sábado, junho 30, 2007

Gás satânico

Bob Carter coloca a seguinte interrogação no terceiro capítulo: «Is carbon dioxide a dangerous pollutant?» Chamar poluente ao dióxido de carbono é uma ofensa ao género humano. O que mais se pode esperar do alarmismo oficial que não respeita nada nem ninguém?

O dióxido de carbono é um gás incolor – o que contrasta com a capa da tosca pantomina de Al Gore – e inodoro que se apresenta na atmosfera com traços de algumas centenas a alguns milhares de partes por milhão em volume (ppm).

Valores atmosféricos médios de aproximadamente cem mil anos foram avaliados através de cilindros de gelo. Mediram-se, conforme determinada metodologia, valores que oscilaram entre 180 ppm, nos períodos glaciários, e 280 ppm, nos interglaciários.

Estes valores encontram-se em artigos como o de Petit e al. (1999. Climate and atmospheric history of the past 420 000 years from the Vostok ice core, Antarctica, Nature, 399:429-436).

Mas Hurd (2006. Analyses of CO2 and other atmospheric gases, Australasian Institute of Geologists, News, 86:10-11), Jaworowsky e outros autores argumentam que os valores reais se situam cerca de 30 ppm a 50 ppm acima daqueles.

A argumentação sustenta-se na compactação do gelo em relação à deposição inicial da neve que fixou o gás atmosférico. A contraprova de fósseis vegetais apresenta valores que atingem 380 ppm, como se pode ver na parte inferior da Fig. 1 de Bob Carter.

Recentemente apareceu um estudo de Beck com valores observados através de métodos químicos. Nesse estudo, com recurso a 90 mil valores históricos, encontram-se concentrações de até 470 ppm.

Seja como for, os valores actualmente apontados pelos alarmistas não são nem convincentes nem perigosos. O dióxido de carbono, que não é um poluente, até é benéfico, juntamente com o oxigénio, à vida na biosfera.

E, em qualquer caso, está mais do que provado, pelas observações fornecidas pelos satélites meteorológicos, que os gases com efeito de estufa, mesmo os naturais, não são o motor das variações do clima ou das designadas alterações climáticas.

O shift climático da década de 1970, apontando-se o ano de 1976 como o mais provável, não teve origem no dióxido de carbono antropogénico. A afirmação de Hansen na Câmara dos Representantes, dos EUA, de que foi esse o culpado nunca foi confirmada.

A origem, ainda não determinada, pode situar-se em alguma, ou no conjunto de algumas, das seguintes causas que deviam ser investigadas:

- Variação de parâmetro orbital (inclinação do eixo de rotação, p.e.);
- Variação da actividade solar (raios cósmicos, p.e.);
- Variação da actividade vulcânica (aerossóis, p.e.);
- Variação do vapor de água na atmosfera (nuvens, p.e.).

O IPCC também refere alguns destes factores mas fixou-se obsessivamente no dióxido de carbono antropogénico sem ter apresentado qualquer prova para a acusação. Esta hipótese levanta pelo menos quatro problemas.

O primeiro relaciona-se com a variação logarítmica entre o acréscimo de concentração e o acréscimo de temperatura. O efeito diminui logaritmicamente e não corresponde às observações.

O segundo problema é que a variação da concentração entre o início da era industrial e os nossos dias corresponderia a uma variação de temperatura bem superior à realmente verificada.

O terceiro problema encontra-se nos cilindros de gelo que mostram que as variações de temperatura antecedem as variações da concentração e não o contrário. A desfasagem é da ordem de 800 anos, no longo prazo. No curto prazo é de cinco meses (ciclo sazonal).

E o quarto problema é que vários autores mostraram que não se encontra uma relação física de causa-efeito entre concentração-temperatura a nível paleoclimático. Não se pode invocar que uma correlação estatística seja uma prova de uma relação física.

P.S. Os meses de Maio e de Junho de 2007 apresentaram-se, no Chile, como os mais frios desde há 20 anos. O mês de Maio de 2007 foi brutalmente frio na América do Sul.

Mais notícias do frio: na Austrália, na Queensland, no Zimbabué (até aqui!) e na África do Sul. É uma fase de arrefecimento acentuado do Hemisfério Sul.

