A ladainha do aquecimento global
A repetição dos acontecimentos climáticos recentes – como seja a seca presente desde o início de 2005 – não traduz a versão “oficial” que nos querem obrigar a acreditar do presumível global warming apresentada como uma ladainha assente em 3 pilares:
1. A concentração atmosférica de CO2 aumenta;
2. Os modelos informáticos do clima (aplicando uma regra de três simples) prevêem um aumento teórico da temperatura, nomeadamente nas altas latitudes;
3. A curva das temperaturas médias (reconstituídas) à escala planetária parecem confirmar as previsões dos modelos.
Destes três pilares da ladainha só um é verdadeiro: a concentração do dióxido de carbono aumenta. A histeria começou no Verão de 1988, embora a sua preparação tenha começado três anos antes.
Aquele Verão foi particularmente quente nalgumas regiões do planeta, como os Estados Unidos da América. Depois do óptimo climático contemporâneo de 1930-1960 e de uma década 1960-1970 com tendência para descidas da temperatura, o abrupto aumento da temperatura no início da década de 70 do século passado foi logo associado ao crescimento das emissões antropogénicas do CO2.
James Hansen, director do Goddard Institute for Space Studies, da NASA, ao testemunhar perante o senador Al Gore, presidente do Comité de Ciência, Tecnologia e Espaço, disse, com efeito, que tinha a garantia de 99 % que se registavam aumentos da temperatura e das concentrações dos gases com efeito de estufa.
No entanto, ele não deu a certeza da existência de uma relação directa entre estes dois fenómenos. Foram os media que se aproveitaram daquele testemunho e propagaram a fé do global warming. Depois, ele foi na onda, tratou de arranjar uma explicação, elementar que fosse, que alguns burocratas da ONU viram como uma excelente oportunidade de demonstrar a imprescindibilidade da sua existência.
Traçaram-se storylines (cenários), amplificados pelos media, anunciando um cortejo de catástrofes associadas ao aquecimento e o menor acontecimento climático natural era apresentado – e continua a ser apresentado – como mais uma prova “irrefutável” da catástrofe anunciada.
O “planeta em perigo”, a Terra é “um planeta frágil” – ainda hoje se ouve na TV gente com grandes responsabilidades públicas a emitir esta argumentação, ela sim, frágil – que caminha para um “apocalipse climático” acompanhado de temperaturas excessivas.
São anunciadas fusões rápidas dos glaciares e uma subida astronómica do nível dos oceanos estimada em metros, a seca, a desertificação, mas também inundações (já agora convém não deixar nada de fora…). Tudo sem base de sustentação científica.
Nenhuma região do globo escapa a este cataclismo que se aproxima a passos largos. “O Árctico à beira do abismo” anunciava recentemente um jornal que o público considera de referência ao dar guarida a mais um estudo de “cientistas” que fazem carreira com a ajuda dos modelos.
Alguns “cientistas” descobriram o primado dos modelos sobre a realidade. Esta desmente passo a passo as profecias dos bandarras do clima. Basta citar um trabalho de um climatologista de nomeada: «Litynski, J., Changements de température de la surface terrestre pendant la période 1931-1990, Publications de l’Association International de Climatologie, 12º Colloque, 1999».
Neste artigo, Litynski compara os valores das «Normales Climatologiques» de 1931-1960 com as de 1961-1990 publicadas pela «Organização Mundial de Meteorologia». Que conclui ele? Para azar dos alarmistas e catastrofistas eis algumas conclusões:
- De uma maneira geral não há aquecimento planetário durante o período 1931-1990;
- Observam-se arrefecimentos regionais, por exemplo: no leste da América do Norte (-0,4 ºC), no leste da Gronelândia (-0,45 ºC), no norte da Europa (-0,35 ºC), nos Balcãs (-0,3 ºC), no norte da Ásia (-0,7 ºC), no Médio Oriente (-0,4 ºC), no nordeste de África (-1,1 ºC), no Vale do Nilo (- 1 ºC);
- Também se observam aquecimentos regionais, como sejam: no oeste da América do Norte (México, Califórnia, sul do Alasca), no litoral do Peru e do Equador (+0,6 ºC), na Ucrânia e sul da Rússia (+0,25 ºC), no sul da Ásia (+0,35 ºC), na Austrália (+0,1 ºC).
Estas desiguais variações de temperatura mostram que não existe clima global, noção que os modelos tendem a impor, e desmentem afirmações como esta: «Os valores regionais das temperaturas poderão ser sensivelmente diferentes da média global mas não é ainda possível determinar com precisão estas flutuações» – IPCC, 1996.
Não só é possível conhecer essas flutuações como esta afirmação diletante do IPCC mostra o estado de espírito do seu núcleo duro: o valor médio global da temperatura seria conhecido antes de se conhecerem os valores locais que permitem determinar aquela média. Isto é surpreendente… Contado não se acredita!
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