Previsão no Hemisfério Norte
(Quinta e última resposta ao leitor)
Esta previsão (cautelosa) limita-se à zona temperada do Hemisfério Norte. Mantém-se, tal como para a zona tropical, o pressuposto de que o Árctico ocidental não regressa a situações que existiram durante o Óptimo Climático Contemporâneo (1930-1960) e o pequeníssimo período de frio (1960-1970).
Assim, verificar-se-ia:
- Uma aceleração progressiva do arrefecimento das regiões mais próximas da bacia do Árctico e das pertencentes às trajectórias escandinavas e asiáticas dos anticiclones móveis polares (AMP).
- A continuação temporária do aquecimento provocado pelos AMP a norte das suas trajectórias. Isso seria provocado pelo fluxo vindo do sul desviado para norte sobre a parte frontal dos AMP.
- Uma maior variabilidade das temperaturas. Acentuar-se-iam os contrastes térmicos. No Inverno, vagas de frio intenso (AMP mais potentes com trajectórias meridionais mais directas) e mais frequentes.
- No Verão, um maior número de vagas de calor. Poderiam ocorrer pelo fluxo de ar desviado, sobrevoando as frentes dos AMP mais vigorosos, e pelas aglutinações de AMP de longa duração.
- Um acréscimo da irregularidade pluviométrica com longas sequências pouco chuvosas. As aglutinações anticiclónicas vastas de longa duração, com elevadas pressões atmosféricas, rejeitariam as precipitações.
- O aparecimento de curtas sequências muito pluviosas com inundações. Os AMP reforçados poderiam provocar primeiro fortes precipitações e, de seguida, fortes aglutinações com seca.
- O encontro dos AMP com o ar quente das latitudes mais baixas que poderia conduzir ao retorno das condições meteorológicas mais severas do início do século XX, anteriores ao Óptimo Climático Contemporâneo de 1930-1960.
- A violência do tempo com tempestades de neve mais frequentes e acumulações de neve muito espessas, especialmente na Europa e na Ásia, à semelhança do que aconteceu no Inverno de 2006.
Destacam-se os Invernos frios e os Verões quentes com longas sequências pouco chuvosas em ambas as estações. A necessidade de aprovisionar energia e água para fazer face a estas situações deveria ser uma preocupação dos decisores.
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