Nenhum modelo (IPCC, NASA, NOAA, Hardley Center, MetOffice, etc., etc.) tem capacidade de prever uma fase de arrefecimento. Só estão preparados para prever fases de aquecimento.

quinta-feira, junho 28, 2007

Fenómenos extremos na Europa

Interrompemos a recensão do artigo do Prof. Bob Carter para atender à sugestão de outro profissional que, além de leitor, também tem a nobre missão de transmitir conhecimentos aos seus alunos.

Diz-nos o leitor que a sugestão “… seria no sentido de procurar explicar num post a razão de ser das chuvas torrenciais e temporais em Inglaterra e na Alemanha, enquanto na Roménia, na Grécia e na Turquia passa uma onda de calor (47 ºC em Atenas e 42 ºC em Istambul, de máximas), sendo que na Roménia caiu granizo um dia depois de se atingir uma máxima de 40 ºC. Eu sei que tudo isto é possível e não é nada do outro mundo, mas como é que isto se explica à luz dos Anticiclones Móveis Polares?”

Num só post não é fácil de explicar esta situação interessantíssima mas lamentável pela perda de vidas humanas e prejuízos materiais elevados. Mas é claro que tem explicação à luz da teoria dos anticiclones móveis polares (AMP).

Recuemos um pouco e situemo-nos na transição do último Inverno para a Primavera da Europa. Isto é, na passagem dos modos de circulação rápido do Inverno para o lento do Verão (nem sempre se pode estar a apresentar links ou repetir definições já conhecidas dos leitores – vide mês de Maio de 2005).

Nesta transição de 2007, os AMP já produziram aglutinações anticiclónicas (AA), com estabilidades anticiclónicas (EA) temporalmente reduzidas, nas latitudes mais altas da unidade de circulação que abrange a Europa que nos preocupa.

Por exemplo, a Bélgica e os Países Baixos já tiveram curtos períodos de calor devidos a AA e EA de curta duração. Estas foram sendo empurradas para leste por AMP mais potentes. Uma AA com EA curta situou-se então na Euro-Ásia.

Estes períodos de aquecimento localizados contribuíram estatisticamente para valores elevados da temperatura média global. Mas o efeito de estufa antropogénico (EEA) não teve nada a ver com isso. Foi a contra radiação terrestre que fez aumentar a temperatura do ar ao nível do solo.

Portugal passou por um período particularmente isolado do resto da Europa. O céu português foi coberto pelas franjas dos AMP de trajectória escandinava. Por este motivo as temperaturas foram baixas com a ajuda do ar oceânico que penetrou sem dificuldade pois não se verificou nenhuma AA e EA sobre Portugal.

Curiosamente aqui, em Portugal, funcionou a contra radiação celeste natural pela presença do ar húmido.

Quanto aos fenómenos extremos referidos pelo leitor, comecemos por considerar as chuvadas inseridas no fenómeno descrito na Fig. ML18 e respectivo texto. Já se apontou que as precipitações vão ser concentradas nas passagens das estações Inverno-Primavera e Outono-Inverno.

Contrariamente, o desacerto dos modelos (nomeadamente do SIAM) diz que vai ser no Inverno. Nesta estação do ano, as AA e EA vão ser mais pronunciadas em extensão espacial e temporal devido á maior frequência e potência dos AMP com circulação rápida. Daí o ar se tornar seco com desvio do potencial precipitável.

Relativamente à situação do dia de ontem, 27 de Junho de 2007, exposta na Fig. 87, com uma AA (letra H de high) sobre a Grécia e a Turquia e depressões (letra L de low) mais a norte, elucida o campo de pressões atmosféricas ao nível do solo.

Na Fig. 87 existe uma régua colorida com indicação das temperaturas. Verifica-se facilmente que sobre os oceanos as temperaturas são mais baixas. Aí não funciona (é muito mais fraca) a contra radiação terrestre.

Na Grécia e na Turquia funcionou a contra radiação terrestre. Mais a norte foi a celeste. Como é que se pode falar em “aquecimento global” numa situação destas? Bem sabemos que nos vêm dizer, quando falha a hipótese do EEA, que interessa as médias.

Mas uma média não explica absolutamente nada. É apenas um valor estatístico sem explicar o que está por detrás dele. Já se referiu que as tais médias são proxies da maior ou menor transferência meridional de ar e de energia entre as regiões polares e as tropicais.

