Outra vez o Árctico…
Nos quatro posts «O Árctico (1)» a «O Árctico (4)», de Maio de 2005, a situação actualizada desta zona do globo foi analisada em pormenor. No post «Árctico (3)» afirma-se: «Um estudo a partir de medições de satélites durante o período recente de 1978-1998 parece indicar uma diminuição substancial, até 14%, da área coberta pelo gelo multi-anual (Vd. Johannessen, O. M. et al., Satellitteÿ evidence for an arctic sea cover in transformation, Science, 286, 1937-1939, 1999)».
Até agora nada se passou de novo que merecesse alguma atenção especial. Porém, em finais de Setembro passado, a NASA apresentou publicamente uma actualização daquele estudo afirmando que o mar gelado do Árctico, em 2005, tem o valor mais baixo desde a era de observações por satélite iniciada em 1978/9.
Este anúncio foi feito com pompa e circunstância nos media que propalaram o alarmismo tradicional. Eis alguns spots do dia 29 de Setembro:
“Arctic ice ‘disappearing fast’” (BBC News); “Arctic ice melts faster as it gets warmer” (USA Today); “Arctic meltdown just decades away, scientists warn” (Sydney Morning Herald).
Em Portugal, como é evidente, os nossos media papaguearam a notícia, nomeadamente nos telejornais, com imagens e discursos de proeminentes cientistas, incluindo o Dr. Josefino Comiso da NASA. Este cientista foi o principal autor do artigo «The polar ice cover. How it is changing» que originou todo este burburinho.
O responsável dos Mitos Climáticos, no dia 28 de Setembro, enviou ao Dr. Comiso o seguinte mail, referindo-se exactamente àquele artigo:
«Dear Mr. Comiso: Conhece o livro “Global Warming: Myth or Reality?” de Marcel Leroux? Este cientista francês afirma: ‘No Árctico como no Antárctico, o défice térmico intensifica a emissão de ar frio nas altas latitudes. Esta evolução dinâmica no Árctico é um dado fundamental, não somente para o próprio Árctico, mas para a totalidade do hemisfério Norte. Melhores cumprimentos.»
O Dr. J. Comiso respondeu, no dia 29 de Setembro:
«Dear Dr. Moura: Não sei de que lado o Sr. está mas há de facto uma grande controvérsia sobre o aquecimento global e especialmente o associado aos gases com efeito de estufa. Eu penso que os dados dos satélites têm proporcionado a melhor prova dos sintomas de aquecimento no Árctico. Por exemplo, o eterno mar gelado está actualmente a retrair-se ao ritmo de 9,8 % por década sendo o registo deste ano o recorde inferior desde a era dos satélites. No entanto, os registos dos satélites são relativamente curtos e o sistema climático é muito complexo. Aquele é um grande sinal (a adicionar a outros) para que necessitemos de ter receio. Devemos esperar até termos certezas ou devemos começar a repensar como nós os humanos conduzimos as nossas actividades? Joey Comiso»
Nesse mesmo dia 29 de Setembro, o responsável dos Mitos Climáticos respondeu:
«Dear Dr. Josefino Comiso: Agradeço muito a sua resposta. Sou um principiante em climatologia. Tenho muitas, muitas dúvidas. Por exemplo, o Sr. diz: “Eu penso que os dados dos satélites têm proporcionado a melhor prova dos sintomas de aquecimento no Árctico.” Eu não discuto os dados fornecidos pelos satélites e que o eterno mar gelado esteja em retracção nesta fase. Estas são provas das imagens dos satélites. Mas eu não sei como é que o Sr. pode provar a ligação dessas imagens com o “global warming” e “especialmente àquele associado aos gases com efeito de estufa (naturais ou antropogénicos?) ”. O Sr. afirma “…o sistema climático é muito complexo.” Eu estou inteiramente de acordo consigo acerca desta afirmação. O que pensa da circulação geral da atmosfera? O que pensa dos Anticiclones Móveis Polares – que as imagens dos satélites provam como sendo um fenómeno real – originados a partir da região do Árctico que está a arrefecer [que não foi referida no artigo nem apresentada nas televisões]? Marcel Leroux explica: “O efeito de estufa não é a causa das alterações climáticas. Os modelos sobrestimam as suas projecções. A circulação geral é perfeitamente organizada. O efeito de estufa não controla a evolução da temperatura. O efeito de estufa não controla o clima do passado, do presente e do futuro…O efeito de estufa não determina o estado do tempo, e, portanto, não controla as chuvas ou as secas. O mar é um microcosmo da globalidade do debate sobre o efeito de estufa.” Peço desculpa, mas gostaria de conhecer a sua abalizada opinião acerca das minhas dúvidas. Melhores cumprimentos.»
Até hoje, e já lá vão mais de 10 dias, o Dr. Josefino não respondeu. Esta troca de mensagens ilustra bem o que se passa com o debate internacional (que nem sequer existe em Portugal) sobre o efeito de estufa – aquecimento global – alterações climáticas.
Um punhado de cientistas observa determinados fenómenos (espessura de camadas de gelo, concentrações de dióxido de carbono e de metano) com importantes instrumentos de medida (satélites, estações meteorológicas fixas e móveis).
Não tem provas materiais da ligação destes fenómenos com as temperaturas que são recolhidas algures e que formam um conjunto heterogéneo mas dizem: “Eu penso que…”
A seguir a esta congeminação extrapolam os seus conhecimentos e acham que se deve actuar com uma não-solução (p.e., Protocolo de Quioto) para resolver um não-problema.
