O que realmente aconteceu no Verão de 2003
À chegada incessante ao continente europeu de anticiclones móveis polares (AMP) que partiram do Árctico – viajando pelo Canadá, pelos Estados Unidos e pelo Atlântico – juntaram-se AMP vindos directamente da Gronelândia através da trajectória escandinava.
Os bloqueamentos impostos pelos relevos – como os Cantábricos, os Pirenéus, as serras espanholas e o planalto da Meseta, os Alpes, os Alpes Dináricos, os Cárpatos, os Balcãs, a cadeia do Atlas –, provocaram a formação de uma imensa área anticiclónica sobre o Oceano Atlântico, o continente europeu e o Mediterrâneo.
Verificou-se a particularidade de uma duração inabitual da potentíssima e extensa aglutinação anticiclónica constante e regularmente realimentada pelos sucessivos AMP.
A canícula não pode ser assacada ao efeito de estufa muito diminuto quando o ar está seco, nem mesmo nas cidades onde a actividade estival é reduzida.
Evoca-se uma causa hipotética não demonstrada, o efeito de estufa, mas ignora-se um mecanismo real demonstrado porque observado, os AMP. A canícula resultou sem a menor ambiguidade de uma alta inabitual da pressão. Contrariamente, a pressão baixaria se a elevação de temperatura fosse a causa primeira. Esta alta de pressões foi comandada pela frequência mais elevada dos AMP que atingiram o território europeu.
Este aumento de pressões está associado ao arrefecimento – contínuo depois dos anos 1970 – do Árctico ocidental, onde nascem a maioria dos AMP. Nesse Verão de 2003 – vejam só – o gelo do Árctico atingiu uma forte espessura enquanto a temperatura foi arrefecendo.
Este arrefecimento (que oferece ainda um desmentido flagrante às previsões dos modelos) dá desde à partida mais potência aos AMP, e assegura uma grande coerência à aglutinação anticiclónica que eles formaram em seguida sobre a Europa.
A canícula não foi pois um fenómeno devido ao acaso, imprevisível, ou isolado no tempo: há várias décadas que a pressão se eleva e que a frequência dos AMP aumenta. O fim brutal desse Verão, com uma queda de temperatura de 15 ºC a 20 ºC, esteve associado à invasão de AMP de trajectória escandinava rompendo a aglutinação anticiclónica.
É necessário pois, até porque se sofre cada vez mais a seca, estival e invernal, contrariamente às precipitações particularmente intensas, antever atempadamente as medidas possíveis para fazer face a um futuro com elevadas pressões sobre a Europa e as respectivas consequências.
A análise precisa da evolução real do tempo permitirá fazer a gestão correcta dos riscos que lhes estão associados, quer para a Natureza quer para os homens. É pois altura de parar com raciocínios errados, contra a realidade, e aprender as lições que a Natureza nos dá. Mesmo que isso custe, directa ou indirectamente, aos que ganham com a confusão actualmente estabelecida.
Os bloqueamentos impostos pelos relevos – como os Cantábricos, os Pirenéus, as serras espanholas e o planalto da Meseta, os Alpes, os Alpes Dináricos, os Cárpatos, os Balcãs, a cadeia do Atlas –, provocaram a formação de uma imensa área anticiclónica sobre o Oceano Atlântico, o continente europeu e o Mediterrâneo.
Verificou-se a particularidade de uma duração inabitual da potentíssima e extensa aglutinação anticiclónica constante e regularmente realimentada pelos sucessivos AMP.
A canícula não pode ser assacada ao efeito de estufa muito diminuto quando o ar está seco, nem mesmo nas cidades onde a actividade estival é reduzida.
Evoca-se uma causa hipotética não demonstrada, o efeito de estufa, mas ignora-se um mecanismo real demonstrado porque observado, os AMP. A canícula resultou sem a menor ambiguidade de uma alta inabitual da pressão. Contrariamente, a pressão baixaria se a elevação de temperatura fosse a causa primeira. Esta alta de pressões foi comandada pela frequência mais elevada dos AMP que atingiram o território europeu.
Este aumento de pressões está associado ao arrefecimento – contínuo depois dos anos 1970 – do Árctico ocidental, onde nascem a maioria dos AMP. Nesse Verão de 2003 – vejam só – o gelo do Árctico atingiu uma forte espessura enquanto a temperatura foi arrefecendo.
Este arrefecimento (que oferece ainda um desmentido flagrante às previsões dos modelos) dá desde à partida mais potência aos AMP, e assegura uma grande coerência à aglutinação anticiclónica que eles formaram em seguida sobre a Europa.
A canícula não foi pois um fenómeno devido ao acaso, imprevisível, ou isolado no tempo: há várias décadas que a pressão se eleva e que a frequência dos AMP aumenta. O fim brutal desse Verão, com uma queda de temperatura de 15 ºC a 20 ºC, esteve associado à invasão de AMP de trajectória escandinava rompendo a aglutinação anticiclónica.
É necessário pois, até porque se sofre cada vez mais a seca, estival e invernal, contrariamente às precipitações particularmente intensas, antever atempadamente as medidas possíveis para fazer face a um futuro com elevadas pressões sobre a Europa e as respectivas consequências.
A análise precisa da evolução real do tempo permitirá fazer a gestão correcta dos riscos que lhes estão associados, quer para a Natureza quer para os homens. É pois altura de parar com raciocínios errados, contra a realidade, e aprender as lições que a Natureza nos dá. Mesmo que isso custe, directa ou indirectamente, aos que ganham com a confusão actualmente estabelecida.
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