimento das cidades californianas.

As estações meteorológicas foram sendo progressivamente englobadas nas próprias cidades ou na extensão da sua cúpula de calor. Mas esta conclusão de Goodridge é assim tão simples e exprime-se na realidade dos dados observados da temperatura? É o que procuraremos ver a seguir.
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(1) Goodridge, J.D., Comments on regional simulations of greenhouse warming including natural variability, Bull. Amer. Meteorol. Soc., vol. 77, 3-4, 1996.

quinta-feira, janeiro 14, 2010

Perguntas e respostas do Prof. Molion (4)

11 - Por falar em energia, quais as fontes o senhor acredita que o Brasil deveria priorizar para assegurar o crescimento da economia previsto para os próximos anos?

R. O Brasil pode explorar mais a hidroelectricidade, pois ainda tem cerca de 70% de seu potencial inexplorado. E o biodiesel, que hoje é feito de óleo de soja, pode ser feito de óleo de palmáceas nativas amazónicas, como buriti, por exemplo, e de dendê (palma africana), que poderia ser plantada para recuperar as terras desmatadas e degradadas na Amazónia. Existem mais de 660 espécies de palmáceas nativas na Amazónia, que é uma verdadeira “Arábia Saudita” verde e renovável, cujos “poços” estão em cima da superfície. Colhem-se apenas os frutos e, no ciclo seguinte, a planta os renova. Particularmente no Nordeste, pode-se utilizar a energia solar abundante na Região, convertendo-a em energia eléctrica por meio de concentradores solares de calha parabólica, por exemplo.

Há preocupacções com cana-de-açúcar e soja, que são plantações extensas, que dependem das condições climáticas que não serão favoráveis nos próximos 20 anos. A actividade solar estará diminuindo nos próximos 22 anos e o Oceano Pacífico, que ocupa 35% da superfície terrestre, estará esfriando nesse mesmo período. Minha hipótese é que estaremos entrando em um resfriamento global e isso é ruim para o Brasil. A última vez que isso ocorreu, entre 1947-1976, choveu menos e disponibilidade hídrica foi menor e a frequência de geadas foi maior nos invernos. Isso, por exemplo, erradicou o cultivo do café no Paraná. Outra preocupação com cultivos extensos é que, actualmente, não trazem benefício social algum. Há que se encontrar uma forma de evitar esse aspecto para beneficiar a população local. Não sou favorável à energia eólica, pois, além de ter sua implantação dispendiosa, não se têm ventos fortes e persistentes no Brasil, adequados para seu aproveitamento. Vento depende de sistemas de altas e baixas pressões atmosféricas, é errático ou caótico, e não pode ser “programado” para soprar no período de pico de consumo, por exemplo, das 18h às 20h.

12 - O que precisa ser mudado no comportamento da indissolúvel relação que o homem mantém com o meio ambiente?

R. A conservação ambiental é condição essencial para sobrevivência da Humanidade. Temos que mudar nossos hábitos de consumo se quisermos que as geracções futuras tenham condições de vida semelhantes às nossas. E isso não tem nada a ver com mudanças climáticas. Aqueça ou esfrie, a conservação ambiental é necessária.

13 - Como o Brasil deveria gerir o uso dos mais diversos recursos naturais disponíveis em nosso território, principalmente na Amazónia? Que investimentos em ciência e tecnologia têm de ser contemplados?

R. A grande riqueza da Amazónia é sua biodiversidade e o desmatamento acaba com essa biodiversidade. Sabe-se muito pouco dessa biodiversidade, particularmente no que concerne a insectos talvez menos de 10%. Existem técnicas de desenvolvimento para a Amazónia que podem ser aplicadas sem que haja destruição. Os investimentos em C&T devem se voltar para esses aspectos de desenvolvimento duradouro, em harmonia com as condições ambientais. Poderia começar, de imediato, com silvicultura (enriquecimento florestal, com espécies de alto valor comercial), sistemas agroflorestais e agrosilvipastoris, extractivismo de alta tecnologia de fármacos (alcalóides, aminoácidos, por exemplo), óleos essenciais, produtos nutricionais (de plantas e animais), que usam e não destroem a floresta. Em um prazo maior, contemplar pesquisas em recuperação de áreas degradadas, óleoquímica de óleos de palmáceas, fitomelhoramento, bioquímica, bioengenharia, entre outras.

