Requiem por Quioto. Alguns resultados económicos do flop
Quanto às variáveis económicas interessa salientar os “preços do carbono” (preços dos direitos de emissão de CO2), os valores actualizados dos “custos totais do abatimento” das emissões de CO2 e os resultados do “comércio de emissões” (quem perde e quem ganha).
Os “preços do carbono” são muito mais elevados com a aplicação do PQ do que nos “Cenário Óptimo” e “Cenário Comércio Global”. Os preços por tonelada de carbono são referidos em dólares americanos (USD) a preços de 1990. Para o caso que interessa a Portugal esses preços podem variar entre 57 USD (1990) / t (C), em 2010, e 300 USD (1990) / t (C), em 2100.
Relativamente aos “custos totais de abatimento” das emissões nos vários cenários, imputáveis aos países constantes do Anexo do PQ, os valores retirados do “Requiem por Quioto” são impressionantes e podem atingir quase um bilião (milhão de milhão) e meio de USD (1990) para os cenários mais desfavoráveis.
No caso que interessa à União Europeia e a Portugal (“Cenário Protocolo de Quioto”), atinge-se o valor de 828 mil milhões de USD (de 1990) que representa um custo de abatimento considerável.
As vendas (+) e as compras (-) do resultado do “comércio de emissões” entre os países do Anexo do PQ mostram que no trading das emissões há, evidentemente, quem ganhe bastante e quem perca muito.
Perdem sempre todos os países da UE (de -7 a -61 mil milhões de dólares de 1990) e, ainda mais, os EUA (de -10 a -73 mil milhões de dólares de 1990); ganham a Rússia (+13 a +100 mil milhões de dólares de 1990) e países da Europa Oriental (Polónia, Ucrânia, etc., +10 a +33 mil milhões de dólares de 1990).
O Japão começa por perder numa primeira fase para depois ganhar. Outros países de rendimento per capita elevado, como o Canadá e a Austrália, são colocados ao lado dos perdedores.
Não deixa de impressionar os ganhos da Rússia e de países da Europa Oriental, assim como as perdas da União Europeia. Também se compreende a não ratificação do PQ pelos Estados Unidos da América (perdem mais de 40 % das perdas totais, em 2010) que procuram encontrar outros caminhos mais eficazes. O preço para a União Europeia se vangloriar em ser o motor do movimento que conduziu ao PQ é demasiado elevado e terá consequências nefastas.
No caso português, verifica-se a hipótese plausível (Vd. «PLANO ENERGÉTICO NACIONAL – Incidência Ambiental da Evolução do Sistema Energético, 1990-2010, Ministério da Indústria e Energia, Lisboa, 1992, p. 27-35») de um défice, em 2010, de 24 Mt (milhões de toneladas) relativamente ao compromisso assinado (limite máximo de 40 Mt de CO2) de dióxido de carbono que correspondem a 6,5 Mt de carbono.
Nesse caso, o País pagará uma fortuna avaliada em mil milhões de euros, a preços de 2005, que se arrisca a ter de desembolsar para serem entregues à Rússia e a outros países da Europa Oriental (Polónia, Ucrânia, etc.) numa altura em que estes se apresentam como nossos concorrentes no mercado internacional. E tudo isto, nunca é de mais sublinhar, sem qualquer resultado prático para o clima!
Obs.: USD (1990) - dólares americanos a preços de 1990; t (C) - toneladas de carbono
Os “preços do carbono” são muito mais elevados com a aplicação do PQ do que nos “Cenário Óptimo” e “Cenário Comércio Global”. Os preços por tonelada de carbono são referidos em dólares americanos (USD) a preços de 1990. Para o caso que interessa a Portugal esses preços podem variar entre 57 USD (1990) / t (C), em 2010, e 300 USD (1990) / t (C), em 2100.
Relativamente aos “custos totais de abatimento” das emissões nos vários cenários, imputáveis aos países constantes do Anexo do PQ, os valores retirados do “Requiem por Quioto” são impressionantes e podem atingir quase um bilião (milhão de milhão) e meio de USD (1990) para os cenários mais desfavoráveis.
No caso que interessa à União Europeia e a Portugal (“Cenário Protocolo de Quioto”), atinge-se o valor de 828 mil milhões de USD (de 1990) que representa um custo de abatimento considerável.
As vendas (+) e as compras (-) do resultado do “comércio de emissões” entre os países do Anexo do PQ mostram que no trading das emissões há, evidentemente, quem ganhe bastante e quem perca muito.
Perdem sempre todos os países da UE (de -7 a -61 mil milhões de dólares de 1990) e, ainda mais, os EUA (de -10 a -73 mil milhões de dólares de 1990); ganham a Rússia (+13 a +100 mil milhões de dólares de 1990) e países da Europa Oriental (Polónia, Ucrânia, etc., +10 a +33 mil milhões de dólares de 1990).
O Japão começa por perder numa primeira fase para depois ganhar. Outros países de rendimento per capita elevado, como o Canadá e a Austrália, são colocados ao lado dos perdedores.
Não deixa de impressionar os ganhos da Rússia e de países da Europa Oriental, assim como as perdas da União Europeia. Também se compreende a não ratificação do PQ pelos Estados Unidos da América (perdem mais de 40 % das perdas totais, em 2010) que procuram encontrar outros caminhos mais eficazes. O preço para a União Europeia se vangloriar em ser o motor do movimento que conduziu ao PQ é demasiado elevado e terá consequências nefastas.
No caso português, verifica-se a hipótese plausível (Vd. «PLANO ENERGÉTICO NACIONAL – Incidência Ambiental da Evolução do Sistema Energético, 1990-2010, Ministério da Indústria e Energia, Lisboa, 1992, p. 27-35») de um défice, em 2010, de 24 Mt (milhões de toneladas) relativamente ao compromisso assinado (limite máximo de 40 Mt de CO2) de dióxido de carbono que correspondem a 6,5 Mt de carbono.
Nesse caso, o País pagará uma fortuna avaliada em mil milhões de euros, a preços de 2005, que se arrisca a ter de desembolsar para serem entregues à Rússia e a outros países da Europa Oriental (Polónia, Ucrânia, etc.) numa altura em que estes se apresentam como nossos concorrentes no mercado internacional. E tudo isto, nunca é de mais sublinhar, sem qualquer resultado prático para o clima!
Obs.: USD (1990) - dólares americanos a preços de 1990; t (C) - toneladas de carbono
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