Mas não é apenas na Europa que se estão a verificar fenómenos inesperados. A África do Sul continua a ser visitada pela neve. Ontem foi Joanesburgo…

Tudo isto é a Natureza a funcionar na sua plenitude que nos leva a caminho de uma nova idade de gelo. Falta determinar quando chega. Talvez mais cedo do que muita gente imagina. E, como os combatentes das alterações climáticas nos estão a preparar para enfrentar o calor, teremos mais dificuldade a adaptar-nos a situações de frio.

P.S. Foi acrescentado o parentesis (é muito mais fraca) a seguir a "Aí não funciona..." no parágrafo iniciado por "Na Fig. 87 existe..."

Fig. 87 - Pressão atmosférica. Europa. 27JUN2007. Fonte: Universidade de Colónia.

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Quid est clima?

O Prof. Bob Carter questiona: - O que é o Clima? Faz lembrar o grande mestre José Pinto Peixoto que no manancial de textos escreveu um designado «O que é o clima: Quid est clima?».

Nesse artigo didáctico – a obra conhecida de JPP é um fascínio –, dizia o Prof. Pinto Peixoto:

«No tratado famoso “As Confissões” Santo Agostinho mostrou como é difícil compreender a natureza e estrutura do tempo, através de uma citação que ficou célebre. Agora, segundo o exemplo de Santo Agostinho, podemos nós pôr uma questão equivalente, que se aplica ao nosso caso:

Quid est clima?
Si nemo a me quaerat, scio!
Si quarenti explicare velim, nescio!


Que em Português se dirá:

O que é o Clima?
Se ninguém me perguntar o que é, eu sei!
Se me perguntarem o que é e eu quiser explicar, não sei!
”»

Voltando ao Prof. australiano, Bob interroga-se: - Se não há nenhuma teoria do Clima, então como sabemos qual é o seu mecanismo de funcionamento? É uma boa pergunta mas sem resposta certa. Ficamos impedidos de fazer predições quanto ao futuro.

O Prof. Bob Carter envia o leitor do seu artigo para algumas explicações parcelares. Para tal fornece as seguintes referências:

- Philander, S G, 1998. Is the Temperature Rising? - The Uncertain Science of Global Warming, 262 p (Princeton University Press).
- IPCC, 2001. Climate Change 2001: The Scientific Basis, Intergovernmental Panel on Climate Change, Working Group 3, third assessment report (ed: J T Houghton et al), 881 p (Cambridge University Press: Cambridge).
- Ruddiman, W F, 2001. Earth’s Climate, Past and Future, 465 p (Freeman and Company: New York).
- Kininmonth, W, 2004. Climate Change: A Natural Hazard (Multi-Science Publishing: Essex).
- Singer, F S and Avery, T A, 2006. Unstoppable Global Warming: Every 1,500 Years, 276 p (Rowman & Littlefield Publishers).

Kininmonth é uma excelente referência. Será um dos mais distintos climatologistas clássicos da actualidade. Forma com Marcel Leroux um par perfeito da climatologia dos nossos dias, um clássico e outro moderno. O debate entre os dois, quando acontece, é simplesmente soberbo.

Kininmonth participou em actividades do IPCC, como representante do governo australiano, até deixar de confiar na ética profissional deste organismo. Nota-se que Bob Carter se limita a referências anglo-saxónicas. Deixa de lado a climatologia moderna de origem francesa.

A existência de uma teoria do Clima teria evitado o gasto inútil de 50 mil milhões de dólares na investigação desde 1990. Destes, 30 mil milhões de dólares foram desbaratados nos EUA. Especialmente, em modelos, modeladores e simulações.

Apesar desta despesa fabulosa, mesmo com a participação de cientistas talentosos, até 2007 não foi possível provar a culpa do homem nas alterações climáticas. Já lá vão 17 anos de investigação criminal sem resultados.

Muitos dos ramos de investigação podem incluir a meteorologia, a climatologia, a física e a química da atmosfera, a geologia, a paleoclimatologia geral e oceanográfica, a ciência do quaternário, a estatística - matemática e a modelação.

Existem cientistas que dominam com profundidade peças do puzzle climático. Falta completar o puzzle de milhares de peças. Os primeiros ramos daquela lista respeitam a processos meteorológicos e climáticos. Os seguintes à história do Clima. Os últimos à análise de dados e à ilusão virtual.

A informação que os governos recebem, a maior parte através do IPCC, é fortemente influenciada por cientistas cujos principais interesses são apenas a realidade virtual e ilusória do uso indiscriminado dos modelos matemáticos.