14 - A afirmação que 70% das emissões de carbono brasileiras vem da destruição e queimadas na Amazónia está correcta?

R. Não, esse número é exagerado! Isso porque, para se calcular as emissões de CO2, é necessário se conhecer a densidade da biomasssa, ou seja, quantas toneladas de matéria vegetal seca existe por hectare (t/ha). Um número médio, aceite para a Amazónia Brasileira, é 300 t/ha. Entretanto, a área que está sob pressão da agropecuária, o chamado “arco do desmatamento”, é uma floresta de transição que é submetida a um período de baixa precipitação pluviométrica, estendendo-se de 4 a 6 meses. Nessas áreas, a densidade de biomassa é menor, possivelmente entre 100 t/ha e 150 t/ha e, portanto, mesmo que se considere a libertação de 100% do carbono na queima, o que de facto não ocorre, ainda assim as emissões de carbono na fronteira agrícola seriam da ordem de 50% a 60% menor que as estimadas actualmente. É desnecessário enfatizar que há necessidade de se diminuir o desmatamento, não só por conta da fantástica biodiversidade existente na região, como também pelo facto de o maior impacto do desmatamento ser a erosão, que degrada os solos já pobres, em média, assoreia os rios, muda a qualidade da água e da vida aquática, além de mudar seus regimes hidrológicos.

15 - Outras consideracções importantes ?

R. O homem não tem condições de mudar o clima global, mas tem grande capacidade de modificar/destruir seu ambiente local. A Terra tem 71% de oceanos e 29% de continentes. Desses 29%, metade é constituída de gelo (geleiras) e areia (desertos). Do restante, 7 a 8% estão cobertos com florestas nativas e plantadas. O homem manipula, então, cerca de 7% da superfície global e, portanto, não pode destruir o mundo. Os oceanos, juntamente com a actividade solar, são os principais controladores do clima global. Mas, existem outros controladores externos, como aerossóis vulcânicos e, possivelmente, raios cósmicos galácticos que podem interferir na cobertura de nuvens. Em resumo, o clima da Terra não é resultante apenas do efeito-estufa ou do CO2 e sua concentração. Ele é um produto de tudo que ocorre no Universo e que interage com nosso Planeta. Como foi dito, a conservação ambiental é independente de mudanças climáticas e é necessária para a sobrevivência da Humanidade.

terça-feira, janeiro 12, 2010

Perguntas e respostas do Prof. Molion (3)

8 - O senhor crê na ideia de que o Protocolo de Quioto não produz efeitos no clima da Terra? E quanto ao Protocolo de Montreal, que obrigou os 191 países signatários a extinguirem o CFC e outras substâncias destruidoras de ozono?

R. Sob o ponto de vista de efeito-estufa e de aquecimento global, o Protocolo de Kyoto é inútil, assim como serão quaisquer tentativas de reduzir as concentracções de carbono na atmosfera e “combater o efeito-estufa” que venham a sair da COP 15! Nele, é proposta uma redução de 5,2% das emissões relativas aos níveis do ano 1990. Estamos falando de cerca de 0,3 biliões de toneladas de carbono por ano (GtC/ano). Para se ter uma ideia, estima-se que os fluxos naturais entre os oceanos, solos e vegetação somem cerca de 200 GtC/ano. A incerteza admitida nessas estimativas, perfeitamente aceitável, é de 20%, o que representa um total de 40 GtC/ano, para cima ou para baixo (80GtC/ano), 13 vezes mais do que o homem coloca na atmosfera e 270 vezes a redução proposta por Kyoto.

