segunda-feira, novembro 30, 2009

O escândalo do 'Climategate' e a Conferência de Copenhaga

Finalmente, um meio de comunicação social português de nível respeitável dedicou atenção ao Climategate. Foi o Expresso na sua forma online. E fê-lo através da pena de um cientista altamente prestigiado de Portugal. Com a devida vénia ao autor e ao jornal, aqui se reproduz na íntegra o artigo publicado.
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O caso Climategate, onde se manipularam dados para provar o aquecimento global, é um dos maiores escândalos científicos da História, pelo modo como afecta a credibilidade pública da comunidade científica e sobretudo pelas suas implicações económicas e políticas.

José J. Delgado Domingos*

Passaram há pouco 42 anos sobre um dos maiores desastres de origem climática em Portugal: as inundações de 1967 em Lisboa. Centenas de mortes e centenas de milhões de prejuízos materiais. Será que este desastre se deveu às emissões de CO2eq (CO2 equivalente) ou ao aquecimento global? Claro que não!

Aliás, na altura, a imprensa internacional explorava os receios de uma nova idade do gelo devido ao arrefecimento global que se verificava. Em 1967, a probabilidade de ocorrência da precipitação que provocou o desastre em Lisboa era conhecida. Uma precipitação com características análogas pode repetir-se amanhã e as suas consequências só serão menores se as necessárias medidas de prevenção forem entretanto tomadas (e nem todas o foram!).

Catástrofe de Nova Orleães não foi causada pelo aquecimento global

O que se passou com a destruição de Nova Orleães pelo furacão Katrina foi análogo: as consequências de um furacão com aquelas características eram bem conhecidas, e as imprescindíveis obras de reparação e reforço das protecções foram insistentemente pedidas mas sistematicamente adiadas.

A catástrofe não teve nada que ver com emissões de CO2eq ou aquecimento global. As tragédias climáticas no Bangladesh, não são provocadas por emissões de CO2eq, aquecimento global ou subida do nível do mar mas sim pelas inundações resultantes do assoreamento dos rios originado pela erosão que as extensíssimas desflorestações a montante agravaram e pelo crescente aumento do número de habitantes e construções em leito de cheia.

Segundo a ONU, mais de mil milhões de pessoas estão actualmente ameaçadas pela fome ou subnutrição, e agita-se o fantasma do seu aumento ou das suas migrações massivas se não forem combatidas as emissões de CO2eq para reduzir o aquecimento global.

A situação dramática e escandalosa destes milhões de seres humanos não tem nada a ver com as emissões de CO2eq, nem com o aumento oficial de 0,8 ºC na temperatura média global nos últimos 150 anos.

Temperaturas não aumentam desde 1998

Aliás, apesar de as emissões de CO2eq terem aumentado acima do cenário mais pessimista do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) da ONU, desde 1998 que a temperatura global não aumenta.

Os exemplos anteriores poderiam continuar mas a conclusão seria sempre a mesma: as consequências catastróficas de fenómenos climáticos são evidentes e têm aumentado devido a acções humanas.

O que sucedeu em 1967 em Lisboa e se repete cada vez mais agravado por esse mundo fora não é devido a emissões de CO2eq ou alegado aquecimento global.

É devido simplesmente ao facto de fenómenos climáticos naturais, que sempre existiram, terem efeitos cada vez mais catastróficos porque as acções humanas sobre o território criaram as condições para isso ao desflorestarem as cabeceiras de rios (que agravaram o seu assoreamento e as consequentes inundações), ao aumentarem os riscos de deslizamento das encostas (porque eliminaram a vegetação que as estabilizava), ao construírem cada vez mais em leitos de cheia, e ao provocarem alterações cada vez mais extensas e profundas no uso do solo.

Os efeitos das alterações no uso do solo são cada vez mais evidentes nas alterações climáticas locais e nos seus reflexos globais.

Sendo evidente que a variabilidade natural do clima sempre existiu e que as acções humanas têm vindo a agravar os seus efeitos, a subversão conceptual que a UE liderou, reduzindo tudo, ou quase tudo, às consequências do aquecimento global provocado por emissões de CO2eq é muito grave e, em última instância, contrária aos louváveis ideais que afirma defender e que suscitam o apoio das organizações ambientalistas e de multidões de bem intencionados.

Um dos maiores escândalos científicos da História

É neste contexto que rebenta o escândalo do chamado Climategate. Em termos da comunidade científica, o Climategate é um dos maiores escândalos científicos da História, não só pelo modo como afecta a credibilidade pública da comunidade científica mas sobretudo pelas implicações económicas e políticas de que se reveste.

De facto, nunca existiram tantas declarações, tantos tratados, tantos protocolos e tão gigantescos fluxos financeiros tendo como único fundamento a credibilidade e o suposto consenso da comunidade científica expresso nos Summary for Policy Makers (SPM) do IPCC.

Esse fundamento desapareceu, mas os interesses envolvidos (políticos, económicos, financeiros e industriais) são de tal monta e a percepção pública da fraude científica é tão lenta que a ficção criada pela UE ainda se irá manter durante muito tempo.

O Climategate consistiu na divulgação, através da Internet, de um conjunto de ficheiros, que incluem programas de computador e emails trocados entre alguns dos principais autores dos relatórios do IPCC, de entre os quais assumem particular relevo os de Phill Jones, director do Climate Research Unit (CRU) da Universidade de East Anglia e Hadley Centre (Reino Unido), de autores do notório hockeystick e instituições responsáveis pelas bases de dados climáticos, como o National Climate Data Center (NCDC) e o Goddard Institute for Space Studies (GISS) dos EUA, consideradas de referência pelo IPCC.

O hockeystick é o termo usado entre os cientistas para designar o gráfico (em forma de stick de hóquei) que representa a evolução das temperaturas do hemisfério norte nos últimos mil anos, e que foi criado por um grupo de cientistas norte-americanos em 1998.

Manipulação de dados

Os referidos ficheiros encontravam-se num servidor do CRU e a sua autenticidade não foi até agora contestada. Aliás, muitos deles apenas confirmam o que há muito se suspeitava acerca da manipulação/fabricação de dados pelo grupo.

Todavia, muito do que era suspeito e atribuível a erro humano surge agora como intencional e destinado a manter a "verdade" (do IPCC) de que houve um aquecimento anormal e acelerado desde o início da revolução industrial devido à emissões de CO2eq.

Esta "verdade" é incompatível com o Período Quente Medieval (em que as temperaturas foram iguais ou superiores às actuais apesar de não existirem emissões de CO2eq) e a Pequena Idade do Gelo que se seguiu. É também incompatível com o não aquecimento que se verifica desde 1998. Esconder ou suprimir estas constatações foram objectivos centrais da fraude científica agora conhecida.

Silenciar os cientistas críticos

Em termos científicos, o que os emails revelam são os esforços concertados dos seus autores, junto de editores de revistas prestigiadas, para não acolher publicações que pusessem em causa as suas teses ou os dados utilizados pelo grupo, recorrendo mesmo a ameaças de substituição de editores ou de boicote à revista que não se submetesse aos seus desígnios.

Propuseram-se mesmo alterar as regras de aceitação das publicações para consideração nos Relatórios do IPCC de modo a suprimir as críticas fundamentadas às suas conclusões. Em resumo, procuraram subverter, em seu benefício, toda a ética científica da prova, da contraprova e de replicação de resultados que está no cerne do método científico, controlando o próprio processo da revisão por pares.

Em conjunto, conseguiram impedir que fossem publicados a maioria dos dados e conclusões que pusessem em causa e com fundamento o seu dogma do aquecimento global devido às emissões de CO2eq.

O Climategate provocou já uma invulgar reacção internacional, como uma simples pesquisa no Google imediatamente revela (mais de 10.600.000 referências menos de uma semana depois da sua revelação).

No intenso debate internacional em curso e que irá certamente continuar por muitos meses/anos, surgiram já todos os habituais argumentos de ilegalidade no acesso aos documentos; de idiossincrasias próprias de cientistas-estrelas que se sentiram incomodados; citações fora de contexto, etc.

Em meu entender, o mais revelador e incontestável nos ficheiros divulgados nem são os emails, apesar do que mostram quanto ao carácter e a honestidade intelectual dos cientistas intervenientes, mas sim os programas de computador para tratar os registos climáticos que utilizaram para justificar as conclusões que defendem.

Diga-se o que se disser, os programas executaram o que está nas suas instruções e não o que os seus autores agora vêem dizer que fizeram ou queriam fazer.

Dados climáticos até 1960 destruídos

Antecipando porventura o que agora sucedeu, os responsáveis pelos dados climáticos de referência arquivados no CRU, vieram publicamente confirmar que destruíram os dados das observações instrumentais até 1960 e que apenas retiveram o resultado dos tratamentos correctivos e estatísticos a que os submeteram.

