segunda-feira, março 01, 2010

A história do “vilão” (4)

(continuação)

Nascimento da noção de “aquecimento global”

No final da década de 1950, os cientistas absorvidos com o efeito de estufa consideraram-no como uma ameaça real. Esta revisão do pensamento foi devida aos avanços da técnica da espectroscopia do infravermelho.

Gilbert N. Plass, em 1955, mostrou que o CO2 na atmosfera intercepta a radiação infravermelha. Plass estimou que a duplicação da concentração atmosférica de CO2, em relação à da época, conduziria ao aumento de 3,6 ºC. E que uma redução para metade baixaria a temperatura de 3,8 ºC.

Roger R. Revelle e Hans E. Suess, em 1957, mostraram que o tempo de vida médio da molécula de CO2 na atmosfera, antes de ser dissolvida no oceano, é da ordem de 10 anos. Concluíram ainda que “a maior parte do CO2 libertado na combustão de combustíveis fósseis, desde o início da Revolução Industrial, deve ter sido absorvida pelos oceanos”.

Esta visão optimista foi posta em causa quando se verificou que a absorção é menos rápida do que se supunha. Spencer R. Weart, em 1997, concluiu que “80% das emissões de CO2 para a atmosfera vai lá ficar retida”.

No período da reconstrução pós-Guerra Mundial, acentuou-se o pessimismo de alguns cientistas. Passaram para a opinião pública a percepção de que os fumos saídos das fábricas constituíam mais uma poluição perigosa do que o símbolo de prosperidade.

Começou a surgir a noção de alterações climáticas decorrentes da actividade humana. Em 1957-1958, a ONU patrocinou o Ano Geofísico Internacional (AGI), envolvendo programas internacionais de investigação a longo prazo.

Fazendo parte do AGI, Charles D. Keeling efectuou uma série de medições do CO2 atmosférico. O resultado do seu trabalho foi apresentado no artigo “The Concentration and Isotopic Abundances of Carbon Dioxide in the Atmosphere”, Junho de 1960.

Keeling apresentou, na pág. 201 do artigo citado, uma curva com um crescimento contínuo, mas ligeiro, da concentração atmosférica do CO2 ao longo de dois anos. Esta curva tornou-se, com o passar dos anos, “um ícone do efeito de estufa”.

A partir dos anos 1960, a noção de “aquecimento global”, como resultado da actividade humana, aparecia como fundamentada, embora com fortes reservas. Com essa noção, surgia a ideia de uma ameaça à Natureza.

É possível estimar a respectiva importância dos diferentes gases com efeito de estufa que contribuem para este fenómeno atmosférico:

• Uma estimativa preliminar, deixando o vapor de água de fora (como faz, erradamente, o IPCC), o dióxido de carbono seria de longe o gás com maior participação: 72,37 %. Os restantes gases contribuiriam com cerca de 28 %.
• Esta aparente predominância do CO2 é obviamente falsa. A contribuição do CO2 diminui quando se inclui a participação do vapor de água, como se verifica na repartição seguinte:

- Vapor de água......................95,00 %
- Dióxido de carbono (CO2)....3,62 % vs 72,37 %
- Metano (CH4).......................0,36 % vs 7,10 %
- Óxido de azoto (N2O)...........0,95 % vs 19,00 %
- CFC e outros gases................0,07 % vs 1,43 %

Ou seja, o IPCC considera uma atmosfera idealizada sem vapor de água para atingir os seus fins: slogans de um hipotético “aquecimento global” e de hipotéticas “alterações climáticas” devidas às actividades humanas.

Na realidade, o vapor de água representa 95 % do efeito de estufa global. A influência dos outros gases é apenas de 5 %. Considerando a atmosfera real, o dióxido de carbono (natural e antropogénico) não representa mais do que 3,62 % do efeito de estufa global, isto é, 26 vezes menos do que o vapor de água!

(continua)