Entretanto, mecanismos de desenvolvimento limpo (MDL) , actividades humanas que reduzam a poluição (note, poluição e não CO2!) do ar, das águas e dos solos, reflorestamento de áreas degradadas, são medidas sempre muito bem vindas e devem ser apoiadas! É importante não confundir conservação ambiental com mudanças climáticas! Aqueça ou esfrie, temos que conservar o ambiente, mudar nossos hábitos de consumo, para a própria sobrevivência da espécie humana! Dados a minha idade (63 anos) e conhecimento dessa área, eu já vi algo muito semelhante ocorrer no passado próximo, utilizando exactamente a mesma “receita”: a eliminação dos CFCs (Protocolo de Montreal) sob a alegação que destruíam a camada de ozono.

Em minha opinião, foi uma grande farsa, um grande golpe económico para que as indústrias, que detinham as patentes dos substitutos e que têm suas matrizes no G7, e lá pagam impostos sobre seus lucros, explorassem os países em desenvolvimento, particularmente os tropicais (Brasil, Índia...) que precisam de refrigeração a baixo custo. É sabido que a concentração de ozono depende da actividade solar, mais especificamente, da produção de radiação ultravioleta (UV) pelo Sol. Ou seja, o ozono não filtra a UV e, sim, a UV é consumida, retirada do fluxo solar para a formação do ozono. O Sol tem um ciclo de 90 anos. Esteve num mínimo desse ciclo no final o Século XIX e na primeira década do Século XX e apresentou um máximo em 1957/58, Ano Geofísico Internacional, quando a rede de medição das concentracções de ozono se expandiu e os dados de ozono passaram a ser amplamente colectados e disseminados.

A partir dos anos 1960, a actividade solar (UV) começou a diminuir e a camada de ozono teve suas concentracções reduzidas paulatinamente. O Sol está iniciando um novo mínimo do ciclo de 90 anos e estará com actividade baixa nos próximos 22 anos, até cerca de 2032. A camada de ozono atingirá seus valores mínimos desde que começou a ser monitorada nesse período. Mas, como os CFCs já foram praticamente eliminados e a exploração económica já foi resolvida, não se fala mais sobre o assunto. Em princípio, o Sol só voltará a um máximo, semelhante ao dos anos 1960, por volta do ano 2050. Só aí, possivelmente, é que a camada de ozono venha a atingir os mesmo níveis dos anos 1950/60. O aquecimento global antropogénico segue a mesma “receita” que eliminou os CFCs. Esses gases estáveis, não tóxicos e não-corrosivos, tinham um terrível “defeito”: não pagavam mais direitos de propriedade (“royalties”). Hoje se vê claramente quem foram os beneficiados por tal falcatrua. Os do aquecimento global antropogénico ainda não são óbvios, mas a História dirá!

9 - A elevada concentração, na atmosfera, de CO2 e outros gases que supostamente causam o efeito de estufa não interfere na saúde humana?

R. O principal gás de efeito-estufa, se é que esse efeito existe, é o vapor d’ água, água na forma de gás. Em alguns lugares e ocasiões, sua concentração chega a ser 100 vezes superior à do CO2. Este, por sua vez, é um gás natural, é o gás da vida. Na hipótese, altamente absurda, de conseguirmos eliminar o CO2 da atmosfera, a vida cessaria na Terra. O homem e os outros animais não produzem os alimentos que consomem. São as plantas que o fazem, por meio da fotossíntese, absorvendo CO2 e produzindo amidos, açúcares e fibras. Outros gases, como metano e óxidos de nitrogénio estão presentes em concentrações muito baixas, que não causam problemas.