Muito pouca informação chega aos governos acerca das variações naturais observadas ao longo da história do Clima. Não lhes contam a realidade mas a ilusão que encontram à saída dos modelos. A saída obtém-se com a introdução na entrada, dos modelos, de outras tantas ilusões dos modeladores que se designam por cenários.

A principal debilidade da acção perniciosa do IPCC está na substituição da realidade pela ilusão. A começar nos modelos propriamente ditos que se afastam da realidade e a terminar na ilusão da base de dados que utilizam para fazer correr os modelos.

P.S. - O IPCC disponibilizou alguns comentários aos seus escritos. Entre eles encontramos este, através do blogue Climate Audit, sobre o "IPCC Working Group 1, 4th Assessment Report, Review Comments Now Online":

"I have four chief concerns with this chapter. First, there are numerous important references left out, and an over-emphasis on papers by the authors themselves, which do not accurately reflect the communities' view. In general, the certainty with which this chapter presents our understanding of abrupt climate change is overstated. There is confusion between hypothesis and evidence throughout the chapter, and a great deal of confusion on the difference between an abrupt "climate change" and possible, hypothetical causes of such climate changes (e.g. Heinrich events).

Second, the use of the terms "very likely", "likely", etc. are not in conformance with the rest of the IPCC document -- some things that are virtually certain are listed as "likely" and mere hypotheses, largely untested, are listed as "very likely". This carelessness does not add credibility to this chapter.

Third, extensive reference is made to a very few recent papers that have not yet been thoroughly considered by the scientific community, and whose relevance to future climate is, in my judgement, greatly overstated.

Finally, the choice of words to define -- or not define -- in the Glossary is strange. A definition (and a very poor one) of Heinrich events is given, but there is no definition for "Holocene", even though that term is used throughout the text. I would additionally note that overall, the chapter does a fine job at dealing with the "Hockey Stick" controversy, but a very poor job dealing with abrupt climate change and its possible relevance to the future. There are numerous glaring omissions of citations -- notably no mention is made of the work by Wunsch, Seager and Battisti, challenging the standard "Broecker-type" hypothesis for abrupt climate change.
"

terça-feira, junho 26, 2007

Que teoria?

Bob Carter diz que não existe teoria do Clima no sentido em que existe a teoria newtoniana da mecânica clássica. Resumidamente, sem aprofundar a filosofia do conhecimento, faz parte da aceitação ou não de teorias científicas que estas resistam ou não, repetidamente, a ensaios ou observações reais.

Os ensaios ou observações devem corroborar ou refutar dados empíricos. Da maior resistência aos ensaios ou observações resulta a capacidade das teorias científicas poderem realizar previsões. As teorias nascem a partir de hipóteses.

A hipótese actual dos perigos do aquecimento global inclui a presunção de que o aquecimento do século XX foi substancialmente devido à acção humana das emissões de gases com efeito de estufa, muito especialmente do dióxido de carbono.

Como se verá mais à frente, esta teoria, ou antes, esta hipótese, falhou os três principais testes à qual foi sujeita. Em primeiro lugar, não existe nenhuma relação entre os padrões de crescimento do dióxido de carbono e as variações da temperatura.

Em segundo, as taxas de variação e os valores da temperatura do século XX caíram bem dentro dos limites naturais prévios das variações apesar de se verificarem aumentos das emissões antropogénicas de dióxido de carbono.

Finalmente, os modelos determinísticos utilizados nos computadores, que servem para engendrar o alarme público, provaram ser incapazes de prever o curso real da evolução da temperatura no período 1990-2006. São, de facto, inábeis para predizer o futuro tão longínquo como 2100.

O norte-americano Richard Lindzen, distinto cientista do MIT, escreveu recentemente num jornal britânico: «Tal como o preço do petróleo, ou a frequência anual dos furacões, a temperatura média global tem oscilado para cima e para baixo.»

Esta observação, que é verdadeira, sugere que se houver uma teoria do Clima com frequências mais curtas do que as da teoria de Milankovitch (ciclos de 100 mil, 41 mil e 19 a 23 mil anos) então ela pode indicar variações climáticas estocásticas (aleatórias).

Aliás, esta hipótese foi recentemente sugerida por Ditlevsen para os ciclos milenários dos acontecimentos paleoclimáticos designados por Dansgaard-Oeschger (ver link atrás indicado). Em vez dessa hipótese, foi ensaiada, e falhou, a do efeito de estufa antropogénico.