Ou seja, tornaram impossível verificar se tais dados foram ou não intencionalmente manipulados para fabricar conclusões. Neste momento há provas documentais indirectas de que o fizeram pelo menos nalguns casos.

Existe ainda um efeito perverso na referida manipulação que resulta de os modelos climáticos utilizados para a previsão do futuro terem parâmetros baseados nas observações climáticas passadas, que agora estão sob suspeita.

Afecta também todas as calibrações de observações indirectas relativas a situações passadas em que não existiam registos termométricos.

Independentemente de tudo isto, o mais perturbador para os alarmistas é o facto de, contrariamente ao que os modelos utilizados pelo IPCC previam, não existir aquecimento global desde 1998, apesar do crescimento das emissões de CO2eq.

E se alguma coisa os ficheiros do Climagate revelam são os esforços feitos para que este facto não fosse do conhecimento público.

Comportamento escandaloso e intolerável

O comportamento escandaloso e intolerável de um grupo restrito de cientistas que atraiçoaram o que de melhor a Ciência tem só foi possível porque um grupo de políticos, sobretudo europeus, criou as condições para o tornar possível.

Isso ficou claro desde a criação do IPCC e torna-se evidente para quem estuda os relatórios-base do IPCC (WG1-Physical Science Basis) e os confronta com os SPM.

Todavia, seria profundamente injusto meter todos os cientistas no mesmo saco, pelo que é oportuno lembrar que se deve a inúmeros cientistas sérios e intelectualmente rigorosos uma luta persistente e perigosa contra os poderes estabelecidos, para que a ciência do IPCC fosse verificável e responsável.

Foram vilipendiados e acusados de estar ao serviço dos mais torpes interesses. Os documentos agora revelados mostram que estavam apenas ao serviço da Ciência e do rigor e honestidade dos métodos que fizeram a sua invejável reputação.

Seria também irresponsável agir como se as consequências da variabilidade climática e da utilização desbragada de combustíveis fósseis tivesse desaparecido com a revelação do escândalo. Muito pelo contrário.

Problemas ambientais de fundo devem ser atacados

Chame-se variabilidade climática ou alteração climática, os problemas de fundo da sustentabilidade ambiental permanecem e agravam-se pelo que devem ser atacados com determinação e realismo.

Se os esforços internacionais mobilizados para a Cimeira de Copenhaga conseguirem ultrapassar a obsessão do aquecimento/emissões (liderado pela UE) para se concentrarem na eficiência energética, nas energias renováveis, na minimização dos efeitos das alterações nos usos do solo, no combate à desflorestação, à fome e aos efeitos da variabilidade climática, teremos uma grande vitória para o planeta se a equidade e a justiça social não forem esquecidas.

Ao que parece, as propostas da China e dos EUA vão neste sentido tendo a delicadeza suficiente para não humilhar a União Europeia. Esperemos que sim.
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*Professor catedrático do Instituto Superior Técnico.

sábado, novembro 28, 2009

A tragédia do Climategate

Os meios de comunicação social anglo-saxões e a blogosfera continuam cheios de informações, análises e debates acerca do Climategate. Mas em Portugal, ao contrário, os media escondem tanto quanto podem esta tragédia da ciência. A tentativa de silenciamento deste escândalo de enormes proporções, que se abateu tanto no campo científico como no campo político, não honra os media portugueses.

Convém recapitular os factos:

Um ou mais hackers, por enquanto desconhecidos, tornaram públicos quase sete mil ficheiros com cerca de mil emails da unidade de investigação CRU (Climate Research Unit) da Universidade de East Anglia, Norwich, Reino Unido.

Por sua vez, a CRU está intimamente ligada a outro centro de investigação Hadley Center (daí a existência do acrónimo HadCRU) na reconstrução do índice das temperaturas médias globais da superfície do planeta obtidas a partir de observações termométricas.

Esta informação HadCRU é difundida pelo Met Office inglês (equivalente ao nosso Instituto de Meteorologia) e, igualmente, pela Organização Meteorológica Mundial. O IPCC utiliza, oficialmente, esta informação e ignora as observações dos satélites meteorológicos

Assim, o correio electrónico, os ficheiros e os códigos informáticos sacados pelos hackers valem uma autêntica fortuna pois revelam a extensão conspirativa dos que tramaram o mito do aquecimento global. O material revelado cobre algo mais do que uma dúzia de anos (de 1996 a 2009). Seria desejável saber como todo este material foi tornado público e porque o foi. Uma dissidência interna de cientistas que se mantêm escrupulosos?

Curiosamente, os hackers tiveram o cuidado de explicitar o objectivo da sua acção ao escreverem no cabeçalho do arquivo a seguinte nota explicativa:

«Pensamos que, actualmente, a ciência do clima é demasiado importante para que se mantenha secreta. Por isso, tornamos público correspondência, códigos e documentos escolhidos aleatoriamente. Esperamos que isto abra os olhos para se ver em que ponto está esta ciência e como ela é utilizada por estes responsáveis.»

Outra curiosidade reside na designação que os hackers deram ao nome do arquivo que é um tesouro informático: FOI2009. Não foi por acaso que se escolheu este nome. Para os anglo-saxões FOIA é o acrónimo de Freedom of Information Act, a lei da liberdade de informação.

Deste modo, os hackers, sabedores de que violavam uma lei sobre pirataria informática, quiseram dar a entender que, antes deles, o CRU violou uma outra lei, a lei da liberdade de informação, uma lei sagrada para os anglo-saxónicos.

Dado o cuidado com que o pacote informático foi preparado para divulgação pública na internet, tudo leva a concluir que os hackers são pessoas dentro dos meandros de toda esta questão.

Será algum cientista da própria Universidade de East Anglia, do CRU ou mesmo do Hadley Center? Seja quem for, é alguém que ficou deveras chocado com os procedimentos sem escrúpulos dos “cientistas” envolvidos neste processo: a maior impostura científica de toda a história da Ciência.

Se tivesse sido um hacker vulgar, poder-se-ia perguntar qual a razão por que ele não atacou os servidores informáticos de James Earl Hansen ou de Michael Mann. Ou de Gavin Schmidt, braço direito de Hansen.

Até agora nenhum emissor ou receptor da correspondência electrónica negou a genuidade da documentação publicada na internet. Alguns até reconheceram a autoria dos emails.

Foi o caso de Michael Mann e Kevin Trenberth, segundo o Washington Post. Mas outros dos apanhados com a boca na botija apresentam desculpas esfarrapadas e procuram minimizar o significado dos seus escritos.

Alguns, quando não conseguem dar respostas aos jornalistas, dizem que “já não se lembram de ter escrito ou recebido tais emails…”. Tais respostas são, na realidade, uma confirmação de que têm culpas no cartório.

Os responsáveis do CRU não se atrevem a afirmar que os emails não são verdadeiros ou que foram fabricados pelos hackers. Há múltiplas cópias desses emails em muitos servidores da internet, tanto no Reino Unido como nos EUA.

Torna-se evidente que algumas das personagens envolvidas nesta tragédia da ciência deverão ser levadas a depor em julgamento, pelo menos nos EUA. No Reino Unido, o perjúrio acarreta também uma pena pesada.

Com tantas pessoas envolvidas, é provável que alguém diga toda a verdade ao invés de correr o risco de ir parar à prisão por perjúrio. Mas quanto mais prevaricarem após o rebentamento do escândalo mais probabilidades têm de ser castigados quando forem chamados a depor. Alguns dos prevaricadores sabem que têm a espada pronta a cair em cima da cabeça. Um deles é Phil Jones.

A prevaricação é por demais evidente. Os juízes não vão perdoar o facto de eles não terem querido fornecer – como é norma da lei – os dados pedidos por Steve McIntyre. Nem perdoarão o facto de terem apagado ou tentado apagar dados.

McIntyre está agora em condições de, a partir dos códigos informáticos, reproduzir as curvas das temperaturas e verificar aquelas que foram manipuladas. Este tipo de coisas acontece quando um cientista se escusa de fornecer os dados e os códigos.

Tenhamos esperança de que, a partir de agora, o escândalo coíba futuros comportamentos anti-éticos e atentados à idoneidade científica. Deve-se exigir que os dados e os códigos sejam públicos a fim de poderem ser replicados os resultados. As consequências deste processo para as tomadas de decisão política – com efeitos na vida do cidadão comum – assim o exigem.

A fraude do Climagate corrobora plenamente tudo o que diziam os cépticos do aquecimento global. Tal trapaça deveria fazer reflectir políticos como os do governo português e da União Europeia.