A propósito, as concentrações de metano se estabilizaram nos últimos 20 anos, embora as actividades agropecuárias, como orizicultura e pecuária ruminante, continuem a se expandir. A pecuária, por exemplo, cresce numa taxa de 17 milhões de cabeças por ano e o Brasil já passou de 200 milhões de cabeças. Fala-se muito que aumento de temperatura global aumentaria o número de doenças que dependem de mosquitos como vectores (febre amarela, malária, dengue, por exemplo). O mosquito anofelino, que transmite a malária, foi encontrado em tumba de faraó, de mais de 5 mil anos de existência. Convém lembrar que a malária matou milhares de pessoas na Sibéria, nos anos 1920, um período muito frio, e que já foi encontrado Aedes Aegypti vivendo a –15°C (abaixo de zero). Esses mosquitos que passaram por várias mudanças climáticas, já sobreviveram a climas mais quentes e frios e continuam matando seres humanos. Portanto, o problema seria mais de saneamento básico do que clima. Entretanto, todo o esforço que se fizer para diminuir a poluição do ar, águas e solos, será muito benéfico para a Humanidade.

10 - A mudança de paradigma energético não poderia beneficiar a civilização contemporânea e as futuras gerações, promovendo o desenvolvimento de novas tecnologias e gerando emprego e renda no campo e nas cidades?

R. Energia é a mola do desenvolvimento e será o grande problema da Humanidade no futuro próximo. A matriz energética global está baseada em combustíveis fósseis, carvão mineral e petróleo, ambos não-renováveis. Porém, não é o carbono desses combustíveis que polui e sim alguns de seus constituintes, principalmente o enxofre neles contido. O enxofre é poluição e há tecnologia disponível para eliminar sua emissão para a atmosfera. Sua adopção, porém, faria com que a energia eléctrica gerada custasse mais cara! Até se conseguir outras formas não-poluentes de gerar energia, como hidrogénio ou fusão (não fissão) nuclear, é importante que a Humanidade diversifique a matriz energética, explorando as renováveis, como solar e biomassa (lenha, carvão vegetal, etanol e biodiesel). Há que se ter cuidado, porém. Nos EEUU, o etanol está sendo feito de milho e isso está interferindo na cadeia alimentar do ser humano, ou directamente, ou indirectamente uma vez que o milho é um dos componentes das rações animais.

Nota: O Prof. Molion deu uma entrevista para o Programa Canal Livre, TV Band, no domingo passado, dia 10. O programa tem uma audiência de 7 milhões de telespectadores, segundo a emissora. Veja-se a entrevista (nos vídeos 1 a 6) no site:

www.band.com.br/canallivre/videos.asp

Ela só fica na web até domingo que vem, quando será reposta pela nova entrevista. Parece que está fazendo sucesso.

domingo, janeiro 10, 2010

Neve no Porto

[Actualização de 11-01-2010 com a Obs. final]

Cai neve um pouco por todo o país (sapo.pt)
10 de Janeiro de 2010, 11:48

A neve caía às 10:40 de hoje com intensidade nos distritos da Guarda e Viseu, disse à Agência Lusa fonte da Autoridade Nacional de Protecção Civil, acrescentando que nevava também no Porto e chegaram a cair alguns flocos em Abrantes.


Ao todo, sete distritos do norte do país registavam queda de neve na manhã de hoje, mas só em volta do maciço central da Serra da Estrela e em algumas estradas municipais do distrito de Viseu foi necessário cortar a circulação automóvel.

A neve caía no distrito de Viana do Castelo (Ponte da Barca e Ponte de Lima), em Braga (Braga, Fafe, Guimarães e Vizela), no Porto (Porto, Paredes, Maia, Amarante, Trofa, Lousada, Matosinhos e Felgueiras), no distrito de Vila Real (Mondim de Basto, Ribeira de Pena, Régua e Montalegre).

Ao SAPO chegou a informação de que também cai neve no distrito de Portalegre (Serra de S. Mamede e Elvas).

Registava-se queda de neve também no distrito de Aveiro, na Serra da Freita, no concelho de Arouca.

O trânsito está condicionado nalgumas zonas altas da Covilhã e a Câmara está a espalhar sal nas ruas para derreter a neve, que cai sem parar desde as 07:30 de hoje, disse fonte da protecção civil municipal.

