1.ª Questão: Efeito de estufa adicional
Dois leitores – Rui Vieira, engenheiro da EDP, e Vasco Vieira, biólogo, investigador da Universidade do Algarve – colocaram dúvidas pertinentes que foram respondidas como seguem, começando por esta 1.ª Questão.
O problema que está a ser debatido é o efeito radiativo. Trata-se do estudo do balanço entre a radiação recebida do Sol, a reflectida pela Terra e pelas nuvens e o reenvio da radiação dos gases com efeito de estufa (GEE) (o principal dos quais é o vapor de água) que são “opacos” à radiação que vem da Terra em ondas curtas (infravermelhos).
Sem a presença do Homem, existiria um equilíbrio a que corresponderia uma determinada temperatura na superfície terrestre (se não existisse efeito de estufa natural, a temperatura da superfície seria de -18 ºC – praticamente impossível para nós vivermos com tranquilidade –, mas com ela é, de facto, de 15 ºC, existe um ganho da radiação infravermelha de 33 ºC).
Como o Homem, na sua labuta diária, emite gases que também são opacos à radiação terrestre pelo que vai acrescentar GEE, ditos antropogénicos, aos naturais. São aqueles os acusados de todas as catástrofes anunciadas. Os naturais reemitem para a Terra 160 W/m2, dos quais 100 W/m2 são devidos ao vapor de água, 50 W/m2 ao dióxido de carbono natural e 10 W/m2 para todos os outros gases naturais.
O dióxido carbónico antropogénico reemite (cálculos feitos por modelos!) apenas cerca de 1 W/m2 que, em relação ao calor de 1368 W/m2 emitido pelo Sol - a designada constante solar -, representa um infinitésimo sem efeito climático.
As transferências de energia do solo para a atmosfera realizam-se igualmente por processos não radiativos (convecção) sob a forma de calor sensivel e de calor latente. Mas estas transferências não têm efeito global planetário.
Quanto ao que está na troposfera, parte natural e parte antropogénica, depende do tempo de vida ou de permanência de cada um dos GEE (naturais e antropogénicos). Está em causa uma constante de tempo que é desconhecida (estão em causa décadas, anos, séculos, …) e é precisamente um parâmetro exógeno aos modelos extraordinariamente polémico.
É das tais polémicas que arrastam discussões que nunca mais acabam. As tais projecções (o IPCC evita falar em previsões para esconder que não sabe, efectivamente, prever o quer que seja) dependem fortemente desta constante de tempo. Os climatologistas, incluindo os do IPCC consideram o balanço radiativo referido.
Um balanço praticamente igual a este foi feito pelo Prof. James Hansen, da NASA, mentor de conceitos adoptados pelo IPCC, conhecido como o pai do aquecimento global e que está muito longe de ser um céptico.
Este prof., da NASA, diverge do IPCC quanto aos modelos, usando os da NASA, e quanto aos cenários ao considerar que os do IPCC são exageradíssimos, de tal modo que, segundo ele, num cenário «business as usual», em 2100, a temperatura estaria abaixo do valor mais baixo da gama de cenários do IPCC.
James Hansen afirmou, perante o Council on Environmental Quality (Washington, DC, EUA), em Junho de 2003: «A ênfase de cenários extremos (do IPCC) pode ter sido apropriada num período em que os decisores e o público estavam afastados da realidade do aquecimento global e se considerava próximo o aproveitamento de recursos tais como os “synfuels”, os xistos betuminosos e as areias asfáltica. Agora torna-se necessário traçar cenários de forçamentos radiativos consistentes com a realidade demonstrada pelas observações recentes de modo a provocar um debate profícuo e a fornecer aos decisores toda a gama correcta e precisa de elementos que conduzam às opções mais eficazes que travem o aquecimento global.» Assim falou o pai do aquecimento global…mas o IPCC continua surdo.
Obs.: W/m2 - watts por metro quadrado.
O problema que está a ser debatido é o efeito radiativo. Trata-se do estudo do balanço entre a radiação recebida do Sol, a reflectida pela Terra e pelas nuvens e o reenvio da radiação dos gases com efeito de estufa (GEE) (o principal dos quais é o vapor de água) que são “opacos” à radiação que vem da Terra em ondas curtas (infravermelhos).
Sem a presença do Homem, existiria um equilíbrio a que corresponderia uma determinada temperatura na superfície terrestre (se não existisse efeito de estufa natural, a temperatura da superfície seria de -18 ºC – praticamente impossível para nós vivermos com tranquilidade –, mas com ela é, de facto, de 15 ºC, existe um ganho da radiação infravermelha de 33 ºC).
Como o Homem, na sua labuta diária, emite gases que também são opacos à radiação terrestre pelo que vai acrescentar GEE, ditos antropogénicos, aos naturais. São aqueles os acusados de todas as catástrofes anunciadas. Os naturais reemitem para a Terra 160 W/m2, dos quais 100 W/m2 são devidos ao vapor de água, 50 W/m2 ao dióxido de carbono natural e 10 W/m2 para todos os outros gases naturais.
O dióxido carbónico antropogénico reemite (cálculos feitos por modelos!) apenas cerca de 1 W/m2 que, em relação ao calor de 1368 W/m2 emitido pelo Sol - a designada constante solar -, representa um infinitésimo sem efeito climático.
As transferências de energia do solo para a atmosfera realizam-se igualmente por processos não radiativos (convecção) sob a forma de calor sensivel e de calor latente. Mas estas transferências não têm efeito global planetário.
Quanto ao que está na troposfera, parte natural e parte antropogénica, depende do tempo de vida ou de permanência de cada um dos GEE (naturais e antropogénicos). Está em causa uma constante de tempo que é desconhecida (estão em causa décadas, anos, séculos, …) e é precisamente um parâmetro exógeno aos modelos extraordinariamente polémico.
É das tais polémicas que arrastam discussões que nunca mais acabam. As tais projecções (o IPCC evita falar em previsões para esconder que não sabe, efectivamente, prever o quer que seja) dependem fortemente desta constante de tempo. Os climatologistas, incluindo os do IPCC consideram o balanço radiativo referido.
Um balanço praticamente igual a este foi feito pelo Prof. James Hansen, da NASA, mentor de conceitos adoptados pelo IPCC, conhecido como o pai do aquecimento global e que está muito longe de ser um céptico.
Este prof., da NASA, diverge do IPCC quanto aos modelos, usando os da NASA, e quanto aos cenários ao considerar que os do IPCC são exageradíssimos, de tal modo que, segundo ele, num cenário «business as usual», em 2100, a temperatura estaria abaixo do valor mais baixo da gama de cenários do IPCC.
James Hansen afirmou, perante o Council on Environmental Quality (Washington, DC, EUA), em Junho de 2003: «A ênfase de cenários extremos (do IPCC) pode ter sido apropriada num período em que os decisores e o público estavam afastados da realidade do aquecimento global e se considerava próximo o aproveitamento de recursos tais como os “synfuels”, os xistos betuminosos e as areias asfáltica. Agora torna-se necessário traçar cenários de forçamentos radiativos consistentes com a realidade demonstrada pelas observações recentes de modo a provocar um debate profícuo e a fornecer aos decisores toda a gama correcta e precisa de elementos que conduzam às opções mais eficazes que travem o aquecimento global.» Assim falou o pai do aquecimento global…mas o IPCC continua surdo.
Obs.: W/m2 - watts por metro quadrado.
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