Sem entenderem nada do assunto, estes políticos deram endosso total e acrítico às teses do global warming. Eles gastaram rios de dinheiro com a patranha do aquecimento global, além de deformarem gravemente a política energética dos países da UE pois a mesma foi posta a reboque dos impostores climáticos.

sexta-feira, novembro 27, 2009

Algumas conclusões sobre o Climategate

Da leitura das mensagens trocadas entre a nata dos “cientistas” do global warming, é possível tirar desde já algumas conclusões.

A principal é a necessidade de acabar com a politização da ciência climática. Os ministros do ambiente devem ocupar-se apenas com as questões ambientais, já que não dominam as que têm a ver com o clima.

Depois, é fundamental uma transparência total, que permita o acesso público das bases de dados, dos algoritmos (modelos informáticos) e dos resultados. Só deste modo é possível realizar a contraprova, essencial no método científico, de forma a credibilizar qualquer investigação.

Uma outra conclusão é a de que os cientistas responsáveis pelas atitudes deploráveis agora reveladas, como, por exemplo, a manipulação de dados, deveriam ser impedidos de participar nos processos de revisão pelos pares de trabalhos sobre questões climáticas.

Cientistas como Keith Briffa, Michael Mann, Phil Jones (director do CRU), Caspar Amman, Ray Bradley, James Hansen, Tom Wigley, Stephen Schneider, etc. deveriam ser afastados definitivamente dos relatórios do IPCC.

Sintomaticamente, os principais responsáveis do Working Group I do IPCC, o grupo que se ocupa dos fundamentos científicos da teoria climática do IPCC, estão todos envolvidos no Climategate. Havia, até agora, quem considerasse o WG I como o menos mau de todos os grupos. Afinal, no melhor pano cai a nódoa…

Por outro lado, é importante conhecer a lista dos financiadores do CRU. Como se pode observar, a União Europeia faz parte desta lista, o que significa que o dinheiro dos contribuintes europeus tem vindo a financiar as actividades deste conjunto de trapaceiros do CRU. É necessário pôr cobro a estes financiamentos imerecidos.

E, sobretudo, é imperioso abandonar os planos que previam uma aplicação ainda pior dos dinheiros da União Europeia, como a intenção de oferecer somas incalculáveis a países do terceiro mundo com o propósito, a todos os títulos fantasioso, de minorar os efeitos do aquecimento global, uma finalidade que é agora posta em causa da forma que se conhece.

quinta-feira, novembro 26, 2009

“Ainda Orwell”

Artigo de Fernando Gabriel

Mais uma vez, temos muito gosto em divulgar junto dos nossos leitores um excelente artigo de Fernando Gabriel, publicado no Diário Económico de 25/11/09. Aqui fica, na íntegra, com a devida vénia ao autor.

Um conhecido aforismo de George Orwell resume a ambição subjacente à política das alterações climáticas: quem controla o passado, controla o futuro e quem controla o presente, controla o passado.

Os defensores da tese da actividade humana como a causa do aquecimento global controlam o presente da discussão política e pretendem controlar o futuro político da humanidade. O que não se sabia era até onde estavam dispostos a ir na tentativa de controlar o passado.

Na última semana ficámos a saber, depois de ‘hackers' terem retirado cerca de 1000 e-mails e 3000 documentos das bases da Climate Research Unit (CRU) da Universidade de East Anglia.

O director do CRU coordena o HadCrut, uma unidade conjunta com o Hadley Centre for Climate Prediction and Research, que é uma das quatro fontes de dados do IPCC. Os documentos extraídos do CRU mostram de forma transparente a existência de manipulações dos dados de temperatura, de forma a ocultar variações "inconvenientes" à tese do aquecimento global.

Mostram também que há uma campanha deliberada de limitação do livre inquérito científico nesta matéria, através de ataques à reputação de cientistas com posições contrárias, do boicote à publicação de artigos e da viciação do processo de peer review.

Em suma, o que transparece destes documentos é o desprezo de cientistas com um papel crucial no IPCC por princípios éticos básicos e pela honestidade intelectual, subordinando a investigação à obtenção de resultados que promovam uma causa política. Só surpreende a ingenuidade, ou impunidade, com que estas manobras são discutidas por alguns dos intervenientes: o resto não.

Nos últimos anos, pelo menos dois pedidos de cedência de dados ao abrigo da lei de liberdade de informação foram recusados pelo HadCrut, o último dos quais com a inusitada justificação que a divulgação dos dados podia "causar danos às relações internacionais".

Pela primeira vez, registos de temperatura ascenderam à categoria de segredo de Estado. O CRU fez tudo para evitar a divulgação dos dados e chegou mesmo a declarar que parte das séries tinha sido "perdida". Agora compreendem-se melhor os motivos do pânico.

Num editorial invulgarmente desonesto, o Financial Times tenta limitar os estragos e atribui aos que exigem mais transparência na investigação delírios de uma "vasta conspiração". Não é vasta. A peça central da política do aquecimento global é o relatório do IPCC de 2007, em particular o capítulo 9, apresentado como o "consenso de 2500 cientistas".

Sucede que o capítulo crucial tem apenas 53 autores. Desses, 38% são ingleses e um quinto do total são cientistas do CRU. Dos artigos científicos aí citados, 70% têm como co-autores os 53 cientistas envolvidos: vasta conspiração ou uma rede social com grandes afinidades intelectuais e ideológicas?

O potencial de descrédito para a investigação científica é o resultado da tentativa de utilização do ambientalismo para concretizar uma velha obsessão progressista: a instauração de um governo mundial, assessorado por "peritos" capazes de controlar o futuro e prevenir todos os males. Na cabeça dos crentes, a grandeza do propósito justifica os meios. Orwell sabia do que falava.

quarta-feira, novembro 25, 2009

Apanhados com a boca na botija (em inglês)

MC apresenta agora - com comentários em inglês - a lista dos emails mais comprometedores do ClimateGate (aqui e aqui), retirados do famoso ficheiro FOI2009.zip. Entre parêntesis está a numeração do correio electrónico daquele ficheiro.


* Phil Jones writes to University of Hull to try to stop sceptic Sonia Boehmer Christiansen using her Hull affiliation. Graham F Haughton of Hull University says its easier to push greenery there now SB-C has retired.(1256765544)

* Michael Mann discusses how to destroy a journal that has published sceptic papers.(1047388489)

* Tim Osborn discusses how data are truncated to stop an apparent cooling trend showing up in the results (0939154709). Analysis of impact here. Wow!

* Phil Jones describes the death of sceptic, John Daly, as “cheering news”.

* Phil Jones encourages colleagues to delete information subject to FoI request.(1212063122)

* Phil Jones says he has use Mann’s “Nature trick of adding in the real temps to each series”…to hide the decline”. Real Climate says “hiding” was an unfortunate turn of phrase.(0942777075)

* Letter to The Times from climate scientists was drafted with the help of Greenpeace.(0872202064)

* Mann thinks he will contact BBC’s Richard Black to find out why another BBC journalist was allowed to publish a vaguely sceptical article.(1255352257)

* Kevin Trenberth says they can’t account for the lack of recent warming and that it is a travesty that they can’t.(1255352257)

* Tom Wigley says that Lindzen and Choi’s paper is crap.(1257532857)

* Tom Wigley says that von Storch is partly to blame for sceptic papers getting published at Climate Research. Says he encourages the publication of crap science. Says they should tell publisher that the journal is being used for misinformation. Says that whether this is true or not doesn’t matter. Says they need to get editorial board to resign. Says they need to get rid of von Storch too. (1051190249)

* Ben Santer says (presumably jokingly!) he’s “tempted, very tempted, to beat the crap” out of sceptic Pat Michaels. (1255100876)

* Mann tells Jones that it would be nice to ‘”contain” the putative Medieval Warm Period’. (1054736277)

* Tom Wigley tells Jones that the land warming since 1980 has been twice the ocean warming and that this might be used by sceptics as evidence for urban heat islands.(1257546975)

* Tom Wigley say that Keith Briffa has got himself into a mess over the Yamal chronology (although also says it’s insignificant. Wonders how Briffa explains McIntyre’s sensitivity test on Yamal and how he explains the use of a less-well replicated chronology over a better one. Wonders if he can. Says data withholding issue is hot potato, since many “good” scientists condemn it.(1254756944)

* Briffa is funding Russian dendro Shiyatov, who asks him to send money to personal bank account so as to avoid tax, thereby retaining money for research.(0826209667)

* Kevin Trenberth says climatologists are nowhere near knowing where the energy goes or what the effect of clouds is. Says nowhere balancing the energy budget. Geoengineering is not possible.(1255523796)

* Mann discusses tactics for screening and delaying postings at Real Climate.(1139521913)