Há algumas ruas mais íngremes onde a circulação não é aconselhada e o acesso à Serra da Estrela está cortado logo à saída da Covilhã, onde se encontram elementos da GNR.
Na Serra da Estrela, todas as estradas de acesso ao maciço central estão cortadas desde as 09:30.


Segundo o Comando Distrital de Operação de Socorro (CDOS) de Castelo Branco, neva um pouco por todo o distrito, com mais intensidade a norte da Serra da Gardunha, onde o manto branco se tem acumulado.

No entanto, não há registo de quaisquer acidentes relacionados com o nevão.

O fenómeno raro de queda de flocos de neve na cidade do Porto, segue-se às notícias que anunciam nevões por todo o lado no Hemisfério Norte. O blogue O Insurgente tem noticiado largamente estes factos. Ler por exemplo:

Arrefecimento local provoca danos na Europa

Cuidado com o frio…

E ainda recebeu um bónus…

Interessa destacar que esta situação do HN resulta da actividade do Pólo Norte (incluindo o Norte da Gronelândia) que envia anticiclones móveis polares (AMP) intensos e frequentes definidores do actual modo rápido. A região boreal está mesmo muito fria.

E este modo rápido define, por sua vez, um cenário de não-aquecimento contrariamente ao que tem sido diagnosticado erradamente. Antes pelo contrário acentua-se um cenário de arrefecimento com consequências para a seca meteorológica, p.e.

Do mesmo modo, as depressões que originaram os danos na região do Oeste, Estremadura, foram geradas pelo movimento dos AMP que recolheram o substrato húmido e menos frio que foram encontrando na sua trajectória meridional. Quanto mais potentes são os AMP mais cavadas são as depressões que provocam.

Transcreve-se igualmente a nota do IM:

Situação de Tempo Severo na Região Oeste
2009-12-28 (IM)


Na madrugada do dia 23 de Dezembro de 2009, a região do Oeste de Portugal Continental foi atravessada por uma depressão muito cavada, tendo sido registado um valor mínimo da pressão ao nível médio do mar de 969.4 hPa às 04:20 horas locais na estação do Cabo Carvoeiro.


De acordo com uma análise preliminar, no presente episódio e considerando a rede de estações do IM (cuja distância média entre estações é inferior a 30 km), verificou-se que foi também na mesma estação que se registaram os valores mais elevados da intensidade do vento. Em particular, o vento médio atingiu cerca de 90 km/h às 4:40 e a rajada 140 km/h às 4:50 de dia 23.

O cavamento da depressão, ou seja, a diminuição da pressão no seu centro, foi muito acentuado, em particular no momento da passagem sobre o território. Uma análise preliminar permite estimar um cavamento de cerca de 20 hPa num período de 24 horas, o que à latitude de Portugal Continental permite classificar este evento como um episódio extremo.

As observações efectuadas pelo sistema de radar Doppler de Coruche permitiram identificar e seguir o referido núcleo depressionário, à aproximação e passagem pela referida região. Na animação do produto MAXZ (ver Enciclopédia METEO.PT/Observação Remota/Radar) o núcleo depressionário começa a ser identificado pelas 3:10 UTC ainda sobre o mar, a sudoeste do Cabo Carvoeiro; pelas 4:20 UTC, no seu deslocamento para nordeste, o núcleo da depressão encontra-se já sobre o mesmo cabo, à hora a que foi observado na referida estação o valor mínimo de pressão atmosférica. Ao prosseguir o seu movimento para nordeste, para o interior do território, o núcleo depressionário foi enchendo (aumentando a pressão no seu centro) e os ventos associados diminuindo de intensidade.


O presente episódio é semelhante a outros que ocorreram em Portugal Continental no passado, como são exemplos os temporais de 5 a 6 de Novembro de 1997 no Alentejo e de 6 a 7 de Dezembro de 2000 no litoral Norte e Centro.

É importante clarificar que este fenómeno não se enquadra na classe de ciclones tropicais, cuja natureza é distinta da do fenómeno actual. Por exemplo, é de notar, que um ciclone tropical de categoria 1 apresenta vento médio superior a cerca de 120 km/h, valor que não foi registado em nenhuma das estações da rede do IM.