E não têm o mínimo de ética quando se apresentam à frente de jornalistas e câmaras de televisão: - Anunciando o que não sabem, actuando como se soubessem. Ao lançar hipóteses como sendo conhecimento seguro põem em causa a sua probidade científica.
Até agora nada se passou de novo que merecesse alguma atenção especial. Porém, em finais de Setembro passado, a NASA apresentou publicamente uma actualização daquele estudo afirmando que o mar gelado do Árctico, em 2005, tem o valor mais baixo desde a era de observações por satélite iniciada em 1978/9.
Este anúncio foi feito com pompa e circunstância nos media que propalaram o alarmismo tradicional. Eis alguns spots do dia 29 de Setembro:
“Arctic ice ‘disappearing fast’” (BBC News); “Arctic ice melts faster as it gets warmer” (USA Today); “Arctic meltdown just decades away, scientists warn” (Sydney Morning Herald).
Em Portugal, como é evidente, os nossos media papaguearam a notícia, nomeadamente nos telejornais, com imagens e discursos de proeminentes cientistas, incluindo o Dr. Josefino Comiso da NASA. Este cientista foi o principal autor do artigo «The polar ice cover. How it is changing» que originou todo este burburinho.
O responsável dos Mitos Climáticos, no dia 28 de Setembro, enviou ao Dr. Comiso o seguinte mail, referindo-se exactamente àquele artigo:
«Dear Mr. Comiso: Conhece o livro “Global Warming: Myth or Reality?” de Marcel Leroux? Este cientista francês afirma: ‘No Árctico como no Antárctico, o défice térmico intensifica a emissão de ar frio nas altas latitudes. Esta evolução dinâmica no Árctico é um dado fundamental, não somente para o próprio Árctico, mas para a totalidade do hemisfério Norte. Melhores cumprimentos.»
O Dr. J. Comiso respondeu, no dia 29 de Setembro:
«Dear Dr. Moura: Não sei de que lado o Sr. está mas há de facto uma grande controvérsia sobre o aquecimento global e especialmente o associado aos gases com efeito de estufa. Eu penso que os dados dos satélites têm proporcionado a melhor prova dos sintomas de aquecimento no Árctico. Por exemplo, o eterno mar gelado está actualmente a retrair-se ao ritmo de 9,8 % por década sendo o registo deste ano o recorde inferior desde a era dos satélites. No entanto, os registos dos satélites são relativamente curtos e o sistema climático é muito complexo. Aquele é um grande sinal (a adicionar a outros) para que necessitemos de ter receio. Devemos esperar até termos certezas ou devemos começar a repensar como nós os humanos conduzimos as nossas actividades? Joey Comiso»
Nesse mesmo dia 29 de Setembro, o responsável dos Mitos Climáticos respondeu:
«Dear Dr. Josefino Comiso: Agradeço muito a sua resposta. Sou um principiante em climatologia. Tenho muitas, muitas dúvidas. Por exemplo, o Sr. diz: “Eu penso que os dados dos satélites têm proporcionado a melhor prova dos sintomas de aquecimento no Árctico.” Eu não discuto os dados fornecidos pelos satélites e que o eterno mar gelado esteja em retracção nesta fase. Estas são provas das imagens dos satélites. Mas eu não sei como é que o Sr. pode provar a ligação dessas imagens com o “global warming” e “especialmente àquele associado aos gases com efeito de estufa (naturais ou antropogénicos?) ”. O Sr. afirma “…o sistema climático é muito complexo.” Eu estou inteiramente de acordo consigo acerca desta afirmação. O que pensa da circulação geral da atmosfera? O que pensa dos Anticiclones Móveis Polares – que as imagens dos satélites provam como sendo um fenómeno real – originados a partir da região do Árctico que está a arrefecer [que não foi referida no artigo nem apresentada nas televisões]? Marcel Leroux explica: “O efeito de estufa não é a causa das alterações climáticas. Os modelos sobrestimam as suas projecções. A circulação geral é perfeitamente organizada. O efeito de estufa não controla a evolução da temperatura. O efeito de estufa não controla o clima do passado, do presente e do futuro…O efeito de estufa não determina o estado do tempo, e, portanto, não controla as chuvas ou as secas. O mar é um microcosmo da globalidade do debate sobre o efeito de estufa.” Peço desculpa, mas gostaria de conhecer a sua abalizada opinião acerca das minhas dúvidas. Melhores cumprimentos.»
Até hoje, e já lá vão mais de 10 dias, o Dr. Josefino não respondeu. Esta troca de mensagens ilustra bem o que se passa com o debate internacional (que nem sequer existe em Portugal) sobre o efeito de estufa – aquecimento global – alterações climáticas.
Um punhado de cientistas observa determinados fenómenos (espessura de camadas de gelo, concentrações de dióxido de carbono e de metano) com importantes instrumentos de medida (satélites, estações meteorológicas fixas e móveis).
Não tem provas materiais da ligação destes fenómenos com as temperaturas que são recolhidas algures e que formam um conjunto heterogéneo mas dizem: “Eu penso que…”
A seguir a esta congeminação extrapolam os seus conhecimentos e acham que se deve actuar com uma não-solução (p.e., Protocolo de Quioto) para resolver um não-problema.
E não têm o mínimo de ética quando se apresentam à frente de jornalistas e câmaras de televisão: - Anunciando o que não sabem, actuando como se soubessem. Ao lançar hipóteses como sendo conhecimento seguro põem em causa a sua probidade científica.
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