* Tom Wigley discusses how to deal with the advent of FoI law in UK. Jones says use IPR argument to hold onto code. Says data is covered by agreements with outsiders and that CRU will be “hiding behind them”.(1106338806)

* Overpeck has no recollection of saying that he wanted to “get rid of the Medieval Warm Period”. Thinks he may have been quoted out of context.(1206628118)

* Mann launches RealClimate to the scientific community.(1102687002)

* Santer complaining about FoI requests from McIntyre. Says he expects support of Lawrence Livermore Lab management. Jones says that once support staff at CRU realised the kind of people the scientists were dealing with they became very supportive. Says the VC [vice chancellor] knows what is going on (in one case).(1228330629)

* Rob Wilson concerned about upsetting Mann in a manuscript. Says he needs to word things diplomatically.(1140554230)

* Briffa says he is sick to death of Mann claiming his reconstruction is tropical because it has a few poorly temp sensitive tropical proxies. Says he should regress these against something else like the “increasing trend of self-opinionated verbiage” he produces. Ed Cook agrees with problems.(1024334440)

* Overpeck tells Team to write emails as if they would be made public. Discussion of what to do with McIntyre finding an error in Kaufman paper. Kaufman’s admits error and wants to correct. Appears interested in Climate Audit findings.(1252164302)

* Jones calls Pielke Snr a prat.(1233249393)

* Santer says he will no longer publish in Royal Met Soc journals if they enforce intermediate data being made available. Jones has complained to head of Royal Met Soc about new editor of Weather [why?data?] and has threatened to resign from RMS.(1237496573)

* Reaction to McIntyre’s 2005 paper in GRL. Mann has challenged GRL editor-in-chief over the publication. Mann is concerned about the connections of the paper’s editor James Saiers with U Virginia [does he mean Pat Michaels?]. Tom Wigley says that if Saiers is a sceptic they should go through official GRL channels to get him ousted. (1106322460) [Note to readers - Saiers was subsequently ousted]

* Later on Mann refers to the leak at GRL being plugged.(1132094873)

* Jones says he’s found a way around releasing AR4 review comments to David Holland.(1210367056)

* Wigley says Keenan’s fraud accusation against Wang is correct. (1188557698)

* Jones calls for Wahl and Ammann to try to change the received date on their alleged refutation of McIntyre [presumably so it can get into AR4](1189722851)

* Mann tells Jones that he is on board and that they are working towards a common goal.(0926010576)

* Mann sends calibration residuals for MBH99 to Osborn. Says they are pretty red, and that they shouldn’t be passed on to others, this being the kind of dirty laundry they don’t want in the hands of those who might distort it.(1059664704)

* Prior to AR3 Briffa talks of pressure to produce a tidy picture of “apparent unprecedented warming in a thousand years or more in the proxy data”. [This appears to be the politics leading the science] Briffa says it was just as warm a thousand years ago.(0938018124)

* Jones says that UK climate organisations are coordinating themselves to resist FoI. They got advice from the Information Commissioner [!](1219239172)

* Mann tells Revkin that McIntyre is not to be trusted.(1254259645)

* Revkin quotes von Storch as saying it is time to toss the Hockey Stick . This back in 2004.(1096382684)

* Funkhouser says he’s pulled every trick up his sleeve to milk his Kyrgistan series. Doesn’t think it’s productive to juggle the chronology statistics any more than he has.(0843161829)

* Wigley discusses fixing an issue with sea surface temperatures in the context of making the results look both warmer but still plausible. (1254108338)

* Jones says he and Kevin will keep some papers out of the next IPCC report.(1089318616)

* Tom Wigley tells Mann that a figure Schmidt put together to refute Monckton is deceptive and that the match it shows of instrumental to model predictions is a fluke. Says there have been a number of dishonest presentations of model output by authors and IPCC.(1255553034)

* Grant Foster putting together a critical comment on a sceptic paper. Asks for help for names of possible reviewers. Jones replies with a list of people, telling Foster they know what to say about the paper and the comment without any prompting.(1249503274)

* David Parker discussing the possibility of changing the reference period for global temperature index. Thinks this shouldn’t be done because it confuses people and because it will make things look less warm.(1105019698)

* Briffa discusses an sceptic article review with Ed Cook. Says that confidentially he needs to put together a case to reject it (1054756929)

* Ben Santer, referring to McIntyre says he hopes Mr “I’m not entirely there in the head” will not be at the AGU.(1233249393)

* Jones tells Mann that he is sending station data. Says that if McIntyre requests it under FoI he will delete it rather than hand it over. Says he will hide behind data protection laws. Says Rutherford screwed up big time by creating an FTP directory for Osborn. Says Wigley worried he will have to release his model code. Also discuss AR4 draft. Mann says paleoclimate chapter will be contentious but that the author team has the right personalities to deal with sceptics.(1107454306)

Fonte: Lubos Motl.

terça-feira, novembro 24, 2009

Apanhados com a boca na botija (em francês)

MC apresenta seguidamente uma lista, com explicações em francês, dos emails mais comprometedores do ClimateGate (aqui e aqui), retirados do famoso ficheiro FOI2009.zip. GIEC em francês significa IPCC em inglês.

Entre parêntesis está a numeração do correio electrónico daquele ficheiro que pode ser consultado no original ao clicar no respectivo número. Os emails estão separados por especialidades.

Corruption du processus de relecture (peer-review) et de publication scientifique

Michael Mann explique comment faire pour détruire un journal qui a publié des articles sceptiques. (1047388489)
Phil Jones dit que lui et Kevin vont exclure certains papiers du prochain rapport du GIEC. (1089318616)
Tom Wigley dit que von Storch est en partie à blâmer pour la publi de papiers sceptiques dans le journal Climate Research. Et dit que cela encourage la publication d'inepties scientifiques. Dit qu'ils devraient signifier au rédacteur en chef que son journal est utilisé pour la désinformation. Dit que peu importe que cela soit vrai ou non. Dit qu'ils faut obtenir la démission du comité de rédaction. Dit qu'ils doivent se débarrasser de von Storch aussi. (1051190249)
Réaction au papier McIntyre 2005 dans les GRL [Geophysical Research Letters]. Mann a contesté le rédacteur en chef de la publication des GRL. Mann est préoccupé par les relations de James Saiers, rédacteur en chef du journal, avec l'Université Virginia [veut il dire Pat Michaels?]. Tom Wigley dit que si Saiers est un sceptique, alors ils doivent passer par les canaux officiels des GRL pour l'éjecter. (1106322460) [Note - Saiers a effectivement été évincé]
Plus tard, Mann conclut que "la fuite aux GRL a été colmatée". (1132094873)
Grant Foster [blogger Tamino] rassemble les éléments pour un commentaire critique d'un papier sceptique. Demande de l'aide pour des noms d'examinateurs [reviewers] potentiels. Jones lui donne une liste des personnes, en assurant à Foster que celles-ci sauront quoi dire sur son papier et commentaire [complaisance entre pairs ?]. (1249503274)
Santer dit qu'il ne publiera plus dans la revue Royal Met Soc si ces gens obligent à publier les données intermédiaires [ce qui a permis à Climate Audit de coincer Briffa]. Jones s'est plaint au directeur de la Royal Met Soc à propos du nouvel éditeur de Weather et a menacé de démissionner de la RMS. (1237496573)
Briffa discute avec Ed Cook au sujet de l'examen du papier d'un sceptique. Avoue que confidentiellement, il a besoin de constituer un cas pour rejeter ce papier. (1054756929)

Manipulation des données

Phil Jones dit qu'il utilise "le truc de Mann dans Nature d'ajout de températures réelles aux séries [paléoclimatiques]" … pour cacher le déclin [en température]". (0942777075) RealClimate dit que « cacher » est un terme malencontreux.
Mann dit à Jones que ce serait bien de "contenir" le prétendu optimum médiéval. (1054736277)
Mann envoie les résultats de stats de validité de MBH99 à Osborn. Dit qu'ils sont très douteux, et qu'ils ne devraient pas être communiqués à d'autres car ce genre de linge sale ne doit pas être aux mains de ceux qui pourraient déformer les infos. (1059664704)
Wigley discute sur la manière de corriger le problème avec les températures de surface des mers dans le contexte de renforcer artificiellement le réchauffement mais de manière plausible. (1254108338)
David Parker discute de l'éventualité de modifier la période de référence pour l'indice de température mondiale. Pense que cela devrait être évité, car cela donnerait l'impression que le réchauffement est moins fort et confondrait les gens. (1105019698)
Tim Osborn discute comment les données sont tronquées pour empêcher une tendance apparente au refroidissement d'apparaître dans les résultats. (0939154709) Illustration de l'impact de cette troncature ici