Ver sequência de imagens, geradas pelo sistema RADAR Meteorológico do IM, I.P., da situação dia 23 Dezembro 2009.

Em contrapartida, no Hemisfério Sul as ondas de calor sucedem-se após a formação de aglutinações anticiclónicas (AA) geradas por AMP de origem austral igualmente potentes, mesmo para a época do ano. Esta situação reflecte igualmente o frio registado na região austral e, também, o modo rápido predominante.

Um facto curioso é o da sistemática formação de aglutinações anticiclónicas em Portugal, desde o início do Outono e no Inverno, interrompidas pela situação acima explicada pelo IM relativamente às depressões.

Após a passagem das depressões logo se formaram mais AA. Estas AA não deram origem a ondas de calor devido à reduzida temperatura dos solos (menor contra radiação terrestre) e à menor luminosidade que se verifica em quase todo o território.

Obs.: De acordo com o solicitado por vários leitores, sugere-se a leitura dos posts de Maio de 2005 dedicados aos AMP e às AA.

sexta-feira, janeiro 08, 2010

Perguntas e respostas do Prof. Molion (2)

4 - Há interesses económicos por trás das hipóteses apresentadas por esses pesquisadores do painel climático, materializados, inclusive, pela actuação de ONGs e outras entidades de actuação mundial?

R. É difícil afirmar, actualmente, que haja interesses económicos. Alguns acham que sim, que seria uma “armação” do G7 para desacelerar o desenvolvimento dos países do segundo grupo (Brasil, Rússia, Índia e China = BRIC). O G7 é um grupo de países falidos, como a Inglaterra e Japão, que não dispõem de recursos naturais e energéticos, e sobrevive de explorar financeira e tecnicamente o resto do mundo. Nos últimos anos, prevendo a perda de sua hegemonia, que dura mais de mil anos, “aceitaram” que fosse criado o G20. Para mim, quando ouço o refrão “é preciso reduzir as emissões de carbono...”, eu o entendo como “...há que se reduzir a geração de energia eléctrica...”, para que os países subdesenvolvidos não possam se desenvolver. Isso condena a população desses países a um baixo IDH [Índice de Desenvolvimento Humano].

Talvez seja o renascimento da velha teoria malthusiana, travestida de “conservação ambiental”, uma nova teoria “ecomalthusiana”. Outros, aproveitam para fazer disso um modus vivendi (modo de sobrevivência). Muitos cientistas, por exemplo, aceitam o aquecimento global para poderem receber verbas para seus projectos de pesquisas. E, certamente, muitos outros se aproveitam da situação e da ignorância da população leiga, e porque não dizer de grande parte dos políticos e administradores, sobre o assunto de mudanças climáticas e procuram tirar proveito em benefício próprio. É o caso do comércio de quotas de carbono (“cap and trade”), cujo objectivo certamente não é conservação ambiental. O passar do tempo mostrará os factos reais!

5 - Em que acções mais práticas e benéficas para a humanidade o dinheiro gasto pelo IPCC deveria ser aplicado?

R. O IPCC, em si, não gasta muito dinheiro, mas recomenda pesquisas nas quais se gasta muito dinheiro. Segundo fontes diversas, já foram gastos mais de US$50 biliões com pesquisas, particularmente em desenvolvimento e simulações de modelos de clima e supercomputadores, sobre o aquecimento global nos últimos 15 anos. Pelo menos parte desse dinheiro poderia ter sido revertida para melhorar o IDH de muitos povos, particularmente na África, não excluído o Brasil. As acções não devem ser paternalistas ou assistencialistas e sim visar à transferência de tecnologia (adaptação) para que esses povos caminhem com suas próprias pernas. O velho ditado chinês: “Não dê o peixe, ensine a pescar”.

6 - Pesquisadores que não concordam com a tese do IPCC sofrem algum tipo de retaliação por parte de governos e/ou comunidade académica? Em caso positivo, como esse boicote ocorre?