Falta acrescentar que a pseudo-teoria (ou hipótese) do efeito de estufa antropogénico falha todos os instantes como se comprova, muito especialmente, nas designadas ondas de calor e na observação das pressões atmosféricas ao nível da superfície dos continentes.

sexta-feira, junho 22, 2007

Perguntas e respostas

Depois do Abstract, o Prof. Bob Carter começa a Introdução com a citação de uma carta do Primeiro-ministro Tony Blair dirigida aos leaders dos Estados-membros da União Europeia.

Dizia Tony Blair: «Temos uma janela de oportunidade de somente dez a quinze anos para tomar as medidas necessárias para se evitar o ponto de não retorno da catástrofe climática».

Por outro lado, Carter aponta o contraste da afirmação do Prof. William Gray, da Universidade do Colorado, distinto cientista de climatologia: «As observações e a teoria não suportam estas ideias (do perigo do aquecimento global causado pelo homem).»

É evidente que uma destas afirmações está errada. Quem está correcto e quem está errado? Como deveria reagir a opinião pública? Pergunta Bob Carter. A opinião pública tem dificuldade em reagir correctamente devido à influência dos media.

A variabilidade do clima é normal. Umas vezes rápida, outras de modo imprevisível. Tudo isto é do conhecimento dos cientistas conforme ficou registado nos cilindros do material retirado do fundo dos oceanos a partir dos anos 1970.

Afirma-se mesmo que o melhor meio para investigar paleoclimatologia se situa no leito dos oceanos. Melhor do que nos mantos de gelo dos glaciares, do Antárctico e da Gronelândia. É um debate actual entre cientistas.

O Prof. Bob Carter é, talvez, o cientista com maior experiência, a nível internacional, nos estudos daqueles cilindros. São realizados no Marine Geophysical Laboratory, James Cook University, Austrália.

Raramente se encontram notícias explicando que assistimos a uma evolução natural do clima. Pelo contrário, em 2007, os media, pela necessidade das suas vendas, perseguem-nos diariamente com notícias alarmantes relacionando-as com a acção do homem.

O alarmismo climático é propagado por grupos diversificados de jornalistas, lóbis do ambiente, grupos económicos e de cientistas, leaders religiosos e, claro, políticos. Todos eles apregoam a necessidade de combater as alterações climáticas. Como se isso fosse possível.

Esta legião de combatentes das alterações climáticas evoca a necessidade da redução global das emissões antropogénicas de dióxido carbónico. Bob Carter considera que são duas proposições impraticáveis.

Quem refuta o alarmismo oficial é classificado de “céptico climático” ou, de modo depreciativo, de “negacionista”. Bob Carter considera interessante em si a designação de “céptico climático”. No fundo é até um elogio.

Na realidade, todos os cientistas – mesmo os que apoiam as teses do IPCC – foram, ou deviam ter sido, treinados para serem cépticos em relação à discussão geral de temas científicos.

Carter considera que a designação mais adequada para os críticos do alarmismo apoiado no IPCC seria “agnósticos climáticos” ou “racionalistas climáticos”. Este último termo corresponde à primazia que os cientistas devem dar ao empirismo.

A concepção do racionalismo climático contrasta de modo vincado com a dos que se apoiam no mundo virtual dos computadores e dos modelos matemáticos do clima que são a ferramenta primordial de muitos dos alarmistas.

A discussão pública das alterações climáticas assenta em duas suposições insustentáveis. A primeira é a de que existe um “consenso” de cientistas qualificados quanto à culpa do homem. A outra é a de que, mesmo que se distingam duas teses, a dos alarmistas é esmagadoramente maioritária.

A primeira das suposições é insustentável porque em ciência não existe nem nunca existiu consenso. São os dados experimentais e as observações que validam ou não as hipóteses.

A segunda é igualmente insustentável porque numa ciência tão complexa como a do clima a melhor explicação não se mede pelo número dos que apoia uma ou outra tese. Na história da ciência os exemplos apontam em sentido contrário. Recordemos Einstein, Galileu, etc.

Qualquer cientista por mais brilhante que seja tem dificuldades em apreender na globalidade os fenómenos da variabilidade climática. Não existe teoria geral do clima que lhe sirva de apoio seguro para se abalançar a fazer previsões.