Non divulgation de données

Phil Jones encourage ses collègues à supprimer les informations sujettes au FOIA (freedom of information act). (1212063122)
Tom Wigley explique comment faire face au FOIA (freedom of information act) au Royaume-Uni. Jones dit d'utiliser l'argument de l'IPR (droits de propriétés intellectuelles) pour ne pas divulguer les codes. Dit que les données sont protégées par des accords internationaux et que le CRU «se cachera derrière eux». (1106338806)
Jones avoue à Mann, Bradley… qu'il a trouvé un moyen de ne pas avoir à publier les commentaires des relectures du chapitre 6 de l'AR4 (rapport du GIEC 2007) [suite à une demande FoIA par David Holland]. (1210367056)
Jones affirme que les organisations climatiques au Royaume-Uni se sont entendues pour déjouer le FoIA [qui les obligent à rendre les données publiques]. Sur les conseils du commissaire à l'information [!] (1219239172)
Jones dit à Mann qu'il lui envoie les données des stations. Dit que si McIntyre les demande sous FoIA, il les supprimera plutôt que de les remettre. Dit qu'il va se cacher derrière les lois de protection des données. Dit que Rutherford a gaspillé énormément de temps en créant un répertoire FTP pour Osborn. Dit que Wigley s'inquiète d'avoir à rendre public le code de ses modèles. Discutent également de la version préliminaire de l'AR4 (rapport GIEC 2007). Mann dit que le chapitre paléoclimatiques sera controversé mais que les auteurs de ce chapitre ont les personnalités adéquates pour faire face aux sceptiques. (1107454306)
Santer se plaint au sujet des demandes de FoIA par McIntyre. Il dit qu'il attend le soutien de la direction du Lawrence Livermore Lab. Jones dit qu'une fois la direction du CRU mise au courant du genre de personnes [sceptiques] auxquelles les scientifiques avaient affaire, elle est devenue d'un grand soutien. Dit que le VC [vice-chancelier] sait ce qui se passe (dans un cas). (1228330629)
Phil Jones écrit à Steve [Schneider], rédacteur en chef de Climatic Change [ainsi que d'autres du comité de rédaction de la revue?], lui disant qu'il ne devrait pas accéder à la demande McIntyre d'obtenir le code informatique des articles de Mann. Plus tard, dans un courriel à Mann ("Rien que pour vos yeux , à supprimer après lecture") Jones dit qu'il a dit à Schneider séparément [vraisemblablement sans dire au reste du conseil] qu'il devrait demander l'avis d'autres et aussi consulter l'éditeur et consulter un avocat. (1074277559)

Consensus de façade

Rob Wilson se dit préoccupé d'avoir à contredire Mann dans un manuscrit. Dit qu'il a besoin de formuler les choses avec diplomatie. (1140554230)
Kevin Trenberth dit "le fait est que nous ne savons pas expliquer l'absence de réchauffement actuellement et c'est ridicule". (1255352257)
Tom Wigley dit à Jones que le réchauffement des continents depuis 1980 a été deux fois celui de l'océan et que ceci pourrait être utilisé par les sceptiques comme preuve de l'influence des îlots de chaleur urbains. (1257546975)
Tom Wigley dit que Keith Briffa s'est attiré des ennuis avec la chronologie de Yamal (mais dit aussi que cette chronologie ne change pas grande chose). Il se demande comment Briffa expliquerait le test de sensibilité de McIntyre sur Yamal et comment il justifierait le choix d'une chronologie mal répliquée au lieu d'une meilleure. Se demande s'il le pourrait. Dit que la dissimulation de données en question est une patate chaude, que c'est un procédé que de nombreux "bons" scientifiques condamnent. (1254756944)
Revkin [journaliste de l'environnement vedette du New York Time] cite von Storch comme ayant dit qu'il est temps de tirer un trait sur la crosse de hockey. (1096382684)
Wigley dit que l'accusation de fraude de Keenan contre Wang est correcte. (1188557698)
Kevin Trenberth dit que les climatologues ne sont pas près de savoir où va l'énergie [dans les bilans radiatifs des modèles] ou ce que l'effet des nuages représente. Dit qu'ils sont loin de pouvoir équilibrer le bilan énergétique. Dit que le géoengineering est impossible. (1255523796)
Briffa se dit écoeuré par Mann qui continue de clamer que sa [de Mann] reconstruction tropicale de la température est correcte malgré que ça contient juste quelques proxies qui reproduisent mal la température. Dit que Mann devrait trouver d'autres proxies pour la température comme "la tendance croissance au verbiage borné". Ed Cook est d'accord. (1024334440)
Overpeck conseile à l'Equipe d'écrire les e-mails comme s'ils allaient être rendus publics. Discussion sur quoi faire avec McIntyre [de Climate Audit] qui a trouvé une erreur dans la publi de Kaufman. Kaufman admet l'erreur et veut la corriger. Semble intéressé par les découvertes de CA (Climate Audit). (1252164302)
Avant l'AR3 (rapport GIEC 2001), Briffa dénonce les pressions pour produire une image simpliste de «prétendu réchauffement sans précédent depuis mille ans donné par les données indirectes [proxies]". Briffa dit que la période moderne n'est pas différente d'il y a mille ans. (0938018124)
Funkhouser dit qu'il a usé de tous les tours dans son sac pour tenter d'extraire une courbe en crosse de hockey de la série [de proxies de température] de Kyrgistan et qu'il n'y arrive pas. Ne pense pas qu'il soit productif de jongler davantage avec les statistiques de la chronologie [scrupule que n'a pas Mann et ses multiples courbes en crosse de hockey]. (0843161829)
Tom Wigley dit à Mann que le graphique créé par Schmidt pour réfuter Monckton est trompeur et que la cohérence montrée entre mesures et prévisions du modèle est un coup de chance. Dit qu'il y a eu un grand nombre de présentations malhonnêtes des résultats des modèles par les auteurs et le GIEC. (1255553034)
Briffa dit qu'il s'efforçait de faire un compromis entre les besoins du GIEC et de la science, choses qui ne sont pas toujours les mêmes. (1177890796)
Une source anonyme dit que les problèmes de robustesse avec la crosse de hockey sont connus de tous ceux qui comprennent sa méthodologie. La source dit qu'il y aura beaucoup de bruit suite au papier de McIntyre 2003 et que, connaissant la grande susceptibilité de Mann, il va fortement réagir, à moins qu'il tiennent compte des leçons du passé. (1067194064)
Giorgio Filippo (Université de Trieste) dit que le GIEC n'est pas une évaluation de la science publié, mais la production de résultats. Dit qu'il y a très peu de règles et que tout est permis. Dit tout le monde semble penser qu'il est correct de faire cela. Pense que cela nuira à la crédibilité du GIEC. (0968705882)
John Mitchell, éditeur du comité de relecture du GIEC dit que le problème de la non publication des données des proxies de reconstruction de température des dernières décennies (qui ne montrent pas de réchauffement) doit être expliqué. [Note, ce problème, connu sous le nom de divergence, a été minimisé en disant que c'est limité à quelques endroits]. Dit aussi que la méthode d'analyse par composant principal (PC A) de Mann est erronée et que les résultats de Mann ne sont pas statistiquement significatifs. (1150923423)

Manipulation des médias et de l'opinion publique

Mann pense qu'il va contacter Richard Black de la BBC pour savoir pourquoi un autre journaliste de la BBC a été autorisé à publier un article vaguement sceptique. (1255352257)
Lettre au Times par les climatologues rédigée avec l'aide de Greenpeace. (0872202064)
Mann inaugure le site Real Climate. (1102687002)
Mann aborde les tactiques pour trier et retarder les posts de lecteurs [sceptiques] sur Real Climate. (1139521913)
Overpeck n'a aucun souvenir d'avoir dit qu'il voulait «se débarrasser de l'optimum médiéval". Pense qu'il pourrait avoir été cité hors contexte. (1206628118)
Jones demande à Wahl et Ammann d'essayer de changer la date de réception de leur papier de réfutation de McIntyre [sans doute pour qu'il puisse entrer dans AR4, papier qui n'a jamais été publié, cf CA] (1189722851)
Phil Jones a du mal à expliquer les problèmes concernant le graphique de Lamb sur la température globale dans les premiers rapports du GIEC. Dit qu'il vaut mieux ne pas discuter ouvertement sur Realclimate. Dit qu'il vaut mieux enterrer l'affaire. (1168356704)

