quinta-feira, março 13, 2008

A verdade dos cilindros de gelo (1)

(Versão parcelar do artigo “CO2: The Greatest Scientific Scandal of Our Time”, de Zbigniew Jaworowski)

A análise das concentrações do dióxido de carbono introduzido nos cilindros de gelo é uma das bases de sustentação da hipótese do aquecimento global. Os cilindros retiram-se por perfuração de mantos de gelo, por exemplo, do Antárctico.

É importante aprofundar o resultado desta análise para se avaliar até que ponto são válidas certas afirmações que se encontram espalhadas nos relatórios do IPCC. Diga-se, desde já, que o estado actual de conhecimentos não suporta tais afirmações.

A hipótese fundamental da glaciologia do CO2 é a de que o ar contido nos cilindros de gelo pertence a um sistema fechado. O sistema fechado preservaria permanentemente as propriedades químicas e a composição isotópica dos gases nele contidos.

Deste modo, as bolhas de ar incorporadas nos cilindros de gelo seriam um protótipo apropriado para a reconstrução fiável da composição gasosa da atmosfera da era pré-industrial e até de atmosferas anteriores a esta.

No entanto, esta hipótese entra em conflito com amplas provas de vários estudos do CO2 antepassado. Estes estudos apontam em sentido contrário (vide o estudo revisto de Jaworowski e al., 1992b) *. O sistema não é isolado.

As estimativas proxies do nível atmosférico do CO2 dos cilindros de gelo, registadas desde 1985, apresentadas oficialmente, deram resultados aparentemente mais baixos do que os medidos recentemente na atmosfera. Mas as aparências iludem.

Para o autor Jaworowski, estimativas proxies significam resultados obtidos de acordo com a metodologia e os critérios seguidos em estudos considerados válidos pelo IPCC. Existem, no entanto, outras metodologias e critérios não considerados pelo IPCC.

De facto, antes de 1985, os cilindros de gelo podem indicar valores realmente muito mais elevados do que as concentrações atmosféricas recentes (Jaworowski et al., 1992b) *, conforme critérios diferentes dos proxies.

Os valores proxies indicam, erradamente, valores mais baixos desde há 650 mil anos (Siegenthaler et al., 2005) * em relação aos obtidos por métodos diferentes.

Os erros dos valores proxies mantêm-se nos seis períodos interglaciais (quentes) anteriores ao actual. Nesses períodos a temperatura média global chegou a situar-se até 5 ºC acima dos valores da nossa era interglacial!

Isto significa que ou os níveis atmosféricos do CO2 não têm influência discernível no clima (o que até é verdade) ou que as reconstruções proxies da composição química da velha atmosfera são falsas (o que também é verdade, como se verá a seguir).

(continua)
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*A bibliografia pode ser consultada no original de Zbigniew Jaworowski.