Atlas do clima
Os navios e as estações terrestres recolheram os primeiros elementos meteorológicos. A base de dados e a análise das observações realizadas pelos navios e estações terrestres criaram um património mundial.
Vladimir Koppen, director do Observatório Naval de Hamburgo, gastou mais de um quarto de século a recolher e analisar aquele património. Publicou o primeiro Atlas do clima na passagem do século XIX para o XX.
Esse Atlas identificava sobretudo as temperaturas e as precipitações que caracterizavam certas regiões planetárias. Koppen preocupou-se também com os tipos de vegetação de cada região.
É interessante entender os instrumentos que permitiram este trabalho meticuloso. A informação das características particulares dos aparelhos é importante quando se comparam resultados obtidos com instrumentos de diferentes sensibilidades.
Os avanços tecnológicos permitiram a melhoria da qualidade dos registos. Quanto aos termómetros, os de álcool encerrado em colunas de vidro fino foram os eleitos de início. O álcool respondia rapidamente às variações de temperatura.
Os termómetros de mercúrio vulgarizaram-se pela vantagem de utilização numa gama alargada de temperaturas. Eram úteis desde as frias regiões polares até às quentes dos desertos.
O mercúrio, como é mais denso, tem uma resposta térmica mais lenta do que o álcool às variações instantâneas de temperatura. Talvez por esse motivo, não foi o mais adoptado nos termómetros exteriores, até finais do século XIX.
Os instrumentos meteorológicos elementares e os seus resguardos (caixas ou armários) permaneceram inalterados durante quase todo o século XX. Eram comuns os abrigos de madeira branca com as laterais perfuradas para permitir a passagem do ar.
O que não parece óbvio foram as lentas ou quase nulas mudanças de sítio dos pequenos observatórios. Tanto mais que as cidades foram-se expandindo à sua volta alterando o ambiente envolvente e, consequentemente, alterando as condições meteorológicas.
Teve consequência peculiar a plantação de árvores à volta das estações meteorológicas. As árvores extraem a humidade do solo profundo para manter a evapotranspiração e arrefecem o ambiente envolvente durante o tempo quente.
Além disso, o betão dos edifícios e o asfalto dos pavimentos circundantes impedem a evaporação dos solos e absorvem a radiação solar. Deste modo, os registos das estações são falseados. Apresentam valores mais altos da temperatura.
Estes erros, relativamente aos valores que seriam normais se não existissem as construções urbanas, influenciam a considerada, falaciosamente, temperatura média global. Existe uma enorme discussão à volta deste fenómeno denominado por “ilhas de calor urbano”.
Comparar temperaturas registadas antes e depois destas modificações à volta das estações meteorológicas levanta problemas. A maior parte é resolvida através de hipóteses ambíguas.
É o que acontece com a reconstrução da temperatura média global que a Organização Meteorológica Mundial anuncia e o IPCC adopta. Não se trata de uma média aritmética pura. A impureza do resultado fica no segredo dos deuses.
Vladimir Koppen, director do Observatório Naval de Hamburgo, gastou mais de um quarto de século a recolher e analisar aquele património. Publicou o primeiro Atlas do clima na passagem do século XIX para o XX.
Esse Atlas identificava sobretudo as temperaturas e as precipitações que caracterizavam certas regiões planetárias. Koppen preocupou-se também com os tipos de vegetação de cada região.
É interessante entender os instrumentos que permitiram este trabalho meticuloso. A informação das características particulares dos aparelhos é importante quando se comparam resultados obtidos com instrumentos de diferentes sensibilidades.
Os avanços tecnológicos permitiram a melhoria da qualidade dos registos. Quanto aos termómetros, os de álcool encerrado em colunas de vidro fino foram os eleitos de início. O álcool respondia rapidamente às variações de temperatura.
Os termómetros de mercúrio vulgarizaram-se pela vantagem de utilização numa gama alargada de temperaturas. Eram úteis desde as frias regiões polares até às quentes dos desertos.
O mercúrio, como é mais denso, tem uma resposta térmica mais lenta do que o álcool às variações instantâneas de temperatura. Talvez por esse motivo, não foi o mais adoptado nos termómetros exteriores, até finais do século XIX.
Os instrumentos meteorológicos elementares e os seus resguardos (caixas ou armários) permaneceram inalterados durante quase todo o século XX. Eram comuns os abrigos de madeira branca com as laterais perfuradas para permitir a passagem do ar.
O que não parece óbvio foram as lentas ou quase nulas mudanças de sítio dos pequenos observatórios. Tanto mais que as cidades foram-se expandindo à sua volta alterando o ambiente envolvente e, consequentemente, alterando as condições meteorológicas.
Teve consequência peculiar a plantação de árvores à volta das estações meteorológicas. As árvores extraem a humidade do solo profundo para manter a evapotranspiração e arrefecem o ambiente envolvente durante o tempo quente.
Além disso, o betão dos edifícios e o asfalto dos pavimentos circundantes impedem a evaporação dos solos e absorvem a radiação solar. Deste modo, os registos das estações são falseados. Apresentam valores mais altos da temperatura.
Estes erros, relativamente aos valores que seriam normais se não existissem as construções urbanas, influenciam a considerada, falaciosamente, temperatura média global. Existe uma enorme discussão à volta deste fenómeno denominado por “ilhas de calor urbano”.
Comparar temperaturas registadas antes e depois destas modificações à volta das estações meteorológicas levanta problemas. A maior parte é resolvida através de hipóteses ambíguas.
É o que acontece com a reconstrução da temperatura média global que a Organização Meteorológica Mundial anuncia e o IPCC adopta. Não se trata de uma média aritmética pura. A impureza do resultado fica no segredo dos deuses.
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