Temperaturas perigosas?
A pergunta é do Prof. Bob Carter (esta nota reflecte o seu pensamento): - «A variação das temperaturas e o nível atingido são perigosos?» A resposta necessita de uma análise cuidadosa e comparada com a evolução histórica do passado.
Não faz sentido prolongar a tendência de curto prazo da evolução das temperaturas, observadas ou calculadas por proxies, sem considerar os ciclos climáticos. No entanto, é o que se encontra frequentemente na literatura que se ocupa das alterações climáticas.
Academias de ciências prestigiosas e comissões de especialistas apresentam relatórios afirmando (ou insinuando) que identificam tendências significativas com taxas de crescimento e valores observados das temperaturas, ipso facto, incomuns ou perigosos.
Por exemplo, na Conferência de Brisbane, de 2 e 3 de Maio de 2007, foi apresentado um relatório do CCSP (Climate Change Science Program, dos EUA), de 2006, anunciando um aumento de temperatura entre 1 ºC e 2 ºC durante o passado sec. XX.
Mas o IPCC, no relatório de 2007, estimou uma subida menor, de 0,74 ºC, no sec. XX. Em qualquer dos casos as estimativas deviam ser corrigidas pela consideração dos fenómenos externos El Niño (6) e erupções vulcânicas (2) do século XX (Vide Fig. BC8).
As análises comparativas não devem ser feitas para períodos tão curtos como 150 anos de observações termométricas e 27 anos de observações com satélites. O aquecimento do século XX deve ser comparado com outros períodos geológicos semelhantes.
Para uma tal comparação é necessário recorrer a valores proxies já que não existem valores históricos fiáveis de estatísticas termométricas anteriores ao século XX. Um dos melhores, estendendo-se a um período adequado, é o isótopo de oxigénio dos gelos da Gronelândia.
De facto, os cilindros de gelo da Gronelândia mostram a existência de uma periodicidade entre aquecimento-arrefecimento de aproximadamente 1500 anos com amplitudes de 1 ºC a 2 ºC (Grootes et al., 1993; Davis et Bohling, 2001).
Esta periodicidade é, muito provavelmente, de origem solar (Bond et al., 2001; Singer et Avery, 2006). O século XX apresenta um pico que mantém este ciclo de aproximadamente 1500 anos (Fig. BC9).
Consistentes com esta análise, Solanki et al. (2004) demonstraram que, desde o fim da Pequena Era do Gelo – verificada nos finais do século XIX –, a actividade do Sol apresentou a mais forte actividade nos últimos 60 anos.
Por outro lado, Svensmark (artigo de 2007 e outros) identificou um mecanismo possível por meio do qual a actividade solar afecta o fluxo dos raios cósmicos que controla por sua vez a formação de nuvens que agem como termóstato da Terra.
Os proxies dos cilindros de gelo da Gronelândia revelam também taxas típicas da variação de temperatura da ordem de 2.5°C/século em períodos de arrefecimento e de aquecimento da ordem de décadas a séculos (Fig. BC10).
Na Gronelândia, no século XX, a evolução das temperaturas nada teve de alarmante se compararmos com o que aconteceu no passado longínquo em épocas de aquecimento como os Períodos de Aquecimento Medieval, Romano e Minoan - civilização minóica da idade do bronze - (Fig. BC9).
No outro pólo, no Antárctico, uma prova similar de cilindros de gelo mostra que o século XX apresentou temperaturas mais baixas da ordem de menos 5°C do que as temperaturas associadas a períodos interglaciários geologicamente recentes (Watanabe et al., 2003).
Os valores e as taxas de variação da temperatura do século XX caírem dentro de limites naturais. O aumento da temperatura a partir de 1976, erradamente atribuído às emissões de origem humana, apresenta similitude com o sucedido entre 1905 e 1940.
Entre 1905-1940, a variabilidade da temperatura, que se observou com medidas termométricas, muito dificilmente pode ser atribuída a causas antropogénicas.
Nos Alpes europeus a década mais quente dos últimos 1250 anos foi a dos anos 1940 e não a dos anos 1990 (Buntgen et al., 2006).
De facto, o crescimento da temperatura média global desde finais do século XIX não corresponde a um efeito devido a emissões antropogénicas.
O diagnóstico que se encontra na pág. 97 do relatório do IPCC, de 2001, publicado em livro [Climate Change 2001: The Scientific Basis, Intergovernmental Panel on Climate Change, Working Group 3, third assessment report (ed: J T Houghton et al.), 881 p (Cambridge University Press: Cambridge)], mantém-se verdadeiro nos dias de hoje:
«O clima sempre variou em todas as escalas do tempo pelo que o crescimento das temperaturas pode ser devido a causas naturais. Será necessária uma análise mais profunda para se poder concluir que é devido a causas humanas.»
