quinta-feira, agosto 13, 2009

Mais uma onda de calor

Finalmente, aconteceu uma onda de calor em Agosto de 2009. Com curta extensão no tempo e no espaço, pelo menos até agora. As suas características principais, examinadas para o dia 13 de Agosto, podem ser resumidas nos seguintes processos que controlam esta onda de calor:

Fig. 178 – Imagem de satélite que mostra uma estabilidade anticiclónica situada sobre a Península Ibérica e que se estende, para sul, sobre Marrocos e, para norte, sobre a França e a Itália e, ainda, sobre alguns países do leste europeu.

Fig. 179 – Carta sinóptica assinalando altas pressões sobre as regiões com estabilidade anticiclónica. Apesar de tudo, as pressões não são das mais altas que se encontram normalmente numa onda de calor de grande dimensão e intensidade.

Na Península Ibérica, as pressões atmosféricas ao nível do solo não subiram tanto quanto seria possível devido à existência do estranho L (low – baixa pressão) sobre o Norte de África.

Fig. 180 – Diagrama de cargas da produção eólica da REN que evidencia baixa actividade do vento. Ou seja, a componente horizontal da velocidade do vento aproxima-se de zero durante muitas horas do dia em observação.

O facto de as altas pressões não serem mais elevadas e de o vento não ser nulo, além de a aglutinação anticiclónica não se estender muito mais no continente europeu, permitindo a entrada de ar marítimo, acaba por aliviar as temperaturas ao nível do solo.

Quando acaba esta onda de calor? Quando aparecer um anticiclone móvel polar suficientemente potente para romper a massa de ar anticiclónica da aglutinação. Ou, ao menos, empurrá-la para longe deste local.

É com estes ingredientes que se produzem as ondas de calor. Os gases com efeito de estufa existentes na atmosfera, sejam naturais ou antropogénicos, não têm a mínima intervenção neste fenómeno.

Entrar em guerra contra a Natureza é uma certeza na perda de batalhas consecutivas até à derrota final. As perdas são de dinheiro desbaratado sem resolver qualquer problema do clima. E a derrota será a falta de adaptação ao clima do futuro.

Para acompanhar a propagação de uma onda de calor, aconselha-se a revisão da leitura das seguintes notas:

Génese das ondas de calor
http://mitos-climaticos.blogspot.com/2008/07/gnese-das-ondas-de-calor.html

Dinâmica da canícula de 2003
http://mitos-climaticos.blogspot.com/2008/07/dinmica-da-cancula-de-2003.html

A culpa é das altas pressões
http://mitos-climaticos.blogspot.com/2008/07/culpa-das-altas-presses.html

Explicações oficiais confusas
http://mitos-climaticos.blogspot.com/2008/07/explicaes-oficiais-confusas.html