quinta-feira, julho 28, 2005

O mito dos 3000 cientistas

Uma das justificações para a fé cega no IPCC é o mito de que este organismo tem 3000 cientistas (em terminologia anglo-saxónica os meteorologistas e os climatologistas são considerados cientistas) que aprovam tudo por consenso alargado. Isso mesmo acontece com pessoas bem informadas que contrastam as opiniões em função do número como se a Ciência fosse democrática.

Mas a Ciência não funciona como uma democracia, isto é, ela não se mede pelo número de “cientistas” ou cientistas que subscrevem isto ou aquilo. Se ela fosse escrutinada como numa democracia não estaríamos ao nível do heliocentrismo polaco de Copérnico mas sim no geocentrismo grego de Aristóteles e de Ptolomeu. O que seria de Einstein se a Ciência fosse democrática?

[Conta-se que Hitler mandou escrever um livro designado por «100 cientistas contra Einstein» e que o sábio retorquiu: “Para quê tantos cientistas? Bastava um para refutar as minhas teses que é o que eu ando à procura há tanto tempo!”] E o que seria de tantos outros cientistas que revolucionaram a Ciência (Kepler, Galileu, Newton, Descartes, Darwin, Watson e Crick)?

Veja-se o que diz o Marcel Leroux, mesmo em tradução inglesa: «The argument that IPCC statements have been prepared and agreed by "hundreds of experts" must be seriously questioned, for the staff in control of the IPCC is very small. This can be observed in the last draft of its 1996 report with regard to the (supposed) "discernible human influence on global climate" (IPCC, 1996). This opinion was added after the event (to "impress" governments), but it does not reflect the opinion of the whole IPCC - far from it. The same was repeated in 2002. The IPCC members agreed among themselves with this critic, for they wrote that: "Scientists' ability to verify model predictions is often limited by incomplete knowledge of the real climate" (UNEP-WMO, 2001, Inf. sheet 7). »

Dos milhares de cientistas (3000 é um número invocado), apenas uma centena é de facto constituída por climatologistas que colaboram com o IPCC. Mas a esmagadora maioria destes cem nem sempre está de acordo com a dezena deles que tomou o poder de decisão e que deturpa os resultados dos estudos dos outros. Por isso alguns se afastaram e são considerados dissidentes climáticos.

Os restantes 2900 são burocratas nomeados pelos governos (o IPCC quer dizer Intergovernmental Panel…) que percebem pouco ou nada de climatologia. Por exemplo, dizer que o representante português no IPCC é um cientista que domina o clima é uma ofensa aos climatologistas. Ele é um físico com pouca aptidão para a climatologia. Claro que diz ámen a tudo o que a dezena de magníficos apresenta à última da hora para votar, não vá perder o lugar de prestígio.

A dezena de climatologistas que tomaram conta do poder de decisão do IPCC também invoca um "largo consenso" na aprovação dos seus documentos. Se existe consenso não é Ciência. Em Ciência não existe consenso. O consenso existe em política que é o plano para onde o IPCC conduziu o tema extraordinariamente complexo do aquecimento global e das alterações climáticas.

Obs.: UNEP – The United Nations Environment Progamme; WMO – World Meteorological Organization.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

І'll immediately take hold of your rss as I can't find youг e-mail ѕubѕcription linκ
οг newsletter servicе. Do you have any?
Ρlease permіt me undeгstаnd in ordeг that I could subscribe.

Thanks.

Ηere is my ωeb site: garden center services

6:43 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home