P.S. - Foram introduzidas as Fig. BC9 e Fig. BC10.
Não faz sentido prolongar a tendência de curto prazo da evolução das temperaturas, observadas ou calculadas por proxies, sem considerar os ciclos climáticos. No entanto, é o que se encontra frequentemente na literatura que se ocupa das alterações climáticas.
Academias de ciências prestigiosas e comissões de especialistas apresentam relatórios afirmando (ou insinuando) que identificam tendências significativas com taxas de crescimento e valores observados das temperaturas, ipso facto, incomuns ou perigosos.
Por exemplo, na Conferência de Brisbane, de 2 e 3 de Maio de 2007, foi apresentado um relatório do CCSP (Climate Change Science Program, dos EUA), de 2006, anunciando um aumento de temperatura entre 1 ºC e 2 ºC durante o passado sec. XX.
Mas o IPCC, no relatório de 2007, estimou uma subida menor, de 0,74 ºC, no sec. XX. Em qualquer dos casos as estimativas deviam ser corrigidas pela consideração dos fenómenos externos El Niño (6) e erupções vulcânicas (2) do século XX (Vide Fig. BC8).
As análises comparativas não devem ser feitas para períodos tão curtos como 150 anos de observações termométricas e 27 anos de observações com satélites. O aquecimento do século XX deve ser comparado com outros períodos geológicos semelhantes.
Para uma tal comparação é necessário recorrer a valores proxies já que não existem valores históricos fiáveis de estatísticas termométricas anteriores ao século XX. Um dos melhores, estendendo-se a um período adequado, é o isótopo de oxigénio dos gelos da Gronelândia.
De facto, os cilindros de gelo da Gronelândia mostram a existência de uma periodicidade entre aquecimento-arrefecimento de aproximadamente 1500 anos com amplitudes de 1 ºC a 2 ºC (Grootes et al., 1993; Davis et Bohling, 2001).
Esta periodicidade é, muito provavelmente, de origem solar (Bond et al., 2001; Singer et Avery, 2006). O século XX apresenta um pico que mantém este ciclo de aproximadamente 1500 anos (Fig. BC9).
Consistentes com esta análise, Solanki et al. (2004) demonstraram que, desde o fim da Pequena Era do Gelo – verificada nos finais do século XIX –, a actividade do Sol apresentou a mais forte actividade nos últimos 60 anos.
Por outro lado, Svensmark (artigo de 2007 e outros) identificou um mecanismo possível por meio do qual a actividade solar afecta o fluxo dos raios cósmicos que controla por sua vez a formação de nuvens que agem como termóstato da Terra.
Os proxies dos cilindros de gelo da Gronelândia revelam também taxas típicas da variação de temperatura da ordem de 2.5°C/século em períodos de arrefecimento e de aquecimento da ordem de décadas a séculos (Fig. BC10).
Na Gronelândia, no século XX, a evolução das temperaturas nada teve de alarmante se compararmos com o que aconteceu no passado longínquo em épocas de aquecimento como os Períodos de Aquecimento Medieval, Romano e Minoan - civilização minóica da idade do bronze - (Fig. BC9).
No outro pólo, no Antárctico, uma prova similar de cilindros de gelo mostra que o século XX apresentou temperaturas mais baixas da ordem de menos 5°C do que as temperaturas associadas a períodos interglaciários geologicamente recentes (Watanabe et al., 2003).
Os valores e as taxas de variação da temperatura do século XX caírem dentro de limites naturais. O aumento da temperatura a partir de 1976, erradamente atribuído às emissões de origem humana, apresenta similitude com o sucedido entre 1905 e 1940.
Entre 1905-1940, a variabilidade da temperatura, que se observou com medidas termométricas, muito dificilmente pode ser atribuída a causas antropogénicas.
Nos Alpes europeus a década mais quente dos últimos 1250 anos foi a dos anos 1940 e não a dos anos 1990 (Buntgen et al., 2006).
De facto, o crescimento da temperatura média global desde finais do século XIX não corresponde a um efeito devido a emissões antropogénicas.
O diagnóstico que se encontra na pág. 97 do relatório do IPCC, de 2001, publicado em livro [Climate Change 2001: The Scientific Basis, Intergovernmental Panel on Climate Change, Working Group 3, third assessment report (ed: J T Houghton et al.), 881 p (Cambridge University Press: Cambridge)], mantém-se verdadeiro nos dias de hoje:
«O clima sempre variou em todas as escalas do tempo pelo que o crescimento das temperaturas pode ser devido a causas naturais. Será necessária uma análise mais profunda para se poder concluir que é devido a causas humanas.»
P.S. - Foram introduzidas as Fig. BC9 e Fig. BC10.
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