Diffamation d'autres scientifiques sur des motifs non scientifiques

Tom Wigley dit que le papier de Lindzen et Choi est "de la connerie". (1257532857)
Jones traite Roger Pielke Senior d'andouille. (1233249393)
Ben Santer, se référant à McIntyre déclare qu'il espère que Monsieur "je n'ai pas toute ma tête" ne sera pas à l'AGU. (1233249393)
Mann dit à Revkin que "McIntyre n'est pas une personne de confiance". (1254259645)
Phil Jones décrit la mort du sceptique, John Daly, comme "en quelque sorte une bonne nouvelles. (1075403821)
Ben Santer dit (sans doute en plaisantant!) qu'il est "tenté, très tenté, de tabasser" le sceptique Pat Michaels. (1255100876)
Phil Jones écrit à l'Université de Hull pour essayer d'empêcher la sceptique Sonia Boehmer Christiansen d'utiliser son affiliation Hull. Graham F Haughton de l'Université de Hull affirme que c'est plus facile de promouvoir "les trucs écologiques" maintenant que SB-C a pris sa retraite. (1256765544)

Divers

Briffa finance le dendrochronologue russe Shiyatov, qui lui demande d'envoyer de l'argent sur son compte bancaire personnel de manière à éviter les impôts, pour ainsi préserver l'argent pour la recherche. (0826209667)

Et pour les lecteurs français, l'affaire Courtillot dans l'affaire

Bard écrit à Jones pour de l'aide. Jones demande aux membres de Real Climate (Mann, Schmidt, Pierrehumbert) d'écrire à Science en faveur de Bard et Mann propose de rédiger un article sur Real Climate pour attaquer Courtillot. [Real Climate a effectivement critiqué de manière virulente Courtillot dans deux posts s'intitulant "les Chevaliers de l'Ordre de la Terre Plate" écrits par Pierrehumbert qui ont inspiré Libé et le Monde]. (1200426564)
Jouzel écrit au même moment à Jones pour lui demander d'aider Bard en disant que "la situation est vraiment très mauvaise [pour Edouard Bard]". (1200493432)

Consulter également la source chez Bishop Hill, un fin connaisseur de la crosse de hockey, avec d'excellentes synthèses sur la question comme Caspar and the Jesus Paper ou The Yamal Implosion

Fonte: Changement climatique.

Fanático pede a cabeça de Phil Jones

O escândalo do ClimateGate (aqui e aqui) está a atingir proporções espantosas. Até mesmo George Monbiot, um dos propagandistas mais ferozes da fé no aquecimento global, admite agora que deveria ter sido mais céptico e diz também que a ciência do clima necessita de ser repensada. Eis o que ele afirma no seu blogue:

It’s no use pretending that this isn’t a major blow. The emails extracted by a hacker from the climatic research unit at the University of East Anglia could scarcely be more damaging. I am now convinced that they are genuine, and I’m dismayed and deeply shaken by them.

Yes, the messages were obtained illegally. Yes, all of us say things in emails that would be excruciating if made public. Yes, some of the comments have been taken out of context. But there are some messages that require no spin to make them look bad.

There appears to be evidence here of attempts to prevent scientific data from being released, and even to destroy material that was subject to a freedom of information request.

Worse still, some of the emails suggest efforts to prevent the publication of work by climate sceptics, or to keep it out of a report by the Intergovernmental Panel on Climate Change. I believe that the head of the unit, Phil Jones, should now resign. Some of the data discussed in the emails should be re-analysed.

Neste desabafo de Monbiot está o segredo da mutilação de artigos cépticos enviados para revistas científicas. Os censores e cínicos diziam depois que era reduzido o número de artigos cépticos nas revistas com revisores (peer-reviewers).

Sir David King na entrevista dada ao jornalista Virgílio Azevedo do Expresso (ver entrevista publicada na edição do Expresso de 31 de Outubro de 2009, 1.º Caderno, página 31) disse mesmo que não havia nenhum (!) artigo dos cépticos.

segunda-feira, novembro 23, 2009

A face oculta do alarmismo climático

As revelações do ClimateGate permitiram entrar nos segredos dos “deuses” que têm mantido vivo o alarmismo do aquecimento global. Os milhares de emails tornados públicos por quem invadiu o sistema informático da Climatic Research Unit (Norwich, Reino Unido), da responsabilidade de Phil Jones, desvendaram a face oculta da máquina do IPCC.

É o que Roy Spencer afirma, no seu blogue, num texto intitulado “ClimateGate and the Elitist Roots of Global Warming Alarmism”.

Alguns emails da CRU apontam para a manipulação das bases de dados realizada de modo a desvalorizar as variações naturais do clima e a exagerar as alterações impostas pelas actividades humanas. Esta manipulação revela o carácter das pessoas que trabalham no IPCC, como bem observa Roy Spencer:

«Even if this language does not survive in the treaty’s final form, it illustrates the kind of people we are dealing with. The IPCC folks jet around the world to all kinds of exotic locations for their UN-organized meetings where they eat the finest food. Their gigantic carbon footprints stomp around the planet as they deride poor Brazilian farmers who convert jungle into farmland simply to survive.»

A metodologia usada pelos burocratas e “cientistas” do IPCC não tem sido mais do que uma perversão do processo científico. O conhecimento pseudo-científico do IPCC apenas se destinava a servir interesses políticos e financeiros criticáveis, com prejuízo de toda a humanidade.

Os dados não fiáveis e as fontes deturpadas, com o fito de exagerar a influência do CO2 antropogénico, não têm outro propósito senão colocar fundos colossais sob o controlo dos alarmistas, funcionários da ONU e políticos ávidos de poder.

A gigantesca e dramática farsa, a nível mundial, que tem sido a teoria do “aquecimento global” recomenda que se repense a evolução do método científico neste século XXI, muito em particular quando a Ciência serve de suporte a decisões políticas com consequências graves na vida das pessoas.

A humanidade deveria manifestar uma enorme dívida de gratidão a Roy Spencer e ao seu colega John Christy, da University of Alabama in Huntsville. De facto, se não fossem eles a trabalhar os dados dos satélites, estaríamos bem piores quanto ao conhecimento da realidade da temperatura média global do planeta.

Finalmente, como estamos frequentemente a acusar a comunicação social portuguesa de não dar notícias desfavoráveis à teoria oficial do global warming, é justo realçar a prontidão com que o Jornal de Negócios e o Público noticiaram o Climategate logo na sexta-feira, dia 20. Esperemos que o assunto encontre eco nos restantes órgãos de comunicação social.

sexta-feira, novembro 20, 2009

ClimateGate

Rebentou o dique das mentiras do aquecimento global

(Actualizado às 12 h 05 m do dia 21 do corrente por sugestão de um leitor)

A blogosfera internacional está cheia de notícias sobre o assalto que “piratas informáticos” fizeram ao Hadley Center, do Reino Unido, dia 19 de Novembro. Resume-se a notícia do dia desta forma:

The University of East Anglia's Hadley Climatic Research Centre appears to have suffered a security breach earlier today, when an unknown hacker apparently downloaded 1079 e-mails and 72 documents of various types and published them to an anonymous FTP server. These files appear to contain highly sensitive information that, if genuine, could prove extremely embarrassing to the authors …

Deste modo, toma-se conhecimento público das mensagens trocadas entre “cientistas” do Hadley Center e entre estes e os do resto do Mundo, nomeadamente americanos, com objectivos diversos.

Dentre os objectivos principais encontra-se a manipulação de dados de modo a manter acesa a chama do global warming. Eles acertaram agulhas para modificar resultados, apagar dados inconvenientes e esconder a realidade das temperaturas a decrescer desde 1998.

Estas notícias podem-se encontrar pormenorizadamente em Watts Up With That e Climate Audit. A notícia já foi publicada no circunspecto Wall Street Journal. A BBC online, que promove a impostura do aquecimento global, também já publicou.

O blogue mais alarmista que se conhece Real Climate confirma a notícia e corrige o sítio do ataque dos "piratas informáticos". O físico checo Lubos Motl desenvolve a notícia no seu famoso blogue The Reference Frame indicando a possibilidade da leitura de mais de 4500 mensagens trocadas entre os big warmers.

Os nossos leitores podem tomar conhecimento de inúmeros exemplos da infame troca de correspondência entre os hipócritas e mentirosos cientistas do global warming, agora definitivamente desacreditados, acedendo, por exemplo, a esta página da Examiner online.

Conforme se pode ler, é curiosa a forma como reagiu Michael Mann, o mais conhecido responsável pela fraude do hockey stick, também ele apanhado neste escândalo : "I'm not going to comment on the content of illegally obtained e-mails." Onde é que nós temos ouvido argumentos deste género...?

quarta-feira, novembro 18, 2009

Aventuras com as energias renováveis

Texto de Luís de Sousa, aluno de doutoramento do IST, publicado originalmente em inglês no fórum European Tribune.