R. Certamente!. Quem não é a favor do aquecimento global antropogénico sofre retaliações, tendo seus projectos não aprovados e seus artigos não aceites para publicação. Eu, particularmente, não me preocupo com tais boicotes, pois sou professor de universidade pública, concursado e, portanto, não podem me prejudicar directamente. Se não dão recursos para minhas pesquisas, continuo meu trabalho dentro das limitacções que me são impostas. E, estão prejudicando a Nação, a Sociedade e não a minha pessoa em particular.

7 - Como o senhor avalia a cobertura da imprensa brasileira e internacional sobre as alardeadas mudanças climáticas e outras questões ambientais com as quais a sociedade moderna se depara?

R. Infelizmente, a imprensa, nacional e estrangeira, dá uma ênfase exagerada ao aquecimento antropogénico do clima. Em particular, a nossa mídia, televisada e escrita, apenas repete o que vem de fora, sem fazer críticas. Talvez isso ocorra ou por falta de conhecimento, desinteresse dos jornalistas sobre o tema ou interesses dos controladores desses veículos de comunicação. A mídia está impondo uma anestesia, uma verdadeira lavagem cerebral aos cidadãos comuns, que ficam com a impressão de que o homem é responsável pela mudança no clima, o grande vilão. A mídia deveria ser “neutra”, ouvir opiniões contrárias, um veículo de informacções, e tentar apenas relatar o conhecimento científico comprovado e suas limitações.

Mas isso já aconteceu antes. No início dos anos 1940 se dizia que o mundo estava “fervendo e estava sufocante” com o aquecimento natural que ocorreu entre 1925-1946. E, no início dos anos 1970, ao contrário, se dizia que estávamos à beira de uma nova era glacial, devido ao resfriamento global que ocorreu entre 1947-1976. Em adição, exploram os eventos meteorológicos catastróficos que ocorrem como argumento de que o clima está mudando. Eventos severos sempre ocorreram no passado, muito antes de o CO2 chegar a essa concentração. A maior seca no Nordeste do Brasil ocorreu em 1877-1879 em que, segundo Euclides da Cunha em “os Sertões”, morreram meio milhão de nordestinos.

As 3 maiores cheias em Manaus, ocorreram em 1953, 1976 e 1922, quando o Pacífico estava frio. A cheia recorde de 2009 também ocorreu com o Pacífico frio e com a “temperatura média global” em declínio, constatação feita com dados de satélites nos últimos 10 anos. O furacão mais mortífero no EEUU, ocorreu em 1900, Galveston, Texas, que ceifou a vida de mais de 10 mil pessoas, uma época em que a densidade populacional era 6 vezes menor que a de hoje. É preciso não confundir intensidade dos fenómenos meteorológicos com vulnerabilidade da Sociedade, que aumenta com o aumento populacional. Em adição, a Sociedade tende a se aglomerar em grandes cidades e um fenómeno com a mesma intensidade torna-se mais catastrófico actualmente. O homem não tem capacidade de mudar o clima global. Ele tem grande capacidade de modificar seu entorno, seu próprio ambiente.

quarta-feira, janeiro 06, 2010

Perguntas e respostas do Prof. Molion (1)

O MC vai dar início a uma série de posts em que publica as respostas do Prof. Carlos Molion a um conjunto de 15 perguntas pertinentes sobre climatologia.

1 - Quais são as falhas contidas nas conclusões propagadas pelo IPCC quanto ao aquecimento global causado pela “acção antropogénica”?

R. O IPCC não comprova que o aquecimento global seja produzido pelo homem. Os estudos realizados mostraram que a variabilidade natural do clima é grande, que o aquecimento global ocorrido está dentro dos limites da variabilidade natural e que é impossível, com o conhecimento actual que se tem sobre o clima, identificar e comprovar a contribuição humana, se é que existe, para esse aquecimento. São 3 argumentos básicos que estão contidos na minha versão mais recente do aquecimento.