O Prof. Bob Carter coloca questões pertinentes às quais dá resposta imediata. Há alguma Teoria do Clima bem estabelecida? Resposta: não há. Compreendemos na sua globalidade como funciona o clima? Resposta: não compreendemos. Está demonstrado que o dióxido de carbono é um “poluente” atmosférico perigoso? Resposta: não está.

Continuam as perguntas e respostas de Bob Carter. Pode um modelo matemático do clima prever ou predizer o futuro do clima. Resposta: não pode. Existe consenso entre cientistas qualificados quanto à causa humana para as alterações climáticas? Resposta: seguramente que não.

Mais perguntas e respostas. Poderá a temperatura média global crescer a ritmos alarmantes e atingir no final deste século patamares perigosos? Resposta: não, em ambos os casos. Está a temperatura actual a subir? Resposta: surpreendentemente, não.

É altura de referir que nos últimos relatórios do IPCC, datados de 2007, surpreendentemente, a avaliação das temperaturas termina em 2000. Porque será? Os últimos 6 anos são desprezáveis? Ou existem valores que não interessam divulgar?

E, finalmente, Bob Carter pergunta: - é o IPCC um organismo científico ou político? Resposta: ambas as coisas. Mas prevalece o lado político em relação ao científico. Os seus membros são todos da confiança política dos governos que integram o IPCC.

Este artigo do Prof. Bob Carter fornece, seguidamente, uma análise destas questões. O Prof. aconselha outras leituras científicas que servem de apoio à sua análise. Os leitores interessados encontram 10 referências bibliográficas no final do capítulo INTRODUCTION.

quinta-feira, junho 21, 2007

Artigo fascinante

Numa conferência realizada em 2 e 3 de Maio de 2007 o Prof. Bob Carter fez um ponto da situação do debate – onde existe, o que não acontece em Portugal – sobre as alterações climáticas.

Ao publicar a sua conferência – The Myth of Dangerous Human-Caused Climate Change – Bob Carter pôs em epígrafe dois pensamentos. Um deles diz o seguinte:

«Fico desolado com a falsa ciência e o estardalhaço dos media associados à hipótese de o homem ser culpado do (perigoso) aquecimento global. O meu senso comum sobre o funcionamento da atmosfera e dos oceanos não me permite aceitar essa hipótese. As observações e a teoria não suportam essas ideias.» (William Gray, da Universidade Estadual do Colorado, 2006).

O Prof. Carter autorizou-nos a publicar uma tradução completa do artigo. No entanto, consideramos preferível apresentar alguns resumos do mesmo. Assim, convidamos os leitores que queiram aprofundar a leitura a irem directamente ao original.

Pois é este fascinante artigo que vai ser revelado, parcelarmente, durante uma série de notas.

No resumo do artigo, Carter começa por dizer que a culpa do homem quanto ao aquecimento global se tornou na causa célebre deste início do século XXI.

O forte campo alarmista inclui as Nações Unidas, a maior parte dos governos do Ocidente, a maioria dos media, grandes corporações (incluindo a Enron, antes do colapso), as maiores Igrejas, a maior parte das organizações científicas e a larga maioria da opinião pública mundial.

Para Bob, as alterações climáticas, como fenómeno da Natureza, deveriam merecer a mesma atenção que os sismos, as erupções vulcânicas, as cheias e os tsunamis, quanto à prevenção e adaptação. Salienta ainda que o frio é tanto ou mais importante do que o calor.

Mas os media falharam completamente a sua missão de formação de uma opinião pública esclarecida: os factos reais e os verdadeiros perigos das alterações climáticas são omitidos. Na sequência, vários grupos de alarmistas aproveitaram-se disso para defenderem interesses ocultos.

Tais interesses incluem não somente os comerciais como também os de cientistas e gestores de financiamentos para investigação científica. Estes esconderam as grandes incertezas da hipótese da influência humana a fim de tirar partido da ignorância, em matéria tão especializada, dos decisores políticos que distribuem dinheiros públicos.

Segundo Carter, brevemente, a opinião pública deveria exigir explicações aos editores e aos jornalistas – nomeadamente aos que se dedicam à investigação. Também deveria exigir a correcção das medidas políticas tomadas com base nas falácias do aquecimento global de que se aproveitam os oportunistas. Principalmente os caçadores das arcas perdidas cheias de subsídios constituídos pelo dinheiro dos impostos de quem anda a ser enganado.