Recessão. Taxas de juro coladas ao chão. Desemprego opressivo. Que melhor altura para investir em bens tangíveis? Foi esta lógica que me levou a considerar investir em painéis solares fotovoltaicos. Meses atrás comecei a estudar o assunto por forma a tornar-me microprodutor.

Coincidência ou não, encontrei pouco depois um familiar que havia regressado de uma comissão de trabalho em Angola e criara cá uma companhia que instala sistemas de microgeração solar. Embarquei então numa interessante aventura que está longe de terminar.

Portugal é um belo lugar, na ponta mais ocidental da Europa, com uma longa costa atlântica, uma orografia rica e um clima clemente. Mais sol só mesmo no deserto. Ainda assim, este estado importa 85% da energia que consome, com os combustíveis fósseis importados a 100%. Um défice externo na ordem dos 10% do PIB deve-se em grande parte a esta pesada factura energética.

Após sucessivas tentativas falhadas (por razões diversas) para basear a geração eléctrica nacional, primeiro no Nuclear, depois no Carvão e mais recentemente no Gás Natural, os governos começaram a virar atenções para as energias renováveis internas no final da década de 1990. Vários programas têm sido levados a cabo, providenciando tarifas especiais para projectos licenciados a grandes investidores (especialmente energia Eólica e Minihídrica, com algumas tentativas no Fotovoltaico de larga escala).

Em 2006 a rede eléctrica nacional foi aberta aos pequenos investidores, que até esse ponto tiveram que tratar eles próprios de armazenar e balancear a energia que produziam. Hoje existe legislação que determina uma série de regras para a ligação de sistemas de microgeração à rede eléctrica, incluindo:

  • para se ligar um sistema fotovoltaico à rede é obrigatória a instalação de um sistema térmico de aquecimento de águas;

  • cada sistema microgerador só pode alimentar à rede um máximo de 3.68 quilowatts a qualquer momento;

  • cada quilowatt-hora alimentado à rede é pago a 0.61 € durante os primeiros 6 anos de operação, a 0.30 € do sétimo ao décimo-segundo ano de operação e a preço médio de custo daí em diante;

  • as licenças de ligação à rede são emitidas em pacotes de 1000 unidades, totalizando 3.68 megawatts de capacidade instalada adicional; o período de emissão de licenças é aberto de forma ad hoc e fecha assim que as 1000 licenças estiverem atribuídas.

Os 60 cêntimos por quilowatt-hora representam cerca de 4 vezes o actual custo médio de geração – 15 cêntimos. Os utilizadores estão no entanto a pagar apenas 12.6 cêntimos, sendo a diferença deixada de presente às gerações futuras.

O pacote que o meu familiar projectou para o meu caso é composto por 18 painéis de 220 watts de potência cada, um painel térmico de aquecimento de água com um depósito de 200 litros, o inversor de corrente (que também dissipa a potência acima dos 3.68 watts) e a instalação. A instalação inclui a ligação das tubagens de água quente ao sistema da casa. Tudo isto soma a cerca de 20 000 € mais IVA, que para este tipo de investimentos se cifra em 12%.

Os painéis fotovoltaicos a instalar são produzidos na fábrica de Moura [o seu sítio web parece estar “em construção”]. Esta fábrica estará hoje a produzir o estado da arte das células fotovoltaicas, fornecendo fabricantes de painéis de qualidade superior na Alemanha e no Japão.

O telhado tem duas águas, uma a Nascente e outra a Poente, o que não é exactamente a melhor das configurações. Mas sendo o mais alto num raio de várias centenas de metros, e a esta latitude, permite ainda assim um investimento rentável. A água a Nascente tem sol até às 4 horas da tarde durante metade do ano; a água a Poente, onde serão montados a maioria dos painéis, deverá permitir a geração à potência máxima a partir das 11 horas da manhã. A factura eléctrica varia de 110 quilowatts-hora no Verão a 150 quilowatts-hora no Inverno. O sistema deverá gerar entre oito (Verão) e duas vezes (Inverno) esses valores.

As perspectivas neste momento são para que o sistema se paga a si próprio nos primeiros 5 anos de operação. Considerando o ambiente económico presente, estas expectativas são muito interessantes, e com a dependência que Portugal tem das importações, os 15 cêntimos por quilowatt-hora irão certamente subir, transformando este bem num importante gerador de receita.

Antes de continuar gostaria de deixar algumas notas em relação às regras do jogo. Em primeiro lugar, pagar IVA sobre um produto nacional que permitirá equilibrar a economia deste estado é no mínimo algo de estranho. Depois, a limitação da potência a alimentar à rede não tem grande lógica; a potência instalada para maximizar o investimento passará em muitos casos os 3.68 quilowatts, o que resulta num excesso de energia dissipada durante as horas de pico, em especial durante o Verão.

O limite de 1000 licenças também não parece muito em contacto com a realidade, dado que 3.68 megawatts é apenas um pouco mais que a potência de uma única turbina eólica industrial. Existem certamente questões de balanceamento de carga a considerar, mas a energia solar é relativamente fácil de prever, mesmo no longo prazo (especialmente em Portugal onde o Verão resulta em dias a fio sem nuvens). Um sistema mais sensato poderia conseguir resultados semelhantes, por exemplo limitando a capacidade instalada por habitação ou simplesmente reduzindo a tarifa especial.

Com o projecto consolidado no papel passou-se então ao processo de licenciamento. Este é constituído pelos seguintes passos:

  • pré-registar on-line os dados técnicos;

  • submeter candidatura durante o período de licenciamento;

  • instalar a infra-estrutura nos 120 dias seguintes à aprovção da candidatura;

  • submeter o sistema a uma inspecção por parte de uma entidade licenciada para o efeito.

O licenciamento é efectuado por via electrónica no sítio com o nome irónico RenovaveisNaHora.pt. Algures em Outubro um novo período de licenciamento foi anunciado para começar dia 2 de Novembro ás 10 horas. O pré-registo foi efectuado e a partir daí foi ficar à espera. O meu familiar avisou-me que existiam cerca de 5000 pré-registos e que poderiam existir problemas a submeter a candidatura, mas na altura pensei que tudo haveria de correr sem complicações.

Na manhã do dia 2 de Novembro tentei aceder ao sítio electrónico, por volta das nove e meia. Nada. O outro lado estava morto. Tentei usar o comando ping, seguir a ligação com um comando trace, mas silêncio foi tudo o que obtive. Trabalho presentemente com uma ligação de banda-larga 3G, que entre outras coisas, me permitiu descarregar uma imagem do Ubuntu numa questão de minutos. Após uma hora a tentar continuamente desisti.

Tentei várias vezes durante esse dia, mas sempre sem sucesso. Na manhã do dia 3 consegui finalmente entrar no sítio. Para meu total espanto o anúncio seguinte estava afixado:

O período de licenciamento aberto dia 2 de Novembro às 10:00 fechou às 11:04, após o número máximo de licenças ter sido atribuído.

Há algo de terrivelmente errado nesta pintura. Toda a informação que tenho aponta para o facto de o servidor ter estado desligado durante esse período, ou pelo menos num estado de negação de serviço [do inglês Denial of Service - DoS]. Sendo assim, como é possível terem sido atribuídas cerca de 1000 licenças? Mais tarde conferenciei com o meu familiar (que para além do meu projecto não conseguiu submeter outras 4 candidaturas) indicando-lhe que muito dificilmente essas candidaturas não teriam sido registadas on-line.

Dias mais tarde, após alguns inquéritos junto das fontes normalmente bem informadas, começámos a ter uma ideia mais clara da situação. Diz-se que metade das licenças foram atribuídas a dois dos maiores bancos do país e que mais algumas centenas foram parar às mãos de grandes investidores institucionais. Há histórias de horror a circular sobre call-centers inteiros mobilizados para gerar tráfego, bloqueando o acesso ao homem comum.

Não sei simplesmente o que fazer. Por um lado não estou disposto a entrar em qualquer esquema ilícito que possa existir para obter uma licença, por outro, a janela para fazer este investimento não estará aberta para sempre, com previsões de subida das taxas de juros já para a próxima Primavera.

Este é sem dúvida um belo sítio para se viver.

How They Are Turning Off the Lights in America

Pela sua importância, damos aqui a conhecer aos leitores do MC, na versão original, um texto de Edwin Berry, publicado no blog “Watts Up With That” de Anthony Watts.

Eis o texto, deixando aos nossos leitores a devida meditação:

On October 31, 2009, the once largest aluminum plant in the world shut down. With it goes another American industry and more American jobs. The Columbia Falls Aluminum Company in Montana will shut down its aluminum production because it cannot purchase the necessary electrical power to continue its operations.