A) As séries da temperatura média global não são representactivas. Nos últimos anos, o número de estacções climatométricas foi drasticamente reduzido, de cerca de 14 mil no final da década de 1960 para menos de 1.000 que são utilizadas hoje pelo Goddard Institute for Space Studies (Dr. James Hansen), NASA. A maior parte das estações, que foram desactivadas, estão na zona rural. As de cidades sofrem o efeito da urbanização, o chamado “efeito ilha de calor urbana”, que produz uma tendência de aquecimento.

B) O aumento da concentração de CO2 não se correlaciona com o aumento de temperatura. Após o término da 2ª Guerra Mundial, o consumo de petróleo acelerou e, no entanto, a temperatura média global diminuiu. Em eras passadas, como os interglaciais passados, 130 mil, 250 mil e 360 mil anos atrás, as temperaturas estiveram mais elevadas do que as actuais, com concentrações de CO2 inferiores às actuais. Portanto, não é o CO2 que aumenta a temperatura do ar e, sim, o contrário. O aumento de temperatura provoca aumento da concentração de CO2, principalmente devido ao aquecimento dos oceanos.

C) Finalmente, os modelos de clima usados para as “projecções” da temperatura média global nos próximos 100 anos, são modelos ainda incipientes e não representam a complexidade e interacções dos processos físicos que determinam o clima. Os cenários utilizados pelo IPCC são hipotéticos e é muito provável que não venham a se materializar porque os oceanos, ao se resfriarem, passarão a absorver mais CO2. Ou seja, as simulacções feitas com modelos de clima são meros exercícios académicos e não se prestam à formulação de políticas adequadas para o desenvolvimento da Sociedade.

2 - O que, realmente, está acontecendo com a temperatura do planeta? Como o derretimento das calotas polares pode ser explicado, por exemplo?

R. É inegável que a temperatura global aumentou nos últimos 100 anos, porém foi por processos naturais e não antropogénicos. O gelo do Árctico já derreteu entre 1920 e 1945, quando o homem lançava menos de 10% do carbono que lança hoje na atmosfera. Em 2009, a cobertura de gelo já foi maior que a de 2007, após esse inverno severo que o Hemisfério Norte passou (América do Norte, Sibéria e China).

A permanência do gelo depende do transporte de calor feito pelas correntes marinhas, a Corrente (quente) de Kuroshio no Pacífico (Japão) e a Corrente (quente) do Golfo do México, no Atlântico. Essa última, quando está mais activa, como no período 1995-2007, transporta mais calor para o Árctico e derrete o gelo flutuante. Gelo flutuante, ao derreter, não eleva o nível do mar, pois já desloca o volume que vai ocupar quando fundir. Esse transporte de calor é, em parte, controlado por um ciclo lunar de 18,66 anos, que esteve em seu máximo em 2005-2006. Estudos indicaram que o gelo continental em cima da Groenlândia permanece lá desde a última era glacial, há mais de 15 mil anos. O gelo do Antárctico (Pólo Sul), por sua vez, continuou a crescer nos últimos 60-70 anos.

3 - Que outros estudos desqualificam o consenso dos cientistas vinculados à ONU? Que livros e autores o senhor recomendaria?

R. Dois livros: "The Chilling Stars - a New Theory of Climate Change" de Henrik Svensmark e Nigel Calder e "The Unstoppable Global Warming - Every 1.500 Years" de Fred Singer e Dennis Avery. Outros artigos podem ser encontrados na lista de referências bibliográficas do meu artigo. Um facto digno de nota é que nos últimos 2 mil anos, houve reconhecidamente um aquecimento global entre 800 DC e 1200 DC maior que o actual, o chamado “Óptimo Climático Medieval”. Esse aquecimento permitiu que os Nórdicos (Vikings) colonizassem o norte do Canadá e o sul da Groenlândia (Terra Verde), hoje coberta de gelo. E as concentracções de CO2 eram inferiores a 280 ppmv na época, estima-se!