terça-feira, dezembro 29, 2009

Climategate: a incompreensão do não-aquecimento actual

Os ditos cientistas do IPCC apanhados no Climategate não sabem explicar o que se está a passar desde 1998. De facto, como o índice “temperatura média global” deixou de aumentar, apesar do crescimento contínuo da concentração do CO2, lá vai por água abaixo a tese do global warming.

Primeiro foi o neozelandês Mick Kelly (ver emails) que, atónito, escreveu a Phil Jones, do CRU-Climatic Research Centre, pois tinha que fazer uma apresentação pública e não sabia como explicar a descida recente das temperaturas:

Hi Phil

Just updated my global temperature trend graphic for a public talk and noted that the level has really been quite stable since 2000 or so and 2008 doesn't look too hot. Anticipating the sceptics latching on to this soon, if they haven't done already, has anyone had a good look at the large-scale circulation anomalies over this period? I haven't noticed anything consistent coming up in the annual climate reviews but then I wasn't really looking. Be awkward if we went through a early 1940s type swing! Hope all's well with you.

Mick

Phil Jones respondeu a Mick Kelly no dia 24 de Outubro de 2008:

From: P.Jones@xxxxxxxxx.xxx [mailto:P.Jones@xxxxxxxxx.xxx]
Sent: 24 October 2008 20:39
To: Mick Kelly
Subject: Re: Global temperature

Mick,

They have noticed for years - mostly wrt [with respect to] the warm year of 1998. The recent coolish years down to La Nina. When I get this question I have 1991-2000 and 2001-2007/8 averages to hand. Last time I did this they were about 0.2 different, which is what you'd expect. In Iceland at a meeting that Astrid invited me to. Cold with snow on the ground, but things cheap as the currency has gone down 30-40% wrt even the pound.

Cheers
Phil

Mick voltou à carga no dia 26 de Outubro de 2008 dizendo que iria cortar os últimos pontos da curva antes da tal apresentação pública pois não saberia explicar o que se estava a passar (!):

From: Mick Kelly mick.tiempo@xxxxxxxxx.xxx
To:
Subject: RE: Global temperature
Date: Sun, 26 Oct 2008 09:02:00 +1300

Yeah, it wasn't so much 1998 and all that that I was concerned about, used to dealing with that, but the possibility that we might be going through a longer - 10 year - period of relatively stable temperatures beyond what you might expect from La Nina, etc.

Speculation, but if I see this as a possibility then others might also. Anyway, I'll maybe cut the last few points off the filtered curve before I give the talk again as that's trending down as a result of the end effects and the recent coldish years. Enjoy Iceland and pass on my best wishes to Astrid.

Mick

De facto, estes estranhos cientistas pensam que sabem explicar subidas de temperaturas. Na realidade, não sabem, mas não são só eles. Por cá também temos émulos dos redactores destes emails, que afirmam que uma série de 10 anos não pode refutar a tese do global warming.

Ou seja, estaríamos perante um milagre da Física, pois teríamos uma lei que seria interrompida durante 10, ou mais anos, mas que, pasme-se, continuaria válida!

Além do milagre da Física estaríamos também perante um milagre da Matemática. Com efeito, a tese do global warming baseia-se numa fórmula matemática que nunca concitou a concordância dos cépticos, mas que tem a seguinte expressão:

∆t = Ti – To = α . ln (Ci/Co)

Em que :

∆t = Ti – To é a variação das temperaturas médias globais entre um ano genérico “i” e um ano arbitrário de referência “o”.

Ci e Co são os valores das concentrações de dióxido de carbono (equivalente) nos mesmos anos “i” e “o”.

α é um coeficiente positivo e ln traduz o logaritmo neperiano.

Como a concentração de CO2 varia de forma monótona crescente, teremos Ci > Co, pelo que o logaritmo neperiano ln (Ci/Co) será sempre positivo. E como o parâmetro α é positivo, a variação da temperatura média global teria de ser sempre positiva.

Como não é isto que se está a verificar, alguma coisa vai mal no reino da Dinamarca.

Mas não foi só agora que esta tese do IPCC revelou a sua inadequação. Com efeito, esta lei não consegue explicar as seguintes sequências de tendências registadas nas séries do HadCRUT3 (*), nomeadamente os 38 anos de decrescimento com a taxa máxima de emissões de CO2:

30 anos de crescimento, de 1912 a 1942 (tx de emissão de CO2 = 1,2% /ano)
38 anos de decrescimento, de 1942 a 1980 (tx de emissão de CO2 = 4,7 % / ano)
24 anos de crescimento, de 1980 a 2004 (tx de emissão de CO2 = 1,2 % /ano)

A fonte de informação das taxas de crescimento das emissões de CO2 é James Earl Hansen, o guru máximo do global warming. Estas taxas foram anunciadas por ele numa exposição ao Congresso dos EUA, em 2003. Foi nessa altura que Hansen “avisou” que o valor máximo de subida de temperatura, em relação à era pós-industrial, que o planeta poderia suportar sem “fundir”, seria de 2 ºC. E os crentes tomaram este valor como um dogma.

Na realidade, o índice da temperatura média global oscilou entre crescimentos e decrescimentos cerca de seis vezes desde 1850, data escolhida como final da Pequena Idade do Gelo.
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(*) Hadley Center – CRU com actualização de temperaturas T3.