How did this happen in America? America was once the envy of the world in its industrial capability. America’s industrial capacity built America into the most productive nation the world had ever known. Its standard of living rose to levels never before accomplished. Its currency became valuable and powerful, allowing Americans to purchase imported goods at relatively cheap prices.


America grew because of innovation and hard work by the pioneers of the industrial revolution, and because America has vast natural resources. A great economy, as America once was, is founded on the ability to produce electrical energy at low cost. This ability has been extinguished. Why?

Columbia Falls Aluminum negotiated a contract with Bonneville Power Administration in 2006 for Bonneville to supply electrical power until September 30, 2011. But, responding to lawsuits, the 9th US Circuit Court ruled the contract was invalid because it was incompatible with the Northwest Power Act. Therefore, the combination of the Northwest Power Act and a US Circuit Court were the final villains that caused the shutdown of Columbia Falls Aluminum.

But the real reasons are much more complicated. Why was it not possible for Columbia Falls Aluminum to find sources of electricity other than Bonneville?

We need to look no further than the many environmental groups like the Sierra Club and to America’s elected officials who turned their backs on American citizens and in essence themselves, for they too are citizens of this country. These officials bought into the green agenda promoted by the heavily funded environmental groups. Caving to pressure, they passed laws and the environmental groups filed lawsuits that began turning off the lights in America. The dominos stated to fall.

They began stopping nuclear power plants in the 1970’s. They locked up much of our coal and oil resources with land laws. They passed tax credits, which forces taxpayers foot the bill for billionaire investors to save taxes by investing in less productive wind and solar energy projects.
In 1988, the Environmental Protection Agency called a meeting of atmospheric scientists and others with environmental interests. I remember well the meeting I attended in the San Francisco Bay Area. The meeting was in a theater-like lecture room with the seating curved to face the center stage and rising rapidly toward the back of the room. Attending were many atmospheric scientists whom I knew from Lawrence Livermore Laboratory, Stanford Research Institute and some local colleges.


The room became silent when a man walked up to the lectern. He told us that the next big national problem was global warming. He explained how human carbon dioxide emissions were trapping the earth’s radiation like a greenhouse and causing the atmosphere to heat beyond its normal temperature. He said this will lead to environmental disasters. He finished by saying the EPA will now concentrate its research funding toward quantifying the disasters that would be caused by our carbon dioxide.

The room was silent. I was the first to raise my hand to ask a question, “How can you defend your global warming hypothesis when you have omitted the effects of clouds which affect heat balance far more than carbon dioxide, and when your hypothesis contradicts the paper by Lee in the Journal of Applied Meteorology in 1972 that shows the atmosphere does not behave like a greenhouse?”

He answered me by saying, “You do not know what you are talking about. I know more about how the atmosphere works than you do.”

Not being one to drop out of a fight, I responded, “I know many of the atmospheric scientists in this room, and many others who are not present but I do not know you. What is your background and what makes you know so much more than me?”

He answered, “I know more than you because I am a lawyer and I work for the EPA.”
After the meeting, many of my atmospheric science friends who worked for public agencies thanked me for what I said, saying they would have liked to say the same thing but they feared for their jobs.


And that, my dear readers, is my recollection of that great day when a lawyer, acting as a scientist, working for the federal government, announced global warming.

Fast forward to today. The federal government is spending 1000 times more money to promote the global-warming charade than is available to those scientists who are arguing against it. Never before in history has it taken a massive publicity campaign to convince the public of a scientific truth. The only reason half the public thinks global warming may be true is the massive amount of money put into global-warming propaganda.

The green eco-groups have their umbilical cords in the government’s tax funds. Aside from a few honest but duped scientists living on government money, the majority of the alarms about global warming – now called “climate change” because it’s no longer warming – come from those who have no professional training in atmospheric science. They are the environmentalists, the ecologists, the lawyers and the politicians. They are not the reliable atmospheric scientists whom I know.

Nevertheless, our politicians have passed laws stating that carbon dioxide is bad. See California’s AB32 which is based upon science fiction. (For readers who take issue with me, I will be happy to destroy your arguments in another place. In this paper, we focus on the damage to America that is being caused by those promoting the global-warming fraud.)

In the year 2000, America planned 150 new coal-electric power plants. These power plants would have been “clean” by real standards but the Greens managed to have carbon dioxide defined legally as “dirty” and this new definition makes all emitters of carbon dioxide, including you, a threat to the planet. Therefore, using legal illogic, the Sierra Club stopped 82 of these planned power plants under Bush II and they expect it will be a slam-dunk to stop the rest under Obama.

And now you know the real reason the Columbia Falls Aluminum Company had to shut down. America stopped building new power plants a long time ago. There is now no other source where the company can buy energy. Our energy-producing capability is in a decline and it is taking America with it.

I used to belong to the Sierra Club in the 1960’s. It used to be a nice hiking club. In the late 1960’s the Sierra Club began turning its attention toward stopping nuclear power. Then I quit the Sierra Club. It continues to prosper from the many subscribers who think they are supporting a good cause. What they are really supporting is the destruction of America brick by brick. The Sierra Club and similar organizations are like watermelons – green on the outside, red on the inside. They are telling us we have no right to our own natural resources, and in doing so they are sinking America.

Inherent in ecology are three assumptions: “natural” conditions are optimal, climate is fragile, and human influences are bad. Physics makes no such assumptions. By assuming climate is fragile, the global warming supporters have assumed their conclusion. In fact, the climate is not fragile. It is stable. The non-adherence to physical logic in the global-warming camp is what makes many physical scientists say that global warming is a religion.

So we have a new age religion promoted by environmentalists, incorporated into our laws and brainwashed into our people that is now destroying America from the inside.

Like a vast ship, America is taking a long time to sink but each day it sinks a little further. The fearsome day awaits, when America, if not quickly recovered by its real citizens, will tilt its nose into the water to begin a rapid and final descent into oblivion … her many resources saved for whom?

Edwin X Berry, PhD is an atmospheric physicist and certified consulting meteorologist with Climate Physics, LLC in Montana.

segunda-feira, novembro 16, 2009

Conselho de ministros debaixo de água

Recentemente, o governo das Maldivas realizou um show off ao reunir-se debaixo de água. Pretendia deste modo “chamar a atenção para o desaparecimento do país pela subida das águas dos mares devida ao global warming”.

Evidentemente, jornais como o Público mostraram a fotografia logo na primeira página. O que é preciso é dramatizar alarmando a opinião pública sem possível contestação. O Público tem um vasto conjunto de jornalistas que promove notícias disparatadas.

Publica notícias sobre as hipotéticas maldades do dióxido de carbono mas nunca encontra espaço para dizer a verdade: há mais do que uma década que o índice da temperatura média global não sobe.

Mas não é apenas aquele jornal que se apresenta recheado de notícias do género. Também o Jornal de Notícias, o Diário de Notícias e o semanário Sol andam à compita a ver quem fomenta mais profecias sobre o clima para daqui a um século. O sapateiro de Trancoso se fosse vivo ficaria boquiaberto com tanta concorrência.

MC já mais do que uma vez comentou esta enorme mentira do global warming. Ainda há pouco tempo, na sequência do tema da subida do nível dos mares foi publicada a nota Nils-Axel Mörner e o nível dos mares.

Pois o Prof. Mörner reagiu a esta fantasia escrevendo uma carta-aberta dirigida ao presidente maldiviano Mohamed Nasheed. A carta-aberta tem a curiosidade de referir um documento dos Estudos do Quaternário (*).

Resumidamente, Mörner salienta os seguintes pontos:

(1) In the last 2000 years, sea level has oscillated with 5 peaks reaching 0.6 to 1.2 m above the present sea level.

(2) From 1790 to 1970 sea level was about 20 cm higher than today.

(3) In the 1970s, sea level fell by about 20 cm to its present level.

(4) Sea level has remained stable for the last 30 years, implying that there are no traces of any alarming on-going sea level rise.

(5) Therefore, we are able to free the Maldives (and the rest of low-lying coasts and island around the globe) from the condemnation of becoming flooded in the near future.


Por aqui se vê como a encenação do governo das Maldivas foi considerada uma acção incorrecta pelo Prof. Nils-Axel Mörner. O professor sueco considerou mesmo uma manobra digna de Al Gore que é um mestre em tais fantasias.

Mas a falta de decoro é tanta que, na propaganda para o jamboree de Copenhaga, aliada à organização da COP15 da ONU – 15ª Conferência das Partes, a realizar em Copenhaga em Dezembro próximo – foi apresentada esta gigantesca farsa num vídeo do YouTube (entretanto substituído por outros mais recentes).
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(*) O Prof. Nils-Axel Mörner pertence à Comissão Científica da Associação Portuguesa para o Estudo do Quaternário (APEQ).